Ford Taunus TC 5ª geração: Nascido em 1970: Há 55 anos

Ford Taunus TC 5ª geração: Nascido em 1970: Há 55 anos

O Ford Taunus TC, Taunus Cortina, entrava a década de 70, no mês de outubro, de roupa nova. E bonita! Tinha o apelido de Taunus Knudsen por causa do dirigente da Ford Alemanha que na época era o Senhor Semon E. Knudsen. E não tinha mais o nenhum pouco modesto “M” de Meisterstück(obra de arte).

Todos os modelos tinham só um tipo de carroceria. Os modelos de duas e quatro portas tinham três volumes. Eram muito bonitos e mais modernos que a concorrência. Eram muito equilibrados. Havia ainda um cupê fastback bem atraente e a perua de quatro portas também muito agradável aos olhos.

Nesta o acesso era muito bom para passageiros e bagagens. Bem ampla, era muito atraente. Todos perdiam os quebra ventos e a visibilidade estava ótima. Media 4,27 metros de comprimento e pesava 950 quilos na versão mais despojada. Na outra margem do Canal da Mancha, na Inglaterra, chamavam-se Cortina, substituindo o modelo anterior. Só que lá, as linhas dos para-lamas traseiros eram curvas. Mas praticamente era a mesma plataforma.

A exemplo da geração anterior, o mais simples, tinha faróis redondos, denominada Standard. Também havia a versão L e a LX com faróis retangulares. Era o modelo 1300. Com 1.294 cm³, quatro cilindros, refrigerado a água, desenvolvia 55 cavalos a 5.500 rpm. O comando de válvulas era no cabeçote.  Sua velocidade máxima era de 140 km/h. O modelo 1600 tinha 1.593 cm³ e potência de 72 cavalos a 5.500 rpm. A taxa de compressão era de 9,2:1. Os freios dianteiros eram a disco e os traseiros a tambor.

Um pouco mais veloz, tinha máxima de 150 km/h. Nesta podia-se optar pela versão GT e GLX com 88 cavalos e obtinha velocidade final de 165 km/h e a aceleração de 0 a 100 km/h em 14 segundos. Na GT tinha pneus radiais 175 SR 13, grade preta, faróis de iodo e faróis circulares auxiliares de longo alcance. Os para-choques cromados tinham uma faixa preta no meio.


Um Ford Taunus cupê GT 1980 – Categoria indústria argentina primeiro prêmio na Exposição Autoclássica en San Isidro em Buenos Aires


As rodas com desenho esportivo misturava cor prata e fundo preto. O teto de vinil era de série e moda na época. A posição de dirigir era ótima e a visibilidade também. O volante de quatro raios tinha ótima pega. Os bancos com encosto alto reclináveis na versão GT ofereciam maior conforto. Era bem equipado e o painel tinha velocímetro, conta-giros, marcador de temperatura do motor, nível do tanque de combustível e várias luzes espias. Confortável, transportava cinco adultos. Além da versão 2000, a mais potente era a 2300. O motor com seis cilindros em V tinha cilindrada de 2.293 cm³ e potência de 110 cavalos a 5.000 rpm. O torque máximo de 18,5 mkg era alcançado a 3.000 rpm. Sua taxa de compressão era de 9:1 e a alimentação era feita por um carburador de corpo duplo em posição invertida. Sua velocidade máxima era de 179 km/h e alcançava os 100 km/h em 10,5 segundos. Com o cambio automático opcional chegava a 172 km/h.

A imprensa germânica porém não admirava muito o Taunus. Consideravam-no um automóvel de baixa qualidade. Mas o carro vendia bem em toda Europa. Era apreciado pela robustez, beleza das linhas, espaço interno, várias opções de motor e carrocerias. Os clientes tinham por volta de 40 opções na hora da compra. 

O piloto escocês, Jackie Stewart, que corria pela equipe Tyrrel-Ford, participou de uma campanha publicitária na época. Impulsionou mais as vendas. Palavra de campeão de Fórmula Um! Em 1973 chegava um novo concorrente interno. Era o novíssimo Volkswagen Passat. Também faziam frente o Opel Ascona e o Audi 80 na Alemanha. Na França os concorrentes eram o Peugeot 504, o Citroën DS na versão mais simples e o Renault 16. Na Itália eram o Fiat 132 e o Alfa Romeo Giulia Tipo 103.

Até dezembro de 1975 foram produzidos por volta de 1.100.000 unidades do  Ford Taunus. Sabiamente a Ford Alemã não disponibilizava motores muito potentes no Taunus Fastback, pois poderia  “canibalizar” o cupê Ford Capri da mesma fábrica. Tampouco no modelo com carroceria sedã, pois o mesmo efeito se daria nos modelos mais luxuosos da marca que eram o Ford Cônsul e Granada.

Em janeiro de 1976 sofria modificações na carroceria. Estava com linhas mais atuais, mais retas, “esticadas”. Os Faróis dianteiros eram retangulares.. A grade retangular com fundo preto também era nova. Atrás também contava com novas lanternas e novo desenho do porta-malas. Alemães e ingleses eram idênticos. E isto era muito bom para a Ford Europa, pois não confundia mais os clientes. Quanto aos motores, não havia grandes alterações. Estavam mais econômicos devido a crise de petróleo deflagrada em 1973 e um pouco mais potentes devido ao avanço tecnológico. O mais econômico, com motor 1300, fazia 13,5 km/l numa velocidade constante de 90 km/h. Além dos antigos, juntavam-se novos concorrentes que eram o Simca 1308, o Datsun Bluebird, o Renault 20, o Chrysler 180 e o Leyland Princess.

Quanto ao acabamento havia a nova versão Ghia, topo de linha que era a mais luxuosa. Mas para todos haviam opcionais interessantes que eram o auto-radio Ford, retrovisor externo com controle interno, teto de vinil, teto solar, para-brisas laminado, vidro traseiro com desembaçador, cinto de segurança de três pontos  e lavador de faróis. A suspensão continuava clássica com molas helicoidais e amortecedores telescópicos na dianteira. Atrás mantinha o eixo rígido. Os freios contavam com duplo circuito e servo. Nas versões mais potentes contava com pneus na medida 195/60 HR 14 com bonitas rodas de liga leve.

No Salão de Frankfurt em 1979 recebia um rejuvenescimento. Ganhava para-choques pretos, borrachões laterais e grade da mesma cor que a carroceria. As rodas de liga ganhavam novo desenho. Foram 34 anos de sucesso. De 1948 a 1982. Um vitorioso da Alemanha e da Europa. O Ford Sierra , abaixo, pegava o cajado para continuar o sucesso das linhas de automóveis médios da Ford Europa.

Ford Sierra: O Revolucionário Ford Europeu comemora 40 anos em 2022

Nas Pistas da Argentina

Um cupê também vitorioso em na categoria TC (Turismo de Competição) ano 1983, 2.000 cm³, 215 cavalos e 230 km/h. A grande tomada de ar frontal é usual nos carros de corridas argentinas. Quem conhece a Raim Air dos musculosos americanos vai entender. É um sistema de admissão de ar forçada. Beneficia a pressão de ar externa, criada pelo movimento do veículo, para criar uma pressão positiva no coletor de admissão de um motor de combustão.


Nas Telas

Roger George Moore foi um ator britânico, célebre por interpretar o agente secreto britânico James Bond por sete vezes no cinema. Foi, desde 1991 até à sua morte em 23 de maio de 2017, embaixador do UNICEF, e por suas ações humanitárias, foi condecorado, em 1999, como Cavaleiro do Império Britânico.

Nos filmes de James Bond podemos ver dois modelos. Em o Espião que me amava, “The Spy Who Loved Me” de 1977, com Roger Moore e Barbara Bach eles são perseguidos por um modelo quatro portas preto da última geração quando estão a bordo de um Lotus Esprit.

Não conseguiram alcançar… e quem estava no Taunus era o temível “Dentes de Aço” interpretado por Richard Kiel. Aparece por segundos o Taunus e recebe uma espécie de lama cinzenta no para-brisas. O motorista perde o controle, cai num penhasco e mergulha numa casa modesta de um senhor da Sardenha onde são filmadas as ótimas cenas. É claro que Dentes de Aço sai ileso, que participou duas vezes da série .

Também em Nunca mais outra vez, “Never Say Never Again” de 1983, com Sean Connery e Kim Basinger, um oficial que faz papel de irmão da bela americana, é assassinado dentro de um Ford Cortina.


Especiais

A empresa italiana OSI (Officine Stampaggi Industriali) situada em Torino, expôs no Salão de Genebra, na Suíça, em 1966, um belo 2 +2  chamado OSI-Ford  20M TS 2000S. Não tinha nada haver com o carro de produção em termos de carroceria. Tratava-se de um belo 2 + 2 com 4,67 metros de comprimento e peso de 1.150 quilos. Na frente tinha grade cromada com frisos horizontais e quatro faróis circulares. Tinha ótima área envidraçada. A traseira longa tinha um fastback equilibrado. Por dentro um típico esportivo com bancos especiais, painel muito completo e volante de três raios de alumínio e aro de madeira.

O console era alto e a alavanca ficava bem posicionada. Atrás só iam crianças com algum conforto. Ladeando o banco de trás ficavam dois interessantes “porta trecos”. Seu motor era um seis cilindros em “V”, 1.998 cm³ e 95 cavalos de potência a 5.000 rpm.Também estava disponível na versão 2300S com 2.293 cm³ e 115 cavalos a 5.100 rpm. A velocidade máxima era de 170 km/h. Pouquíssimos modelos foram construídos até 1968.


Em Escala

O modelo da série James Bond é muito bem feito, na escala 1/43 e seu pequeno diorama montado numa pequena plataforma reflete bem a cena em que aparece. Ótima coleção. . 


No mundo nas ruas

Nas ruas de Buenos Aires. Muito apreciado e em bom estado

O sedã Ford Taunus que merece restauro

Outro.

Foi fabricado na África do Sul como Ford Cortina seguindo as linhas do modelo inglês com os motores 1300, 2000, 2500 e 3000. Na Austrália também como Ford Cortina e, a partir de 1980, baseado no Taunus alemão, chamava-se Fairmont. Tinha versões com carroceria de quatro portas e Panel (com painéis de metal no lugar dos vidros traseiros laterais) de duas portas. Com motores 2.000 e duas opções com seis cilindros. Um com 3.280 cm³ e 130 cavalos e outro com 4.100 cm³ e 155 cavalos. Deviam assustar muitos cangurus.

Na Argentina (acima) era o Taunus de linhas alemãs. As versões de carroceria eram com carroceria sedã e cupê fastback. Seguiam também com as mesmas motorizações de lá. Também teve um carreira longeva e era muito apreciados por nossos vizinhos.

Foram também montados na Bélgica seguindo o padrão da sede de Colônia na Alemanha. No Brasil chegou a fazer parte de uma “clínica” no inicio da década de 70. Acima um modelo Cortina em Juiz de Fora, Minas Gerais.

Estavam lá sem identificação o Chevrolet Opala, o Ford Maverick, e o Hilman Avenger que viria a ser nosso Dodge 1800.  Mas aqueles convidados especiais que estavam presentes votaram preferindo o Maverick. Se o Taunus fosse produzido aqui talvez teria feito frente ao Opala.  


“O que é escrito sem esforço é lido sem prazer”


Texto, fotos e montagem Francis Castaings. Representante/embaixador no Brasil do Club Vincennes en Anciennes

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