Picape Linha C-14 – Renovação com desenho brasileiro. Em 1964! Há 60 anos

Picape Linha C-14 – Renovação com desenho brasileiro. Em 1964! Há 60 anos

Em 1964 começou a linha C-1404 (picape), C-1414 (cabine duplas) , C-1504 picape com caçamba longa e C-1410 ambulância. A C-1416 se tornou a Veraneio em 1967.

Tanto as picapes quanto a Veraneio estavam com linhas mais moderna e mais agradáveis. E eram tão modernas quanto as produzidas pela matriz nos Estados Unidos. A C-1414 com cabine dupla tinha apenas duas portas e a C-1416 quatro com ótimo acesso interno. Dentro iam seis adultos com conforto relativo, pois na frente o túnel da transmissão incomodava quem ia ao centro. E tinha ótima caçamba muitas bagagens de todo tipo! Eram 1.603 cm³ ! Na picape cabine simples de caçamba curta denominada C-14, a cabine era produzida pela GM e a caçamba, fornecida pela empresa Brasinca. A caçamba longa denominada C-15, a cabine era GM e a caçamba também era da Brasinca. A empresa foi fundada em 1949 com o nome Inca – Indústria Nacional de Carrocerias de Aço S.A. Anos depois Pouco depois, para evitar de ser confundida com a Incar, pequena fábrica de carrocerias de madeira, a empresa teve o nome alterado para Brasinca.

Tinha 5,16 metros, 1,97 de largura, altura de 1,73 e peso de 2.000 quilos.  Não era fácil estacionar! Se fosse numa vaga de garagem de uma casa ou apartamento, a mesma tinha que ser larga! A medida de entre-eixos diferentes entre a caçamba curta e longa (2.920 e 3.230 mm, respectivamente).

As diferenças básicas entre a picape lançada em 1964 e os modelos da década de 70 estavam nos quatro faróis circulares e nervuras no capô nos modelos anos 60. Havia a picape C-14, a C-1416, mas em 1965 já era conhecida como Veraneio.  O motor das picapes tinha seis cilindros em linha, longitudinal,  4.278 cm³, arrefecido à água, 149 cavalos, torque máximo de 32 mkgf a 2.400 rpm, alimentado por um carburador de corpo simples, três marchas com alavanca na coluna, tração traseira e herdava a tração positiva dos utilitários anteriores.

Era anunciada como o primeiro carro brasileiro a ter suspensão dianteira independente. Tinha molas helicoidais e amortecedores telescópicos. Atrás molas helicoidais, amortecedores telescópicos e eixos semi-flutuantes. Fazia de 0 a 100 km/h em 18 segundos e sua máxima era de 144 km/h. Ótimos números para época ainda mais se tratando de um utilitário!  Não era um carro econômico: O consumo médio era de 5,6 km/l de gasolina comum. Seu tanque tinha capacidade para 70,5 litros de gasolina o que não permitia grande autonomia numa viagem pelo nosso grande país. Como opcionais podia receber rádio, cinto de segurança pélvico e limpador elétrico de para-brisa com duas velocidades. O esguicho para levar o para-brisa era de série.

Abaixo um modelo C-14 ano 1964 premiado em Araxá, Minas Gerais, em 2016

Em 1971 as picapes ganhavam nova frente e tinham um par de faróis circulares dentro de molduras plásticas quadradas. e novo capô sem ranhuras. E a versão cabine dupla de série desde o lançamento também tinha as mudanças citadas.

E as cores metálicas começavam a fazer parte da linha Chevrolet. No interior de Minas Gerais e de outros estados há ótimos exemplares bem conservados!

E em 1973 aparecia a ótima opção da direção hidráulica muito bem vinda! Novo painel com dois mostradores circulares ao centro. Velocímetro graduado até 160 km/h, marcador do nível de tanque de combustível e temperatura do motor. Luzes espia ajudavam e orientavam o motorista.

Em 1976 havia a opção do motor quatro cilindros 151-S da linha Opala. Dois anos depois, em 1978, chegava a D-10 com motor diesel Perkins quatro cilindros com 3.867 cm³ com 82 cavalos à 25,6 mkgf.

Agradou em cheio aos fiéis clientes da marca. A C-10 podia carregar 500 quilos com disposição e a D-10 podia levar uma tonelada!

A versão mais simples não tinha cromados externos.

Vista de lado com caçamba curta                                                                     

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Por dentro da C-10. Volante de grande diâmetro, alavanca na coluna com três marchas, painel simples com velocímetro, marcador de temperatura da água, nível do tanque de combustível de 70 litros e luzes espia. Levava bem três passageiros na frente. No início da década de 70, tinha apenas dois faróis circulares na frente e para-choques na cor branca na versão básica.

A grade das picapes era mais simples se comparada à Chevrolet Veraneio. A concorrência com a Ford F-1000 era grande e a General Motors tinha que renovar. A vantagem para a GM era que sua linha tinha muito mais versões de carroceria e motores que a Ford.

Na época as vendas da D-10 eram muito superiores se comparada às versões à gasolina. Segundo estudo interno, o veículo tinha que rodar 14.000 quilômetros mensais para justificar a diferença de preço. Para as empresas era bom negócio, mas para um cidadão comum, era estar na moda do diesel. Era mais lento, muito barulhento, mais pesado na condução, mas…

A elegância da C-10 durou quase 30 anos!

Serviam tanto aos produtores rurais quanto às empresas nas grandes cidades. Mas a moda de ter picape era grande ente a população comum!

Muito bonita em Sabará, Minas Gerais. Havia também a opção do teto branco de acordo com a cor dos para-choques.


Linha 1979 e o novo motor em 1981   

Novo capô e nova grade em plástico com dez retângulos melhora o visual já antigo. E o motor do Opala seis cilindros substituía o velho motor de 1964. Estava mais rápida nas acelerações quanto na velocidade máxima. Já havia versões movidas a álcool tanto para o motor com quatro cilindros quanto para o seis cilindros identificados pela cor amarela. As versões a diesel e a gasolina continuavam. Eram a A-10, C-10 e D-10.

A Super-Série se distinguia pelas duas cores e melhor acabamento interno. Com motor seis cilindros tinha 4.093 cm³, 122 cavalos na medida ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) enfrentava melhor os obstáculos. Era equipada com pneus 6,5 x 16 com seis lonas. A capacidade do tanque era de 88 litros! Observe a clarabóia no teto para melhorar a ventilação interna. Chegou tarde, mas era muito bem aceita! A versão com caçamba longa ainda era fabricada.

Em 1983 a empresa ENGESA (Engenheiros Especializados S.A.), muito capacitada em vários setores civis e militares fez uma versão da picape D-10 com tração 4 x 4. Usava rodas de 14 polegadas, quebra-mato na frente da grade dianteira, tubos Santo Antônio atrás do vidro traseiro e sobre eles faróis de longo alcance. Era equipada com pneus Off-Road com rodas de liga, suspensão mais firme e sua altura do solo era de 75 mm a mais que os 320 mm das picapes de série. Se destacava por faixas exclusivas. Observe o esquema abaixo do eixo cardã dianteiro e traseiro e a caixa de transferência entre eles. A mais procurada era a versão diesel, mas tinha a opção com motor quatro ou seis cilindros do Opala à álcool. Enfrentava lama e areia com tranquilidade!

Era a única cabine dupla produzida em série

Desde o surgimento do motor quatro cilindros do Opala quanto do seis cilindros, o cambio manual de quatro marchas com alavanca no assoalho estavam disponíveis. As relações de cambio, transmissão e diferencial eram diferentes do Opala. Com este propulsor de seis canecos aproveitava melhor a potência e a picape ficava muito agradável para dirigir !

Teve sua carreira encerrada em 1993. Veja também a história das picapes da linha C/K e Cheyenne


A sucessora C-20


Servindo como mesa de lanches

De muitas guloseimas


Os Hot’s

Com um V8

C-10 com discrição

Outra picape com leves modificações e capota marítima na caçamba.

Rodas e pneus mais largos e rebaixada.


Em Escala

As três na escala 1/43 vendidas em bancas. Coleção Carros de Serviço e Carros Brasileiros

As nacionais com as 3100 americana da marca Hot Wheels na escala 1/64


Texto, fotos e montagem Francis Castaings

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