Jaguar Mark I/II – O Expresso Felino
Especialista em carros rápidos e atraentes, a Jaguar revolucionou o o mercado no final da década de 50 com seus sedãs bonitos e velozes da linha MKI e MKII
A tradição da Jaguar em carros de boa performance vem de longa data. Modelos como o sedã Jaguar 3 ½ já faziam bonito nas boas estradas da Europa. Brilharam Também nas pistas e nas ruas modelos esportivos pós guerra como o XK 120 (abaixo), 140 e 150. Jaguar XK 120 Fixed-Head cupê. Este tinha teto rígido fixo e o número 120 é por ter alcançado 120 milhas por hora (193 km/h) nos anos 50. Foi testado na auto Estrada Jabbeke na Bélgica e também no circuito francês Linas-Montlhéry por Sir Stirling Moss que foi um grande piloto das décadas de 50 e 60 junto com Juan Manuel Fangio
Os sedãs construídos após a Segunda Guerra Mundial, denominados de Mark VII a Mark X , eram grandes, pesados, mas não tinham a esportividade. Eram ótimos para desfilar em grande estilo nos quatro cantos do mundo.
A renovação veio em 1955, com o lançamento do Mark I, e se consolidou após quatro anos depois com o sua evolução: O notável e veloz Mark II. Era o menor Jaguar já produzido e com uma ótima visibilidade. Tinha linhas curvas e um estilo único. O mandatário da empresa Williams Lyons recebeu o título de Sir em 1956 e no ano seguinte o prêmio de Royal Designer for Industry.
Não sem merecer, já que seus carros há décadas já fazia muito sucesso. O sedã com 2,4 litros, conhecido também como 240, tinha o motor do esportivo XK que também foi utilizado no E-Type e no XJ. O seis cilindros em linha longitudinal tinha 2.483 cm³, 112 cavalos e atingia 160 km/h. Muito bom para sua categoria e superior a vários concorrentes. Foram produzidos 20.000 exemplares do MKI. E tinha caixa automática Borg Warner de três marchas opcional.
Em 1957 chegava o 3,4 litros com 210 cavalos e velocidade final superior a 190 km/h. Os freios ainda usavam tambores nas quatro rodas, pois os discos estavam em desenvolvimento. Os pneus diagonais tinham a medida 6,40-15. Mas os freios a disco eram opcionais e necessários. Suas rodas raiadas eram opcionais, bem ao estilo inglês e lhe dava um ar mais esportivo.
Sua grade frontal estava mais larga e os para-lamas traseiros mais largos e sem a carenagem que escondia parte das rodas traseiras. Este chegou a ser produzido em 17.350 unidades. Todos os modelos da linha MK I e II tinham motor com duplo comando de válvulas e câmaras hemisféricas
Em 1959 chegava a versão mais interessante. Era o MKII.Tinha maior área envidraçada que os anteriores e o eixo traseiro com bitola mais larga.
Seu motor com seis cilindros em linha tinha 3.782 cm³, conhecido também como 3,8, tinha 220 cavalos a 5.500 rpm. E sua velocidade final era de 200 km/h. Era o primeiro sedã de quatro portas no mundo a romper a barreira dos 200! E 0 a 100 km/h em 9,0 segundos! Era um sedã “familiar” capaz de transportar cinco passageiros com muito conforto e luxo. E com performance inigualável! Tinha motor longitudinal, caixa de quatro velocidades, marca Moss, sendo que a primeira não era sincronizada. Mas era robusta!
Os primeiros tinham câmbio manual de quatro marchas com alavanca na coluna de direção e a opção de caixa overdrive (Sobre marcha) da marca Laycock de Normanville (como se fosse uma quinta marcha, acionada por um botão na extremidade desta)
Sua tração era traseira. Tinha taxa de compressão de 9:1 e era alimentado por dois carburadores da marca SU ( Skinner-Union). Seu tanque de combustível tinha capacidade para 55 litros de boa gasolina.
Sua carroceria tinha desenho muito original e rompia com a tradição Jaguar. Era o menor modelo da empresa de Coventry . Suas medidas eram 4,59 metros de comprimento, 1,69 de largura, 1,46 de altura e 2,73 de entre-eixos. Seu peso variava conforme a motorização: de 1.260 quilos a 1.390 quilos.
Em 1961 ganhava direção com assistência hidráulica Varamatic como opcional.
Seu painel era rico em instrumentos e muito acabado. Tinha madeira nobre de ótima qualidade. E aquecimento interno completava o conjunto. Seu volante de dois raios tinha boa empunhadura. No centro velocímetro graduado até 240 km/h e conta-giros a 6.000 rpm com a faixa vermelha começando a 5.500. Ainda, no centro, tinha amperímetro, nível de combustível, pressão do óleo e marcador de temperatura. E vários botões de ajustes.
Tinha suspensão dianteira independente montada em subchassi, com braços sobrepostos e molas helicoidais, e traseira por eixo rígido com barra Panhard e molas de quarto de elipse.
Em 1965 ganhava nova caixa mecânica com quatro marchas. Em 1967 o 3,8 saia de produção. No mesmo ano eram apresentadas as versões 240 e 340 com para-choques mais finos e tinha o acabamento mais simplificado. O 240 ganhava novo cabeçote “Straight Port”. Estava com 133 cavalos e velocidade final de 169 km/h.
Em 1968 o 340 saia de produção e no ano seguinte era a vez do 240.
Foi um marco na história da Jaguar. A partir do MKII vieram sedãs mais modernos, eficientes e velozes.Cerca de 128.000 modelos ganharam as ruas da Europa e Estados Unidos principalmente. No Brasil existem poucos, mas belos modelos como se pode ver nestas fotos.
Seu sucessor Conheça o XJ
Nas pistas
Belo Jaguar MKII. Já participou do Tour de France (Veículos Históricos de Competição)
Foi rei nas pistas da Inglaterra em corridas de turismo.
Ganhou o campeonato alemão dos circuitos em 1961 nas mãos de Peter Lindner e 1963 com Peter Nöcker
Venceu o campeonato australianos em 1960 e 1961, um modelo Mark I 3,4 litros com David McKay e depois com Bill Pitt. Também o campeonato australiano de turismo com Bob Jane em 1962 e 1963
Ganhou o primeiro campeonato da Europa FIA de Turismo nas mãos de Peter Nöcker em 1963. Nomes como Roy Salvadori (piloto inglês que participou de 46 Grandes Prêmios de Fórmula 1 entre 1952 e 1962, Colin Chapman, Stirling Moss, e Mike Hawthorn (campeão de Fórmula Um em 1958 com uma Ferrari 246) fizeram ótimas provas como MKI. O sucesso foi enorme no campeonato inglês nas pistas de Silverstone e na lendária Goodwood.
A tradição nas pistas nas décadas de 50 e 60. Ao fundo dois modelos MKII
Interpretações e releituras modernas
Um Jaguar X-Type com linhas claramente inspiradas no grande sedã XJ
E o S-Type baseado na linha do MKII da década de 60. Foi fabricado entre 1999 e 2007
Em Escala
O fabricante de miniaturas que não produziu um Jaguar deixou de ganhar dinheiro. Uma das mais britânicas empresas de miniaturas, a Matchbox, fez o modelo MKI da primeira série na cor vermelho, acima com o capô aberto. Media 72 mm. Na escala 1/18 o MKII verde da Bburago.
Texto, fotos e montagem Francis Castaings.
© Copyright – Site https://site.retroauto.com.br – Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução de conteúdo do site sem autorização seja de fotos ou textos.