O Volkswagen Typ 1 no Mundo.
O Fusca foi fabricado aqui com motores 1.100 (Alemanha) , 1.200, 1.300, 1.500 e 1.600 cm³. É de longe o motor mais utilizado no planeta. Em carros, barcos, ultra-leve, motocicletas, triciclos, etc. Foi lançado aqui no Brasil em 1959, fabricado em São Bernardo do Campo, São Paulo. Mas os primeiros, de origem alemã desembarcaram no porto de Santos, São Paulo em 1950. E caiu no gosto brasileiro! Acima um modelo importado dos Estados Unidos com os discretos para-choques
Em 22 de junho de 1934 nascia um dos mais geniais projetos automobilísticos da história. O país era a Alemanha e o engenheiro era Ferdinand Porsche. Um ano antes, em 1933, Adolf Hitler, político alemão que serviu como líder do Partido Nazista, Chanceler do Reich e Führer da Alemanha Nazista, fez um discurso, no Salão do Automóvel de Berlim, capital da Alemanha, convocando aos fabricantes de automóveis, Mercedes-Benz, NSU, Opel, DKW, Zundapp… a projetar um veículo popular que não tivesse preço superior a 990 Marcos Alemães. Deveria chegar aos 100 km/h, transportar dois adultos, três crianças, pesar cerca de 650 quilos e ter um consumo de oito litros de gasolina a cada 100 quilômetros.
As empresa NSU, Opel, DKW, Mercedes-Benz e Zündapp apresentaram projetos, mas por diversos motivos não deram continuidade. O Chanceler não via com bons olhos a participação da Opel que pertencia desde 1929, a General Motors americana. O austríaco Ferdinand Porsche fez um projeto que agradou muito a Adolf Hitler.
O primeiro protótipo, que foi testado com motor de dois tempos e dois cilindros, não apresentou a performance desejada e nem atendeu aos requisitos, passou a ter quatro cilindros opostos, era refrigerado a ar, tração traseira e cambio de quatro marchas. Simples e muito confiável! Por for era notável a ausência de para-choques, grandes faróis circulares, portas suicidas e, no lugar do vidro traseiro, tinha uma grande entrada de ar. Estava bem rústico ainda.
Em 1935 os primeiros protótipos WW3 estavam em testes. Em 1938 o Doutor Porsche apresentou o projeto W38 que já estava bem próximo ao modelo definitivo.
A partir de 1938 uma nova cidade seria criada numa planície em Mittellandkanal perto de Hanover, norte da Alemanha, estava sendo construída várias unidades fabris. Adolf Hitler, em 28 de maio de 1938, apresentou o carro para um público de 70.000 pessoas
Era o começo da produção de carros que já haviam rodado mais de 2,5 milhões de quilômetros na fase de testes. Doutor Porsche não gostou no nome KDF – Wagen lançado em 1939 e na época já estava sendo chamado de Volkswagen e Käfer (Besouro em alemão)
Este modelo tinha 986 cm³ tinha 23,5 cavalos de potência a 3.000 rpm. Era alimentado por um carburador de corpo simples e sua taxa de compressão era de 5,6:1. Sua tração era traseira e tinha quatro marchas não sincronizadas. Sua carroceria era em chapa de aço estampada e seu chassi em longarinas estava sobre uma plataforma plana. Sua suspensão independente tinha barras de torção na frente e atrás. Seu peso era de 655 quilos. Media 4,05 metros de comprimento, 1,54 de largura, 1,5 de altura e entre-eixos de 2,4 metros. A carroceira em estrutura monobloco. Os pneus eram na medida 4,5 x 16.
Em 1948, o engenheiro Heinrich Nordhoff assumia a presidência da fábrica e a produção chegava a 19.214 unidades. Um ano depois a produção crescia para 46.154 e a exportação começava. Era o princípio do sucesso mundial
O nome da cidade de Fallersleben foi trocado pelos aliados (Estados Unidos, França, Inglaterra e União Soviética) , vencedores da guerra, para Wolfsburg e em março de 1946 , cerca de 1.000 carros já haviam sido produzidos pelos operários, vários eram de origem inglesa, que estavam aptos desde o final de 1945. Mas a produção do carro em série começou, em 1948.
Em 1950 desembarcava no porto de Santos, São Paulo, o primeiro lote de 30 modelos Volkswagen que fizeram muito sucesso e foram vendidos rapidamente. Um ano depois, em 30 de janeiro, falecia Ferdinand Porsche em Stuttgart, Alemanha.
Também neste ano recebia teto solar de tecido, ganhava a versão Export, mais refinada e já atingia a marca de 100.000 unidades fabricadas. A versão conversível também já era fabricada.
O modelo apresentado aqui de 1951 tinha a janela traseira conhecida como Brezel ou Split Window.O carro ficou conhecido como Brezel-Käfer.
O motor com quatro cilindros opostos tinha 1.131 cm³ e 25 cavalos a 3.300 rpm. A taxa de compressão de 5,8:1. Foi substituído por um com 1.192 cm³, 30 cavalos e velocidade final de 100 km/h.As demais características eram as mesmas do modelo de 1939. Os pneus eram na medida 5,0 x 16. No painel o motorista tinha a frente um velocímetro graduado até 120km/h, como opcional um rádio marca Telefunken e um porta luvas sem tampa.Os bancos dianteiros eram individuais, alavanca de marchas e freio de mão entre eles e atrás banco inteiriço. Este ainda contava com dois rolos em tecido colocados no banco de trás para servirem de apoio para os braços. O ótimo teto solar em lona também era bem vindo!
Com peças importadas da Alemanha, inclusive o motor 1.200 de cm³, começava a ser montado em um pequeno galpão alugado no bairro do Ipiranga, São Paulo. Abaixo um premiado na grande exposição Argentina Autoclásica em San Isidro na região metropolitana de Buenos Aires
Um exemplar mexicano na Argentina
Um outro já da década de 70 com vidros maiores, capô e para-lamas. Estava mais moderno
Em 1972 havia o modelo 1200 e o 1302 e 1303 S com 1.584 cm³ e 50 cavalos, medida DIN(“Deutsches Institut für Normung”) alemã, a 4.000 rpm. Tinha caixa mecânica e automática e freios a disco dianteiros.
E suspensão dianteira Mcpherson (amortecedor dotado de suportes para alojar uma mola helicoidal formando um conjunto mola-amortecedor). Tinha mais estabilidade. Chegava a 138 km/h. Com a gasolina europeia!
Na foto acima, deste modelo, pode-se notar um “portinhola” pouco depois do para-lama dianteiro, que se abria para refrigerar o interior, o habitáculo do carro. No frio europeu era melhor não arriscar!
O modelo GSR de fábrica que tinha apenas um pequeno alívio de peso no interior e decoração esportiva. Não havia apoio de braço por exemplo. Mas podia, se preparado, receber um motor boxer com até 100 cavalos
E um modelo para ralis. Veículos históricos de competição
Abaixo um Volkswagen Salzburg réplica
Este na Califórnia, nos Estados Unidos
Para identificar o ano de um Fusca, basta dar uma olhada em alguns detalhes:
- Janela traseira: os modelos anteriores a 1953 possuem uma janela traseira de duas partes, chamada “Pretzel” em alemão. Os modelos de 1953 a 1958 tinham uma janela traseira oval, que finalmente se tornou retangular nos modelos subsequentes.
- Para-choques: Os modelos americanos possuem um arco adicional acima dos para-choques dianteiro e traseiro, arcos que não existem nos modelos vendidos na Europa. A partir de 1968, o Fusca adotou para-choques “quadrados”, ou seja, seção retangular, na frente e atrás com uma tira de borracha no meio.
- Faroletes traseiros: 1949, Lanterna traseira circular. Em 1958, lanterna traseira vermelha oval. 1961, Lanterna traseira em dois tons, vermelha na parte inferior e laranja pisca/seta na parte superior. Em 1968: luz de ré branca na parte inferior, luz vermelha no meio e luz pisca/seta laranja na parte superior. Em 1972, lanterna traseira de três cores muito maior.
- Entradas de ar: a partir de 1974, as duas pequenas grades ovais, localizadas entre os faróis e o para-choque dianteiroa, não são mais visíveis.
- Para-brisa dianteiro: o Fusca 1303 é fácil de identificar, pois é a única versão que recebeu para-brisa curvo e não plano.
Em 1992 o governo mexicano lançava o programa de carros populares. A Volkswagen reduziu o preço do Vocho em 20%.
Em 1993 já tinha injeção eletrônica para atender principalmente as vendas para os Estados Unidos. O último mexicano saiu das linhas de montagem em 30 de julho de 2003 . Na despedida, na linha de montagem, um grupo de Mariachis (Mariachi é um gênero musical popular do México) tocou a música “La Diana”,que enaltece os triunfos. Após houve a execução de “Las Golondrinas”, uma canção para despedidas.
Resumo: Do modelo do pós-guerra, movido por um motor de 1.131 cm3 desenvolvendo 25 cv, o Fusca evoluiu principalmente através de aumentos regulares na cilindrada. O motor cúbico de 1.192 cm3 para 30 cv de 1954, depois aumentou para 34 cv em 1960, para 1.285 cm3 e 40 cv em 1965, 1.493 cm3 e 44 cv em 1966 e, finalmente, 1.584 cm3 e 50 cavalos em 1972. Abaixo de 1997 e até 2010 foi fabricado New Beetle.
Do ponto de vista estético, as sucessivas remodelações tentaram modernizar a linha, dando-lhe volume, preservando o visual. O milionésimo Fusca saiu das fábricas de Wolfsburg em 5 de agosto de 1955. Cerca 1.200 funcionários estiveram presentes neste evento. Era um Fusca na cor dourada metálica. Viajou 5.000 quilômetros pela Alemanha antes de ser guardado no museu da empresa em Wolfsburg. Em 1998, a Volkswagen decidiu “ressuscitar” o mito apresentando uma versão totalmente redesenhada e atualizada, chamada de Volkswagen New Beetle.
Volkswagen Fusca o sucedeu de 2011 a 2019
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Texto, Fotos e montagem Francis Castaings. Demais fotos de divulgação no site
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