Renault 12: Um sucesso francês produzido em vários países

Renault 12: Um sucesso francês produzido em vários países

Produzido na França entre 1969 e 1980 o compacto francês, o segundo a ter tração dianteira na casa francesa, foi produzido também em Portugal, Argentina, Austrália, Canadá, na antiga Iugoslavia, Chile, Espanha, México, Turquia, Venezuela, Bélgica e Nova Zelândia. Era o projeto 117 nascido em 1965.

Tinha estilo próprio, quatro portas, três volumes, e perua, medindo 4,34 metros de comprimento, 1,61 de largura e 1,31 de altura. Pesava 900 quilos. Agradou muito desde seu lançamento, o R12 foi lançado em 1969, no Salão de Paris, França. Ele daria origem ao nosso Ford Corcel que tinha linhas mais conservadoras. Oferecia cinco lugares e conforto bom nas suas versões básicas. Era produzido na pequena cidade de Flins, noroeste de Paris.

Nasceu para substituir o Renault 8 que tinha tudo atrás, ou seja, tração e motor traseiro. O novo R12 tinha tração dianteira e motor dianteiro em posição longitudinal. O básico tinha quatro cilindros em linha, arrefecido a água, tinha circuito fechado que também seria adotado no Brasil, 1.289 cm³, 50 cavalos a 5.000 rpm, torque de 8,8 m.kg, taxa de compressão de 8,5:1, alimentado por uma carburador de corpo simples. Sua velocidade final era de 140 km/h. Seu consumo era de 12,5 km/l. Era o motor chamado de Cléon-Fonte, com bloco e cabeçote em ferro fundido.

Seu cambio tinha quatro marchas com alavanca no assoalho. Nesta época os automóveis com motor de 1.100 e 1.500 cm³ significavam quase 50% das vendas no mercado europeu. Muito interessante para a Renault.

Seus freios eram a disco na dianteira e tambor na traseira. Na frente e atrás a suspensão tinha molas helicoidais, amortecedores telescópicos, triângulos superpostos, sendo a dianteira independente e a traseira com eixo rígido. As rodas eram aro 13 com pneus na medida 145-330.

Acima da versão básica havia a TL com 54 cavalos e velocidade final de 145 km/h. Mais interessante era a TS com 60 cavalos a 5.500 rpm, taxa de compressão de 9,5:1 e carburador de corpo duplo. Chegava aos 150 km/h e se distinguia por fora por rodas com desenho esportivo e faróis auxiliares de longo alcance. E pneus 145 SR 13.

Em 1970 era lançada a versão Break, uma perua de quatro portas e ótimo volume para bagagens. A semelhança com a nossa Ford Belina era evidente.

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Mas o melhor e inesquecível estava para chegar. Em 19 de julho de 1970, milhares de pessoas compareceram ao autódromo de Paul Ricard, sul da França. Lá aconteceu a apresentação do esportivo R12 Gordini. Foi uma festa com muito vinho de ótima qualidade e para comer churrasco de carneiro, carne muito apreciada na França. Era o Dia G, ou seja, era lançada a versão12 Gordini. O nome estava associado ao italiano Amédée Gordini que fez bela carreira na França construindo carros de corrida e depois se dedicou a apimentar os Renault Dauphine, R8, o citado nesta matéria e outros como o R17. Amédée Gordini era apelidado carinhosamente de “Bruxo”.

A versão Gordini tinha a mesma carroceria do R12, mas era vendida só na cor azul, tom oficial dos carros de competição da marca, com faixas brancas, tomada de ar no capô, rodas esportivas e faróis de longo alcance. Não tinha para-choques. Havia Borrachas protetoras. Quem quisesse para-choques, pagava mais 5% do valor do carro. O motor era o mesmo do R16 TS, com 1.565 cm³, coletores de admissão e escapamento especiais e dois carburadores. O R12 Gordini tinha 125 cavalos de potência graças aos dois carburadores Weber de duplo corpo incorporados. A partir de 1972 podia ser comprado nas cores Azul França, branco, vermelho e amarelo.

O câmbio era de cinco marchas, os freios a disco dianteiros eram ventilados e os traseiros eram sólidos. Passava a ter 1.565 cm³ e 125 cavalos a 5.750 rpm graças a novas câmaras de combustão hemisféricas, válvulas com disposição em “V ” e carburador de corpo duplo. Bloco e cabeçote em alumínio. Sua velocidade máxima era de 174 km/h, os primeiros 400 metros eram vencidos em 17 segundos e os 1.000 metros em 32 segundos. Fazia de 0 a 100 km/h em 12,5 segundos fazendo com que carros maiores e mais potentes ficassem para trás. Tinha uma frenagem eficaz graças aos discos dianteiros ventilados. Um de seus concorrentes era o Audi 80 Challenge. Outro era o Triumph Dolomite Sprint.

Em outubro de 1970 começou a ser comercializada uma versão de competição muito interessante: Era o 807/G, com motor de 1.596 cm³, taxa de compressão de 11,5:1, 17 m.kg de torque e 160 cavalos de potência a 7.200 rpm. O 807/G chegava aos 205 km/h. Vinha de fábrica com “arco de proteção central” e painel com muitos instrumentos dignos de um esportivo. Tinha kit competição como novos segmentos, carburador Weber 45 de corpo duplo, bielas, camisas, comando de válvulas, velas, giclês, cornetas de admissão no lugar do filtro de ar… Era o mesmo propulsor que servia ao R15, R16, R17, Alpine A110 e Lotus Europa.

Grandes nomes do automobilismo francês pilotaram na Copa R12 Gordini (1971 à 1974). Foram Didier Pironi, Patrick Tambay e Patrick Depailler, que chegaram à Fórmula Um, e Jean Ragnotti, Bernard Darniche, Guy Fréquelin e Michèle Mouton, que brilharam nas provas em circuito e também de rali. Apenas 5.188 exemplares do R12 Gordini foram fabricados até julho de 1974 apesar do sucesso.

Nas versões menos potentes R12 continuava vendendo bem. Em 1974 contava com câmbio automático de três velocidades e motores mais potente, para agradar o mercado americano. Como era costume na época ganhava para-choques mais parrudos, frisos cromados e calotas em algumas versões.

Em 1974 o R12 era o carro mais vendido na França, com 380.000 produzidas naquele ano, quando teve mudanças nos para-choques, faróis e lanternas traseiras.

Felizmente as alterações agradaram e não afetaram muito suas vendas. A Break também estava com a frente nova também. Foi fabricada uma versão duas portas muito rústica destinada apenas a empresas. Após a coluna B só chapas.

E também um novo painel mais moderno

A partir de julho de 1978, após o lançamento do Renault 18 (abaixo na versão Turbo), só o sedã TL e os breaks continuavam em produção. Havia o Break TS com rodas estilo Gordini, os cintos de segurança obrigatórios atrás e novas lanternas traseiras. O Sedã e Break TL continuaram em produção até 1980.

Até hoje o R12 Gordini é venerado na França e na Europa para quem gosta de um pequeno sedã “Nervoso”.


O Projeto M na França


No vizinho do sul

Na Argentina, o pequeno sedã, muito apreciado ficou no mercado até 1994.

E teve até uma versão esportiva chamada Alpine exclusiva .

O R12 fez história mundo afora. Ao todo 4.090.629 exemplares


Em escala

Felizmente já temos o modelo nacional em Zamac (Elementos formadores da liga: Z (Zinco), A (Alumínio ), Ma (Magnésio) e C (Cobre).) . Em duas coleções vendidas em bancas que foram sucesso. As francesas Norev e Solido fizeram na escala 1/43 o modelo de quatro portas e o Break (perua). Pouco depois a Coleção Clássicos Inesquecíveis do Brasil lançou o Corcel cupê 1973 também na cor amarela, o Corcel II na cor branca, a Belina na cor laranja e o Del Rey na cor café com leite. Perfeitos! 

As miniaturas e o manual do Renault 12 para manutenção, bem detalhado com vários desenhos e esquemas vendido nas boas livrarias de Buenos Aires. Podia-se seguir o exemplo aqui. Venderia muito bem.

A miniatura nacional e da coleção de táxis do mundo que não fez tanto sucesso por aqui infelizmente. Ambos bem feitos.


Texto, Fotos e montagem Francis Castaings. Demais fotos de Divulgação, Salão Rétromobile, Organizações Peter Auto e Citroën Club Argentina

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