Esplanada, Regente e GTX: A linha Simca que a Europa e outros continentes não conheceram!
Em 1966 era a grande virada da Simca. Foi apresentado no V Salão do Automóvel em São Paulo o novo modelo Esplanada. A frente e a traseira estavam remodeladas e não tinham qualquer parentesco com o passado. O farol de formato hexagonal tinha um belo desenho assim como a grade com frisos cromados horizontais. Novos para-choques com desenho também atual completavam o conjunto.
A traseira com linhas retilíneas tinha faroletes verticais. Apesar de conservar intacta a parte central da carroceria, o carro estava moderno e muito bonito. Media 4,86 metros, 1,77 de largura e 1,45 de altura.
Na versão mais luxuosa apresentava um teto de vinil que cobria apenas ¼ da capota. Por dentro podia receber bancos de couro com novo desenho, tapetes de veludo e madeira jacarandá no painel.
Podia ainda vir com bar no assento traseiro. O novo painel era acolchoado e exibia instrumentos circulares. Eram mais modernos e visíveis.
Quanto ao motor, anunciavam o V8 com 140 cavalos de potência e cambio elétrico de seis marchas. Também havia comando hidráulico de embreagem, alternador com voltagem de 34 ampères e bomba elétrica de gasolina. Os quatro freios a tambor que mostravam eficiência no modelo anterior continuam sem alterações assim com a suspensão dianteira Stabimatic. Sua velocidade final era de 161 km/h e fazia de 0 a 100 km/h em 14,5 segundos.
Ótima abertura de portas para os passageiros de trás.
A taxa de compressão era de 8,5:1 e era alimentado por um carburador de corpo duplo da marca DFV. E era oferecida a garantia de um ano ou 20.000 quilômetros.
Nas propagandas anunciavam que o carro havia sofrido 53 modificações em Detroit nos Estados Unidos e que vencera vários testes. A concorrência também estava forte. A traseira com linhas equilibradas.
O Aero-Willys e sua versão mais luxuosa, o Itamaraty, estavam mais modernos. Para completar chegava o Ford Galaxie que atrairia olhares de potenciais clientes do Simca Esplanada.
Em 1967 a Chrysler assumia o controle total da Simca. E em agosto de 1967 não havia mais a inscrição Simca no Esplanada e no Regente, seu irmão mais simples. Havia uma plaqueta onde se lia Fabricado pela Chrysler do Brasil. Com relação à parte externa do carro o bonito farol hexagonal dava lugar a quatro circulares em posição vertical inseridos numa moldura triangular com cantos superiores arredondados.
Nova grade também estava presente. E a garantia de dois anos ou 36.000 quilômetros era um apelativo muito interessante.
No salão de 1968 era apresentado o esportivo Chrysler Esplanada GTX. Esta sigla era comumente usada nos Plymouth fabricados pela Chrysler nos Estados Unidos. Este Esplanada em trajes mais descontraídos vinha em cores berrantes (Vermelho, laranja, verde, mas também havia o azul e o branco) com faixas pretas laterais e também na tampa traseira. Abaixo detalhe do bocal do tanque. Abaixava-se e placa para abastecimento. Com a gasolina azul ficava melhor.
Sua grade também era preta. Apesar da adoção do cambio de quatro marchas no assoalho o desempenho não se alterava muito. A sobre-marcha 6-M deixou de ser oferecida e os motores foram padronizados, somente o Emi-Sul.
O volante de três raios metálicos tinha desenho esportivo, no painel conta-giros e no console trazia um relógio de horas. Seus bancos dianteiros eram separados, reclináveis e tinham desenho mais anatômico. O Conjunto ficou muito bom.
Rodas esportivas com pneus Cinturato Radial da marca Pirelli 185 x 15 completavam o conjunto e a inscrição GTX estava presente nos para-lamas traseiros e na parte direita do porta-malas perto da lanterna. Como opcionais trazia o teto de vinil, faróis auxiliares e falsas entradas de ar sobre o capô. Fazia de 0 a 100 km/h em 14 segundos e tinha velocidade final de 165 km/h. Era um dos carros nacionais mais rápidos da época. E o Chevrolet Opala, com duas opções de motores e acabamento chegava para aumentar a concorrência.
Em janeiro de 1969 a Chrysler já testava em nossas estradas o Dodge Dart que iria ocupar o lugar da linha Esplanada que seria desativada em 1970. Por volta de 50 mil modelos Simca saíram das linhas de montagem. O Chambord foi o mais produzido, cerca de 40 mil unidades e o Présidence não chegou a 900 unidades. Quanto ao último modelo foram produzidas apenas 631 unidades do Esplanada GTX, todos ano/modelo 1969. Em agosto de 1969 os últimos deixaram as linhas de montagem.
Marcou o cenário nacional nos anos 50 e 60. Infelizmente podemos ver poucos os Regente, Esplanada e GTX em encontros de carros antigos em bom estado de conservação. Abaixo um modelo Regente com as rodas do GTX.
Um belo carro que só os brasileiros conheceram. A linha Esplanada, Regente e GTX são hoje muito raros em bom estado!
Abaixo na premiação em Araxá no ano de 2008 quando o Vigilante Rodoviário foi o principal convidado. Um desfile de belos Simcas.
Em Escala: As miniaturas na escala 1/43. Bonitas
Ficha Técnica Resumida
MOTOR – Longitudinal, 8 cilindros em “V”; comando no bloco, 2 válvulas laterais por cilindro. Cilindrada: 2.432 cm³. Dois carburadores. Bloco e cabeçote em ferro fundido.
- Motor – longitudinal, 8 cilindros em “V”; comando no bloco, 2 válvulas laterais por cilindro.
- Cilindrada: 2.432 cm³. Dois carburadores. Potência máxima de 130 cavalos a 4.800 rpm.
- Câmbio – Manual com três marchas na coluna (quatro no GTX no assoalho). Sua tração era traseira.
- Freios – Dianteiros e traseiros a tambor.
- Rodas – 15 polegadas e pneus, 6,50 – 15 – Radiais no GTX
- Dimensões: Comprimento: 4,7 metros e peso de 1.215 quilos
Desempenho – Velocidade máxima entre 160 km/h(Esplanada e Regente) e 165 km/h (GTX) conforme motorização
Texto, fotos e Montagem Francis Castaings. Foto do interior do GTX divulgação Chrysler do Brasil.
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