Opel Kapitän, Admiral e Diplomat: Patente Potente

Opel Kapitän, Admiral e Diplomat: Patente Potente

A fábrica Opel alemã, situada na cidade de Russelhein, teve o controle acionário, desde 1929, da General Motors americana. A partir de então, os veículos ali produzidos tinham nítida influência norte americana no estilo e na concepção dos carros produzidos.

Em 1938 foi dado a um carro com motor seis cilindros, 3.600 cm³ e 75 cavalos, o nome de Admiral (Almirante). Tratava-se de um sedã grande, com 5,26 metros, com quatro portas sendo que as traseiras eram do tipo suicidas. Imponente tinha enorme grade com frisos verticais e faróis circulares. E por dentro era muito confortável e luxuoso para os padrões da época.

Nesta década, o militarismo estava muito forte na Alemanha, com influências do Chanceler Adolf Hitler, no governo de Hinderburg a partir de 1933, e outro carro também da Opel, se chamava  Kapitän (Capitão). Durante o conflito mundial as instalações da Opel foram completamente destruídas.

Em 1948, surgia outra vez o Kapitän que foi produzido até 1953 sendo que a produção foi interrompida por estar um tanto ultrapassado.

Em 1958 outro novo modelo sedã, bonito e mais adequado aos modelos desta década. Tinha seis cilindros em linha e 2,5 litros de cilindrada. 

Esta linhagem de militares voltou a cena na década em 1965.  Eram modelos modernos, de linhas muito bonitas, retas e muito semelhantes aos modelos Chevrolet americanos. Um parente muito próximo do Impala. O novo  Kapitän, Admiral e  Diplomat representavam os modelos topos de linha da empresa.

Todos tinham três volumes, quatro portas e mediam 4,95 metros. O Admiral  pesava 1.350 quilos e o Diplomat 1.580. Com este porte, concorria, na Alemanha, unicamente  com o Mercedes 200 geração W110. 

Na frente havia dois faróis retangulares e grade cromada. Abaixo dos pára-choques havia faróis auxiliares em formato retangular também. Atrás havia um belo conjunto de lanternas retangulares e luzes de ré separadas por frisos e a placa de identificação ficava entre elas.

A motorização básica era um motor de oito cilindros em V, de origem Chevrolet, era arrefecido a água, dianteiro com deslocamento volumétrico de 4.638 cm³. Sua potência era de 190 cavalos a 4.600 rpm. O torque máximo de 35,4 mkg a 3.000 rpm. Era alimentado por um carburador de corpo quádruplo da marca Rochester. Sua velocidade máxima era de 200 km/h e fazia de 0 a 100 km/h em 11 segundos. Um conjunto bem americano.

Sua tração era traseira e o cambio automático Powerglide  com duas velocidades tinha alavanca na coluna ou no console. O painel contava com velocímetro retangular com graduação até 200 km/h.

Nele ficavam também o marcador de temperatura e o de nível de gasolina. Ao lado, em formato quadrado ficava o relógio de horas e a direita deste o rádio. O volante de três raios, tinha boa empunhadura e, ao contrário da maioria dos carros da mesma classe, como é tendência alemã, tinha diâmetro correto.

O Diplomat mantinha a mesma motorização do Admiral. Mas seu conforto e preço eram superiores. Por fora trazia belas calotas, cores metálicas e teto de vinil.

Por dentro iam confortavelmente cinco passageiros. O painel muito rico tinha vasta instrumentação. A direção era assistida . Os bancos e a forração das portas eram em tecido superior ou couro. 

A suspensão dianteira tinha molas helicoidais e era independente. Atrás tinha eixo rígido, barra estabilizadoras e amortecedores hidráulicos. Os freios hidráulicos eram a disco na frente e a tambor atrás.

Seus concorrentes eram o Jaguar MK 4,4, o Mercedes 250 S, o Citroën DS Pallas e o Rover P5. Interessante e bonito era o modelo cupê Diplomat V8. Seu motor tinha 5.354 cm³, taxa de compressão de 10:1 e potência máxima de 230 cavalos a 4.700 rpm. Sua transmissão era também automática, mas tinha três velocidades. Sua velocidade máxima era de 205 km/h. Longe de ser um esportivo, mas tinha certo apelo.

No início de 1969, no Salão de Genebra, na Suíça, a carroceria do Admiral e do Diplomat são apresentadas completamente remodeladas.

Pouco maiores, mediam 4.90 metros de comprimento. Estavam  mais modernos e bonitos e ganhavam ares mais europeus. Estavam adultos e davam status. Apesar da nova frente o Admiral conservava o mesmo estilo de faróis e grades. O Diplomat tinha grade mais bem trabalhada e seus faróis retangulares ficavam em posição vertical.

O motor de seis cilindros em linha que equipava o Admiral, era arrefecido a água,  tinha 132 cavalos a 5.200 rpm. A versão 2800 S, um pouco mais potente trazia 145 cavalos. O comando de válvulas era no cabeçote e tinha um carburador invertido.

Sua cilindrada era de 2.784 cm³. Tinha cambio de quatro marchas com alavanca no assoalho ou opcional automático. Sua velocidade máxima era de 175 km/h para a versão comum e a 2800 S fazia 182 km/h de velocidade final e o 100 km/h eram atingidos em 10,5 segundos. Justas para o tipo de motorização e peso. A suspensão traseira nova trazia eixo De Dion deixando o carro bem mais estável.Era um ótimo carro para as belas auto-estradas da Europa. Muito confortável e seguro. Também havia o modelo Admiral 2800 E que trazia injeção eletrônica.

O modelo Diplomat trazia a mesma motorização do antigo cupê. O motor tinha 5.354 cm³, taxa de compressão de 10:1 e potência máxima de 230 cavalos. O cupê não era mais fabricado com as novas carrocerias. O acabamento do sedã era primoroso.

Por fora se distinguia pelos faróis auxiliares, limpadores para estes, frisos laterais, teto de vinil, vidros verdes e belas rodas de liga com pneus 195 HR 14. Contava agora com direção hidráulica e com quatro freios a disco. Com o potente motor V8.

Por dentro tinha bancos de couro, sendo que os dianteiros com encosto para a cabeça e reclináveis e os traseiros com descansa braço. Madeira de boa qualidade também fazia parte da decoração. Também ar condicionado, aquecimento interno, vidros elétricos e cintos de três pontos.

Em 1972 a Opel comemorava o décimo milionésimo automóvel produzido e detinha a maior parte do mercado alemão.

Apesar de ser um carro robusto e confiável nunca chegou a ameaçar o trono dos concorrentes. A Opel preferiu dar mais luxo aos Rekord renovados em 1973.

 Sua produção terminou em 1977.


Em Minas Gerais, o proprietário de Barbacena e seu Opel Kapitän

Um modelo impecável


Em escala

O preto é um Opel Kapitän da coleção Táxis do Mundo,  Berlim 1959, na escala 1/43. Os outros dois Matchbox são Diplomat das décadas de 60 e 70. Abrem o capô e mostram o motor V8 detalhado


Texto, fotos e montagem Francis Castaings. Demais fotos de publicação

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