Triumph Dolomite e Toledo: O Brilho do Triunfo
A fabrica de automóveis Triumph inglesa, fundada em 1923, sempre teve sua imagem associada a motocicletas e a charmosos e prestigiados roadsters.
Os modelos TR e Spitfire sempre vem a lembrança quando falam da famosa marca de Coventry. Porém já na década de 60 fabricava pequenos sedãs como o Herald, o intermediário Vitesse e o grande 2000.
Na década de 70 o Vitesse já era um modelo antiquado e precisava ser substituído.
Logo no início deste ano era apresentado o Triumph Toledo. O automóvel de três volumes, cujo nome vem de uma cidade famosa da Espanha, tinha uma carroceria de desenho distinto e moderno. Tinha duas portas e media 3,97 metros.
Dispunha de três níveis de motorização: 1300, 1500 e 1500 TC sendo que este último tinha 1.493 cm³ e 69 cavalos a 5.250 rpm. Sua velocidade máxima era de 145 km/h. Mesmo sendo novo, não causou impacto nem problemas a concorrência. Estava faltando mais potência, esportividade e charme como os conversíveis.
Pouco tempo depois, o patrão da empresa George Turnbull estava pensando num carro para competir nas corridas destinadas a carros “Saloon” para veículos de quatro portas de grande produção.
Aproveitado o projeto do Toledo e, em homenagem a um famoso modelo de 1934, surgia em janeiro de 1972, o Triumph Dolomite. Este automóvel tinha carroceria com quatro portas, também três volumes e a traseira mais longa que o irmão anterior. A frente, que tinha a grade divida como nos Pontiac americanos e quatro faróis redondos ao invés de dois. O carro estava mais harmônico e bonito. Tratava-se de um carro familiar de porte médio. Media 4,12 metros e pesava 950 quilos em sua versão básica. Os três primeiros níveis de motorização eram os mesmos dos Toledo. Porém, a partir da versão 1850 HL o pequeno sedã começava a ficar mais interessante.
O motor dianteiro, de quatro cilindros em linha, tinha 1854 cm³ potência de 91 cavalos a 5.700 rpm. Sua velocidade final era de 161 km/h.
Entretanto, em junho de 1973, chegava as ruas uma versão mais atraente e que iria se tornar uma referência esportiva. A versão Sprint. Por fora a aparência agressiva era notável. Rodas raiadas de liga leve com fundo preto que usavam pneus 175/70 HR 13. Grade preta, teto de vinil como mandava a moda e um discreto aerofólio na traseira, outro pequeno spoiler na dianteira para completar o charme.
As cores disponíveis não eram nada discretas a exceção do branco. Constavam no catálogo da linha vermelho pimenta, verde limão, amarelo e azul escarlate. Tudo em nome da agressividade e da esportividade.
Por dentro painel com ótima instrumentação, bem completa, e os vários relógios tinham fundo preto. Madeira no painel e nos forros de porta completavam harmonicamente. O volante esportivo de três raios tinha boa pega e a posição de dirigir era ótima.
Por baixo do capô tinha um motor quatro cilindros em linha arrefecido a água. Sua cilindrada era de 1998 cm³ e a potência de 127 cavalos a 5.700 rpm. O comando era no cabeçote e tinha quatro válvulas por cilindro. Foi o primeiro motor de 16 válvulas produzido em grande escala. Era alimentado por dois carburadores SU. O torque máximo era de 16,9 kgm conseguido a 4.500 rpm. Este familiar esportivo chegava a 187 km/h e os 100 km/h eram feitos em 8,7 segundos. Números bons e atuais! A Triumph agora começava a ter um carro muito interessante.
Sua caixa tinha quatro marchas sendo que a 3ª e a 4ª tinham overdrive, que na época do lançamento, eram opcionais. Os engates eram precisos e rápidos. A tração era traseira. Os freios, assistidos, eram a disco na frente e tambores na traseira.
O comportamento em curvas do carro era muito bom em boas estradas. Sua tendência de sair de traseira era facilmente controlável. A suspensão dianteira tinha molas helicoidais, amortecedores concêntricos e rodas independentes. Atrás eixo rígido e também molas helicoidais. Em pisos irregulares o piloto/motorista trabalhava mais com os braços, mas não chegava a perder o controle.
Seus concorrentes eram o Opel Kadett GSE, o Renault 17 TS, o Fiat 124 S 1800, o Alfa Romeo GTA e o BMW 2002 sendo que estes dois últimos eram os mais sérios em termos de performance geral.
Nas competições foi um verdadeiro transtorno para a concorrência. Participava do Campeonato Europeu de Produção. Nesta época o grid de largada tinha uma grande variedade de marcas o que tornava a categoria muito disputada e enchia os autódromos.
Competia na classe de 1.601 a 2.500 cc que era o grupo 1 da FIA. Os concorrentes eram outros nas pistas. Os BMW 323 e 520, o Capri 3.0 Litros e o Escort 2 L. O Dolomite Sprint estava sempre entre os primeiros nas mãos de muitos pilotos famosos que eram, na maioria, ex-pilotos da Formula 1. Em 1976 ganhou o campeonato francês de circuitos na classe até 2 litros.
Foram produzidos quase 204.000 exemplares entre 1972 e sua produção terminou em 1981.
A indústria automobilística inglesa estava em franca decadência e o Dolomite foi substituído pelo Triunph Acclaim que era quase idêntico ao Honda Ballade.
O carro tem vários admiradores e os clubes britânicos dos aficionados sempre comemoram em encontros o Dolomite Sprint National Day.
Textos e montagem Francis Castaings. Fotos de Divulgação
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