Uma Turbina nas Pistas

Uma Turbina nas Pistas

A ideia de carros a turbina não era nova. Em 1950, a Rover, uma das pioneiras nas pesquisas sobre turbina, faz o Jet1 ou T3. Seria o terceiro protótipo.

Tratava-se de um P4 “roadster” com duas portas, com carroceria de fibra de vidro e um para-brisas baixíssimo. Tinha tração nas quatro rodas e o motor com duplo comando de válvulas desenvolvia uma potência de 110 cavalos. Chegava a velocidade máxima de 177 km/h. Pouco tempo depois, numa versão mais potente, com 230 cavalos, chegou, numa auto estrada da Bélgica, a 245,73 km/h. E para as ruas foi desenvolvido o Chrysler Turbine (saiba mais)

Um americano em 1967 iria disputar as 24 horas de Le Mans. E era o Howmet TX (Turbina Experimental) montada em posição central traseira. Sua carroceira era muito bonita, semelhante aos carros protótipos da época como o Porsche 906 e Ferrari P3/P4 e foi incluído na categoria de esporte protótipo GTP-1 e GTP-2 com duas polegadas a mais em seu comprimento. Sua cilindrada era correspondente a 2.900 cm³. O projeto Howmet foi concebido em 1967 pelo piloto Ray Heppenstall. A Turbina começou a ser desenvolvida pela empresa Allison e a empresa Teledyne Continental forneceu gratuitamente o propulsor que tinha equivalência de 380 cavalos, peso de 77 quilos e torque de 88,0 mkg.f a estrondosos 57.000 rpm. Era um projeto da Howmet Corporation que financiou a empreitada. O bólido media 3,90 metros de comprimento, 1,82 de largura, 1,18 de altura e entre-eixos de 2,37. Pesava 750 quilos

O TX tinha um chassi tubular com painéis reforçados construidos pela empresa McKee Engineering especializada em peças de aço e alumínio para diversos fins.

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Movido a querosene Jet A e velocidade final de 310 km/h! Sua tração era traseira e tinha uma marcha a frente e uma marcha a ré elétrica. A turbina foi montada acima da caixa de transmissão e o diferencial tinha a característica de uma rápida troca do par cônico (pinhão e coroa), como nos carrinhos de autorama, para se adequar às características de cada circuito. Seu consumo era alto e a capacidade do tanque era de 120 litros de querosene Jet A. Tinha freios a disco Kelsey Hayes GTP do Porsche 910 e sua suspensão tinha triângulos duplos e molas helicoidais.

Sua carroceria era em alumínio e plástico reforçado em fibra de vidro. E fez bonito nas pistas. Seu painel era digno de um avião com quatro instrumentos instalados. Indicador de temperatura dos três enormes canos de descarga, rotação do gerador de gás, marcador de pressão do querosene, nível de combustível, voltímetro, amperímetro e temperatura de óleo. E várias luzes de advertência. Sua traseira tinha uma enorme tela para refrigeração com dois faroletes inseridos. Sobre a tampa do motor, mais uma tela de proteção das turbinas e refrigeração.

Nas Pistas

Sua primeira participação em competições foi nas 24 Horas de Daytona de 1968. Dois carros correram. Os pilotos eram Dick Thompson, Ed Lowther e Heppenstall. Após 34 voltas, chegando a estar em terceiro na classificação geral, a válvula que controlava o fluxo de gás queimado para o rotor travou na posição fechada.

Nas 12 Horas de Sebring, Flórida, Estados Unidos, fez o terceiro tempo nos treinos apenas 1,2 segundos do pole position. Na corrida quando estava em sétimo lugar, após seis horas de prova, quebrou um dos coxins do motor. Na Inglaterra participou de duas corridas. Na tradicional BOAC (British Overseas Airways Corporation) 500 em Brands Hatch, o piloto Hugh Dibley e Dick Thompson largaram na sétima posição do grid. Durante a corrida, o mesmo problema havia tirado o carro da prova anterior voltou a causar dano, deixando Thompson sem o carro após sete voltas. Em outra participação, no fim de semana seguinte em Oulton Park (Inglaterra) , Hugh Dibley qualificou-se em segundo e estava em quarto na corrida quando o motor de arranque falhou numa parada nos boxes e não foi possível voltar à prova.

De volta aos Estados Unidos, Ray Heppenstall participou de algumas competições regionais de curta duração. Em Cumberland, West Virginia, na Vandagrift Trophy 200, chegou em segundo, fez a volta mais rápida, estabelecendo um novo recorde. Em Grattan, estado de Michigan, parou antes do final. Mas em 8 de Junho de 1968, em Huntsville, numa prova de 200 Milhas no estado do Alabama, fez a pole position a no dia seguinte venceu a prova Heart of Dixie, com a melhor volta, novo recorde para o circuito. Foi o primeiro carro a turbina a ganhar uma prova. Dick Thompson também fez bonito, participando de uma prova no fim de semana seguinte em Marlboro, estado de Maryland, quando fez a pole position para a Marlboro 300 e no dia seguinte, dividindo o volante com Heppenstall, liderou a prova da largada à bandeirada final estabelecendo novo recorde. Também: Em agosto de 1970, numa estrada ao lado do famoso Talladega Superspeedway, Heppenstall levou o TX a seis recordes reconhecidos pela FIA e foram registrados pela Associação internacional de Esportes Automobilísticos (IMSA). O TX fez os primeiros 1.000 metros, na categoria Classe 2, carros entre 500 e 1.000 quilos, em 21,2 segundos.

Hoje é frequentador das Corridas de Veículos Históricos de Competição (VHC)


Texto  e montagem Francis Castaings. Fotos de divulgação e Organizações Peter auto                                                           

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