Trabant: Do Socialismo ao Capitalismo. E com muito Charme há 65 anos

Trabant: Do Socialismo ao Capitalismo. E com muito Charme há 65 anos

Em 9 de novembro de 1989, a capital da Alemanha, Berlim, dividida desde a segunda Grande Guerra não mais seria a mesma. Neste dia milhares de berlinenses uniram-se no muro que dividia a cidade entre ocidental e oriental. O muro era derrubado. E o povo estava eufórico em ambos lados. Um símbolo nada apreciado caía.   A crise da DDR (Deutsche Demokratische Republik ou República Democrática Alemã) chegava ao fim. Grandes manifestações aconteceram naquele dia e uma nova Alemanha nascia. E para melhor para milhões de cidadãos!

E um carrinho muito interessante, simpático, simples, popular, iria atrair olhares dos apaixonados por carros. Não era bonito, mas diferente. Era pequeno, com duas portas e bom para transportar quatro pessoas. Trabant significa satélite natural em grego. Sua carroceria era feita de Duroplast, um resina misturada com fibras vegetais e algodão similar ao plástico reforçado com fibra de vidro. Era fácil de fazer, muito leve. Só que não oferecia muita resistência em caso de acidentes. E não era reciclável. As carrocerias eram pintadas sempre em tons discretos.

O primeiro modelo era o P50 que foi produzido entre 1957 e 1962. Era produzido desde 1957 pela empresa Sachsering. O Trabant P600 das fotos, produzido entre 1962 e 1964, media 3,37 metros de comprimento e 1,5 de largura. Tinha motor dianteiro transversal e tração dianteira. Seu propulsor tinha dois cilindros em linha, dois tempos como os DKW e era arrefecido a ar. Tinha potência de apensas 20 cavalos e 5,3 kgfm de torque. Não tinha comando de válvulas, bomba de óleo, radiador ou bomba d’água. O combustível, gasolina, chegava ao carburador pela força da gravidade! E já estávamos na década de 50! Sua simplicidade mecânica era ímpar: o motor tinha bloco e cabeçote em ferro fundido, virabrequim, dois cilindros e duas bielas, ou seja, sete peças sendo apenas cinco móveis. Seus quatro freios eram a tambor e sua caixa tinha quatro velocidades sincronizadas. No modelo anterior era mais rústica sem sincronizadores. O exemplar abaixo foi premiado em Águas de Lindóia, em São Paulo, em 2013.

Seu interior era muito simples e continha apenas o necessário. No painel rústico havia apenas o velocímetro graduado a 100 km/h. O nível de combustível era medido através de uma vareta introduzida no tanque. Não havia mostrador no painel. Os bancos também eram muito simples em tecido de concepção rústica. Assim como o volante de dois raios.

Sua traseira era bem simples e tinha ótimo acesso ao porta-malas. Como pode-se notar dobradiças simples, não havia um puxador para abertura e ausência de luz de ré. Sua manutenção era muito simples.A visibilidades era ótima em todos os ângulos. Tinha linhas bem adequadas a década de 50.

A aceleração de 0 a 100 km/h era em honrosos 22 segundos e sua velocidade final era de 115 km/h. O sistema elétrico era de 6 volts, com dínamo e sua bateria com 56 amperes.

Um nova carroceria chegava em 1964. Era mais moderna que a anterior e se chamava P601 .As dimensões pouco mudavam. Media 3,36 metros de comprimento e 1,5 de largura, 1,43 de altura e entre-eixos de 2,02 metros. Pesava 620 quilos. Era fabricada com o mesmo material da versão anterior. Sua suspensão dianteira e traseira era independente. Contava com amortecedores hidráulicos em ambos os eixos. Na frente tinha braços triangulares. Atrás tinha eixos oscilantes e feixes de molas. Seus freios eram a tambor com assistência hidráulica e contava com pneus na medida 5.20 x 13.

Este conservava o motor dois tempos, com dois cilindros e 594 cm³. Sua taxa de compressão era de 7,6:1 e potência de 26 cavalos a 3.900 rpm. Era alimentado por um carburador de corpo simples em posição invertida. A capacidade do tanque era de 24 litros e seu consumo era de 14 km/l.

Pouco mudava no painel muito simples. A alavanca de marchas na coluna era muito curta. Como o anterior contava com quatro marchas sincronizadas. Ao passar dos anos ganhava alguns poucos equipamentos.

A versão perua tinha três portas, o mesmo comprimento, mas era um pouco mais pesada, apenas 660 quilos e a velocidade final era de 95 km/h.  Uma versão aberta sem capota também chegou a ser produzida.Ao invés de portas tinha correntes para evitar a queda dos ocupantes. Era um utilitário simpático também. Em 1971 cerca de 750.000 unidades já haviam sido produzidas.

Entre 1989 e 1991 havia a versão P1100 com motor do Volkswagen Polo com 1,05 litros de 45 cavalos. E ganhava freios a disco nas rodas dianteiras. Tinha a grade frontal diferente, mas no resto pouco mudava. O modelo P601 continuou em produção.

O Trabant foi produzido pela VEB Sachsenring Automobilwerke, na cidade de Zwickau, na antiga Alemanha Oriental, por 34 anos, entre 1957 e 1991. Cerca de 3,7 milhões de exemplares ganharam as ruas. Hoje faz parte de várias coleções no mundo sendo um veículo muito atraente. Algumas unidades foram vendidas na Bélgica e na Holanda. E existem vários clubes na Europa que se reúnem sempre e fazem várias viagens no continente. E participam de eventos de veículos históricos de competição. Trabant, uma paixão! 

Existem poucas unidade no Brasil .Seu apelido carinhoso era Trabi.


O Wartburg 

Este modelo Wartburg 353 S 1976 também foi fabricado na Alemanha Oriental. Foi produzido entre 1966 e 1991.

Um carro muito interessante e raro no Brasil. Tinha motor com três cilindros em linha, 992 cm³, 50 cavalos à 4.250 rpm e 10 mkgf de torque máximo. Tinha tração dianteira, quatro marchas e velocidade final de 130 km/h. Havia também a versão perua e picape com duas portas.


Texto, montagem e fotos Retroauto,                                                              

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