Mercedes-Benz W110, 111 e 112: O Sucesso da Super Classe Mundial

Mercedes-Benz W110, 111 e 112: O Sucesso da Super Classe Mundial

Um dos sedãs mais famosos da casa Daimler-Benz foi a série W110, fabricada entre 1961 e 1968 que ficou apelidada como Fintail ou Heckflosse (barbatanas em inglês e alemão)  por causa das barbatanas discretas na traseira. Abaixo o primeiro modelo da série que tinha a denominação 190 C apresentada em agosto de 1959 no Salão de Frankfurt, Alemanha. A letra W vem de Werke ou fábrica em alemão. Acima um exemplar Mercedes-Benz 280 SE 3,5L cupê 1971

Tinha quatro cilindros em linha, motor longitudinal, arrefecido a água, com 1,9 litros de cilindrada, tinha 1.897 cm³ e 75 cavalos evoluindo depois para 80 cavalos. As diferenças nesta versão se resumia ao farol circular simples e a lanterna de pisca logo abaixo. Era a versão mais simples, de entrada que logo foi substituída pela 200 com 1.998 cm³ e 95 cavalos. Era alimentada por dois carburadores da marca Solex em posição invertida. Tinha cambio de quatro marchas com alavanca na coluna e tração traseira. Sua velocidade máxima era de 160 km/h. Ótima para um sedã de entrada sem pretensões esportivas. Fazia 10 km/l um consumo muito bom para o porte do carro. Seu peso era de 1.275 quilos. Como os outros modelos da linha tinha 4,73 metros de comprimento, largura de 1,79, altura de 1,49 e entre-eixos de 2,7 metros. Sua suspensão dianteira tinha rodas independentes, molas helicoidais, barras estabilizadoras. Atrás tinha semi eixo oscilante, molas helicoidais e amortecedores telescópicos na frente e atrás. Seus pneus eram na medida 7.00 x 13. Seu tanque tinha capacidade para 65 litros. A  série W110 foi produzida entre 1961 e 1968 com 628.282 unidades fabricadas. As fábricas eram em Sindelfingen na Alemanha, na  Venezuela na cidade de Barcelona e na Austrália na cidade de Porto Melbourne.

Seu estilo era muito elegante e harmonioso, com faróis ovalados e verticais (modelo abaixo) que podia trazer os faróis de neblina que seriam incorporados na série W111. Estes faróis eram chamados de lichteinheiten (iluminação combinada) atrás de lentes plásticas. A  clássica grade Mercedes-Benz mantinha sua identidade, tinha amplas janelas laterais. O carro tinha muito boa visibilidade para todos os lados graças a seu para-brisa e vidro traseiro envolventes. Atrás discretas lanternas em posição horizontal. Os para-choques cromados tanto na frente quanto atrás eram parrudos e vinham com garras.

A versão 200 D movida a diesel fez enorme sucesso principalmente entre taxistas. Seu motor de quatro cilindros tinha 55 cavalos, taxa de compressão de 22:1, consumo de 12,5 km/l  e velocidade máxima de 130 km/h.

A versão 230 trazia motor com seis cilindros, 2.306 cm³ e 118 cavalos a 5.200 rpm. Era alimentado por dois carburadores da marca Solex e sua velocidade máxima era de 170 km/h. Acima vinha a 230S com 120 cavalos a 5.600 rpm. Seu torque era de 18,2 mkg.f a 4.000 rpm. Era alimentada por dois carburadores de de corpo duplo também da marca Solex. Sua velocidade máxima era de 175 km/h.

As denominações seguiam a combinação de letras e números. Os sedãs, desde 1959, eram 190, 190D (diesel) , 220, 220S, 220SE ( Injektion eletronic ), 300 SE e 300SE LWB (Long Wheelbase, entre-eixos longo), seguindo a cilindrada de cada motor. Em 1965 foram sucedidos pelos 200, 200D, 230 e 230S. Os cupês e conversíveis eram chamados 220SE, 250SE, 300 SE, 280SE e 280SE 3.5. Abaixo um modelo 230S. As raras peruas existentes eram fabricadas pela empresa de carrocerias especiais Binz na Alemanha.

Esta série foi o primeiro automóvel dotado de célula de sobrevivência e zonas deformáveis. O objetivo era deixar a cabine mais intrega. Os cinco ocupantes ficavam em uma estrutura rígida, extremamente resistente a impactos, enquanto a frente e a traseira eram projetadas para alta deformação. Com isso, absorviam parte da energia do impacto e amenizavam as consequências de uma colisão para motorista e passageiros. Abaixo um teste de impacto realizado pela fábrica.

Em setembro de 1960 começava a produção do cupê desenhado pelo francês Paul Bracq baseado no sedã 220 SE com freios a disco dianteiros.Faria enorme sucesso tanto na versão fechada quanto na conversível que viria em 1961.

Tinha o mesmo motor do sedã 220 SE. Com seis cilindros em linha, tinha 2.195 cm³ e 120 cavalos a 4.800 rpm. Era alimentado por Injeção da marca Bosch e sua caixa manual era de quatro marchas com opção de automática também com quatro velocidades. Seu peso era de 1.450 quilos para o cupê e 1.520 quilos para o conversível por conta de reforços estruturais como convém em todo carro sem capota. Fazia de 0 a 100 km/h em 15 segundos e sua velocidade máxima era de 170 km/h.

Em fevereiro de 1961 dava-se a apresentação oficial no Museu de Stuttgart.No mesmo ano era apresentada a versão conversível no Salão de Frankfurt na Alemanha. E iria fazer muito sucesso tanto na Europa, Estados Unidos sempre na mira da casa alemã e no resto do planeta. Suas rodas com belas calotas que combinavam com a cor do carro.

Tinha capota de lona que podia ser ou não da cor do carro. Em 1962 já contava com painel todo em madeira e alguns cromados a mais na carroceria. O farol auxiliar de longo alcance era um opcional desejável. Era um carro muito bom para viagem em boas estradas e também para desfilar.

Visto de trás não havia as barbatanas e ficava mais harmônico. Suas medidas eram 4,90 metros de comprimento, 1,85 de largura, 141 de altura e 2,75 de entre-eixos.

Um Mercedes-Benz W112. Este cupê é muito valioso tanto na versão cupê quanto na conversível. Suas versões eram a 220 SE iniciada em 1961 e depois as versões, 250, 280 e 300 SE.

Esportivos de luxo! Ambas vieram do mercado americano devido aos faróis duplos redondos. O motor 250 tinha seis cilindros em linha, bloco e cabeçote em liga de alumínio,  2.496 cm³ e 150 cavalos a 5.500 rpm. Tinha torque máximo de 22 mkg.f a 4.200 rpm.

Também era alimentado por uma injeção mecânica da marca Bosch. Como a 220 contava com quatro marchas com opção de automática também com quatro velocidades. Seu peso era de 1.490 quilos. Fazia de 0 a 100 km/h em 12 segundos e sua velocidade final era de 190 km/h. A partir de 1965 contava com quatro freios a disco, rodas de 14 polegadas e corretor de altura hidro pneumático na suspensão traseira.

Nos EUA eram usados dois faróis redondos sobrepostos em cada lado, para atender à legislação local. As versões S e SE abusavam dos cromados para se diferenciar da 220 básica. Novas calotas a partir de 1967 e grade mais larga.

Mercedes-Benz 300 SE Conversível. Este carro tem muito valor em qualquer lugar do mundo. Seja na versão cupê ou nesta. Seu motor tem seis cilindros em linha, 2.996 cm³, 170 cavalos e comando de válvulas no cabeçote, 0 a 100 km/h em 12 segundos e velocidade final de 195 km/h. Nada mal para um carro com 1.650 quilos.

Por dentro do cupê Benz. Observe a caixa automática de quatro velocidades, ar condicionado… Muita instrumentação! O velocímetro graduado a 180 km/h e o conta-giros a 7.000 rpm tinha formato circular. No cento havia um mostrador retangular em posição vertical. Trazia nível do tanque, pressão de óleo, temperatura do motor e marcador de consumo de combustível. A direita, ao lado do belo rádio marca Becker havia um relógio de horas.

No modelo 280, que foram lançados em 1967, o velocímetro era graduado a 220 km/h e o conta-giros a 7.000 rpm. O motor do 280 SE tinha 2.778 cm³ e 160 cavalos a 5.500 rpm. Fazia de 0 a 100 km/h em 10,5 segundos e sua máxima estava acima de 190 km/h.

Mercedes-Benz 280 SE 3.5 que faz muito sucesso em qualquer canto do mundo! As gerações W111, W112 produzidas entre 1965 e 1972 deram início a Classe S. Acima painel todo em couro e madeira nobre com volante esportivo de três raios.

Em 1971 terminava a produção dos cupês e conversíveis 280 W111. O cupê 280 SE 3,5 litros foi produzido entre 1969 e 1971 em 3.270 exemplares. O motor do 280 SE 3,5 era um V8 a 90º com com 3.499 cm³ e 200 cavalos a 5.800 rpm. Contava com injeção indireta eletrônica Bosch . Seu torque era de 29,25 mkg.f a 4.000 rpm. Seu tanque comportava 85 litros de gasolina de boa qualidade.  Nesta versão contava com cambio de cinco marchas ou quatro automáticas.

A carroceria era em aço, mas nesta versão tinha portas em alumínio. Sua suspensão dianteira era independente com triângulos superpostos e molas helicoidais. Atrás também tinha rodas independentes com correto de altura pneumático e braços arrastados. Seus pneus eram na medida 185 VR14. Sua aceleração até os primeiros 1.000 metros eram cobertos em 29,5 segundos e sua velocidade final era de 210 km/h. Fazia de 0 a 100 km/h em 9,0 segundos.

Abaixo um modelo 1967 premiado em Araxá. 

Foi um marco importante para a Mercedes-Benz a produção da Linha W100,111 e 112. Espetacular!


Nas Pistas

Modelo Mercedes-220-SE de 1963 de Eric e Alexandra-WAILAND no Rali de Monte-Carlo-Historique

Um sedã 200 competiu e fez sucesso no Rali de Monte Carlo de 1960. Chegou em primeiro lugar com Walter Schock e Rolf Moll, e também em segundo e terceiro. É um desafio até hoje. E sempre foi um dos mais difíceis da Europa, com 3.650 quilômetros de extensão, com muitos penhascos, curvas estreitas em asfalto, muito gelo e também tempestades de neve.       



Texto, fotos e montagem Francis Castaings. Foto do painel e publicação

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