Austin Healey: 70 anos em 2022. Um dos Melhores Roadster’s Inglês
Com o estilo típico dos carros esporte ingleses o Austin Healey foi uma ótima opção entre os esportivos britânicos, europeus e americanos. E fez muito sucesso.
Na Inglaterra, desde os anos 30, era referencia em carros pequenos com motores bem preparados ou não, com carrocerias leves e estilo esportivo. Um dos mais interessantes era o Austin Seven Swallow que desde e década de 30 fazia muito sucesso. Nesta e na década de 40 vários outros esportivos começaram a ser produzidos e a concorrência aumentava.
Após o conflito mundial vários modelos foram lançados e um deles que se destacou foi o Jaguar XK 120. E estavam na mira da empresa os modelos da Morris Garage (MG) modelo T e Triumph 1800 Roadster principalmente.
Em 1952 foi apresentado em Earl’s Court, Salão que ficava numa região metropolitana nobre de Londres um modelo batizado Healey 100 (em referencia a 100 milhas por hora) com quatro cilindros em linha. Era obra de Donald Mitchell Healey, especialista em carro esporte. A produção começou em 1953, modelo 100/4 como motor de quatro cilindros em linha, com 2,7 litros de cilindrada e 90 cavalos de potência. Donald Healey já preparava carros desde o final da Segunda Grande Guerra. Fez ótimos trabalhos para a Riley e um deles, no final da década, o Riley 2,5 duplo comando chegava a 170 k/h. Donald era proprietário de uma oficina de preparação de motores. Numa viagem, cruzando o Atlântico a bordo do Queen Mary, o Jovem Donald conheceu o patrão da Nash, George Mason, e meses depois nascia o Nash-Healey com motor seis cilindros do modelo Ambassador. Era Também um esportivo interessante redesenhado por Pininfarina. O lançamento do Healey 100 chamou a atenção de Lord Austin, que era o patrão da BMC (British Motor Company ) que detinha a marca Austin dentre outras. O objetivo do Lord era atacar os modelos da MG principalmente o novo modelo MG A. Daí nasceu uma ótima associação.
O novo carro tinha carroceria com linhas curvas e aerodinâmicas. Era em aço estampado e as portas, capô e tampa do porta-malas era em alumínio. Com frente longa e grade triangular cromada invertida e restrito a dois passageiros. Sua caixa de marchas tinha três velocidades sendo que a primeira não era sincronizada e a terceira com sobremarcha (overdrive) muito apreciada pelos britânicos. Um ano depois a potencia subia para 100 cavalos e sua suspensão era reforçada.
Em 1955 a potência tornava a aumentar para 132 cavalos, o peso o carro subia para 890 quilos e recebia quatro freios a disco. Era uma versão também destinada as pistas e era ótimo a pilotagem oferecida.
Em 1956 era equipado com motor de seis cilindros em linha e entre-eixos alongado em quatro centímetros. Era um modelo 2+2, Tipo BN4, mas na verdade os bancos traseiros eram mera figuração. A potencia em 1957 era de 117 cavalos, tinha novo cabeçote chamado de Six-port, carburador da marca SU (Skinner-Union) e novos coletores de admissão. Também era oferecido a carroceria roadster dois lugares tipo BN6 que poderia vir em duas cores.
Em 1959 nascia a versão que se tornaria referencia: Era o 3000 MK1 disponível com carroceria de dois lugares ou 2+2. Em 1961 seu motor longitudinal, em posição dianteira, tinha seis cilindros em linha, cabeçote e bloco em ferro fundido, arrefecido a água, válvulas no cabeçote e comando lateral. Contava com três carburadores, 2,9 litros (2.912 cm³), 124 cavalos a 4.600 rpm, caixa de quatro marchas com overdrive e freios a disco da marca Girling dianteiros opcionais. Suas rodas 15 polegadas podiam ser em aço estampado ou raiadas que lhe caiam muito bem. Sua tração era traseira. Seu torque máximo era de 19,7 mkgf a 2.400 rpm. Fazia de 0 a 100 km/h em 11 segundos e sua velocidade máxima era de 170 km/h. O motor vinha do sedã Austin Atlantic que também foi aplicado no Westminster (abaixo) . Novo motor para o Healey, mais peso: 1.080 quilos.
Era um carro esporte bonito e atraente. Media 4,0 metros de comprimento e 1,54 de altura e 1,24 de largura com entre-eixos de 2,34 metros. Frente longa e traseira curta. O porta-malas como a maioria dos esportivos era limitado e o bagageiro sobre a tampa era necessário e dava-lhe um charme extra. Na traseira a identificação Austin–Healey 100-Six. A nova grade oblonga e entrada de ar no meio do capô davam-lhe agressividade.
Sua suspensão dianteira era independente com triângulos superpostos, molas helicoidais e amortecedores telescópicos. Atrás tinha eixo rígido com feixes de molas e barras Panhard.
Em 1961 chegava a versão MK II com potência de 132 cavalos graças aos novos três carburadores.
Em 1962 o conversível contava com vidros laterais que poderiam ser acionados. Capota de lona dobrável com mais facilidade, novo para-brisa e quebra-ventos. Seu estilo era clássico.
Tinha novos carburadores SU. Passavam a ser dois. Um de seus concorrentes na América era o Chevrolet Corvette da primeira safra e na Europa o Porsche 356 e o Lotus Elan
No final de 1963 chegava a versão MKIII que trazia servo-freio e madeira de boa qualidade no painel. Sobre este estava localizado o espelho retrovisor central e havia mais dois na metade dos para-lamas dianteiros.
A vasta instrumentação contava com velocímetro, conta-giros, marcador da pressão de óleo, temperatura da água e nível do tanque de combustível. No console relógio de horas e voltímetro. Seus bancos dianteiros marca Mem em couro tinham desenho esportivo e o volante de três raios podia ter acabamento em madeira. A alavanca de marchas tinha boa pegada e seu acabamento era ótimo. Cerca de 90 % da produção era destinada aos Estados Unidos com muitas mudanças por conta de regras rígidas.
Era chamado agora de Big-Healey. Em 1964 recebia novos escapamentos e no ano seguinte nova suspensão traseira que melhoraria muito sua estabilidade.
Em 1968, último ano de produção a potência era de 148 cavalos a 5.250 rpm. Sua velocidade máxima beirava os 200 km/h. Um concorrente de peso na Europa era o Porsche 911 Targa.
Infelizmente nos Estados Unidos as normas de controle de emissões, principalmente na Califórnia e segurança rígida definiram o fim da produção deste ótimo esportivo inglês após cerca de 70.000 unidades produzidas.
Até hoje é referenciado e participa com frequência de corridas de veículos históricos de competição. O Big-Healey foi um marco na produção de carros esportes ingleses!
Hoje é um dos colecionáveis muito desejados.
Texto, fotos e montagem Francis Castaings. Fotos dos carros de corrida são das Organizações Peter Auto e outras publicadas no site
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