Maserati Ghibli: Vento Poderoso
Uma das mais importantes fábricas de carros esportes da Itália foi fundada em Modena, na Itália pelos irmãos Alfieri, Bindo, Carlo, Ettore, Ernesto e Mario Maserati em 1914. O primeiro carro a ser construído foi um modelo que iria enfrentar as pistas. Foi disputar a famosa Targa Florio como um bólido de oito cilindros em linha e 1.500 cm³. A partir de 1947, após a guerra, se dedicou a carros de corrida e no final da década de 50 começou a produzir automóveis Grã-turismo. E deixou sinais de prestigio nas páginas da imprensa mundial sempre se destacando por belos modelos. Adotou o símbolo do tridente do Deus Netuno para identificar melhor sua marca.
Em 1967, para substituir o esportivo Maserati Mistral (acima) , também um nome de vento, nascia o Ghibli com desenho de Giorgetto Giugiaro. Foi apresentado no Salão de Torino em 1966, no estande da Ghia, o Ghibli, nome de um vento que vem da África do Norte. Seguia com o sobrenome de fenômenos geográficos como o modelo anterior Mistral. O Ghibli tinha carrocerias cupê e conversível com capota de lona muito atraente também. Um carro esporte que unia luxo, potência e conforto! Era um cupê de 2+2 lugares, faróis circulares duplos escamoteáveis e logo abaixo grade na cor preta com o emblema tridente da Maserati. Sua carroceria em aço estampado estava apoiada em um chassi tubular de aço reforçado por peças fundidas e prensadas.
Tinha motor com oito cilindro em “V”, cabeçote e bloco em alumínio, tinha 4.719cm³ e na sua última versão 4.930 cm³, versões com 330 a 355 cavalos (em 1970) a 5.500 rpm. Era alimentado por quatro carburadores de corpo duplo da marca Weber, dois comandos de válvulas no cabeçote, totalizando 16 válvulas e taxa de compressão de 8,5:1. Seu torque máximo era de 45 mkg.f a 3.800 rpm. Tinha tração traseira e era oferecido câmbio manual de cinco marchas ZF com diferencial autoblocante ou automático Borg-Warner de três (a partir de 1970). Seus freios usavam discos da marca Girling na frente e atrás. Fazia de 0 a 100 km/h em 6,5 segundos e velocidade final de 265 km/h! Abaixo, visto de trás o destaque para o escapamento duplo. E tinha um bom porta-malas para um esportivo.
Por dentro muito luxo. Volante com aro em madeira da marca Nardi. Seu painel muito rico tinha conta-giros graduado a 8.000 rpm com faixa vermelha começando aos 7.000 rpm. Ao centro marcador de nível de combustível e ao lado velocímetro graduado a 300 km/h. Na sequencia tinha amperímetro, temperatura do óleo, da água e relógio de horas, Havia várias teclas para diversos comandos. Couro de ótima qualidade nos estofamentos e forros de portas. A partir de 1971 disponibilizava direção assistida.
Sua suspensão era independente na frente, com triângulos superpostos, barra estabilizadora, amortecedores telescópicos e molas helicoidais. Atrás tinha rígido Salisbury com molas semi-elípticas, amortecedores telescópicos e barra estabilizadora. Usava pneus Pirelli Cinturato 205 VR15 com belas rodas de cubo rápido da marca Campagnolo.Seu tanque de gasolina tinha capacidade para 50 litros. Seu consumo era de 6 a 8 km/l. Mas este dado pouco importava para o comprador que desejava muito vigor na aceleração e ótima velocidade final.
Tinha com 4,57 metros de comprimento, 1,79 de largura, 1,16 de altura e entre-eixos de 2,55 metros. Pesava 1.530 quilos.
Foi um concorrente de carros de prestígio como o Ferrari 365 GTB/4 produzida entre 1968 e 1976 também conhecida pela alcunha de Daytona e pelo Lamborghini Miura. O Maserati Ghibli era conhecido como uma obra de arte por conta da estética de sua bela carroceria, sua potência e fôlego incomparável. Foi reconhecido como um dos melhores carros esportes italianos da década de 60. Foi produzida entre 1967 e 1973. Foram produzidos 1.149 cupês e 125 spiders num total de 1.274 exemplares.
Seu código de fábrica era AM 115. Foi substituída pelo Maserati Khamsin abaixo.
Na década de 90
Em 1992 o nome Ghibli, usado nos anos 60 num super esportivo que rivalizava com Ferrari e Lamborghini, voltava sobre a carroceria do Biturbo mais trabalhada, mas menos agressiva e mais discreta que o Shamal. O V6 Biturbo tinha 2.996 cm³ e 330 cavalos a 5.500 rpm. A caixa de marchas marca ZF passava a ter seis velocidades. Fazia de 0 a 100 km/h em 5,3 segundos e chegava a 270 km/h e os 1.000 metros abatidos em 24,9 segundos. Um bala de luxo. Para o mercado americano e outros mais rígidos no que se refere à poluição, a potência descia a 285 cavalos. Como opção podia ter caixa automática ZF com três velocidades e diferencial autoblocante Sensitork.
Texto, fotos e montagem Francis Castaings.
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