Alfa Romeo Giulietta: 70 anos em 2024. Romeo encontrou Giulietta no Século XX

Alfa Romeo Giulietta: 70 anos em 2024. Romeo encontrou Giulietta no Século XX

Entre 1954 e 1965, os fanáticos pela marca italiana Alfa Romeo ganharam de presente uma das mais atraentes combinações de desempenho esportivo, praticidade e charme em três modelos distintos . Era a nova família Alfa Romeo Giulietta composta de um pequeno sedã, um cupê esportivo “Acima e abaixo”  e um conversível. Foi o primeiro carro da marca de Arese com um nome próprio, em vez de letras e números. E  associava o nome da empresa à mais famosa história de amor já contada em 1597. A famosa da peça teatral Romeu e Julieta, de William Shakespeare. Relatada em livros e filmes posteriormente. Ajudou muito para dar mais brilho ao grande lançamento.

A versão da origem do nome atribui a uma sugestão feita por um príncipe Russo, numa noite numa boate em Paris, França, em 1950 após o lançamento do sedã Alfa Romeo 1900. Este príncipe russo entretinha a plateia com histórias e poemas. Quando reconheceu o grupo, aproximou-se para cumprimentá-los e perguntou: “vocês são oito Romeus sem sequer uma Julieta?”. Quatro anos depois, a marca lançava esse grande clássico.

O primeiro modelo lançado foi desenhado e fabricado por Bertone. Era o 1300 Sprint, com linhas modernas e muito bonitas. Seu motor com quatro cilindros linha, motor dianteiro, arrefecido a água, tinha 1.290 cm³, potência de 80 cavalos , em 1963 e evoluiu para 92 cavalos a 6.300 rpm em 1964. Era alimentado por um carburador de corpo duplo da marca Solex. Como era tradição da empresa, tinha duplo comando de válvulas no cabeçote em liga de alumínio. Tinha caixa de quatro marchas e tração traseira. A nova grade abaixo estava disponível a partir de 1958 e ficou sem mudanças até o final da produção em 1965. Fazia de 0 a 100 km/h em 12,3 segundos e sua final era de 165 km/h.

Os três modelos apresentados acima tem grade diferenciada a partir de 1962.

Sua suspensão dianteira era independente, com triângulos superpostos e molas helicoidais .Atrás tinha eixo rígido, com molas helicoidais e amortecedores telescópicos na frente e atrás. A direção não tinha assistência e era calçado por pneus 155-15 da marca Pirelli Cinturato ou Michelin XA 155 x 380.  Suas rodas eram em aço estampado. A estabilidade era ótima!

Uma boa novidade eram a versão Sprint Veloce com motor 1.290 cm³ tinha câmaras hemisféricas combustão e alimentado por dois carburadores da marca Weber de duplo corpo. Chegava a 170 km/h. Ótima velocidade final para uma carro médio de 1956. Suas medidas eram: 3,98 de comprimento, 1,54 de largura, 1,32 de altura e peso de 780 quilos. Transportava bem dois passageiros. Atrás só crianças. interasante era a abertura da porta traseira que se elevava junto com o vidro traseiro proporionando ótimo acesso.

Em 1962 o 1600 Sprint estava ainda mais potente. Seu motor com bloco e cabeçote fundidos em alumínio estava com 1.570 cm³ e 92 cavalos a 6.200 rpm.  Sua aceleração de 0 a 100 km/h era feita em 11 segundos e sua final beirava os 172 km/h.  Neste ano sua carroceria podia ser confundida com o modelo Giulia, pois as diferenças eram mínimas. Já estava em testes a nova linhagem Giulia Bertone e Berlina também em 1962. Abaixo a foto da nova Giullieta e do irmão maior o sedã 1900.

Interessante também e pronta para as competições era a versão “Alleggerita”, ou seja, mais leve,  por conta de capô, portas de passageiros e tampa do porta malas eram em alumínio. Atrás e nas laterais ao  invés de vidros, tinham plexiglas. Ficavam mais leves. Abaixo o painel completo com volante com aro de madeira que era opcional.O original era de baquelite . Tinha marcador de temperatura do óleo, temperatura do motor e marcado de nível de combustível. No caso do modelo mais leve, o tanque tinha capacidade para 80 litros. Para o modelo normal 53 litros. No centro conta-giros graduado a 8.000 rpm e a direita velocímetro até 220 km/h como todo bom Alfa Romeo.

Com motor 1.290 cm³ e 80 cavalos, alimentados por dois carburadores Weber chegava a 180 km/h por conta da relação da quarta marchas mais longa. Esta Sprint Veloce era para atender as competições de carros com até 1.300 cm³.  Nas Mille Miglia de onze chegaram em primeiro lugar sua classe até 1300 no ano de 1956. Em 1958 chegou em segundo lugar geral no Rali de Monte Carlo.. Esta versão mais leve foram fabricadas 3.058 modelos até 1962.Cerca de 386.000 foram produzidos.

Seu principal concorrente dentro e fora das pistas era o Porsche 356. E serviu de base para os modelos Zagato


O segundo modelo apresentado, um ano depois foi o Berlina Giullieta

A “Machinna” da Família

Este modelo familiar nasceu em em 1955 e foi produzido até 1964 num total de 176.114 exemplares. Era fabricada nas instalações de Portello, distrito de Milão. E atendeu muito bem a famílias pequenas e a polícia em sua versão mais brava TI (Turismo Internacional). O modelo básico contava com um motor de quatro cilindros, 1.290 cm³, 50 cavalos a 5.500 rpm. Tinha um carburador da marca Solex e velocidade final de 135 km/h. As medidas do pequeno sedã de quatro portas eram: 4,11 metros de comprimento, 1,56 de largura, 1,40 de altura e entre-eixos de 2,98. Seu peso era de 920 quilos.Abaixo painel simples, mas com indicadores bons incorporados no velocímetro. Os bancos nestes, na versão mais básica eram inteiriços.

Sua tração também era traseira e o cambio de quatro marchas tinha alavanca na coluna.

Sua suspensão dianteira era independente, com triângulos superpostos, molas helicoidais e barra estabilizadora. Atrás tinha eixo rígido, com molas helicoidais e amortecedores telescópicos na frente e atrás. A direção não tinha assistência e era calçado por pneus 155-15. Seus freios eram a tambor nas quatro rodas. Era similar ao modelo Sprint cupê.

Também participou em competições de ruas, estradas e ralis. E com sucesso.

Um belo modelo, porte pequeno, que seduziu gerações. A versão Ti tinha 1.290 cm³, um carburador de corpo duplo da marca Solex  e 84 cavalos à 6.200 rpm. Chegava a 155 km/h! Ótimos números para a última versão de 1965. Ao longo dos anos receberam pequenas alterações de estilo que era muito elegante. E sua robustez mecânica era referência.

Abaixo um modelo no Rali Histórico de Monte Carlo em 2018


O Spider

O terceiro modelo lançado foi o Spider Pininfarina em 1955. A semelhança com a Giulia Spider era grande. O modelo vermelho é um Giulleta. Seu sucesso nos Estados Unidos se deu novamente graças ao importador Max Hoffmann que já tinha grande experiência com modelos da Mercedes-Benz, BMW, Porsche e Alfa Romeo…

Foi desenhado por Gian Batista Pininfarina sobre a plataforma do cupê, mas com entre-eixos mais curto. Tinha 3,4  metros de comprimento, entre-eixos de 2.25, largura de 1,54 e altura de 1,18. Seu peso era de 860 quilos. Com o mesmo motor, mesma suspensão… da família e tinha velocidade máxima de 165 km/h.

Tinha um estilo sedutor. Este é um raro com capota rígida

E mantinha a mesma mecânica do modelo Sprint . Foram produzidas apenas 25.000 unidade do Spider. Um carro muito exclusivo para dois ocupantes. A capota de lona era a padrão para este modelo.

Os modelos Giullieta foram um marco para a empresa na década de 50 principalmente lançando o conceito de esportivo acessível


Texto, fotos e montagem Francis Castaings. Demais fotos de divulgação, Clube Alfa Romeo Argentina e Salão Rétromobile                                                      

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