Pontiac Catalina: Um Americano Insular

Pontiac Catalina: Um Americano Insular

Catalina é uma ilha no sul da Califórnia, banhada pelo Oceano Pacífico, nos Estados Unidos da América. Dista de mais ou menos trinta e cinco quilômetros de Long Beach. Famosa por suas águas claras e clima quente atrai muitos turistas americanos. Este nome é mais conhecido dos brasileiros por causa da marca de maiôs das beldades do elegante concurso Miss Universo. Também é conhecido pelos amantes da aeronáutica por ser um modelo de um famosíssimo hidroavião.

Porém também era um automóvel da divisão da empresa General Motors, a Pontiac, com sede no estado de Michigan. Esta foi fundada, por Edward Murphy  com o nome de Pontiac Buggy Company. Fabricavam carruagens. Em 1907 tornou-se a Oakland Motor Company e em 1909 foi adquirida por Mister Durant para fazer parte da GM. Em 1926 tornava-se a chamar Pontiac que era o nome de um chefe de uma tribo indígena. 

A década de 50 foi marcada por um desenvolvimento considerável na indústria automobilística americana. Os carros estavam mais modernos, tinham linhas mais retas e estavam também maiores. A General Motors era proprietária das marcas Oldsmobile, Chevrolet, Buick, Cadillac e Pontiac. Esta intermediária entre a Chevrolet e a Buick em termos de preço. Mas ela tinha nítida tendência esportiva.

Em 1960 o Catalina deixa de ser uma versão e passa a ser um modelo Pontiac. Foi lançado com carrocerias de quatro portas, perua também com quatro portas, cupê e conversível. Nestas duas últimas era notável o tamanho do porta-malas. Se destacava. Também tinha destaque a grade cromada de frisos horizontais e pontiaguda ao centro. Seria uma marca registrada dos novos Pontiacs.

Seu motor era dianteiro, arrefecido a água, com 8 cilindros em V e 6.374 cm³ ( 389 polegadas cúbicas). A potência variava entre 267 cavalos com um carburador duplo, passando por um de corpo quádruplo que gerava 333 cavalos, outro com três carburadores duplos e 348 cavalos até culminar com estrondosos 363 cavalos. Época de gasolina muita farta e barata. Podiam ser oferecidos com a caixa manual de quatro velocidades Borg-Warner ou Hurst automática de três. A tração era traseira.

Por serem muito pesados, por volta dos 1.750 quilos, não eram tão velozes. A velocidade máxima variava entre os 160 aos 185 km/h conforme a potência. Com o motor de 348 cavalos, o 0 a 100 km/h eram feitos em respeitáveis 8,9 segundos. Ótima arrancada para um automóvel deste gabarito. Por dentro transportava com muito espaço seis passageiros em seus bancos inteiriços. O volante de grande diâmetro tinha dois raios. O painel tinha velocímetro horizontal com graduação até 120 milhas. Inserido neste o marcador de temperatura, do nível de combustível e luzes espia. Relógio de horas ao centro e radio faziam parte do pacote.

Em 1962 recebia alterações na carroceria que o deixam mais harmonioso. Continuava com ótima área envidraçada em linhas mais retas. A grade dianteira já estava dividida.

Em 1963 estava menor em tamanho. O aspecto estava bem mais esportivo e agradável. Era o menor dos Pontiac cupês de grande tamanho (fullsize). E parecia muito com o irmão Grand-Prix (conheça) . Havia ainda a opção Ventura que era um “pacote” diferente do Catalina. Abaixo um modelo 1964

Em 1965 o Catalina tinha sete opções de motores e quatro de carroceria. O modelo de quatro portas, sem coluna, media 5,46 metros de comprimento e pesava 1.807 quilos.

A grade divida ao meio, ainda tinha uma divisão interna. Nas extremidades alojava quatro faróis redondos. Era um sedã elegante e bonito visto de qualquer ângulo. O modelo cupê hard top, a Station Wagon Safári e o conversível eram muito atraentes.

O bom V8 continuava com a mesma cilindrada. Com motores que iam dos 260 cavalos aos 381. Este tinha torque 63,6 mkg a 3.600 rpm. Sua taxa de compressão era de 10,5:1. Era alimentado por três carburadores duplos da marca Rochester. A transmissão automática turbo-Hydramatic tinha três velocidades. E levavam o grandão a 205 km/h. e o 0 a 100 km/h em 9,8 segundos.  A suspensão dianteira, em trapézio, era independente com molas helicoidais e barras estabilizadoras. Atrás conservava o tradicional eixo rígido com molas helicoidais. Ambas tinham amortecedores hidráulicos. Traziam muito conforto ao rodar, mas em curvas estavam longe de serem muito confiantes. Seus pneus eram na medida 8.55 x 14.

Em 1966 só era produzido na versão 2+2 e a alteração na carroceria não foi das mais felizes. Estava maior ainda e com estilo bem pesado.

Em 1967 recebia nova reestilização. Produzido só na versão duas portas fechado e conversível, estava agora com estilo mais agradável o cupê fastback. A frente, com quatro faróis redondos horizontais, tinha a metade superior ocupada pela tampa do capô e a inferior pela grade. Visto de lado impunha respeito. Parecia um gavião que também é um símbolo americano. E na configuração mais potente recebia o novo motor V8 428 (7013 cm³)  que rendia 376 cavalos a 5.100 rpm. Um verdadeiro “muscle car”. Descascava quase todos os pneus nas arrancadas. Fazia de 0 a 100 km/h em 8,5 segundos e chegava aos 205 km/h.

Em 1971 estava maior com 5,72 metros nas versões quatro portas e perua. E mais pesado também com 1.955 quilos. E menos potente. O V8 com 6.547 cm³ variava entre 177 a 253 cavalos. E na mais vitaminada chegava aos 200 km/h. O estilo estava pesado e pouco atraente. Na frente a grade central era retangular em posição vertical e na parte inferior se estreitava indo até as bordas dos para-lamas dianteiros. Não era muito harmônico.

Em 1975 o Catalina já era um pacato sedã. A crise de petróleo mundial de 1973 dera um duro golpe nos carrões da indústria americana. O motor V8 de 6.558 cm³ variava de 170 a 185 cavalos. E tinha também a opção de 7.473 cm³ com 200 cavalos. Não fazia milagres num carro de 5,74 metros e 2.350 quilos. A velocidade final era de 185 km/h. A versão conversível era equilibrada  e tinha um certo charme. Misturava linhas curvas e retas. A grade frontal era dividida em quatro retângulos. Ladeando ficavam quatro faróis quadrados. Por dentro continuava confortável oferecendo muito espaço aos ocupantes. O volante de três raios tinha um diâmetro correto. O painel com fundo imitando madeira tinha mostradores quadrados. A alavanca seletora de marchas ficava na coluna do volante. Tudo bem ao estilo americano.

Em 1976 a empresa completava 50 anos de atividade. E em 1981 o mais barato dos Pontiac grandes deixava de ser fabricado. Por questões econômicas a empresa tinha menos oferta de modelos. E o Catalina foi um marco em vendas e satisfação para os clientes. Infelizmente a marca foi extinta em 2010.


Nos encontros

Um modelo Especial em Araxá

O Ventura 1960 era uma das versões do Catalina. Em Águas de Lindoia

Um modelo 1969 em Juiz de Fora

Um belo carro americano


Em escala

Este artigo foi escrito da lembrança de um dos primeiros Matchbox, na escala 1/64 que ganhei de meu pai


Nas Pistas

Um modelo 1961 na Nascar. Fotos do documentário ESPN’s Ultimate NASCAR

E um modelo 1962. Saiba mais sobre este campeonato espetacular e sua história


Texto, Fotos e montagem Francis Castaings. Demais fotos de divulgação

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