Hillman Imp:O Popular Imperial
No final do século XIX, em 1887, John Marston, construiu sua primeira bicicleta. E pintou o quadro da mesma de uma cor preta muito brilhante. Conta a lenda que sua mulher Ellen ficou impressionada como a cor refletia o sol. Assim nasceu o nome de uma marca que sobreviveu até o final dos anos 80. Era a Sunbeam (raio de sol).
Em 1899 começou a construir quadrículos. Associou-se a Maxwell Maberly-Smith e a produção começou a crescer. Em 1901 já haviam construído 130 carros monocilíndricos e em 1905, a empresa já se chamava Sunbeam Motorcar Company Ltd.
Em 1907 nascia a empresa Hillman Motor Car Co. Ltd. Foi fundada por William Hillman que era dono de uma oficina em Coventry. Em colaboração com o francês Louis Coatalen que trabalhava na Panhard francesa participou da famosa corrida Tourist Trophy.
Em 1955 ambas já faziam parte do grupo Rootes. Eram marcas independentes, mas faziam modelos sobre mesma base com mesma carroceria mas acabamentos, motores e denominações diferentes.
E esta anunciava a criação de um novo modelo. Em 1962 eram feitos testes na Escandinávia e na França. No ano seguinte no Quênia.
Logo no início da década de 60, em 1963, era apresentado em maio, o Hillman Imp. O pequeno tinha o desafio de concorrer com o famoso Mini da BMC. O pequeno media 3,53 metros e tinha três acabamentos diferenciados: – O Imp, Super Imp e De luxe.
O responsável pelo estilo da carroceria era Bob Saward. E o motor, projetado por Mike Parkes e Tom Fry teve a produção sob a responsabilidade da famosa Coventry-Climax que serviu muito a Lotus, empresa do famoso Colin Chapman.
O bloco motor de liga leve, em posição traseira, tinha quatro cilindros em linha, 875 cm³ e desenvolvia a potência de 39 cavalos a 4.800 rpm. Era refrigerado a água. Sua taxa de compressão era de 10:1 e era alimentado por um carburador de corpo simples da marca Solex em posição invertida. As válvulas e o comando ficavam no cabeçote. Sua tração era traseira e o cambio tinha quatro marchas sincronizadas. Levavam o carrinho de duas portas, quase um três volumes, com ótima área envidraçada graças ao teto alto, que pesava 698 quilos, a honrosos 130 km/h.
Na frente havia um espaço modesto para pequenas bagagens, mas suficiente. Neste compartimento também abrigava o pneu estepe em posição vertical. Interessante era o que, o vidro traseiro, basculava para facilitar a entrada de mais bagagens.
Em 1966 era a vez da Sunbeam apresentar a sua versão. Era o Imp Sport Sedan que se diferenciava externamente pelas rodas de liga, quatro faróis circulares e falsa grade com um friso horizontal e logo com fundo preto em destaque.
Abaixo do capô havia dois carburadores da marca Stromberg e comando de válvulas trabalhado. Com a mesma cilindrada passava a ter 55 cavalos a 6.100 rpm. O peso leve chegava fácil aos 145 km/h. Atrás exibia quatro canos de descarga que o deixava com ar ameaçador.
Divertido de dirigir e bem estável, estava equipado com pneus 155 SR 12. Seus freios eram a tambor nas quatro rodas, com servo freios e eram suficientes para frear este modelo que passava a pesar 711 quilos. A suspensão tanto traseira quanto dianteira era independente. Usava molas helicoidais e amortecedores telescópicos.
Por dentro iam quatro passageiros com conforto. O interior era bem simples assim como o painel que trazia o extremamente necessário. O volante de dois raios tinha desenho simples e a alavanca de câmbio ficava bem posicionada.
Em 1967 eram lançadas mais duas versões. O interessantíssimo cupê fastback Stiletto que tinha teto de vinil, faróis circulares duplos e um friso fino como grade dianteiras. Acima uma versão Hilman.
A versão mais esportiva e luxuosa tinha a denominação Singer Chamois Coupe para o Sunbeam e Imp Californian para o Hillman. Por fora se diferenciavam em espessura de grade e podiam receber dois – Stiletto – ou quatro faróis circulares – Singer Chamois e Imp Californian. Muito charmoso, fez muito sucesso. Ficava ainda mais agressivo com rodas de liga, faróis duplos e auxiliares e teto de vinil.
Também muito interessante e com a mesma distancia entre-eixos era a versão Sunbeam Husky ou Imp Estate que era a perua. Podia vir com vidros ou esta área coberta por chapas. E a capacidade de carga e volume eram bons, da ordem de 1,4 m³. Na versão Van, que não tinha vidros, o teto era mais alto. Concorria diretamente com o Austin Mini Countryman e com o Fiat 600 D Múltipla.
Em 1967 o grupo Rootes era vendido para a Chrysler americana. E começava a ter novos projetos.
Em 1968 toda a variada linha dos pequenos ganhava novos painéis de instrumentos mais modernos e em maior número. Tinha velocímetro com graduação de 100 milhas por hora, amperímetro, marcador de temperatura de radiador e nível de combustível. E nova decoração interna. Os bancos tinham novo desenho e estavam mais aconchegantes.
Em 1970 a versão perua era descontinuada. E dois anos depois, o mais desejável deles, o Stiletto, também.
Só o sedã duas portas permanecia em produção. A versão topo de linha era denominada somente de Chamois Sport ou simplesmente Sunbeam Sport.
Seus concorrentes em 1974 em casa eram o Mini e na Europa os franceses Peugeot 104, o Renault 4, o Citroën Dyane, o Simca 1000, os italianos Autobianchi A112, o Fiat 127, , o holandês Daf 44, o japonês Datsun Cherry 1000, o alemão Volkswagen 1200 L e o soviético Lada 1200.
No final de 1975 era apresentada uma versão derradeira denominada Californian. Com muito acessórios, era muito atraente e vistosa.
No ano de 1976, o deleite inglês, carinhosamente chamado de Imp, tinha a produção finalizada. Foi um sucesso e até hoje são vistos nas pistas nas competições acirradas de VHC – Veículos Antigos de Competição – de toda a Europa. Fácil de preparar, bom de pilotar, nervoso, estável e muito leve.
Texto, Fotos e montagem Francis Castaings. Fotos de divulgação
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