Anthony Colin Bruce Chapman: O Merlin dos carros

Anthony Colin Bruce Chapman: O Merlin dos carros

A Inglaterra é um país muito bonito com suas tradições seculares e respeitadíssimas pelo seu povo. Temos o Palácio de Buckingham que há anos, desde 1837 é residência oficial da família Real e tem sua troca da guarda feita sempre às 11 horas da manhã por soldados uniformizados há anos pelo mesmo figurino. Imutável e tradicional também é o amor ao chá, aos Pubs, aos ônibus de dois andares e aos táxis londrinos pretos. Um país que gosta de se manter rígido em muitas coisas e costumes. Porém mudar, inovar, revolucionar é sempre muito bom apesar da resistência que existe em todos nós.

No mundo do automóvel é sempre necessário mudar e homens brilhantes fizeram revoluções que foram aclamadas por todos. Vários ingleses famosos escreveram seus nomes nos anais do mundo do automóvel desde o princípio do século. Homens famosos como Charles Stewart Rolls, Sir Frederick Henry Royce e W.O. Bentley só para citar alguns. Sem dúvida a competência destes está acima da média. Acima da média estava um homem que nasceu na época em que estes estavam no auge.   O também o genial Anthony Colin Bruce Chapman nasceu em 19 de maio de 1928 em Richmond, Surrey localidade a sudoeste de Londres. Desde cedo se mostrou um garoto de raciocínio rápido e muito inquieto. Abaixo Lotus 20/22 1961

Aos 17 anos, logo ao final da Segunda Guerra Mundial ele ingressaria na University College London (UCL) para cursar Engenharia de Estruturas e um de seus primeiros estágios prestando serviço militar foi na RAF, à afamada Força Área Inglesa. Ali teve ótimos e valiosos aprendizados sobre aerodinâmica. Nesta época também conheceu e começou a namorar a mulher que seria sua futura esposa: Hazel Williams. Abaixo um Lotus 20/22 1961

Colin não era de família abastada, seu pai era um gerente de hotel e para se sustentar comercializava carros usados. Foi através desta ocupação e pelo bom conhecimento de mecânica que já tinha que transformou um Austin Seven encalhado num carro mais interessante. Tornou-o mais leve e foi disputar provas de Trial muito comuns na Inglaterra nesta época. Corriam em pistas de terreno acidentado e circuitos de pouca distância, carros bipostos simples e de concepção barata. Muito popular entre o público, fazia muito sucesso. Este primeiro carro foi chamado de Lotus Mark 1, tinha aspecto frágil, mas era extremamente ágil. Tinha rodas raiadas, pequenos para-lamas, dois faróis circulares bem juntos sobre a grade do radiador e mal cabia o piloto e acompanhante.

Em 1950 já estava com o diploma de Engenheiro e seu segundo filho, concebido artesanalmente, o Lotus Mk II também baseado no Seven da Austin estreava nas pistas. O jovem gênio trabalhava a noite e nos fins de semana em seus sonhos e seu salário vinha da British Aluminium Ltd empresa tradicional na extração e exploração de alumínio desde 1894.

Em 1951 não cessava seu trabalho com os carros e fez o Lotus Mk IV especialmente para Mike Lawson que era tio do grande piloto Stirling Moss. Era o segundo carro que ele comprava nas mãos de Chapman e desta vez era para correr na categoria de 750 cm³. A dedicação e a tenacidade do homem eram incríveis. Construiu o Lotus V sem maiores pretensões e seu grande sucesso viria com o Lotus Mk VI 

Era um Kit Car, ou seja, um carro para se montar em casa, com chassi tubular, poucas peças de carroceria, motor, chassi e suspensão simples. Mas andava bem e já mostrava bons dotes. O sucesso veio rápido e isso fez com que a empresa se consolidasse e em 1952 era fundada por Colin Chapman e Hazel Willians e Lotus Enginering Co. Colin já era casado e resolvera não mais trabalhar na British Aluminium para se dedicar em tempo integral a sua empresa. A esposa ia se dedicar à administração e ele junto com Mike Costin, engenheiro aeronáutico que se tornaria muito famoso mais tarde junto com Keith Duckworth iriam fabricar esportivos velozes e produziram cerca de 110 unidades até 1955. A carroceria era de alumínio e o motor Ford tinha inicialmente 1.172 cm³ e depois passou a 1.498.

Em 1957 era lançado um dos maiores sucesso da empresa: O Seven S1. Era mais moderno e confortável que o modelo anterior. A fórmula deu tão certo que até hoje é produzido quase idêntico ao original sob a identidade de Caterham. È sinônimo de simplicidade, robustez e muita eficiência. Outra que o faz um pouco mais moderno é a holandesa Donkervoort.

Neste mesmo ano nas pistas brilhava em sua classe nas 24 Horas de Le Mans o Lotus Eleven. Este esbanjava fluidez em suas linhas aerodinâmicas, tinha motor de 1.100 cm³ e perto de 270 modelos foram vendidos tanto em versão civil quanto em versão competição. Era a pequena empresa de Hethel, no condado de Norfolk começando a brilhar. O interessante Lotus Eleven produzido entre 1956 e 1958 cujo Designer é obra de Frank Costin o mesmo dos motores Cosworth (Mike Costin e Keith Duckworth)

Um ano depois Colin Chapman também tentaria carreira atrás do volante, mas não foi bem sucedido, sofreu um acidente com um Fórmula Um Vanwall que estrearia naquele ano e que, junto com ele, tinha as mãos da dupla Mike Costin e Keith Duckworth em sua concepção. 

Em 1958 apareceria o Tipo 12 que seria o primeiro monoposto Lotus. A atração neste era sua suspensão traseira apelidada de “Chapman Strut.” O genial estava no fato que os semi-eixos da transmissão trabalhavam no amortecimento traseiro. Era equipado com motor Coventry Clímax ainda em posição dianteira e correu na Fórmula 2. 

Seu segundo sucesso e que Chapman tinha um especial apreço foi o modelo Tipo 14, o belo Lotus Elite (acima). O belo esportivo de linhas arredondadas e aerodinâmicas fez tanto sucesso nas pistas quanto nas mãos de jovens abastados já que não era um automóvel esporte barato. Tinha carroceria com estrutura monobloco e concebida em fibra de vidro. Foram quase 750 modelos até 1962.

Enquanto isso nas pistas a Lotus obtinha sua primeira vitória na Fórmula Um graças ao jovem, mas experiente piloto inglês Stirling Moss. Foi em Monte Carlo com o modelo 18 sendo o primeiro Lotus monoposto com motor traseiro. Abaixo um um Lotus 18/21P

Na linha de produção o Elan (abaixo) substituía o Elite. O novo era mais fácil de fabricar e por isso menos oneroso. Seu chassi, chamado de “Backbone” faria sucesso e seria empregado durante anos nas linhas de montagem da Lotus.

Em 1963 Chapman apresentava uma de suas primeiras revoluções na Fórmula Um. Era o Lotus 25 com estrutura/Chassi “monocoque” que iria fazer história não só na categoria máxima do automobilismo, mas também em outras. E começava a deixar muito construtor experiente muito preocupado. ~

O charutinho muito bonito era verde escuro, cor tradicional de competição dos ingleses desde os Bentley de Le Mans e tinha uma faixa amarela central. Apresentado em Zandvoort na Holanda usava o motor Coventry Climax com oito cilindros em “V” e desenvolvia 200 cavalos.

Em 1964 este havia evoluído e levava a denominação de Lotus 33.  O grande piloto escocês Jin Clark ganhou dezenove Grandes Prêmios de Fórmula Um com estes bólidos sagrando-se Campeão Mundial de Pilotos em 1963 e 1965. Concorreu com a Ferrar, a Porsche, a BRM, a Cooper e a Brabham sendo que estas duas ultimas também utilizavam o motor Coventry Clímax.

Não satisfeito o senhor Bruce atravessou o Atlântico para testar o humor dos americanos em Indianápolis. Lá fez uso do modelo equipado com motor Ford 289 da linha Fairlane com 350 cavalos e duplo comando de válvulas. Também ousou com o Lotus Turbina que tinha tração nas quatro rodas. Este tinha aspecto arrojado, linhas muito retas em cone e tinha aparência assustadora. Era rápido, chegou a bater recordes de voltas, mas faltava-lhe resistência.

Em 1967 tornava a ser uma equipe com chances de enfrentar o campeonato apresentado o modelo 49. Junto com Clark estava o grande Graham Hill pilotando o primeiro carro da Fórmula Um a usar artefatos aerodinâmicos como os enormes aerofólios traseiros, ainda sem regulamentação, que chegaram a voar em algumas provas. Este carro estava equipado com o novíssimo e excelente motor V8 Ford Cosworth DFV (Double Four Valve) com 2.995 cm³.

Logo na primeira prova na África do Sul em Kyalami, Jin Clark ganhou a prova e Hill tirou o segundo lugar. Além destes britânicos o campeonato estava prestigiado por Denny Hulme, Jackie Stewart, Jacky Ickx e Bruce McLaren.

Em 1968 Clark morria num trágico acidente sendo substituído por Jo Siffert e cabia a Hill enfrentar séria concorrência. Ganhou o campeonato com o Lotus Ford e nesta época Chapman inovava com o patrocínio de uma famosa marca de cigarros em seus carros dourados e vermelhos.  

Uma versão especial do Lotus Europa, com linhas muito interessantes lançado em 1965 também tinha as cores do carro de pista.

Chegava a década de 70 e os carros de Fórmula Um estavam muito arrojados. Nesta época os desenhistas eram muito originais e não copiavam uns dos outros rapidamente como agora. Era fácil até para uma pessoa que não era fanática, distinguir os carros.

Neste ano mais uma tragédia na Fórmula Um. O jovem austríaco Jochen Rindt que havia deixado a Brabham-Repco em 1968 e ingressando na Lotus em 1969 havia sofrido grave acidente em Monza em 1970 e venceu postumamente o campeonato de Fórmula Um de 1970.

Em 1971 a exceção da Ferrari, Matra e BRM, a Lotus, Surtees, McLaren, Brabham, March e Tyrrel, equipe campeã com a dupla Ken Tyrrel e Stewart, usavam o poderoso motor Ford Cosworth DFV.

Em 1972 a equipe de Colin Chapman contava a dupla de pilotos que eram nosso Emerson Fittipaldi e Dave Walker. O Lotus 72 de linhas arrojadas e cor preta devido ao patrocinador demonstrou ser um dos melhores carros da década e da história da Fórmula Um. Emerson ganhou sua segunda prova na categoria em Jarama na Espanha e ganhou o campeonato mundial para a Lotus. A cada prova vencida Chapman fazia voar o boné junto com a agitação da bandeira quadriculada. Ganhou cinco das doze provas do ano e o campeonato mundial.

No ano seguinte a disputa foi muito boa e a equipe dos homens de preto ficou com o segundo lugar com Emerson e terceiro com o sueco voador Ronnie Peterson. A equipe ganhava mais uma vez o Mundial de Construtores.

Em 1974 a equipe não foi bem na Fórmula Um e o modelo 72 começava a apresentar sinais de cansaço. No campo doméstico era apresentado o Lotus Elite, um esportivo mais luxuoso e comportado.

Em 1975 era a vez de um dos esportivos mais longínquos da empresa: O Lotus Esprit que se tornaria mais famoso ainda nos cinemas nas mãos de James Bond.

Alguns anos sem glórias se passaram até que, em 1978, o grande homem fez barulho outra vez na Fórmula. Apresentava seu Lotus 79 com desenho baseado numa asa invertida. Junto com isso este fórmula se aproveitava do efeito solo. O carro era bonito e eficaz, mas Colin bateu o pé, pois os mandantes tradicionalistas queriam banir as novidades. Com argumentos firmes conseguiram manter as características originais do projeto. A Lotus ganhou o campeonato mundial de Fórmula Um e também o de pilotos com o Ítalo-americano Mario Andretti e o segundo com Ronnie Peterson (abaixo) .

Em 1981 mais uma vez inovava com a invenção do chassi duplo em seu modelo 88.Abaixo Takuma Sato

A luta foi intensa com a FIA e Chapman não venceu. Também estava com problemas na produção de automóveis que não vendiam bem e em situação delicada por causa de seu envolvimento com a De Lorean. Era acusado de receber dinheiro ilícito na sociedade, mas acabou inocentado.

A Inglaterra é um país muito bonito com suas tradições seculares e respeitadíssimas pelo seu povo. Temos o Palácio de Buckingham que há anos, desde 1837 é residência oficial da família Real e tem sua troca da guarda feita sempre às 11 horas da manhã por soldados uniformizados há anos pelo mesmo figurino. Imutável e tradicional também é o amor ao chá, aos Pubs, aos ônibus de dois andares e aos táxis londrinos pretos. Um país que gosta de se manter rígido em muitas coisas e costumes. Porém mudar, inovar, revolucionar é sempre muito bom apesar da resistência que existe em todos nós.

No mundo do automóvel é sempre necessário mudar e homens brilhantes fizeram revoluções que foram aclamadas por todos. Vários ingleses famosos escreveram seus nomes nos anais do mundo do automóvel desde o princípio do século. Homens famosos como Charles Stewart Rolls, Sir Frederick Henry Royce e W.O. Bentley só para citar alguns. Sem dúvida a competência destes está acima da média. Acima da média estava um homem que nasceu na época em que estes estavam no auge.   O também o genial Anthony Colin Bruce Chapman nasceu em 19 de maio de 1928 em Richmond, Surrey localidade a sudoeste de Londres. Desde cedo se mostrou um garoto de raciocínio rápido e muito inquieto. Abaixo Lotus 20/22 1961

Aos 17 anos, logo ao final da Segunda Guerra Mundial ele ingressaria na University College London (UCL) para cursar Engenharia de Estruturas e um de seus primeiros estágios prestando serviço militar foi na RAF, à afamada Força Área Inglesa. Ali teve ótimos e valiosos aprendizados sobre aerodinâmica. Nesta época também conheceu e começou a namorar a mulher que seria sua futura esposa: Hazel Williams. Abaixo um Lotus 20/22 1961

Colin não era de família abastada, seu pai era um gerente de hotel e para se sustentar comercializava carros usados. Foi através desta ocupação e pelo bom conhecimento de mecânica que já tinha que transformou um Austin Seven encalhado num carro mais interessante. Tornou-o mais leve e foi disputar provas de Trial muito comuns na Inglaterra nesta época. Corriam em pistas de terreno acidentado e circuitos de pouca distância, carros bipostos simples e de concepção barata. Muito popular entre o público, fazia muito sucesso. Este primeiro carro foi chamado de Lotus Mark 1, tinha aspecto frágil, mas era extremamente ágil. Tinha rodas raiadas, pequenos para-lamas, dois faróis circulares bem juntos sobre a grade do radiador e mal cabia o piloto e acompanhante.

Em 1950 já estava com o diploma de Engenheiro e seu segundo filho, concebido artesanalmente, o Lotus Mk II também baseado no Seven da Austin estreava nas pistas. O jovem gênio trabalhava a noite e nos fins de semana em seus sonhos e seu salário vinha da British Aluminium Ltd empresa tradicional na extração e exploração de alumínio desde 1894.

Em 1951 não cessava seu trabalho com os carros e fez o Lotus Mk IV especialmente para Mike Lawson que era tio do grande piloto Stirling Moss. Era o segundo carro que ele comprava nas mãos de Chapman e desta vez era para correr na categoria de 750 cm³. A dedicação e a tenacidade do homem eram incríveis. Construiu o Lotus V sem maiores pretensões e seu grande sucesso viria com o Lotus Mk VI 

Era um Kit Car, ou seja, um carro para se montar em casa, com chassi tubular, poucas peças de carroceria, motor, chassi e suspensão simples. Mas andava bem e já mostrava bons dotes. O sucesso veio rápido e isso fez com que a empresa se consolidasse e em 1952 era fundada por Colin Chapman e Hazel Willians e Lotus Enginering Co. Colin já era casado e resolvera não mais trabalhar na British Aluminium para se dedicar em tempo integral a sua empresa. A esposa ia se dedicar à administração e ele junto com Mike Costin, engenheiro aeronáutico que se tornaria muito famoso mais tarde junto com Keith Duckworth iriam fabricar esportivos velozes e produziram cerca de 110 unidades até 1955. A carroceria era de alumínio e o motor Ford tinha inicialmente 1.172 cm³ e depois passou a 1.498.

Em 1957 era lançado um dos maiores sucesso da empresa: O Seven S1. Era mais moderno e confortável que o modelo anterior. A fórmula deu tão certo que até hoje é produzido quase idêntico ao original sob a identidade de Caterham. È sinônimo de simplicidade, robustez e muita eficiência. Outra que o faz um pouco mais moderno é a holandesa Donkervoort.

Neste mesmo ano nas pistas brilhava em sua classe nas 24 Horas de Le Mans o Lotus Eleven. Este esbanjava fluidez em suas linhas aerodinâmicas, tinha motor de 1.100 cm³ e perto de 270 modelos foram vendidos tanto em versão civil quanto em versão competição. Era a pequena empresa de Hethel, no condado de Norfolk começando a brilhar. O interessante Lotus Eleven produzido entre 1956 e 1958 cujo Designer é obra de Frank Costin o mesmo dos motores Cosworth (Mike Costin e Keith Duckworth)

Um ano depois Colin Chapman também tentaria carreira atrás do volante, mas não foi bem sucedido, sofreu um acidente com um Fórmula Um Vanwall que estrearia naquele ano e que, junto com ele, tinha as mãos da dupla Mike Costin e Keith Duckworth em sua concepção. 

Em 1958 apareceria o Tipo 12 que seria o primeiro monoposto Lotus. A atração neste era sua suspensão traseira apelidada de “Chapman Strut.” O genial estava no fato que os semi-eixos da transmissão trabalhavam no amortecimento traseiro. Era equipado com motor Coventry Clímax ainda em posição dianteira e correu na Fórmula 2. 

Seu segundo sucesso e que Chapman tinha um especial apreço foi o modelo Tipo 14, o belo Lotus Elite (acima). O belo esportivo de linhas arredondadas e aerodinâmicas fez tanto sucesso nas pistas quanto nas mãos de jovens abastados já que não era um automóvel esporte barato. Tinha carroceria com estrutura monobloco e concebida em fibra de vidro. Foram quase 750 modelos até 1962.

Enquanto isso nas pistas a Lotus obtinha sua primeira vitória na Fórmula Um graças ao jovem, mas experiente piloto inglês Stirling Moss. Foi em Monte Carlo com o modelo 18 sendo o primeiro Lotus monoposto com motor traseiro. Abaixo um um Lotus 18/21P

Na linha de produção o Elan (abaixo) substituía o Elite. O novo era mais fácil de fabricar e por isso menos oneroso. Seu chassi, chamado de “Backbone” faria sucesso e seria empregado durante anos nas linhas de montagem da Lotus.

Em 1963 Chapman apresentava uma de suas primeiras revoluções na Fórmula Um. Era o Lotus 25 com estrutura/Chassi “monocoque” que iria fazer história não só na categoria máxima do automobilismo, mas também em outras. E começava a deixar muito construtor experiente muito preocupado. ~

O charutinho muito bonito era verde escuro, cor tradicional de competição dos ingleses desde os Bentley de Le Mans e tinha uma faixa amarela central. Apresentado em Zandvoort na Holanda usava o motor Coventry Climax com oito cilindros em “V” e desenvolvia 200 cavalos.

Em 1964 este havia evoluído e levava a denominação de Lotus 33.  O grande piloto escocês Jin Clark ganhou dezenove Grandes Prêmios de Fórmula Um com estes bólidos sagrando-se Campeão Mundial de Pilotos em 1963 e 1965. Concorreu com a Ferrar, a Porsche, a BRM, a Cooper e a Brabham sendo que estas duas ultimas também utilizavam o motor Coventry Clímax.

Não satisfeito o senhor Bruce atravessou o Atlântico para testar o humor dos americanos em Indianápolis. Lá fez uso do modelo equipado com motor Ford 289 da linha Fairlane com 350 cavalos e duplo comando de válvulas. Também ousou com o Lotus Turbina que tinha tração nas quatro rodas. Este tinha aspecto arrojado, linhas muito retas em cone e tinha aparência assustadora. Era rápido, chegou a bater recordes de voltas, mas faltava-lhe resistência.

Em 1967 tornava a ser uma equipe com chances de enfrentar o campeonato apresentado o modelo 49. Junto com Clark estava o grande Graham Hill pilotando o primeiro carro da Fórmula Um a usar artefatos aerodinâmicos como os enormes aerofólios traseiros, ainda sem regulamentação, que chegaram a voar em algumas provas. Este carro estava equipado com o novíssimo e excelente motor V8 Ford Cosworth DFV (Double Four Valve) com 2.995 cm³.

Logo na primeira prova na África do Sul em Kyalami, Jin Clark ganhou a prova e Hill tirou o segundo lugar. Além destes britânicos o campeonato estava prestigiado por Denny Hulme, Jackie Stewart, Jacky Ickx e Bruce McLaren.

Em 1968 Clark morria num trágico acidente sendo substituído por Jo Siffert e cabia a Hill enfrentar séria concorrência. Ganhou o campeonato com o Lotus Ford e nesta época Chapman inovava com o patrocínio de uma famosa marca de cigarros em seus carros dourados e vermelhos.  

Uma versão especial do Lotus Europa, com linhas muito interessantes lançado em 1965 também tinha as cores do carro de pista.

Chegava a década de 70 e os carros de Fórmula Um estavam muito arrojados. Nesta época os desenhistas eram muito originais e não copiavam uns dos outros rapidamente como agora. Era fácil até para uma pessoa que não era fanática, distinguir os carros.

Neste ano mais uma tragédia na Fórmula Um. O jovem austríaco Jochen Rindt que havia deixado a Brabham-Repco em 1968 e ingressando na Lotus em 1969 havia sofrido grave acidente em Monza em 1970 e venceu postumamente o campeonato de Fórmula Um de 1970.

Em 1971 a exceção da Ferrari, Matra e BRM, a Lotus, Surtees, McLaren, Brabham, March e Tyrrel, equipe campeã com a dupla Ken Tyrrel e Stewart, usavam o poderoso motor Ford Cosworth DFV.

Em 1972 a equipe de Colin Chapman contava a dupla de pilotos que eram nosso Emerson Fittipaldi e Dave Walker. O Lotus 72 de linhas arrojadas e cor preta devido ao patrocinador demonstrou ser um dos melhores carros da década e da história da Fórmula Um. Emerson ganhou sua segunda prova na categoria em Jarama na Espanha e ganhou o campeonato mundial para a Lotus. A cada prova vencida Chapman fazia voar o boné junto com a agitação da bandeira quadriculada. Ganhou cinco das doze provas do ano e o campeonato mundial.

No ano seguinte a disputa foi muito boa e a equipe dos homens de preto ficou com o segundo lugar com Emerson e terceiro com o sueco voador Ronnie Peterson. A equipe ganhava mais uma vez o Mundial de Construtores.

Em 1974 a equipe não foi bem na Fórmula Um e o modelo 72 começava a apresentar sinais de cansaço. No campo doméstico era apresentado o Lotus Elite, um esportivo mais luxuoso e comportado.

Em 1975 era a vez de um dos esportivos mais longínquos da empresa: O Lotus Esprit que se tornaria mais famoso ainda nos cinemas nas mãos de James Bond.

Alguns anos sem glórias se passaram até que, em 1978, o grande homem fez barulho outra vez na Fórmula. Apresentava seu Lotus 79 com desenho baseado numa asa invertida. Junto com isso este fórmula se aproveitava do efeito solo. O carro era bonito e eficaz, mas Colin bateu o pé, pois os mandantes tradicionalistas queriam banir as novidades. Com argumentos firmes conseguiram manter as características originais do projeto. A Lotus ganhou o campeonato mundial de Fórmula Um e também o de pilotos com o Ítalo-americano Mario Andretti e o segundo com Ronnie Peterson (abaixo) .

Em 1981 mais uma vez inovava com a invenção do chassi duplo em seu modelo 88.Abaixo Takuma Sato

A luta foi intensa com a FIA e Chapman não venceu. Também estava com problemas na produção de automóveis que não vendiam bem e em situação delicada por causa de seu envolvimento com a De Lorean. Era acusado de receber dinheiro ilícito na sociedade, mas acabou inocentado.

Anthony Colin Bruce Chapman sofreu um violento ataque cardíaco em 16 de dezembro de 1982 no Castelo de Ketteringham Hall, sede da equipe Lotus. Viu pela última vez seu carro cruzar em primeiro lugar nas mãos do italiano Elio de Angelis no Grande Prêmio da Áustria em Zeltweg.

Foi um inglês pouco tradicional e sempre inovador, muito criativo e sempre genial. 

O personagem Merlin do filme clássico de Walt Disney era um bondoso mago que previa o futuro. Tal como no desenho, na vida real Chapman por vezes esteve lá muito adiante de outros.

A empresa segue hoje produzindo esportivos muito eficientes como o Elise, o Lotus 2-Eleven e o Exige. Clive Chapman, seu filho, dirige hoje a Classic Team Lotus auxiliando aqueles que preservam o legado destes carros geniais.


Em Escala

Também nosso grande Ayrton Senna da Silva, três vezes campeão mundial, com seu Lotus Renault 97T. A era Turbo dos monopostos

Lotus Ford 49 que foi pilotado por Jim Clark e Graham Hill


Anthony Colin Bruce Chapman sofreu um violento ataque cardíaco em 16 de dezembro de 1982 no Castelo de Ketteringham Hall, sede da equipe Lotus. Viu pela última vez seu carro cruzar em primeiro lugar nas mãos do italiano Elio de Angelis no Grande Prêmio da Áustria em Zeltweg.

Foi um inglês pouco tradicional e sempre inovador, muito criativo e sempre genial. 

O personagem Merlin do filme clássico de Walt Disney era um bondoso mago que previa o futuro. Tal como no desenho, na vida real Chapman por vezes esteve lá muito adiante de outros.

A empresa segue hoje produzindo esportivos muito eficientes como o Elise, o Lotus 2-Eleven e o Exige. Clive Chapman, seu filho, dirige hoje a Classic Team Lotus auxiliando aqueles que preservam o legado destes carros geniais.


Texto, fotos e montagem Francis Castaings. Demais fotos de publicação do site

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