Chevrolet Omega: Pouco tempo de vida para um grande Chevrolet. Lançado no Brasil há 30 anos

Chevrolet Omega: Pouco tempo de vida para um grande Chevrolet. Lançado no Brasil há 30 anos

Na década de 90, nosso grande Chevrolet Opala, já estava envelhecido e sua produção terminou em 1992 já com vários aprimoramentos que o tornavam um carro muito melhor e moderno se não fosse sua carroceria datada de 1965 derivada do Opel Rekord C alemão. Lá na Alemanha já tinha passado por várias atualizações. Foram o Rekord “D” (1972-77) e o Rekord “E” (1977-86).  Em 1981 já se preparava seu sucessor na Alemanha.

O novo carro se chamava Omega e foi apresentado como o Carro V, com uma plataforma atualizada, ótimo espaço para cinco ocupantes, com motor longitudinal e tração traseira com suspensão independente. Um conjunto moderno. A criação do seu desenho, foi chefiado pelo designer alemão Herbert Killmer.

Foi um total de 1.400 horas de estudos em túneis de vento com maquetes em escala e modelos em tamanho real nos estúdios da Opel Design Center, na Universidade Técnica de Stuttgart e nos estúdios Pininfarina, na Itália. O Opel Omega foi apresentado ao mercado europeu em 1986, e sua produção manteve-se 1994. Foi substituído pelo Omega B.

No Brasil

Em 1992 nossas ruas eram invadidas por carros importados de todos os segmentos e aqueles de porte maior faziam sucesso entre o publico de maior poder aquisitivo. E neste ano a General Motors apresentou ao mercado o Chevrolet Omega. Fez sucesso, pois a marca Chevrolet era uma das preferidas no Brasil e referencia em carros de porte médio e grande. 

O Chevrolet Omega foi lançado no Brasil em agosto de 1992, já como modelo 1993, na versão sedã quatro portas e meses depois, veio a perua Omega Suprema com dimensões generosas. Não havia lá a versão de duas portas e foi sensato não lançar aqui também já que nesta configuração não era mais uma preferência nacional.

Suas medidas eram 4,74 metros de comprimento e 2,73 metros de entre os eixos, 1,76 de largura e 1,41 de altura. Seu peso variava entre 1.250 quilos a 1.550 quilos conforme  motorização e equipamentos instalados Havia duas opções de motores e conforme versão de acabamento : a GLS (Gran Luxo Super) com motor 2.0, oriundo do Monza e a CD (Comfort Diamond) com o motor 3.0 de seis cilindros em linha importado da Alemanha e adaptado as nossas condições.

Sua carroceria era bonita e tinha linhas modernas. Ia enfrentar grande concorrência de fabricantes japoneses, europeus e também de americanos trazidos ou não por importadores oficiais. Tinha boa aerodinâmica, coeficiente aerodinâmico (Cx) de 0,30, frente em cunha, palhetas do limpador dos vidros escondidas sob o capô e vidros laterais rentes à carroceria. A área envidraçada era ótima.

Não tinha as velhas canaletas, retrovisores externos de acordo as linhas aerodinâmicas, as maçanetas era embutidas e caimento suave da traseira.Tudo muito harmonioso. Grade frontal e grupo ótico eram rentes a área frontal e mantinham a identidade da marca Opel e Chevrolet Brasil com o Kadett, Monza e até com o velho Chevette já em fim de carreira.

O motor básico, com 1.998 cm³, tinha quatro cilindros e oito válvulas da versão GLS era vinha equipado com injeção eletrônica multiponto Bosch Motronic, de processamento digital e sensor de detonação (na versão a álcool), e sensor de oxigênio no escapamento. Rendendo 116 cavalos de potência, permitia ao sedã chegar a ótimos 190 km/h de velocidade máxima e fazia de 0 a 100 km/h em 12,65.

Ainda em 1993, chegava a versão GLS 2.0 a álcool, com um ganho de potência e performance Chegava a 130 cavalos a acelerava de 0 a 100 km/h em 11,11 segundos e tinha final de 199 km/h.Destacável!

O motor com 2.969 cm³ de seis cilindros em linha tinha comando de válvulas no cabeçote, fluxo de admissão e escape do tipo reverso e, tanto o bloco como o cabeçote, eram fundidos em ferro. Desenvolvia 165 cavalos de potência a 5.800 rpm e levava o modelo de 0 a 100 km/h em 9,5 segundos. Tinha câmbio manual de cinco marchas e, opcionalmente, câmbio automático de quatro marchas 4L30-E, com três programas de funcionamento (normal, “sport” e anti-patinação). O sedã alcançava 222 km/h (212 km/h com câmbio automático)

A suspensão era independente com braços semi-arrastados na traseira. Na dianteira, suspensão McPherson, barra estabilizadora e com amortecedores à gás nas versões de seis cilindros. Atrás também independente e barra estabilizadora. Um conjunto moderno que garantia ótima estabilidade ao sedã. Calçava pneus na medida 195 65 R15 atrás 205 65 R15. Tinha freios a disco nas quatro rodas e foi um dos primeiros carros nacionais a oferecer freios ABS, tanto nas versões quatro e seis cilindros.

Por dentro havia um excelente painel com ótima instrumentação. Os cinco passageiros  ficavam muito bem acomodados nos bancos (com revestimento de couro disponível opcionalmente a partir de 1995), além de detalhes como computador de bordo, ar-condicionado e teto-solar elétrico, controle automático de velocidade, vidros elétricos com função de um toque integral, retrovisores elétricos com desembaçador, alarme com sensor ultrassom, bancos com regulagens lombares e volante com regulagem de altura. O Omega também oferecia um sistema de áudio jamais visto em outros modelos, onde havia dois aparelhos separados, um toca-CD e um toca-fitas cassete, devidamente dotados de amplificador de potência.

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A versão perua, a Suprema, foi lançada em abril de 1993 e teve uma vida curta, mantida em produção até o ano de 1996. Podia levar 540 litros de bagagem. A tração também era traseira e a suspensão contava com um sistema de nivelamento pneumático constante, que deixava a traseira da perua sempre nivelada, na altura correta, independente da quantidade de carga no seu porta-malas. É muito raro se ver nas ruas em boas condições. Havia um bagageiro muito útil no tento após a coluna “C”.

Para o segundo semestre de 1994, foi lançada uma série limitada do Omega batizada de Diamond, tinha acabamento da versão GLS,  mas era equipada com o motor 3.0 litros. Também veio a versão GL, uma versão mais despojada, que trazia um acabamento mais simples, tinha somente motor a álcool, dedicada aos frotistas e taxistas.Não fez o sucesso esperado.

A partir de 1995, a linha recebeu novos motores 2.2 litros muito bem vindo, com quatro cilindros e o nosso 4.1 litros de seis cilindros em linha do Opala, em substituição aos motores 2.0 litros e 3.0 litros, respectivamente

O motor 4.1 i,assim chamado, era o mesmo do bom e velho Opala, mas com aperfeiçoamentos tecnológicos que aumentaram o seu rendimento. Era mais suave e por incrível que pareça tinha menor consumo em comparação ao motor que equipou o Opala Diplomata  4.1. Revisado pelos engenheiros da Lotus,já parceira da GM Europa, as suas peças móveis tiveram o peso reduzido com emprego de novos materiais , o cabeçote recebeu dutos de admissão e escape individuais e a moderna injeção eletrônica sequencial Bosch Motronic foi adotada. Com isso o novo propulsor passou a desenvolver 168 cavalos de potência e o torque ficou em 29,1 kgfm a 3.500 rpm. Foi utilizado nas duas versões de acabamento, CD e GLS.

O motor 4.1 foi a alternativa ao encerramento da produção do motor 3.0 pela Opel na Alemanha. Lá a nova geração Omega B passou a utilizar um moderno motor ECOTEC MV6. Era um V6 com 3.0 litros, com duplo comando com 24 válvulas de 210 cavalos e 27,4 kgfm de torque.

Também em 1995 o acabamento na versão CD foi melhorado em alguns detalhes: apliques que imitavam a madeira nas portas e no console do câmbio, bancos de couro opcionais, novas rodas com design mais atualizado, lanternas traseiras fumê e um discreto aerofólio na tampa do porta-malas, e retrovisor interno fotocrômico. A principal função de um  eletrocrômico é basicamente minimizar a incidência da luz emitida pelo farol de um carro que vem logo atrás, por ajustar sua transparência de reflexo de forma automática, de acordo com a intensidade de luz projetada sobre ele.

Infelizmente em 1998, foi último ano de fabricação do Omega no Brasil, a Chevrolet preparou uma série especial de despedida, com alguns itens exclusivos: Rodas com desenho esportivo, novos logotipos e emblemas, painel com tipografia diferenciada e iluminação em tom verde, tecla para travamento central das portas, sistema de proteção de sobrecarga elétrica e alguns pequenos ajustes no motor para reduzir o consumo.

A última unidade do Omega fabricada no Brasil, foi cedida pela General Motors para exposição no extinto Museu da Tecnologia da ULBRA, em Canoas, Rio Grande do Sul, mantido este infelizmente até o ano de 2010. Mas atualmente encontra-se aos cuidados de um colecionador particular. E bons colecionadores e clubes mantêm sua memória com muita propriedade.

Abaixo um modelo de uma colecionador amigo de Pouso Alegre, Minas Gerais. Impecável. Longa vida ao seu Omega amigo


Nas Pistas

A General Motors voltava a investir na categoria Stock Car década de 1990. O Omega, foi adaptado para competição. Numa estratégia de marketing e para diminuição de custos, as corridas passaram a ser realizadas em rodadas duplas com a Fórmula Chevrolet, num evento chamado Chevrolet Challenger, cujos ingressos eram gratuitos e distribuídos nas concessionárias de veículos da marca. Em 1994, 1996, 1997 e 1998 o campeão foi Ingo Hoffmann. Em 1995 foi Paulo Gomes e 1999 foi Chico Serra.

Usou o antigo e confiável motor seis cilindros com 4,1 litros de 330/340 cavalos do Chevrolet Opala, que eram abastecidos a álcool e a alimentados por carburador. Foram sete anos nas pistas.


O Omega Lotus

O nada tímido Lotus Carlton foi um carro fabricado pela Lotus e que usava a plataforma do Opel/Vauxhall Omega. Produzido na Inglaterra entre 1990 e  1992. Foi comercializado na Europa como Opel Lotus Omega. As diferenças externas eram poucas em relação ao sedã normal: Spoiler pronunciado na frente entradas de ar no capô, logotipos da Lotus sobre o capô, na lateral do carro e um pequeno aerofólio traseiro.  Era um super sedã agressivo.

Usava o motor derivado do bloco de 3,0 litros usado no Omega GSi e CD. Com as alterações este motor seis cilindros com 3.615 cm³, tinha dois Turbos Garrett T25, obtendo 377 cavalos e 57,9 Kgfm de torque. A caixa manual de seis velocidades era idêntica a  Chevrolet Corvette ZR-1.

Fazia de 0 a 100km/h em 5,4 e tinha velocidade  máxima de incríveis 282 km/h. Era vendido na cor Imperial Green. Um modelo esteve a venda por um importador independente no Brasil. Foram vendidas na Europa cerca de 1.300 unidades. E era um carro caro!


Em escala 1/43. Na versão civil e competição


Texto, fotos e Montagem Francis Castaings                                                                                       

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