Ferrari 365 GTB/4: Doze Tombetas para Apreciar
A Ferrari sempre frequentou as pistas desde fins da década de 40. Na década 60, precisamente em 1965 ganhou o campeonato de esporte protótipos. Em 1967 ganhou a famosa 24 horas, no autódromo de Daytona , nos Estados Unidos, com os modelos 330 P3/P4 nas mãos do italiano Lorenzo Bandini e do neozelandês Chris Amon.
Em dezembro de 1966 a famosa casa italiana Pininfarina fez os primeiros desenhos de um modelo, uma berlineta de dois lugares, motor com doze cilindros em “V” para substituir o modelo 275 GTB. No ano seguinte, em 1967, começaram os testes do novo carro esporte.
Em 1966 se deu a apresentação em outubro no Salão de Paris, França, do Ferrari 365 GTB/4. Mas não oficialmente ganhou o sobrenome Daytona cuja alcunha o Comendador Enzo Ferrari detestava. Era clássico na sua concepção com motor dianteiro.
Era um esportivo de dois lugares, capô longo, traseira curta. Sua frente tinha quatro faróis circulares encobertos por uma carenagem transparente, setas na cor âmbar contornando as laterais e grade fina abaixo do longo capô. Suas medidas eram 4,42 metros de comprimento, 1,76 de largura, 2,40 metros de entre-eixos, altura de 1,24 metros e peso de 1.280 quilos. A carroceria era apoiada num chassi tubular em aço e tinha portas, capô e tampa do porta-malas em alumínio.
Seu motor dianteiro tinha doze cilindros em “V” a 60º, em posição longitudinal dianteira. Tinha 4.390 cm³ e potência de 352 cavalos a 7.500 rpm. Tinha duplo comando de válvulas e bloco e cabeçote eram em alumínio. Seu torque era de 44 mkg.f a 5.400 rpm. Era arrefecido a água e alimentado por seis carburadores Weber de corpo duplo.
Tinha tração traseira e seu cambio de cinco marchas era posicionado na traseira junto ao diferencial proporcionando melhor distribuição de peso. Sua velocidade máxima era de 280 km/h e percorria os primeiros 1.000 metros em 24 segundos. A ótima aceleração de 0 a 100 km/h em 5,6 segundos e de 0 a 240 km/h em 31,5 segundos. O desempenho do 375 GTB/4 Daytona estabeleceu recordes que só seriam superados no final da década de 80. A Lamborghini com o super esportivo Countach Quattrovalvole, a empresa de Sant’Agata Bolognese, assumiria de volta o título de carro de produção em série mais veloz do mundo. Antes rivalizava com o Lamborghini Miura. A saudável disputa italiana! Porém o novo Ferrari 365 GTB/4 era mais civilizado e dócil no trânsito.
Sua suspensão dianteira era independente com triângulos superpostos. Atrás tinha o mesmo esquema e nas quatro rodas molas helicoidais e amortecedores telescópicos. Seus freios eram a disco ventilados nas quatro rodas. A direção não tinha assistência, mas colocado em movimento tornava-se mais leve. Seus pneus eram na medida 215/70 VR 15 e tinha belas rodas raiadas, marca Borrani, com cubo rápido central.
Em 1969 a empresa apresentava o conversível que começaria a ser produzido em 1971. Apenas 124 modelos oficiais foram produzidos. A empresa de carrocerias italiana Scaglietti fez alguns cortando a capota. Foram feitas réplicas não autorizadas com motor do esportivo inglês Jaguar E-Type!
Por dentro tinha bancos em couro de ótima qualidade. Sua posição de dirigir era ótima. Verdadeiro posto de pilotagem! Detalhe para a posição do rádio toca-fitas, a bela alavanca com a grelha típica da casa italiana, sendo que a primeira ficava embaixo para trás. Diversos comandos no centro do painel.
No painel vasta instrumentação. A esquerda marcador do nível de gasolina. Ao centro velocímetro graduado a 300 km/h, marcador de temperatura da água, temperatura do óleo, amperímetro, pressão do óleo, conta-giros graduado a 8.000 rpm com a zona de alerta começando aos 7.000 rpm e relógio de horas. O belo volante podia ter a mesma forração de couro que o painel ou de madeira da famosa marca Nardi.
Em 1971 ganhava faróis retráteis/escamoteáveis para atender as normas rigorosas do mercado dos Estados Unidos que sempre foi muito interessante para todos os fabricantes europeus. E lá na América do Norte os carros do comendador eram muito apreciados há anos.
Em 1971 as portas, capô e tampa do porta-malas eram produzidas em aço estampado.
Foram produzidos entre 1968 e 1974 cerca de 1.261 exemplares. Uma obra de arte muito valorizada até hoje.
Nas Pistas
Em 1971, a empresa North American Racing Team (NART) inscreveu um GTB Grupo IV nas 24 Horas de Le Mans. Chegou em quinto lugar geral atrás de dois Porsche 917 K e dois Ferraris 512 S. Nas mãos de Luigi Chinetti e e Bob Grossman.
Em 1972 Claude Ballot Léna e Jean Claude Andruet chegaram no sexto lugar geral nas 24 horas de Le Mans. Em 1973, Claude Ballot Léna e Vic Elford chegaram em sexto lugar geral em Le Mans com um Ferrari GTB Grupo IV.
Em 1974 Cyril Grandet e Dominique Bardini chegaram em quinto num Ferrari 365 GTB/4 Ferrari 4.4L V12 e Dave Heinz e Alain Cudini pela North American Racing Team chegaram em sexto lugar geral.
Em 1979, cinco anos do fim da produção do Ferrari 365 GTB/4 Daytona a duplas John Morton e Tony Adamowicz chegaram em segundo lugar geral na 24 horas…. de Daytona!
Correu nos lagos de sal congelados de Bonneville, Utah, nos EUA, em 1974. Foi pilotado pelo italiano Luigi Chinetti , pelo grande piloto inglês Graham Hill e pelo americano Milt Minter. Mais êxitos: obteve recordes internacionais de velocidade na Classe C para 10 milhas (281,2 km/h), 500 quilômetros (275,4 km/h), 500 milhas (267,4 km/h) e 1.000 km (267,8 km/h).
Em Escala
Ferrari 365 GTB/4 com um belo motor V12 dianteiro na escala 1/18
Os sucessores
O Ferrari 365 GTC/4 (Tipo F101) foi produzido entre 1971 e 1972 não foi o sucessor. Mas estava apoiado no chassi do GTB/4. Apenas 505 exemplares ganharam as ruas. Tinha carroceria mais moderna.
Ferrari Berlinetta Boxer foi seu sucessor. E o V12 ficava em posição central traseira.
Texto, fotos e montagem Francis Castaings. Foto do painel de publicação
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