Porsche 912: Uma alternativa da empresa de Stuttgart para ser o sucessor do 356
Em 1965 a Porsche descontinuava o modelo 356 e precisava de uma opção mais barata para uma clientela menos abastada.
Esta opção chamava-se 912 (acima) e estava equipado com motor de quatro cilindros opostos, arrefecido a ar, com 1.582 cm³ de cilindrada e potência de 102 cavalos a 5.800 rpm. Sua taxa de compressão era de 9,3: 1 e o torque máximo era de 12,4 mkgf a 4.200 rpm. A capacidade do tanque era de 62 litros de gasolina.
Era alimentado por dois carburadores de corpo duplo da marca Solex em posição invertida e seu desempenho estava longe de ser acanhado. Usava rodas em aço de 4,5 polegadas, com uma calota simples e pneus 185/70 R15.
Por dentro tinha acabamento mais acanhado. No painel havia três mostradores. A esquerda amperímetro e nível do tanque, ao centro conta-giros como nos Porsche 911 e a direita o velocímetro. Suas medidas eram quase idênticas ao do irmão mais potente a exceção do peso de 980 quilos sendo 60 mais leve que o irmão mais famoso 911 . Tinha carroceria monobloco e a repartição de peso era ótima: 45% na frente e 55% atrás. Fazia de 0 a 100 km/h em 12 segundos e sua velocidade máxima era de 185 km/h. Se diferenciava ainda pelo cambio de quatro marchas sendo que o seis cilindros, mais potente, contava com cinco velocidades. Sua tração era traseira. Interessante neste era que a primeira era para trás e a esquerda como o irmão mais potente 911. O restante seguia o “H” normal. Causava certa estranheza aos iniciantes. Sua intenção também era concorrer com os Ferrari e Chevrolet Corvette da 2ª geração.
O volante tinha diâmetro grande, era um adequado ao gosto dos alemães e estava também presente nos Mercedes e BMW. Tinha quatro raios e o aro podia receber acabamento em madeira. Seu painel exibia três mostradores. O maior, ao centro, era o conta-giros graduado a 7.000 rpm com zona vermelha começando aos 6.100 rpm. Ao lado tinha velocímetro graduado a 120 milhas por hora (198 km/h) para atender ao mercado norte americano. Havia a esquerda , marcadores de temperatura e pressão do óleo, voltímetro e nível do tanque de combustível.Tinha desenho correto com instrumentos e botões bem posicionados. Além do posicionamento pouco convencional das marchas, a chave de contato também tinha posicionamento diferente. Estava à esquerda. Os bancos dianteiros eram separados e confortáveis. Tinha desenho esportivo e se adequavam bem ao interior. Quanto aos traseiros só em caso de emergência poderia transportar mais duas pessoas.
A ideia do arco em alumínio escovado foi de Ferry Porsche no caso da versão Targa e foi entregue a polícia alemã para ser um carro patrulha nas ótimas estradas de lá. E mais interessante, foi o número 100.000 da empresa. E a Porsche construiu 40 carros de polícia no ano de 1966. Também em 1966 o 912 superou as vendas do 911. Quase o dobro. Por este fato o 912 ganhou novo painel com mais instrumentos, acabamento melhor na carroceria e caixa de cinco marchas.
Podia também como opcional, para os carros clientes, receber rodas Fuchs, mas suas calotas originais eram simples e bonitas. Custava 5 % a mais que o Porsche 356 e 30 % menos que um 911.
Sua suspensão era independente nas quatro rodas, sistema Mcpherson na frente com braços oscilantes inferiores, amortecedores telescópicos e barras estabilizadoras na frente e atrás. Atrás tinha barras de torção transversais e amortecedores telescópicos. Seus freios eram a disco nas quatro rodas e sua direção não tinha assistência.
Foram fabricadas 32.000 unidades do 912 entre 1966 e 1969 quando foi substituído pelo Porsche 914. Mas em 1976 voltou como 912 E (Einspritz, injeção em alemão) para o importante mercado americano. Baseada na carroceria do 911 geração G foram produzidas 2.099 unidades. Raras também!
Hoje um modelo 912 (quatro cilindros boxer) , que foi fabricado para aqueles que adquiriam o 356, não foi muito valorizado na época. Atualmente é muito desejado e o valor subiu muito entre os Porsche antigos.
Abaixo um premiado em Araxá, Minas Gerais no Brazil Classics Renault Show 2018 – XXIII Encontro Nacional De Automóveis Antigos
Texto, Fotos e montagem Francis Castaings. Demais fotos de divulgação
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