Lancia B20: Esportividade, Sofisticação e bom gosto italiano

Lancia B20: Esportividade, Sofisticação e bom gosto italiano

Desde a sua fundação, em 1907, a fábrica de automóveis italiana Lancia sempre produziu modelos originais que sempre traziam alguma novidade. E logicamente beleza em carroceria, charme e bons motores. Na década de 20 o destaque ficou por conta do modelo Lambda. Uma obra prima que Vincenzo Lancia se orgulhava muito de fabricar na cidade de Torino, na Itália. Após a segunda guerra  mundial, já sob a batuta do herdeiro Gianni, um novo projeto estava em curso. Vincenzo faleceu em 1937 e sua mulher Adélia e seu filho Gianni assumiram a direção da empresa.

Em 1950, no salão de Torino, Itália era lançado o Lancia Aurélia B 10 (abaixo). Desde 1943 era a intenção da Lancia fabricar um modelo mais ambicioso.

Tratava-se de um sedã quatro portas com linhas bem curvas. A traseira tinha um leve fastback e as portas de trás tinham abertura suicida. Não era um modelo de linhas muito interessantes e tinha um estilo diferente que cativava. O para-brisas não tinha divisão e os vidros dianteiros não tinham quebra ventos. Já antecipava uma tendência

Seu motor dianteiro, refrigerado a água, era um seis cilindros em V. Seria o primeiro motor nesta configuração produzido em larga escala. Mais um pioneirismo da empresa. Este grupo propulsor, em liga leve, num ângulo de 60º, tinha 1.754 cm³ e potência de 56 a 4.000 rpm. Sua velocidade máxima era de 135 km/h. Foi projetado por Francesco De Virgilio  e contou também com a astúcia de Vittorio Jano que desenhou, e colocou num conjunto só,  embreagem, caixa e diferencial para o motor em V. Esta solução brilhante foi copiada depois por Ferrari, Porsche e outros também famosos.

Em 1951 nascia outro belo modelo da linha Aurélia. Era o cupê B20. Tinha carroceria monobloco, e era mais moderna que o sedã de quatro portas lançado um ano antes. Seu motor, mais potente, contava com 1.991 cm³, 80 cavalos de potência a 5.000 rpm. Visto de qualquer ângulo, era um carro bonito. Na frente a nova grade com formato de coração tinha um friso central separando. Para auxiliar na refrigeração ainda havia duas grades laterais em formato retangular. O grupo óptico contava com quatro faróis circulares sendo que os principais tinham diâmetro maior. O desenho era obra de Mario Boano (Estúdios Ghia) . Era fabricada pela Pinin Farina, Bertone e Maggiora. Tinha 4,37 metros de comprimento, 1,55 de largura, 1,36 de altura e pesava 1.250 quilos.

Fez sucesso nas pistas da Europa. Nos ralis de Monte Carlo como em sua categoria nas 24 horas de Le Mans, Mille Miglia, Targa Florio e Monza, ganhou chegando a frente de concorrentes bem mais potentes. Preparado para corridas, chegava a atingir velocidades superiores a 190 km/h. E também nas mãos de personalidades do Jet Set, fez muito sucesso na frente de mansões, palácios e restaurantes de renome.

Famosos como o ator norte americano Gary Cooper e o Príncipe Ranier de Mônaco, conhecido amante de belas máquinas, foram proprietários. Este modelo aliava luxo e esportividade. Em 1954 o sedã ficava mais forte com 2.266 cm³ e 87 cavalos a 4.800 rpm.

Em 1957 era lançada a série B20, sexta da linha, que fora fabricada até 1957. Tinha carroceira monobloco este belo cupê. Seu motor V6 com 2.451 cm³ tinha bloco e cabeçote em liga leve, comando de válvulas central e virabrequim com quatro mancais, Era alimentado por um carburador de corpo duplo da marca Weber e tinha potência de 112 cavalos a 5.000 rpm. Seu toque máximo era de 17,5 mkg.f a 3.500 rpm. Sua velocidade máxima era de 180 km/h ótima para a categoria a qual se destinava. Como opcional havia a opção de carburadores da marca Dell’Orto e rodas raiadas da marca Borrani.

Sua tração era traseira e tinha cambio com quatro velocidade, sendo que a primeira não era sincronizada. As primeiras unidades tinha alavanca de cambio na coluna e depois passaram a ser no assoalho. Detalhe interessante na linha B10 e B20 era que só em 1954 tinha direção a esquerda. Por dentro tinha ótimo conforto para os dois passageiros a frente e regular para aqueles que iam atrás. Era um Verdadeiro GT 2+2.

No painel contava com um belo volante de madeira com três raios. A frente havia dois grandes mostradores circulares. A esquerda velocímetro com graduação até 220 km/h e inserido neste nível do tanque de combustível,marcador de temperatura do motor e nível de óleo. No conta-giros a esquerda, graduado a 5.500 rpm, tinha um relógio de horas inserido. A instrumentação era da famosa marca Jaeger. O acabamento era de ótima qualidade e seu porta malas era muito bom para um cupê.

Sua suspensão dianteira era independente com braços superiores, molas helicoidais e amortecedores telescópicos a óleo reguláveis. Atrás tinha sistema De Dion, feixe de molas e amortecedores telescópicos. Seus freios eram a tambor com assistência hidráulica. Usava pneus na medida 165 x 400. A direção não tinha assistência.

Foi um GT muito bonito e são raros aqueles em bom estado.

Este B20 GT foi produzido de 1953 a 1957 em 972 exemplares.


1951: O pneu radial

Não foi uma inovação para uso nas 24 Horas de Le Mans, mas que foi validada na prova e cuja reputação foi construída graças à corrida de Le Mans. Em 1951, a Michelin equipou um Lancia Aurélia B20 GT com um pneu radial, cuja patente foi registrada apenas cinco anos antes. A introdução de fios têxteis ( Nylon, Poliéster, Rayon, ou combinações destes) na carcaça do pneu permitiu reforçar as paredes laterais, o que melhorou a resistência e a aderência à estrada. Equipada com o Michelin X, a marca italiana conquistou a vitória na sua categoria e terminou em décimo segundo lugar geral


Em escala : 1/43 da Brumm



Texto, fotos e montagem Francis Castaings. Demais publicadas no site

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