Morris Garage, MG, 100 anos. Pequenos, divertidos e rápidos
Os ingleses nas décadas de 40,50,60 e 70 foram especialistas em pequenos, leves e rápidos roadsters. Com rara exceções não eram derivados de sedãs ou cupês.
E no final da década de 50, em 1958, era apresentado, no Grande Prêmio de Mônaco, em Monte Carlo, o Austin Healey Sprite (abaixo). Sua frente pouco comum logo lhe rendeu o apelido e “Frogeye”, ou seja, olhos de sapo.
E já em 1959 era exportado para os Estados Unidos com opção de capota rígida e vidros laterais em plexiglas, Também conhecido como acrílico, vidro acrílico. Hoje é muito desejado por colecionadores por serem muito raros apesar da produção ter alcançado 49.000 exemplares entre 1958 e 1971.
Em 1961 já estava em sua versão MKII junto com o novo MG Midget. Ambos produzidos pelo grupo British Motor Corporation (BMC) que foi uma empresa britânica fundada em 1952 que reunia as marcas da Austin Motor Company e a Nuffield Organisation (controladora da Morris, MG, Riley e Wolseley). A MG foi fundada em 1947 e um de seus mais famosos roadsters foi o MG TD. A carroceria era a mesma para ambos com diferenças na identificação das marcas. Suas medidas eram 3,49 metros de comprimento, largura de 1,35, 1,26 de altura e 2,03 de entre-eixos. O peso do Frogeye era de 650 quilos e do Midget de 805 quilos. Sua carroceria era monobloco em chapas de aço. Abaixo um modelo Sprite.
O motor do Frogeye tinha quatro cilindros em linha, longitudinal, bloco e cabeçote em ferro fundido, 943 cm³ e 43 cavalos a 5.000 rpm. Tinha virabrequim com três mancais, válvulas no cabeçote com comando lateral. Era alimentado por dois carburadores da marca SU (Skinner Union) em posição invertida. Em 1958 ganhava uns cavalos cavalos a mais passando a ter 47,5 cavalos. Fazia de 0 a 100 km/h em 20 segundos e velocidade máxima de 136 km/h. Seu cambio tinha quatro marchas, sendo que a primeira não era sincronizada. Sua tração era traseira. E com estas configurações ganhou o Rali dos Alpes. Seu tanque de combustível tinha capacidade de 28 litros.
Seu porta-malas tinha capacidade para 320 litros bom para dois ocupantes. Não havia capota de lona ainda e podia receber bagageiro sobre o porta-malas.
Abaixo painel simples, mas com boas informações. Velocímetro em milhas, 100 ( 160 km/h) e conta-giros graduado a 7.000 rpm com zona amarela começando a 5.500 rpm e vermelha a 6.000 rpm. Ainda, marcador de nível de combustível e temperatura do radiador. Volante de três raios de bom tamanho e alavanca de cambio em ótima posição.
Em 1962 passava a ter motor com 1.098 cm³ e 59 cavalos a 5.750 cm³ , taxa de compressão de 9:8:1 . Sua velocidade máxima era de 145 km/h. Ganhava freios a disco na frente da marca Girling. Usava pneus 5.20 x 13 com rodas raiadas de cubo rápido opcionais. O painel era emborrachado e recebia tapetes de tecido ao invés de borracha. Estava evoluindo para melhor. Sua suspensão dianteira era independente com molas helicoidais e triângulos superpostos. Atrás tinha eixo rígido com molas semi-elípicas . Tinha quatro amortecedores hidráulicos. Eram estáveis, mas no limite saía de traseira, mas de forma controlável.
Em 1964 haviam as versões Sprite/ Frogeye MKIII e Mifget MKII recebiam vidros laterais com regulagem de altura( antes não havia, ou era todo fechado ou todo aberto), quebra-ventos. para-brisa mais largo e novas lanternas traseiras. Ainda novo painel, mas com poucas mudanças de desenho. Continuava muito bom!
Em 1966 recebia capota de lona com regulagem e não eram mais classificados como roadsters e sim conversíveis. As famosas rodas Rostyle de bonito desenho e que já equipavam vários modelos ingleses estavam disponíveis. Recebia friso sobre o capô e nas laterais. Bancos reclináveis também estavam a disposição.
E um novo motor em 1966 com 1.275 cm³, 65 cavalos a 6.000 rpm. Tinha taxa de compressão de 8,8:1 e torque de 9,5 mkg.f a 3.000 rpm. Continuava com dois carburadores SU mais aperfeiçoados. Os carros importados para o Brasil tinham que obrigatoriamente serem abastecidos com gasolina azul. Sua caixa de marchas estava reforçada e com todas as marchas sincronizadas. Era um motor robusto e confiável.
Em 1968 recebia nova embreagem, duplo circuito nos freios e alternador no lugar do dínamo. E novas relações na transmissão. Por dentro recebia sistema de aquecimento e para o mercado americano retrovisores dos dois lados e luz de ré.
No ano seguinte novos para-choques e grade com fundo preto. Abaixo um modelo premiado em Águas de Lindóia em 2013
Em 1971 era encerrada a produção do Sprite. No ano seguinte para os modelos europeus recebiam retrovisores dos dois lados e luz de ré.
Em 1974 recebia novo motor com 1.493 cm³ e 71 cavalos a 5.500 rpm. O torque estava maior com 11,3 mkg.f a 3.000 rpm. Continuava com dois carburadores SU e sua velocidade máxima era de 155 km/h e fazia de 0 a 100 km/h em 12,5 segundos. Os novos freios com sistema hidráulico com duplo circuito eram da marca Lockheed na frente e tambores atrás. Sua direção não tinha assistência.
Acima o modelo com para-choques emborrachados na frente e atrás para atender as severas normas americanas. O Midget chegava à quarta e última versão em 1974 trazendo novos para-lamas traseiros e tanque de combustível maior. Como nos EUA , seu maior mercado desde o início, havia novos dispositivos para reduzir emissões poluentes impunham perdas de potência, a MG adotou nele o motor de 1.493 cm³ do Triumph Spitfire que era seu principal concorrente, mas do mesmo grupo. Recebia rodas de aço Rostyle com desenho muito bonito, havia a capota Hard-Top opcional . Seus pneus eram na medida 145 SR 13 podendo ser da marca Kelly ou Uniroyal. Por dentro novo painel em preto fosco com a mesma instrumentação, bancos com apoio de cabeça e arco de proteção exclusivo para o mercado americano.
Foram 306.899 exemplares de 1961 até 1979. São cobiçados no exterior por serem acessíveis, facilidade de encontrar peças de reposição e manutenção simples. Marcou sua presença no mundo de pequenos esportivos.
Um modelo com ligeiras modificações de bom gosto
Texto Fotos e montagem Francis Castaings.
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