Ford Serie F1: A sexta geração começava a ser a número 1 nos Estados Unidos
Em maio de 1971 chegava um modelo completamente novo com a mesma carroceria, que se tornaria longeva aqui e na Américas (Estados Unidos e Argentina). Era o mesmo modelo americano fabricado desde 1968. Linhas retas e modernas em toda a extensão da carroceria. Na frente dois faróis circulares ladeando uma bela grade grade cromada e com muitos frisos cromados na frente. Para-choques idem (dependia da versão luxo ou standard) tinha as mesmas linhas da picape americana fabricada entre 1967 e 1972.

A picape Ford F-100 da década de 70 também usava o motor V8 dos Galaxie. Usou o motor 272 (4.457 cm³) dos grandes sedãs da linha Ford. Sua taxa de compressão era de 7,8:1, potência de 168 cavalos a 4.400 rpm. Sua tração era traseira e tinha cambio de três marchas com alavanca na coluna. Estava mais larga e baixa. Pesava 1.749 quilos. Media 4,85 metros de comprimento, largura de 2,02 metros, altura de 1,82 metros e entre-eixos 2,92 metros.

Com a crise mundial do petróleo, em 1973, a Ford já fabricava nos Estados Unidos o motor OHC (Over Head Command ) ,ou seja, comando de válvulas no cabeçote. Este propulsor já equipava o Ford Mustang II Ghia. Tratava-se do motor de quatro cilindros em linha e 2,3 litros na fábrica, o mesmo do Ford Maverick, produzido em Taubaté (São Paulo). Seu cambio tinha quatro marchas com alavanca no assoalho, direção tipo rosca sem fim, o volante de três raios, 432 milímetros de diâmetro, 4,35 voltas de batente a batente e diâmetro de curva de 11,9 metros. Seu novo painel tinha instrumentação horizontal, continuava com banco inteiriço bom para três passageiros. O motor quatro cilindros tinha 2.300 cm³, 99 cavalos a 5.400 rpm. Seu torque máximo era de 16,9 mkg.f a 3.200 rpm. Curiosamente sua capacidade de carga era maior que a V8! Podia levar 660 quilos.

A oferta de motores nos Estados Unidos era grande: Seis cilindros com 240 Pol³, 3,9 litros e 115 cavalos e o V8 460 pol³, 7,5 litros com 239 cavalos. Tinham tração traseira e versão 4 x 4 na gama F-100 ou F-350. Dependendo do chassi a capacidade de carga era de 2.065 quilos a 4.535 quilos.Na F-350 Heavy Duty com entre-eixos longo de 4,23 metros, permitia várias configurações. No primeiro ano de fabricação vendeu 725.000 unidades!

No Brasil suas concorrentes eram a Chevrolet C-10 da General Motors, a Dodge D-100 da Chrysler, a Ford F-75 e o Toyota Bandeirante picape que tinha versão cabina dupla também! A capacidade de carga era de 496 quilos. Sua suspensão continuava com o sistema Twin I-Beam com dois eixos independentes. Atrás feixe de molas semi-eliptícas de dois estágios e amortecedores telescópicos hidráulicos de dupla ação. Uma das características desta geração era o teto na cor branca e parte de trás da coluna “B”. Nos Estados Unidos a linha C/K
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Vista de trás. Moderna e com ótima capacidade de carga. Havia réguas protetoras de madeira que deixavam a caçamba mais bonita e protegiam quando do carregamento de arranhões. Podia levar 495 quilos! Usava pneus com seis lonas na medida 8.25 x 15 com seis lonas. Logo alguns proprietários trataram de colocar rodas e liga leve para tornar a picape menos sisuda e mais esportiva. Não era nada econômica, fazia cerca 4,5 km/l na cidade e seu tanque tinha capacidade para 87 litros.

O modelo com quatro cilindros em linha pesava 1.610 quilos.

Em 1979 se tornou F-1000 com motor diesel 3,9 litros diesel MWM (Motoren Werke Mannheim AG) com 86 cavalos.Sua autonomia era 40% a mais que os modelo a gasolina e nesta época o diesel custava menos da metade que a gasolina.

Nesta geração era comum empresas particulares fazerem versões com cabine dupla, mantendo as duas portas, capota e plástico reforçado com fibra de vidro, teto solar e a versão Country da empresa paulista Souza Ramos copiava o estilo da Bonanza brasileira da General Motors, da Ford Bronco americana e da Dodge Ramcharger. Essa Ford especial tinha ainda rodas de liga, conjunto de faróis quadrados duplos, nova grade e para-choques com quebra mato como opcional. Era 350 milímetros mais curta que o modelo original.

Como opcional havia a motorização diesel turbo.Na lateral da carroceria um adesivo anunciava a motorização. Foi o primeiro turbo diesel nacional lançado em um veículo leve. Aconteceu em novembro de 1990. Havia a opção de tração 4 x 2 e 4 x 4. A picape com turbocompressor passava de 86 cavalos para 119 cavalos. Seu desempenho era pouco inferior aos motores a gasolina e a álcool.
A F-100 passava a contava com o motor Ford seis cilindros usado na Argentina. Tinha 3,6 litros de cilindrada, 96 cavalos, cambio manual de cinco velocidades com alavanca no assoalho, freios a disco na dianteira, pesava 1.570 quilos e media 4,75 metros. Usava pneus radiais na medida 215/80 R16.

Em 1989 podia vir equipada com direção hidráulica, eixo traseiro anti-derrapante, bancos com encosto de cabeça, ar condicionado opcional e vidros verdes. E os retrovisores dos dois lados estavam bem maiores e adequados ao tipo de uso do carro. Nesta época não era mais só um utilitário. Levava em sua caçamba bicicletas, motocicletas, Jet-Ski… para muito lazer. Tinha apelo esportivo e jovial!

Havia também novas faixas laterais, na frente na parte inferior e atrás na parte superior combinando com a cor do modelo. Para-choques também na cor da carroceria. O arco de proteção, após a cabine era opcional e útil para a segurança.

Remodelação em 1993 principalmente na frente . Nos Estados unidos era o veículo mais vendido e até hoje bate todos seus concorrentes sedãs inclusos! Tinha opções de cabine simples e Super Cab (cabine estendida).
Na década de 90 estreava a versão F-1000 super série. A frente renovada trazia grande com quatro frisos horizontais, faróis quadrados e ladeando lanternas de pisca na cor âmbar. Era considerada um trator, ideal para lama e barro, já que no asfalto não passava dos 128 km/h. Seu motor com quatro cilindros e oito válvulas desenvolvia 92 cavalos a 3.000 rpm. Tinha comprimento de 5,06 metros, largura de 2,10 metros e altura de 1,83.

Seu tanque tinha capacidade para 110 litros de diesel e sua carga total era de 932 quilos! Tinha painel moderno com volante de dois raios e bom diâmetro, ótima pega, acolchoado e ótima instrumentação no painel com oito mostradores analógicos. Ótima alavanca de marchas no assoalho com cinco velocidades e bancos com divisão 1/3 e 2/3. O acionamento era elétrico da tração 4 x4 e da tração positiva eram feitos por botões e permitia ser acionada em movimento até 40 km/h. Abaixo uma picape Ford F250 XLT Lariat que tinha rodas e interior diferenciado.

Uma versão da quinta geração americana da série F foi produzida até 1992 no Brasil. Eram produzidos em General Pacheco, na Argentina e foi em São Bernardo do Campo, as unidades do Brasil os modelos F-100, F-1000, F-350 e F-600.

Em 1997 a Ford F-1000 4,9 XLT era produzida na Argentina e seu motor a gasolina tinha seis cilindros, injeção eletrônica multiponto sequencial, 4.913 cm³, 148 cavalos a 3.500 rpm e torque máximo de 34,5 mkg.f a 2.400 rpm. Caixa de cinco marchas e direção hidráulica. Fazia de 0 a 100 km/h em 13,7 segundos e tinha velocidade final de 155 km/h. Seu consumo era de 4,5 km/l na cidade e não passava dos 7,5 km/l na estrada. Tinha um painel completo, com velocímetro como hodômetro parcial e total , conta-giros, nível de nível de gasolina, temperatura da água e amperímetro. Volante de dois raios de boa pega, bom acabamento, ar condicionado e vidros verdes contavam como itens de série. Media 5,00 metros de comprimento, 2,0 de largura e entre-eixos de 2,97. Sua caçamba podia acomodar 1.680 litros, pesava 1,975 quilos e seu tanque de combustível tinha capacidade para 110 litros. Sua suspensão dianteira era independente como molas helicoidais e barra estabilizadora. Atrás tinha eixo rígido, feixe de molas semi-elípticas e amortecedores hidráulicos. Tinha freios a disco na frente a tambor atrás com ABS (Anti-lock Braking System) opcional.

Muito similar, à nossa última brasileiras, o modelo americano abaixo. Já estava aberta a importação de carros no Brasil e mais concorrentes na mesma faixa. Em 1997 havia aqui a Chevrolet Silverado, também fabricada na Argentina e a picape JPX. Do exterior vinham a Mitsubishi L200, a Land Rover 110 e 130. E em 1998 chegava a Dodge Dakota que infelizmente teve carreira curta aqui apesar de oferecer três motorizações e dois tipos de cabine.
Sua despedida de nosso mercado se deu em 1998. Haviam os modelos XL e XLT equipada com o motor 2.5 HSD da Maxion, com turbo e intercooler. Houve ainda a série especial chamada de Lightning com o motor de 4.9 litros a gasolina.
Fez uma bela carreira de pouco mais de três décadas e ainda há bons exemplares de circulando a trabalho e ótimos nas mãos de colecionadores. A picape abaixo é a americana Ford F-150. Esta é da nona geração de 1992 a 1997.

No quesito motor novos V8 com 351 com 165 cavalos e 400 pol³, com 169 cavalos. A nona geração foi de 1992 a 1977 nos EUA
A Furglaine

Em 1980, a empresa Furglass, em parceria com a Ford e a concessionária Ford Sonnervig, apresentaram um utilitário furgão.Chamado Furglaine era baseado no modelo americano Ford Econoline. Usava o chassi e a mecânica das picapes F-100 e F-1000. Tinha carroceria monobloco que mesclava aço estampado e plástico reforçado com fibra de vidro. Tinha duas portas na frente, dependendo da versão e duas portas na traseira para acesso de passageiros e inserção de carga.O modelo teve boa aceitação no mercado já que não havia concorrentes. Mas era caro!
Foram lançadas também versões: ambulância (com espaço para até quatro macas), escolar (18 lugares) e outra para 13 passageiros. Como opcional foi usado o chassi da F-2000, deixando o furgão 76 centímetros maior e com capacidade de carga aumentada para 2.200 toneladas ou 9,5 m³ na versão furgão. A versão mais longa foi colocada mais uma porta na lateral direita. Foi fabricada até 1994 e sofreu a concorrência dos importados. Muito raro hoje em bom estado! Abaixo uma picape Ford F250 XLT Lariat
Argentina
Uma argentina que deixou de ser fabricada lá em 2011. Tinha o motor Max Power 3.9 de 203 cavalos nas versões CS 4×2, CS 4×4 e CD 4×4.

Década de 70 com caçamba longa, rodas com diâmetro bem maior e motor poderoso!

Outro exemplar dos anos 70

Esta impecável!

Por dentro de uma personalizada dos anos 70

A versão Ranger XLT F-250 1977 americana

Em Escala

No catálogo da Matchbox em 1966 já constava a Ford Pick-up, vermelha, caçamba step-side, rodas esterçantes e imitação de capota de lona branca. Media 71 mm de comprimento. Anos mais tarde, em 1977, ainda estava lá só que era amarela, caçamba comum, com adereços de zoológico e um leão dentro de um vidro no lugar da capota. Era um Wild Life Truck.

A HotWheels Mattel fez uma F-150, modelo 1979, escala 1/60, caçamba longa, com capota preta e decalques nas laterais.

Também a Maisto fez um modelo igual a nossa, escala 1/43, na cor branca com decalques nas laterais.

Mais antigo, mas também parecido com os nossos, era o F-100 de 1953 reproduzido pela K-Line, em escala 1/43 e na cor vermelha. Era um modelo original, com detalhes imitando cromados, rodas vermelhas, pneus com banda de rodagem e interior cinza.
Um cenário interessante do passado e da década de 90. Escala 1/64
Nas Telas

Em Risco Duplo (Double Jeopardy) com Ashley Judd, Tommy Lee Jones e Bruce Greenwood, filme de 1999, uma mulher(Ashley) , mãe de um garoto de três anos, é injustamente condenada pelo assassinato de seu marido, embora o corpo nunca tenha sido encontrado. Na prisão, descobre que o marido tramou tudo com a amante para ficar com a fortuna do seguro de vida e resolve se vingar. Anos depois, ela consegue a condicional.

Em sua busca, passa na casa da mãe e esta, empresta uma F-100 já meio surrada para ela seguir em busca de justiça. Numa pequena cidade, em investigações, ela tem que escapar. Usa a caçamba muito bem para tirar carros de sua trajetória e faz belas manobras. Bom filme.

Em Mad Max, filme australiano de 1979, que tornou Mel Gibson um astro internacional, os vilões tem um camionete Ford F-100 sem capota. Aparece em uma das várias perseguições.
Outro ótimo filme é Gran Torino. de 2008. Clint Eastwood interpreta Walt Kowalski, um trabalhador aposentado da Ford americana e veterano da Guerra da Coreia. Ele passa seu dia bebendo cerveja e faz reparos em sua casa. Fazia questão de sempre dizer que sabia consertar muitas coisas. Ele possui um belo Ford Gran Torino Verde e uma picape F-100 1972. É vizinho, mas não muito simpático de famílias asiáticas, negras e latinas no bairro onde mora. E se torna um herói relutante quando fica ao lado de um adolescente asiático que foi forçado por uma gangue a roubar seu precioso automóvel. Uma improvável amizade se desenvolve entre os dois, e Walt aprende que tem muito em comum com os vizinhos asiáticos. A direção também é de Clint Eastwood e o filme recebeu o prêmio da Academia Japonesa de Cinema para Melhor Filme em Língua Estrangeira e Clint o de melhor ator da National Board of Review Award por sua ótima atuação. Em DVD e merece ser visto pela história e pelos carros!

Nos Raids

Para fazer o levantamento dos faróis brasileiros para a Marinha brasileira, por todo o nosso litoral, partindo do sul, até o nordeste, o nosso famoso navegador solitário Amyr Klink usou as camionetes que foram cedidas pela Ford.

Texto, fotos e montagem Francis Castaings – Participação fotográfica Lito Lopez – https://www.facebook.com/lito.lopez.56
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