De Tomaso Mangusta: O Matador de Cobras

De Tomaso Mangusta: O Matador de Cobras

Nos anos 50 e 60 estar dentro de um Jaguar, Maserati, Ferrari, ou Aston Martin era sinônimo de imponência. E alguns fabricantes de carros esportivos enxergaram um filão neste segmento. Um esportivo de alto luxo e de alta performance também .E foi nesta tendência que embarcou o construtor de carros esportes, o argentino Alejandro De Tomaso. Sua empresa estava estabelecida num bairro de Modena na Itália, terra também da famosa Ferrari. Ele já havia produzido dois modelos muito interessantes. Seu primeiro carro esportivo foi o Vallelunga. Em 1967 apresentou o Mangusta com linhas muito arrojadas e belas. Foi desenhado por Giorgetto Giugiaro

O argentino Alejandro de Tomaso, nascido em Buenos Aires em 1928. Sua família era muito poderosa e conhecida. Mas foi, voou da Argentina em seu próprio avião em 1955, fugindo da perseguição do regime de Juan Perón. Foi para a Itália e se estabeleceu em Modena que abrigava as sedes da Maserati, Lamborghini (Sant’Agata Bolognese) e da poderosa Ferrari. Lá conheceu e se casou com a herdeira americana Isabelle Haskell, uma cliente da Ferrari que pilotava em corridas nos Estados Unidos, e juntos eles decidiram criar sua própria empresa de carros em Modena.

Os Mangustas, mamíferos, têm entre 32 a 40 dentes pontiagudos e pouco especializados. Esta dentição é adaptada a uma alimentação diversificada, baseada em insetos, pequenos mamíferos, répteis e aves, ovos, raízes, frutos e bagas. Algumas espécies de mangusto são conhecidas pela sua facilidade em matar cobras venenosas. Daí vem uma provocação em relação aos carros que tem como símbolos cobras ou serpentes.

O esportivo tinha motor central traseiro e uma de suas peculiaridades era a abertura das tampas traseiras em forma de asas. Este posicionamento do motor teve início com o Lola de Eric Broadley, um projetista de destaque, seu criador e fundador da casa, lançou o Lola T70 em 1965

Sua carroceria era monobloco apoiada em um chassi tubular tipo espinha dorsal. Portas, capô frontal para abrigar pequenas bagagens e tampa traseira em abertura tipo “asas” eram em alumínio. O esportivo media 4,27 metros de comprimento, 1,83 de largura, 1,10 de altura e 2,50 de entre-eixos. Pesava 1.390 quilos.

Seu motor com oito cilindros em “V”, em posição central traseira, bloco e cabeçote em ferro fundido, em posição longitudinal, era um Ford 302 (4. 949 cm³) , taxa de compressão de 9,8:1, válvulas no cabeçote com comando lateral e era alimentado por um carburador da marca Holley de corpo quádruplo. Sua potência era de 305 cavalos a 6.000 rpm. Seu torque máximo era de 57,6 m.kgf a 3.500 rpm. Sua caixa de marchas da marca ZF (Zahnradfabrik Friedrichshafen)  tinha cinco velocidades sendo que a primeira estava em posição oposta a marcha ré como nos antigos Porsche 911. como era moda na época a alavanca ficava numa grelha metálica como no concorrente Ferrari. Sua tração era traseira e a embreagem tinha disco triplo. Sua velocidade final era de 250 km/h! Era o mesmo propulsor do Shelby Cobra, do Ford GT-40 e do Ford Mustang GT 350

Seu painel era completo, apesar de pouco original. A esquerda marcador de pressão do óleo e outro da temperatura junto com o relógio de horas. Na parte central velocímetro graduado a 300 km/h e conta-giros a 8.000 rpm com a faixa vermelha começando aos 6.000 rpm. Ainda nível do tanque de gasolina, temperatura do motor e amperímetro. Contava ainda com rádio AM/FM de ótima qualidade e ar condicionado que era muito interessante para o mercado dos Estados Unidos. Ainda havia vários botões de controle e um belo volante esportivo de três raios. Seu acabamento interno era em couro de ótima qualidade.

O charme das portas do motor abertas. O estepe ficava na parte de trás. Seus pneus eram na medida 185 HR 15 na frente e 205 HR 15 atrás. Tinha belas rodas de liga leve da  famosa marca Campagnolo. Sua suspensão era independente nas quatro rodas. Na frente tinha triângulos superpostos e amortecedores hidráulicos. Atrás como na frente contava com molas helicoidais e amortecedores hidráulicos. Seus freios eram a disco nas quatro rodas. Sua direção era por pinhão e cremalheira sem assistência hidráulica. Mas não era pesada.

Foram produzidos apenas 401 exemplares entre 1968 e 1971. Don Alejandro já estava muito animado com o projeto do Pantera e não deu continuidade a este belo esportivo. O exemplar das fotos foi premiado no Brasil Classic Show em Araxá em 2016. Raro no Brasil!



Texto, fotos e montagem Francis Castaings. Fotos sem a marca do site são de divulgação

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