Lada Laika: O primeiro carro russo a chegar em terras brasileiras na década de 90.

Lada Laika: O primeiro carro russo a chegar em terras brasileiras na década de 90.

Chamado aqui de Lada Laika e fabricado na Rússia na cidade de Togliatti ( Homenagem ao comunista italiano Palmiro Togliatti) este simpático sedã era quase idêntico ao Fiat 124, fabricado na Itália entre 1967 e 1972, Fiat 1600 na Argentina e Polski Fiat 125p na Polônia. Suas linhas foram se modernizando ao longo do tempo como mudança de grade e faróis retangulares nos últimos modelos. Era um bom carro! Os modelos irmãos, Samara e Niva receberam caixa Porsche, disputaram o Paris-Dakar na década de 80 e 90.

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Na Rússia tinha a designação de AZ-2101 (Lada 1200), VAZ-2103 (Lada 1500), e VAZ-2105 / VAZ-2107 (Lada Riva). Aqui de chamou Laika Laika, nome de uma cadela mestiça que foi ao espaço em 3 de novembro de 1957. Se tornou um dos primeiros animais a serem lançados no espaço e o primeiro deles a orbitar a Terra. Laika, vivia nas ruas de Moscou e foi selecionada para ser a ocupante da nave espacial soviética Sputnik 2, que foi lançada ao espaço sideral.

O carro de estilo ultrapassado, mas com uma carroceria simpática era um sedã de quatro portas, ótima área envidraça, três volumes distintos, motor dianteiro de origem Fiat e tração traseira. Em qualquer ângulo, seja de frente, lateral ou traseira era notável que suas linhas eram de outra época. Nossos carros não eram tão modernos quanto aos europeus e americanos, mas estavam mais atualizados. Uma das vantagens no Laika era seu preço. Oferecia quatro portas, espaço razoável para cinco passageiros e bom porta malas. Seu preço era menor que o de um Fiat Uno Mille, mesmo não usufruindo a redução de IPI de 40% para 20% a modelos de 1,0 litro.

Suas medidas eram: Comprimento de 4,13 metros, largura de 1,62, entre-eixos de 2, 42 e altura de 1,45metros. O peso do sedã era de 1.030 quilos. Seu porta-malas tinha capacidade de 255 litros, sua carga útil era de 400 quilos e seu tanque de combustível cabiam 39 litros de gasolina. Detalhe para o ótimo grupo ótico traseiro.

Apesar da robustez comprovada no bloco soviético, o carro não tinha um bom acabamento. Dependo do local em nosso país, tinha problemas de oxidação e pintura e não tinha o carburador adequado à gasolina nacional com álcool. As opções de cores para a carroceria eram variadas como o branco, bege, vinho, azul e vermelho. Não havia opção metálica.

Seu motor com quatro cilindros em linha, em posição longitudinal, era arrefecido a água. Tinha 1.568 cm³, potência de 74 cavalos a 5.200 rpm, taxa de compressão de 8,5:1 e era alimentado por um carburador de corpo simples. Tinha comando de válvulas no cabeçote. Seu torque máximo era de 12 mkgf a 3.200 rpm. Detalhe interessante que a abertura do capô, em direção à frente, apesar da idade do projeto, era correta e com amplo espaço para manutenção. E contava com circuito selado de arrefecimento. Fazia de 0 a 100 km/h em 14 segundos e sua velocidade máxima era de 145 km/h. O consumo urbano era de 8,5 km/l e na estrada beirava os 13 km/l. Adequados ao peso e idade do projeto. Seu cambio tinha cinco marchas com alavanca no assoalho.

Sua suspensão dianteira era independente, braços sobrepostos, com molas helicoidais e amortecedores telescópicos. Atrás tinha eixo rígido e também molas helicoidais e amortecedores telescópicos . Tinha Freios a disco nas rodas dianteiras e tambor nas rodas traseiras. Era um carro estável em condições normais. Seus pneus eram na medida 175 SR 13 em rodas de aço estampado com desenho simples.

Tinha um painel razoável. No mostrador circular a esquerda, nível do tanque de gasolina e temperatura do motor. Ao centro um útil medidor de carga da bateria indicando se estava fraca ou não. A direita velocímetro graduado a 160 km/h com hodômetro total. Contava também com teclas no painel para pisca-alerta, luzes de faróis e acionador dos limpadores de para-brisa. Contava com ventilador de duas velocidades, acendedor de cigarros, cinzeiros nas laterais das portas, acabamento das portas em vinil, acionamento dos vidros basculante manual, acabamento dos bancos em tecido plástico, e bancos dianteiros, com encosto de cabeça com regulagem de altura. Tudo isso com um preço justo!

Foram 33 mil exemplares que chegaram ao Brasil até 1995 e raros sobreviventes ainda. Agradou muito aos taxistas por ter quatro portas. Várias peças são comuns aos nossos Fiat’s fabricados aqui como o 147. A Lada foi a primeira marca a estabelecer importação oficial no Brasil. Existem vários aficionados e clubes que mantêm viva a memória deste simpático carro que pode ser visto ainda muito nas ruas da Rússia, Polônia, Eslováquia, República Tcheca, Ucrânia, Egito, Espanha, Turquia…. abaixo um exemplar do Clube de Veículos Antigos de Nova Lima, Minas Gerais.


A perua – Mais rara ainda que o sedã tinha ótimo porta malas e mesma mecânica. E com quatro portas. Só a Fiat Palio Weekend do mesmo tamanho tinha. Mas era bem mais cara.


Em Escala

Modelo da Welly na escala 1/32 do corpo de bombeiros feito especialmente para as “crianças” da Rússia. Notem nas inscrições em língua russa escritas nas laterais sobre as faixas brancas. Trata-se do modelo Lada 2107.

A nacional

Na escala 1/43. Muito bem feita e vem sobre uma base. Fotos fornecidas gentilmente pelo colecionador André Luiz Tavares do Vale da cidade mineira de Varginha. Muito bem detalhada! Muito obrigado!


Os automóveis da AvtoVAZ – NIVA

Um russo muito afamado é o Lada Niva 4 x 4. Sua produção começou em 1977 e tem motor Fiat, originário do sedã 124, com quatro cilindros com 1.569 cm³ e 81 cavalos alimentado por um carburador Weber.Em 2015 ganhou um motor 1.7 com injeção eletrônica monoponto com 80 cavalos e muitiponto com 83 cavalos em 2015. Niva em russo quer dizer campo de trigo. Lá foi produzido com carrocerias picape e um charmoso “conversível” com capota de lona sobre a cabine. Em 1981 o Niva foi equipado com motor 1800 Turbo e conseguiu seu primeiro pódio no Rali Paris-Dakar. Fabricado também na cidade de Togliatti no sul da Rússia. O modelo abaixo está em Belo Horizonte, Minas Gerais. Raro neste belo estado!


Texto, Fotos e montagem Francis Castaings. Foto do motor Gustavo Brasil.

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