Austin Taxicab Hire Car,modelos FX’s. Os Carros do país da Rainha Elizabeth II
Na mais importante e tradicional ilha da Europa, a Grã-Bretanha, temos símbolos que a tornam única no mundo. A rainha e o Palácio de Buckingham, a torre de Londres, o Big Ben, a troca da guarda e o chá das cinco. O coche e a carruagem de aluguel tem suas origens na Inglaterra no século XVII. Em 1850, os escritórios que controlavam os táxis, se chamavam “Public Carriage Office” Em 1903, os veículos a motor podiam trafegar numa velocidade máxima de 33 km/h. Isto porque a quantidade de cavalos para tracionar as carruagens era da ordem de 11.000 animais. Já havia um transtorno no transito.Aos poucos os veículos a motor foram tirando das ruas todos os quadrúpedes que tracionavam carroças e sua evolução trouxe ao homem mais conforto para trafegar. Nas ruas e avenidas da capital da Inglaterra, além dos notáveis e conhecidíssimos ônibus de dois andares vermelhos, outro veiculo se destaca dos demais há muitas décadas: – O London Cab também chamado de Black Cab. Abaixo, em Paris, na França, serve até hoje como carro propaganda de uma grife famosa de roupas.
O de maior longevidade, nasceu em 1958, na fábrica da Austin, o Taxicab Hire Car, modelo FX4. Era um carro de quatro portas e linhas curvas destinado ao mercado de táxis e carros de aluguel. A palavra Hire em inglês quer dizer aluguel. Foi apresentado no Salão de Londres deste ano. Na cor preta, o automóvel já tinha linhas antiquadas e tradicionais desde as primeiras unidades.
Suas medidas eram grandes: 4,58 metros de comprimento, 1,74 de largura e 1,77 de altura. Por que tão alto? – Para que os Lords pudessem estar dentro dele portando suas respectivas cartolas. Tudo em nome do conforto, da tradição e da elegância. E largo para acomodar bem seus passageiros, numa grande “poltrona” inteiriça com conforto para as pernas também. Conforme a configuração, podia acomodar cinco,seis ou sete viajantes, pois possuía também pequenos assentos retráteis. Sua frente, com a grade do radiador vertical imponente, era de desenho semelhante aos Rolls, Jaguar e Daimler da época.
O motor, dianteiro, longitudinal, movido a óleo diesel, arrefecido a água, era um 4 cilindros com a capacidade volumétrica de 2.178 cm³ e potência de 55 cavalos a 3.500 rpm. A taxa de compressão de 20:1 era típica de motores com este combustível. Sua transmissão automática tinha três velocidades, ou manual de quatro sendo que a 1ª não era sincronizada. A tração era traseira. A velocidade máxima era de 95 km/h e seu consumo urbano de 12 km/l. A capacidade do tanque era de 52 litros.
O pesadão (1.730 quilos) não era nada esportivo mas também não tinha este objetivo. Seu forte era o conforto. Para isso, modelo dois volumes, também contava com três vidros laterais de dimensões generosas que garantiam ótima visibilidade para o motorista e passageiros.
Na frente só ia o “James” dirigindo o Black Cab. Ao lado, deste, havia espaço para acomodar algumas pequenas bagagens. Não tinha banco do “ajudante”.
Também, por ordem da discrição, havia um vidro separando a cabine dos assentos dos nobres ocupantes. Uma pequena escotilha/portinha servia para a comunicação entre as pessoas com o chofer. Estes eram treinados e educados para bem atender seus clientes. O mapa da metrópole Londrina estava gravado na mente de cada um deles. As portas de trás tinham abertura tipo suicida e se abriam num ângulo de 90º. Outra característica única, era seu raio de curva de 3,8 metros, impressionante e muito prático em algumas ruelas e praças na cidade de Sherlock Holmes.
Facílimo de manobrar e ótimo para entrar em vagas apertadas. Logicamente este automóvel tinha o volante de direção do lado direito. Na porta do motorista havia um retrovisor e o outro ficava sobre o para-lamas direito. Seus pneus, de desenho diagonal, eram na medida 5.75 x 16.
Anos depois, em 1972, o motor passou a ter 2.520 cm³ e ganhou um pouquinho de potencia: 61 cavalos. A velocidade máxima passou a ser de 105 km/h. Por fora novos para-choques maiores, na capota, um “chapeuzinho” protegia o luminoso com a indicação Táxi. Neste ano a produção anual era de 3.000 unidades.
Em 1982, a Austin vendeu os direitos de fabricação e todo o ferramental para a empresa Carbodies. Esta logo melhorou o automóvel que ganhou servo-freio, e o mais importante, o motor do Land Rover, de 2.286 cm³, também movido a diesel. Mais moderno ele tinha também 61 cavalos e taxa de compressão de 23:1. Era menos poluente e vibrava menos. A suspensão dianteira era independente com molas helicoidais e a traseira, com eixo rígido, molas semi-elípticas. As fotos abaixo são do modelo TX atual.
Passou a se chamar FX4R e a produção chegava a 6.000 táxis por ano. Em 1984 a empresa passava a se chamar London Táxis International Limited. O interior foi redesenhado e a capacidade de passageiros foi limitada a cinco pessoas.
Dois anos depois passou a ser exportado para o Japão. Chegava numa cadencia de 200 unidades anuais e recebia o nome de “Big Ban” no país do sol nascente. O novo modelo chamava-se FX4S e por baixo do capo estava o novo e robusto motor de 2.495 cm³ do Land Rover 90 de 86 cavalos e injeção mecânica. Por fora a única novidade era o para-choques na cor preta. E na parte externa, na carroceria, não era obrigatório mais a cor preta que era muito formal e sisuda e foi também autorizada a propaganda nas laterais
Em 1987 o Black Cab recebia a antiga denominação Fairway e passava a receber o motor 2.700 do Nissan a diesel também. Foram produzidas 7.000 unidades sendo que 2.000 tiveram suas poltronas adaptadas para receber passageiros usuários de cadeiras de rodas. Suas portas tinham melhor acesso também para esta minoria. A suspensão traseira recebia aperfeiçoamentos também. Dois anos depois a grade do radiador podia vir com acabamento na cor bronze, prata e ouro. Ficava ainda mais charmoso. Longe de ser um modelo bonito o carrão era muito glamouroso. Em média, rodavam 65.000 milhas por ano, por volta de 108.000 quilômetros.
Na Austrália, uma agência enfeita os modelos a caráter para levar os noivos até as igrejas. É muito chique por lá. Os usados são bem cotados e vendidos para particulares em toda a Europa principalmente.
O carro é ainda um orgulho britânico e aclamado por muitos como “Simply The Best”. Foi fabricado até 1997 e substituído pelo LTI TX1 que é era pouco mais “moderno”.
Também por medidas de segurança mais rigorosas que foram adotadas o FX4 não passaria mais nas provas atuais.
Elizabeth II, nascida Elizabeth Alexandra Mary
Nascimento: 21 de abril de 1926 em Mayfair, Londres, Reino Unido – Morte: 8 de setembro de 2022 (96 anos)
Qualificação de motorista
Em Londres, os candidatos a motoristas de táxi precisam passar por um curso e, se aprovados, fazer um teste chamado The Knowledge (conhecimento sobre determinado assunto) para provar que eles têm um conhecimento muito bom das avenidas, praças e ruas da capital inglesa Londres, edifícios, monumentos importantes, atrações turísticas, etc. Feito isso, permite que o motorista, se torne um membro da Companhia de Motoristas de Táxi de Hackney.
Existem dois tipos de habilitação: um crachá amarelo para as áreas suburbanas e um verde para toda metrópole de Londres. Este último é considerado muito mais difícil. Existem atualmente cerca de 21.000 táxis em Londres, licenciados pelo Public Carriage Office.
Em outras cidades , os conselhos têm seus próprios regulamentos. Alguns exigem apenas um teste para passar pela aprovação do DBS (Disclosure and Barring Service/ Divulgação e Serviço de Restrição ) e ter uma carteira de motorista “limpa”, enquanto outros usam suas próprias versões locais do teste The Knowledge, de Londres.
Em escala
As maiores nas escalas 1/32 e 1/43 são da Corgi Toys inglesa e ambas da década de 70. As menores, escala 1/64 na caixa são Matchbox. As menores ao centro, uma Hotwheels “hot” e a outra da Corgy Toys com rodas Whizzwheels.
Texto, montagem e Francis Castaings, Demais fotos de divulgação do site.
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