Land Rover Defender: Robustez Ilimitada.Os Carros da Rainha Elizabeth II
Na indústria automobilística temos modelos longevos em todo o mundo praticamente. Na França o Citroën 2 CV foi um exemplo. Na Itália o Fiat 500 da década de 50 foi relançado reestilização foi muito feliz e apresentado neste século com muita pompa. Na Alemanha e no Brasil o Volkswagen sedã também foi exemplo. E na Inglaterra houve a primeira geração do Mini e relançada em 2001. E é também de lá que um modelo completou 68 anos de vida em2016: O famoso utilitário Land-Rover.
Tudo começou após a Segunda Grande Guerra Mundial. Havia um excesso de jipes americanos e não haveria peças de reposição para todos. Iam virar sucata. Todos sabiam da robustez e da valentia deste utilitário. Estes veículos americanos eram muito usados pelos irmãos Spencer Wilks e Maurice Wilks respectivamente presidente e engenheiro chefe da famosa The Rover Company Ltd que até então, só produzia automóveis. E para percorrer a fazenda que pertencia à família, com muitas terras cultivadas precisavam de um veículo fora de estrada.
Os irmãos decidiram então fabricar um veículo com as mesmas características e tinha os proprietários rurais como bons clientes. Reuniram seus técnicos, liderados por Robert Boyle para traçar os primeiros esboços. Sobre o chassi de um jipe americano montaram o motor Rover de quatro cilindros, 1.389 cm³ e 48 cavalos. Seu pára-brisas tinha uma só peça, os para-lamas dianteiros eram curvos na parte da frente e os faróis estavam inseridos na grade do radiador. Uma característica inusitada era que o volante ficava no centro do carro junto com o único banco. As duas transmissões eram ligadas por uma caixa de transferência de duas velocidades e também tinha o dispositivo de roda livre. A carroceria era construída em alumínio Birmabright mais fácil para moldar e o custo era bem mais em conta que o aço que na época estava com preços muito altos. Após alguns meses de testes, em setembro de 1947 a empresa de Solihull dava sinal verde para uma pré-série de 48 unidades. Estavam equipados com um chassi de chapas soldadas e galvanizadas a quente. Alguns modelos tinham direção do lado direito, outros do lado esquerdo abandonando a posição inicial. As portas eram planas e podiam ser retiradas. Alguns modelos foram entregues as forças armadas e a proprietários rurais. Estes estavam adorando. Estavam deixando de lado o trator e puxando o arado com o Land-Rover.
Em 1948, no dia 30 de abril, no Salão de Amsterdã, na Holanda, era apresentado ao público o novo utilitário inglês Land-Rover. O sucesso foi imediato. A produção de 100 unidades por mês não ia satisfazer as demandas. O primeiro modelo, denominado 80, por causa da medida em polegadas do entre-eixos, equivalente a 2,03 metros, era uma picape com capota de lona e acomodava três passageiros. A posição do motorista era boa, mas a dos acompanhantes deixava a desejar. Esta capota até a coluna B podia ser estendida até o final da carroceria. Também podia ser toda retirada e o para-brisa rebaixado. As portas, que não eram mais fixas, tinham maçaneta de abertura só na parte interna. Mas, dispunha na sua aresta superior, de um pedaço de couro triangular, para que por fora se pudesse enfiar a mão e abrir. Prático e excêntrico.
O veículo media 3,35 metros de comprimento, 1,55 de largura, e 1,79 de altura. Pesava 1.176 quilos. Tinha aspecto harmônico, simpático e era muito ágil em qualquer terreno. A exceção do para-brisa em duas peças, quase todo o resto do conjunto era fiel a pré-série inicial. O pneu sobressalente era colocado sobre o capô. Esta característica era quase uma marca registrada. Em algumas poucas versões era fixado na parte traseira.
Seu motor, herdado do automóvel P3/60 tinha quatro cilindros em linha, refrigerado a água, em posição longitudinal, 1.595 cm³ de cilindrada e potência de 50 cavalos a 4.000 rpm. Seu comando de válvulas era lateral, bloco e cabeçote em ferro fundido e o virabrequim tinha três mancais. Seu torque máximo era de 11,2 m.kgf a 2.000 rpm. A caixa de marchas tinha quatro velocidades sendo que as duas últimas eram sincronizadas. Tinha tração 4×4 permanente e contava com roda-livre no eixo dianteiro. A caixa de transferência junto com a principal lhe permitia 8 marchas.
Sua suspensão dianteira tinha eixo rígido, feixe de molas e amortecedores telescópicos. Atrás tinha o mesmo conjunto. Tudo era muito rústico. O painel acomodava dois mostradores. Eram o velocímetro e outro que abrigava o nível do tanque de gasolina e a temperatura. Entre eles ficava a chave de contato da ignição. Tudo ao centro do painel. O volante de três raios também era de uma simplicidade ímpar.
Neste mesmo ano, no Salão de Londres, era apresentada a versão “Station Wagon” de duas portas. Tinha carroceria em alumínio e estrutura em madeira. Acomodava sete passageiros com conforto, mas tinha um aspecto meio desengonçado. A frente era idêntica a do jipe, mas a parte traseira tinha linhas curvas dando a impressão de montagem adaptada. E custava quase o dobro do preço do irmão mais valente. Em 1950 perdia a roda livre e a transmissão dianteira podia ser desengatada. Um item de conforto que iria agradar muito era o aquecimento interno. E por fora os faróis não estavam mais protegidos pela grade. No ano seguinte a versão perua deixava de ser fabricada depois de 641 exemplares. E alguns protótipos com entre-eixos maior, 86 polegadas, começavam a fazer testes.
Em 1952 entrava em cena um motor com um pouco mais de potência. Tinha 1.997 cm³ e 52 cavalos a 4.250 rpm. Neste novo conjunto o torque passava a ser de 14,1 m.kgf a 1.500 rpm.
No ano seguinte, em 1953, dois tipos de carroceria eram oferecidas: – a com 86 polegadas de entre-eixos (2,18 metros) e a com 107 polegadas (2,72 metros). Podiam ser picapes com capota rígida ou de lona. E no ano seguinte chegava a perua com quatro portas com chassi longo, oferecendo lugar para dez passageiros e outra com chassi curto para seis ocupantes. Media 4,40 metros de comprimento. Ambas agradaram em cheio, seguiam a linha do modelo de série e tinham toda sua estrutura em alumínio. Estavam mais parrudos e imponentes. No caso da 107 a boa visibilidade era garantida por vidros laterais de bom tamanho. Como opcional havia o teto duplo conhecido como Safári. E neste havia um pequeno vidro lateral retangular. Melhorava a iluminação interna e a visão externa dos passageiros dos bancos de trás. E a empresa comemorava 100.000 Land-Rover produzidos sendo que quase 70 % eram exportados. Vendiam muito mais que os carros de série.
Em 1956 havia nova mudança na distancia entre-eixos. Passavam a ser de 88 (2,23 m) e 109 polegadas (2,76 m). E um dos motivos principais era para acomodar o primeiro motor movido a diesel da marca inglesa. Este motor de quatro cilindros em linha tinha 2.052 cm³ e 51 cavalos a 3.500 rpm. Seu torque máximo era de 12,4 m.kgf a 2.000 rpm e a taxa de compressão de 22,1:1. Sus bomba era da marca CAV e os injetores CAV Pintaux. Os pistões eram em alumínio e suas válvulas no cabeçote. Sua eficiência era quase a mesma da mecânica a gasolina, porém este motor pesava 100 quilos a mais. Sua velocidade máxima era de 105 km/h e a mínima engatado era de 14 km/h.
Em 1958 surgiam mudanças sutis na carroceria. Esta era chamada a fase II do Land-Rover. O teto e os para-lamas estavam mais arredondados. Estes também estavam mais largos. As luzes de seta passavam a ocupar a parte da frente destes. Eram dois pequenos, uma na cor âmbar outra na cor branca que chamavam a atenção. As dobradiças nas portas continuavam e davam um ar robusto e rústico ao mesmo tempo. Abaixo do para-brisas havia duas portinholas que poderiam ser abertas para a entrada de ar no habitáculo.
A suspensão também estava mais reforçada. Os quatro freios a tambor tinham comando hidráulico e os pneus eram na medida 7,50 x 16. O motor de quatro cilindros a gasolina estava mais vigoroso. Passava a ter 2.286 cm³, continuava com o virabrequim com três mancais, as válvulas no cabeçote com comando lateral. Alimentado por um carburador da marca Zenith, sua potência era de 68 cavalos a 4.000 rpm. Seu torque máximo era de 16,05 m.kgf a 1.500 rpm. Seu consumo era de 6,5 km/l e sua velocidade final era de 105 km/h. Seu peso passava a ser de 1.523 quilos. A capacidade de carga era de 573 quilos e a de reboque de 1.800 quilos. Não era um veículo para auto-estradas. Nestas era até instável. Seu território nato eram as pedras, montanhas, lama, neve e estradas ruins. Tinha uma mecânica simples, robusta e um torque muito bom em baixas velocidades. Estes eram seus argumentos mais importantes.
Em 1960 chegava ao incrível número de 250.000 unidades produzidas. E seis anos depois o dobro desse número. Já existiam ½ milhão de Land-Rover pelo mundo. Um marco que foi comemorado na linha de montagem. Era a afirmação do grande sucesso deste fora de estrada excepcional.
Em 1967 mais um motor estava à disposição. Era um seis cilindros em linha com bloco em ferro fundido, cabeçote em alumínio e movido a gasolina. Tinha 2.625 cm³ de deslocamento volumétrico e potência de 95 cavalos a 4.500 rpm. Era alimentado por um carburador Zenith. O virabrequim tinha sete mancais e seu comando de válvulas era lateral. Seu torque máximo era de 18 m.kgf a 1.500 rpm. Sua velocidade máxima era de 110 km/h. Este motor estava disponível somente para a versão longa.
Os concorrentes da versão de quatro cilindros em 1968 eram o inglês Austin Gipsy, que de certo modo imitava suas linhas, o alemão Auto Union Munga e o italiano Fiat Campagnola. Do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos, enfrentava o Ford Bronco, o International Scout e o famoso Jeep CJ 5. A exceção do Bronco, todos tinham potência similares. Também havia os japoneses Nissan Patrol e o Toyota Land Cruiser similar ao nosso Bandeirante. Ainda neste ano, para atender a nova legislação, os faróis circulares foram inseridos nos para-lamas. Em termos de estilo estava bem mais harmonioso e moderno.
Em 1970 chegava um irmão mais luxuoso. Era o Range Rover com motor de oito cilindros em “V” e 3,5 litros de cilindrada. Era um Land-Rover em traje de gala.
Em 1971 chegava a série III. Mecanicamente estava mais adequado. A caixa de marchas passava a ser toda sincronizada com oito velocidades a frente e duas para trás. E o dínamo cedia lugar ao alternador. O eixo de transmissão traseiro era da marca Salisbury e montado apenas na versão longa. Por fora a nova grade do radiador, em forma de cruz, passava a ser em ABS, sigla em inglês para Acrylonitrile butadiene styrene, ou copolímero de acrilonitrila, butadieno e estireno. Neste ano também atingia a marca de 750.000 unidades produzidas. Em 1974, por causa da crise do petróleo, para as versões a gasolina era oferecida uma caixa com sobre-marcha. Permitia uma redução de 28 % de desmultiplicação sobre todas as relações de marcha. Dois anos depois era comemorada produção do milionésimo Land-Rover. E em 1978 era criada uma divisão autônoma da empresa chamada Land-Rover Limited.
Em 1979 mais um concorrente chegava: Era o Mercedes-Benz série G que também tinha motores a gasolina ou a diesel. E neste ano também era apresentada a versão 109 V8. Com a grade do radiador um pouco mais avançada, recebia um motor com oito cilindros em “V” com 3.532 cm³ de cilindrada, taxa de compressão de 8,1:1 e potência de 92 cavalos a 3.500 rpm. Seu torque máximo era de 23 m.kgf a 2.000 rpm e era alimentado por dois carburadores em posição semi-invertida. Seu peso era de 1.800 quilos e a velocidade final era de 120 km/h. Este era exclusivo da versão longa. Sua suspensão passava ser independente nas quatro rodas, com molas de aço helicoidais, amortecedores hidráulicos telescópicos e braços de apoio superiores e inferiores. E a tração 4×4 passava a ser permanente.
Em 1982 chegava a versão 109 HCPU (High capacity pick-up) com uma caçamba 45 % maior. Todos os modelos já dispunham de um painel novo, na frente do motorista, com ampla instrumentação, bancos reclináveis com encosto de cabeça, vidros verdes e faróis auxiliares de neblina. Estava se adaptando a modernidade sem perder o charme.
As carrocerias podiam ser em alumínio anodizado ou em aço galvanizado. E os clientes tinham uma enorme quantidade de acessórios disponíveis dependendo da necessidade de cada um. Em sua versão Country, mais rejuvenescida, recebia faixas laterais na mesma cor da capota, teto solar removível e rodas com desenho esportivo. Era mais bem acabada, mais silenciosa e mais confortável.
Um ano depois os motores de quatro cilindros recebiam virabrequim com cinco mancais deixando-os com funcionamento mais suave. Por fora estava mais jovem. O para-brisas era inteiriço. A nova grade preta preenchia toda a frente. Do lado externo dos faróis circulares ficavam as luzes de seta. E nos para-lamas ganhava extensões que podiam ser na cor preta que o deixava com aspecto agressivo ou na cor da carroceria.
Em 1989 era lançado o Discovery que se tratava de uma versão mais modesta do Range Rover, porém mais moderna do que o Land-Rover.
Três anos depois o Land-Rover recebia a denominação Defender e ganhava um novo motor Turbo Diesel de 2.495 cm³, injeção direta e potência de 86 cavalos a 4.000 rpm. E freios a disco nas rodas dianteiras tanto na versão 90 quanto na 110. Esta media 4,63 metros de comprimento, 2,79 de entre-eixos e pesava 1.752 quilos.
Em 1993 alcançava a marca de 1,5 milhões de unidades produzidas. E um ano depois já dispunha de direção assistida e pintura metálica como opcional.
Cinco anos depois era apresentado no Salão de Paris a versão Turbo Diesel do Defender com um motor de cinco cilindros com injeção direta. E celebrava seu qüinquagésimo aniversario. Três versões de chassi estavam disponíveis: – 90, 110 e 130. Dispunha de cinco tipos de carrocerias: – Fechada com capota de lona, teto fixo, picape, picape cabine dupla e a Station Wagon. As versões a gasolina ganhavam ignição eletrônica e, como opcional, podiam ter freios ABS e sistema de controle de tração eletrônico.
Lançava uma série especial para festejar os cinqüenta anos com as primeiras cores oferecidas em 1948. Eram o verde Atlântico e a cor Areia. O mito se juntava a tecnologia. Quanto ao motor V8, contava com 134 cavalos a 5.000 rpm elevando sua velocidade máxima a ótimos 145 km/h e o 0 a 100 km/h em 14 segundos. Para garantir maior estabilidade no asfalto calçava pneus 205 x 16 na versão 90 e 7,50 x 16 na versão 110.
Em 1998 chegava o irmão menor Freelander. Não haveria concorreria interna. Iria enfrentar a concorrência japonesa do mesmo porte.
Em 2015 somente a versão TD5 estava disponível como motorização. O preço básico era inferior em 10 % em relação ao Freelander e metade de um Range Rover Sport. O número de versões de carroceria continuava o mesmo. O motor Turbo Diesel de 2.495 cm³ passava a ter a potência de 122 cavalos a 4.2000 rpm. A velocidade máxima era de 135 km/h e o 0 a 100 km/h era feito em 16 segundos.
Até hoje suas vendas deste quase sexagenário são boas. Não sai de moda e nunca se declinou a modismos, a parafernália eletrônica e não é como os utilitários esportes sem alma. Sempre foi um veículo polivalente. Segundo os ingleses amantes da marca, o motorista pode cansar, o Land-Rover jamais.
Nota: Fontes seguras informam que 70% dos modelos fabricados ainda rodam pelo mundo, estão na ativa com muita saúde.
Nos selos
Foi homenageado em diversos países em selos comemorativos. E sempre bonitos.
Na Jamaica, em Granada, no Líbano, na Libéria, na Nigéria na Malásia e por um condado inglês.
Nas Pistas
Foi o carro oficial do famoso e severo Camel Trophy entre 1981 e 1986. Voltou em 1988 e 1989. Houve até uma edição dele no Brasil. Eram provas duríssimas com participação de equipes de várias nacionalidades que tem que preencher vários requisitos físicos e mentais. Após a pré-seleção fazem os testes de pista na Inglaterra. E foi disputado em vários países sempre em regiões onde só mesmo o Land-Rover dá conta de passar. Fizeram a Transamazônica em 1980. Um ano depois foram para Sumatra. Em 1982 na Nova Guiné e no Zaire em 1983. Voltaram ao Brasil em 1984 e no ano seguinte em Bornéu. Por volta de 20 veículos largam com duplas. São equipados com um bagageiro que cobre toda a capota e quatro faróis auxiliares fixados nestes. Carregam escadas, uma caixa de ferramentas muito bem aparelhada, dois extintores de incêndio, um macaco especial e guincho elétrico. Tudo em nome da aventura. Em 1985, em Bornéu, os brasileiros Carlos Probst e Tito Rosemberg ganharam o premio de melhor espírito de equipe. Em 1989, equipe de 15 países percorreram mais de 1.300 quilômetros em 15 dias no estado da Amazônia. Houve até algumas etapas canceladas tal era a dificuldade.
Em Escala
Já constava, em 1966, no catálogo da inglesa Matchbox o modelo Safári Land-Rover de cor azul e bagageiro marrom. Media 70 milímetros. A mesma foi reeditada na cor dourada na série Superfast. Constava também neste a versão bombeiro com a frente avançada, ou seja, Fireman Land Rover 109 Forward Control. Bem detalhada, tinha uma escadinha em cima e sirene. Impecáveis.
A Bburago italiana fez em duas escalas diferentes. A mais simples em escala 1/43. Na escala 1/24 caprichou. È um modelo vermelho com o teto branco, da terceira geração, o Land Rover 109 Station Wagon. È uma replica do carro que a prestigiada revista italiana Quattroroute Trans América Tour. A equipe da revista foi da Terra do fogo até o Alaska no veículo.
Na miniatura as rodas esterçam, as portas, incluindo a traseira e o capô se abrem e o volante gira. Sobre o duplo teto deste exemplar da série III, há dois pneus sobressalentes e um bagageiro que traz caixa de ferramentas, dois bujões de gasolina, uma roda sobressalente e três galões para transportar água ou óleo. Completa!
A francesa Sólido também fez, na escala 1/43. Constava em seu catálogo em 1978. Era o modelo 109 em várias versões de cores. Também muito interessante.
Recentemente a Universal Hobbies apresentou dois modelos em escala 1/18 muito bem detalhados. Um modelo Defender 110, branco com os emblemas da polícia francesa. Outro, modelo 90, na cor verde. O nível de detalhe é impressionante.
As miniaturas dos Filmes James Bond
Modelo 1/43 dos Carabinieri, Itália, um belo Defender em Quantum of Solace.
O série III de The Living Daylights que aparece no princípio
Vejam Bond agarrado na capota.
O modelo Lightweigt também de The Living Daylights
Os três muito bem feitos.
Em outros países
Na Espanha começou a ser fabricado em 1958 com o nome de Santana. Tanto na versão longa quanto curta.
No Brasil instalou uma linha de produção em São Bernardo do Campo, no estado de São Paulo em 1998. Dependendo da versão custava entre R$ 95 mil e R$ 115 mil na época e a produção anual estava em torno de 800 unidades. Cerca de 40% das peças eram nacionais. O restante, incluindo a carroceria de alumínio, vinha da terra natal. O motor que equipava o Defender era fornecido pela International, uma empresa americana instalada no Rio Grande do Sul. Infelizmente encerrou produção no Brasil em 2006 devido ao baixo volume de produção. O Defender passou a ser importado da Inglaterra.
Os Especiais
O que não faltou para este valente carro foram versões especiais. Existe há muito um departamento da fábrica que se encarrega de projetar veículos especiais. São ambulâncias para hospitais, modelos para o exercito e também para os bombeiros.
A partir de 1962, lançou o modelo 109 com cabine avançada, chamada de Forward Control, era equipada com os motores de quatro ou seis cilindros. Em 1966 foi substituída pela 110 FC com um entre-eixos maior. Até 1972 foram construídos 2.305 exemplares. Entre 1970 e 1978 foi construído o 101 FC com chassi curto e motor V8. Este só para os militares.
Também para o exercito foi feita, em 1968, a versão Lightweigt 88. O para-lamas e capô eram diferentes e tudo que era supérfluo foi retirado do veículo para se tornar mais leve e ser carregado com facilidade por helicópteros. Foi produzido até 1983.
Outra, mais parecida com um micro ônibus, era a Fireman Land Rover 109 Forward Control series IIA. Feita especialmente para os bombeiros, tinha quatro portas laterais, ótima capacidade de carga e carregava escadas sobre o teto.
Versões picape e Station Wagon do Land Rover Defender 110, foram equipados com esteiras Mattracks da firma americana.
O Objetivo era para trabalhar no estreito de Bhering e noutras regiões inóspitas de nosso planeta.
Muito interessante era a versão Forest Rover de 1964. Apelidada de O Monstro, usava pneus imensos de trator. Era uma picape com teto fixo, com aspecto divertido apesar do aspecto pesadão e altura do solo considerável. Na frente havia um guincho para trabalhos pesados. Agradou em cheio a quem trabalhasse na agricultura ou em floresta.
Elizabeth II, nascida Elizabeth Alexandra Mary
Nascimento: 21 de abril de 1926 em Mayfair, Londres, Reino Unido – Morte: 8 de setembro de 2022 (96 anos)
Na Família Real
A Rainha Elizabeth II também teve uma versão para o lazer com a família e uma exclusiva para seus desfiles. Era um Land Rover State II 88 fabricado em 1958. Na cor azul, tinha pneus e faróis especiais e, atrás do banco da frente, apoios protegidos por vidros para os monarcas saudarem seus súditos.
O exemplar único tem baixa quilometragem e está com 14.000 milhas atualmente.
Nas telas com Bond
Filmes de 007 James Bond são ingleses. E quase sempre os Land aparecem. Em The Living Daylights, 007 Marcado para a Morte, de 1987, o filme começa nos Rochedos de Gibraltar já com cenas de cortar o fôlego. É o primeiro papel de Timothy Dalton que vive aventuras na Eslováquia, na capital Bratislava, en Viena na Áustria, em Tanger no Marrocos, em Karachi no Paquistão e nos desertos do Afeganistão. Em fuga, um agente russo oponente sai em disparada num Land Rover Serie III e Bond consegue se agarrar na capota na parte de trás. Consegue chegar na frente e há muita luta.
Bond vence, sai do veículo graças à um para-quedas, o Land Rover cai no mar mediterrâneo explodindo. Já no final do filme, a atriz Maryam D’Abo vive a violoncelista Kara Milovy. Em princípio desconfia de James, mas depois passa a ajudá-lo. Na cena abaixo ela dirige um Land Rover com carroceria mais leve denominado Lightweight.
Corre ao alcance de um avião cargueiro Hércules C-130 e consegue entrar dentro deste pela grande portas na parte de trás. E após muita mais ação, acaba o combustível do avião e saem deste pela porta de trás também com ajuda de um foguete impulsionado por um para-quedas. Filme imperdível. Ótima trilha sonora e bela fotografia. Vala cada minuto.
Em 007 – Quantum of Solace de 2008, Daniel Craig vive pela segunda vez James Bond. É o vigésimo segundo filme cinematográfico de James Bond. Tem ainda no elenco Olga Kurylenko, Mathieu Amalric, Gemma Arterton, Giancarlo Giannini, e Judi Dench que vive M a diretora da MI-6. O filme tem locações no México, Panamá, Chile, Itália, Áustria e País de Gales. Logo no início do filme, em estradas bem estreitas perto de Siena na Itália Bond em seu Aston Martin DBS V12 é perseguido por um Alfa Romeo 159.
Na perseguição entra um Land Rover Defender da polícia especial italiana Carabinieri. Saem do asfalto e vão em direção de estradas bem ruins. Não demora muito e o Land cai num precipício e logo depois o Alfa. O Aston chega a Siena bem machucado e sem a porta esquerda. Ótimo Filme também.
Em Skyfall – Na cidade de Istambul, Turquia, os agentes James Bond (Daniel Craig) e Eve Moneypenny (a bela Naomie Harris) perseguem o mercenário Patrice que está num Audi A8 preto. Bond e a companheira, que esta ao volante de um Land Rover 110 cabine dupla de cor chumbo escuro que perde de imediato seus dois retrovisores. E depois Bond toma o volante, faz uma manobra brusca e faz capotar o sedã alemão. Ótimo filme e trilha sonora.
Noutros filmes de TV e Cinema
Filmes passados na África ou que tem cenas de guerra o Land-Rover está. Na TV uma série de sucesso foi Daktari que foi filmada entre 1966 e 1969 com 89 episódios. Os atores principais era Marshall Thompson, Cheryl Miller e Yale Summers. Sempre com eles estava o Leão Clarence que era estrábico. Eram aventuras de um veterinário numa reserva no Quênia. Daktari significa doutor no dialeto Swahili. Era presença constante no seriado um Land Rover 109, e tambémum Jeep Gladiator.
Na série Persuaders (acima), que passou aqui nos anos 70, em 24 episódios, os carros de Brett Sinclair (Roger Moore) e Danny Wilde (Tony Curtis) eram respectivamente um Aston Martin DBS e um Ferrari Dino 246 GT. Mas em vários episódios eles utilizavam um Land Rover da segunda série.
Em Tomb Raider, filme de 2001, a famosa Angelina Jolie faz o papel da charmosa arqueóloga Lara Croft. A história se passa na região bela do Kilimandjaro. Ela esta a procura de várias peças antigas e essas são muito valiosas. Em suas aventuras usa um Land Rover Defender.
Um bom filme é Selvagens Cães de Guerra (The Wild Geese) de 1978. É um drama de guerra com muita ação. Conta com um elenco estelar com nomes de peso como Richard Burton, Roger Moore, Richard Harris, Hardy Krüger e Stewart Granger entre outros. Stewart Granger que faz o papel de Sir Edward Matherson contrata os serviços de ex-militares e legionários para uma perigosa ação na África. Richard Burton (Coronel Allen Faulkner) começa recrutar conhecidos especialistas do passado para formar um grupo de elite para a missão. São Roger Moore (Tenente Shawn Fynn), Richard Harris (Capitão Rafer Janders) e Hardy Krüger (Tenente Pieter Coetze). Levam para a África um velho avião DC 3 e usam nas missões um Land-Rover 109 série de 1958. Ótimo filme de ação, mas com cenas divertidas num clube inglês onde Richard Burton e Richard Harris tomam umas a mais.
Também no ótimo desenho animado Johnny Quest. Só foram dois anos de episódios, 1964 e 1965, mas deixou muita saudade está ótima ficção científica que todos adoravam rever com Jonathan “Jonny” Quest , seu pai Dr. Benton C. Quest , o agente especial Roger T. “Race” Bannon , o amigo Hadji e o inesquecível cãozinho Bandit.
Em África de Meus Sonhos (I Dreamed Of África) de 2000 é um filme que começa com um acidente numa estrada da Itália e depois, três ocupantes deste carro vão para a África mudar de vida. Estrelado pela belíssima Kim Basinger, Vincent Perez, Eva Marie Saint, e Daniel Craig este filme de bela fotografia é baseado numa história real de uma família determinada a reconstruir sua vida em outro país (Quênia) em outro continente. Em várias cenas podemos ver um Land-Rover Station Wagon verde modelo 109.
O Informante (The Informant) é um filme de 1997 que retrata a Irlanda do Norte dos anos 80. Há muitos confrontos violentos entre o Exército Britânico e o Exército Revolucionário Irlandês, o IRA. È um drama muito envolvente que foi indicado ao Leão de Ouro no Festival de Veneza. Os atores principais são Timothy Dalton, outra vez, Maria Lennon, John Kavanagh, Sean McGinley e Frankie McCafferty. Neste podemos ver vários Land-Rover 109 de 1971.
A Despedida de um Gladiador
No dia 29 de janeiro de 2016, em Solihull, Inglaterra, fábrica da famosa Land Rover, um dos seus veículos mais conhecidos no planeta, deixou a linha de montagem em grande estilo. Após 68 anos de produção, inclusive no Brasil, a última unidade do utilitário Land Rover, que após foi denominado como Defender, desfilou pela última vez recebendo palmas de quase 700 funcionários ativos e inativos, que já trabalharam nas linhas de montagem.
Ao longo desses anos foi chamado de Série I, II, III, 109 com o chassi longo, 90, 130, Defender e Defender Puma. Ao todo foram construídos mais de dois milhões deste veículo que ainda rodam nos quatro cantos do planeta. Será substituído pelo conceito Land Rover DC 100. O último exemplar, Defender Heritage Edition, foi a leilão por 500.000 Euros! Vendido! E ainda irão rodar muito prestando bons serviços como sempre.
Nas ruas
Texto, montagem e Francis Castaings, Demais fotos de divulgação do site.
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