Packard Caribbean: O Belo do Caribe
Entre o final do século XIX e o principio do século passado várias empresas de automóveis surgiam nos Estados Unidos e na Europa. Era a época de intrépidos homens com máquinas audazes. O mascote abaixo se referia e velocidade
Um deles foi o engenheiro mecânico americano James Ward Packard que em 1899 começava, junto com o irmão William, começava a fabricar automóveis de muita qualidade. Eram refinados, robustos e sempre inovadores. Começou comprando um Winton feito em Cleveland. E teve apoio de um importante homem ligado às ferrovias americanas, chamado Henry Joy que investiu muito na nova empresa quando viu um Packard funcionar muito “redondo” numa feira de automóveis em Nova York em 1901. Abaixo um Packard Super 8 de 1925
Em 1912, um dos carros mais sofisticados americanos era o Packard V12 Twin-Six. Tratava-se de um torpedo aberto com três assentos sendo que o intermediário só era usado em condições excepcionais por ser fino e desconfortável. Os outros dois eram poltronas de primeira classe. A capota de lona ficava encolhida atrás e abaixo desta iam os dois pneus sobressalentes. O confronto com o Cadillac era direto. Abaixo um Packard 645 Dietrich Dual Cowl Phaeton 1929
E na década de 20 os americanos de classe eram o Peerles, o Pierce-Arrow, Duesemberg e a Rolls Royce que fazia seu Phantom I em Springfield no de estado Massachusetts, EUA. Abaixo um Eleven Séries
Abaixo um belo Packard 7- 45 Conversível Victoria 1930. Foto de publicação do site no evento Amelia Island.
Em 1930, o modelo Packard Victoria era de uma elegância ímpar. Em seu primeiro ano de produção, 48.000 exemplares deixaram as linhas de produção. Abaixo Packard Roadster 1931
Abaixo um Packard Coupé Twelve Model 1107 1934
O conversível cupê reunia muito luxo e esportividade com seu motor de oito cilindros em linha. Em 1937, a linha era completa. O modelo Six oferecia uma ampla gama de carrocerias. Eram o Club sedã, o Touring sedã com a traseira mais longa, o Touring cupê e mais esportivo que este o Business cupê, mais sofisticado um pouco e com o terceiro banco (banco da sogra), o Sport cupê e um belo conversível. Todos derivados uns dos outros. Mas a concorrência dos três grandes, Ford, General Motors e Chrysler também tinham fortes argumentos.
Um Packard 1931 com carroceria da empresa francesa Saoutchik premiado em Araxá em 2016
Na década de 40, devido ao conflito mundial, as marcas não tiveram maiores lançamentos. No final desta, os estilos começaram a mudar e os carros ficavam mais modernos. Abaixo um 1931
Um Packard 1932 Ninth Series De Luxe Eight model 904 sedan-limousine. Abaixo um Packard Eight. Este luxuoso sedã de 1940 tem debaixo do capô um motor com oito cilindros em linha Foi fabricado entre 1939 e 1951 pela Packard Automotive Plant, em Detroit, no estado de Michigan nos Estados Unidos. Tinha 356 polegadas cúbicas de cilindrada (5.830 cm³) e 160 cavalos.
Abaixo um 1937
Um belo conversível
Outro sedã
Ainda nesta década, outro destaque era o modelo Super Eight Convertible Sedan de 1937. Tratava-se de uma limusine de grandes dimensões.
Abaixo um Packard 1940 com também com oito cilindros em linha
Em 1951 a linha se renovava com o elegante quatro portas Packard 200 Club Sedan. O modelo quatro portas tinha o motor 327 (5.358 cm³) de oito cilindros em linha, com caixa manual de três marchas mais sobre-marcha ou automático com duas velocidades. Já vinha equipado de fábrica com pneus radiais. Outra variação deste era o Packard Clipper lançado em 1954. Também com o motor 327 e com oito cilindros em “V” desenvolvia 165 cavalos. Era potente e muito atraente.
Baseado neste modelo era lançado a versão cupê hardtop e conversível denominada Caribbean. Seu motor com oito cilindros em linha desenvolvia 212 cavalos e era alimentado por quatro carburadores. Havia a versão Cavalier Touring 1953.
Na frente havia dois faróis circulares, em sua imponente grade trapezoidal com ângulos arredondados mais dois pequenos faróis auxiliares. Toda cromada, fazia um belo conjunto com os imponentes para-choques. Também cromados eram os contornos das caixas de rodas nos para-lamas dianteiros e traseiros. A carroceria, tipo saia e blusa, lhe caía muito bem. Atrás, o pneu sobressalente, opcional, ficava exposto logo atrás do porta-malas dando-lhe um ar mais sofisticado.
Em 1952 se associava a Studebaker, para juntar forças, mas, infelizmente não traria muitos frutos.
Em 1955 era lançado o Packard Patrician e derivado deste chegava o novo Caribbean. E estava muito mais bonito mais moderno e extremamente atraente. O parrudo pesava 2.170 quilos e media 5,55 metros.
Sua carroceria tinha linhas mais retas e discretos rabos de peixe. Vinha em três cores que se harmonizavam. A superior mais clara, a intermediaria mais forte e, a que estava mais perto do chassi, que encobria a parte debaixo das portas e dos para-lamas normalmente era escura. Mistura tons gelo, vermelho e preto ou preto azul e cinza.
Por dentro era muito refinado. O painel todo em alumínio escovado tinha vasta instrumentação. Como opcionais podiam vir ar condicionado, bancos dianteiros com aquecimento, rádio com duas antenas elétricas, cintos de segurança e comando elétrico das portas! Já havia naquele tempo. Sofisticação e luxo da casa.
Mas o que chamava mais atenção, ao lado do grande volante de dois raios era o seletor de marchas. Havia alavanca na coluna. Mas em algumas versões um satélite em forma de cubo, com botões para selecionar N (Neutral), L (Low), P (Parking), R (Reverse) e D (Drive). Era inusitado. Os bancos eram muito confortáveis e havia muito espaço para cinco passageiros. Sem a capota ficava mais atraente. Com ela, em lona, se fosse branca, o belo cupê conversível não perdia o charme. Ganhava. A versão Hard Top também era muito atraente. A grade mais moderna tinha aspecto mais agressivo assim como as duas entradas de ar sobre o capô com desenhos diferentes. O motorzão não decepcionava. Era um V8 com válvulas no cabeçote, comando lateral, arrefecido a água, com 6.132 cm³, taxa de compressão de 10:1 e potência de 310 cavalos a 6.000 rpm. Bem alimentado, era servido por dois carburadores de corpo quádruplo da famosa marca Rochester. A transmissão era automática e se chamava Ultramatic. A tração traseira
A velocidade máxima era de 190 km/h e fazia de 0 a 100 km/h em 9,0 segundos. Números ótimos levando-se em conta o peso do automóvel. O chassi tinha longarinas de aço e dentro deste um grande X para dar maior rigidez. A suspensão dianteira era independente com triângulos superpostos e o eixo traseiro era rígido. Tinha barras de torção longitudinais. E também tinha um corretor de altura automático na suspensão traseira movido por um motor elétrico! Seus quatro freios eram a tambor e tinham assistência hidráulica. Os pneus eram na medida 8,00 x 15. Não era um esportivo, mas não decepcionava em curvas.
Foi um carro de muito sucesso, porém caro para ser produzido por causa de suas sofisticações. E também acessível para poucos. Em 1956 custava 6.200 dólares. Fazia frente ao Cadillac Eldorado .
A marca foi muito apreciada por famosos como Errol Flynn, Jean Harlow e Edith Piaf. Infelizmente a Packard deixou de produzir em 1958 em Detroit, Michigan. A Studebaker continuou a produzir por mais alguns anos, até mais precisamente em 1966 aproveitando as soluções da marca genial como o modelo Avanti por exemplo.
Em 2010 em Águas de Lindóia. Havia um modelo para ser restaurado.
E o preço não estava nada atrativo… e tinha muito trabalho a ser feito.
Texto, fotos e montagem Francis Castaings. Demais fotos de publicação do site
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