O Gol lançado em 15 de maio de 1980, gerou a família de sucesso Saveiro, Voyage e Parati.
Um grande sucesso da Volkswagen foi a linha Gol que continua muito bem no século XXI. Lançado em 1980, o Gol BX tinha mecânica igual ao do Volkswagen Fusca 1300 , mas posicionada na frente. Passou a usar o motor 1.600 cm³ (abaixo) , mas só conseguiu sucesso com o novo motor MD-270 já usado no VW Passat e depois o AP arrefecido à água. Deu origem ao Voyage, Saveiro e Parati. Usou motores 1.000 CHT, 1.600, 1.800 e 2.000 cm³ no GTI que também usou a primeira injeção eletrônica num carro nacional. As primeiras motorizações eram motor com 1.584 cm³ , taxa de compressão de 7,2:1 e potência de 66 cavalos à 5.000 rpm e dois carburadores de corpo simples. Seu torque máximo era de 12,0 mkgf a 3.600 rpm. Nos motores movidos à álcool a taxa de compressão para o motor 1.3 (50 cavalos) e 1.6 era de 10:1 com potência de 62 cavalos. Quem presidia a Volkswagen na época era Wolfgang Franz Josef Sauer que nasceu em Stuttgart em 1930 e faleceu em São Paulo em abril de 2013. Este executivo alemão, muito competente, se naturalizou brasileiro, e presidiu o grupo no Brasil entre 1973 e 1993.
Volkswagen Gol chegou com motor 1.300 cm³, arrefecido à ar, o mesmo bom e conhecido da família Volkswagen que por anos equipou a maioria de seus modelos.
Só que no Volkswagen Gol ele era dianteiro e sua tração dianteira. Tanto na versão 1.300 quanto na 1.600 o pneu estepe ficava sobre o carburador na lateral direita.
Foi uma adaptação bem sucedida já que nos primeiros o pneu sobressalente ficava no porta malas e roubava um bom espaço que não era muito grande. Sua carroceria monobloco tinha 3,79 metros de comprimento, 1,60 de largura, 1,37 de altura e 2,35 de entre-eixos. Dizem que um concessionário adaptou o pneu sobre o carburador. Na época circulou a notícia que era um mecânico desta. Seja qual for a verdadeira, Wolfgang Sauer, não ficou satisfeito com seus engenheiros e deu os parabéns ao idealizador.
A ideia do carro com motor dianteiro arrefecido a ar não era nova, já havia sido pensada, mas não aplicada na Alemanha. Era o projeto VW-Porsche EA266. Ainda existe um exemplar na matriz europeia, mas chegaram a fabricar 50 protótipos e alguns já estavam prontos no final da década de 60. A mecânica estava abaixo do banco traseiro e aqui no projeto BX( o X de experimental) foi colocada na dianteira. Não vingou lá, o presidente da VW Kurt Lotz pôs fim a este projeto afim de revolucionar a linha que começou com o Passat e logo depois o Golf que salvou a Volkswagen devido ao seu enorme sucesso. Os designers brasileiros José Vicente Novita Martins (Jota) e Marcio Lima Piancastelli responsável pelo estilo da Brasília (conheça) , também responsáveis pelo desenho do SP-2, idealizaram o desenho do Gol. Um dos pontos de partida foi de uma Brasília com motor dianteiro em 1976.O projeto foi muito apoiado pelo engenheiro alemão Phillip Schmidt, diretor de pesquisa do grupo no Brasil.
Kurt Lotz aproveitou todas as boas ideias e bons projetos da Audi e da NSU Motorenwerke. Ambas haviam sido absorvidas pela Volkswagen. O Projeto EA 276, já com motor dianteiro à ar e idealizado por Giorgetto Giugiaro também não vingou. Este estilista italiano foi o criador do Passat, Golf, Polo… abaixo o Volkswagen Srirocco com linhas bem semelhantes ao nosso Gol
Um Volkswagen Gol arrefecido à ar premiado em Águas de Lindóia em 2018 com motor 1.600 cm³!
Em 1984 houve a primeira mudança na frente com faróis retangulares ladeados pelas lanternas de sinalização na cor âmbar. Somente para os modelos Gol arrefecidos como motor 1.600. Esta mudança também ocorreu no Voyage, Parati e Saveiro que utilizou o motor VW arrefecido a ar desde 1982. Esta tinha capacidade de carga de 570 quilos incluindo os dois passageiros. E tinha 2 m² de área na caçamba. Por este motivo não era muito confortável para passageiro e motorista. O pneu estepe ficava atrás do banco de passageiro que limitava mais ainda o espaço interno! O motor arrefecido à ar tinha quatro cilindros opostos (Boxer), 1.584 cm³ dois carburadores da marca Solex de corpo simples e potência de 66 cavalos à 5.000 rpm. Tinha tração dianteira e cambio de quatro marchas. Usava rodas de aço estampado e pneus radiais na medida 155 SR 13. Em testes conseguiu velocidade máxima de 127 km/h na versão 1300, 139 km/h na versão 1.600 e fazia de 0 a 100 km/h nesta 18,5 segundos. O modelo Gol também foi lançado como uma versão furgão e no lugar dos vidros laterais e traseiros tinha chapa de aço. Era o mais simples e barato da linha.
Mais espaço para passageiros e bagagens era necessário e o Volkswagen Voyage com motor 1500 chegou em 1981 nas versões gasolina e álcool. Também rodou com motores 1.600 e 1.800 cm³ tanto movido a gasolina quanto álcool. O motor básico era dianteiro de quatro cilindros em tinha 1.471 cm³, taxa de compressão de 7,4:1, 10:1 (Álcool) 78 cavalos à 6.100 rpm. Tinha cambio com quatro marchas e tração dianteira. Para o modelo a álcool existia uma tecla na cor laranja para injetar gasolina para ajudar a colocar o motor em marcha. Fazia de 0 a 100 km/h em 15,7 segundos e tinha velocidade final de 146 km/h. O tanque de combustível tinha capacidade para 55 litros e a 80 km/h seu consumo era de 13 km/l na versão a gasolina. A capacidade do porta malas era de 382 litros contra 334 do Gol.
O painel da versão mais simples, tinha velocímetro graduado até 190 km/h, relógio de horas analógico, marcador de temperatura do motor, nível do tanque de combustível e seis luzes espia. Como opcional podia receber conta-giros, ar quente e rádio AM-FM. O volante tinha ótima pega assim como a alavanca de marchas bem posicionada. Os bancos dianteiros contavam com apoio para cabeça e tinha bons ajustes de assento e encosto.
O Voyage assim como o Gol, Parati e Saveiro tinham carroceria monobloco e célula de segurança dotadas de zonas de deformação nas laterais, frente, traseira e teto. O Voyage media 4,06 metros de comprimento 1,36 de altura, 1,6 de largura e 2,35 de entre-eixos. Pesava 891 quilos. Para a Parati, que foi apresentada aos jornalistas na cidade histórica de Paraty, Rio de Janeiro, havia o útil bagageiro no teto, posicionado logo após a coluna “B”.
Tinha rodas com um belo desenho em aço estampado e calçava pneus 155 SR 13. Sua suspensão dianteira era independente, sistema McPherson, com braços triangulares inferiores, molas helicoidais, amortecedores telescópicos e barra estabilizadora. Atrás era semi independente, com braços longitudinais, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos telescópicos. Como o Gol, o Voyage tinha ótima estabilidade, no limite levantava uma das rodas traseiras em curvas mais emocionantes, mas na chuva sua dirigibilidade era delicada. Merecia pneus mais largos! Como no Gol seus freios dianteiros eram a disco e atrás tambor!
Em 1984 chegava ao mercado nacional o Fiat Uno, sucessor do Fiat 147, que também gerou uma grande gama de carrocerias diversas e fez concorrência aos Volkswagen.
Em 1986 a Saveiro começou a utilizar o motor arrefecido à água que desde 1983 começou a equipar o Voyage e a Parati. Era o novo motor MD-270, com alterações no comprimento das bielas e por isso chamado popularmente de biela longa. Tinha 1.588 cm³ e 81 cavalos a 5.200 rpm, carburador de corpo duplo,cabeçote de alumínio e comando de válvulas no cabeçote.
Em 1985 passavam a contar com pneus 175 SR 13 bem mais adequados a nova potência. Era o motor Kraus-Hauk. Ludwig Kraus foi um antigo engenheiro de competições da Mercedes-Benz e Fritz Hauk, também engenheiro, era um especialista em motores de alta performance. Eles foram homenageados por conta da robustez do propulsor e sua ótima performance.
Também chamado de AP (Alta Performance) este famoso motor chegou a equipar o Passat, Santana, Santana Quantum, Gol, Parati, Voyage, Saveiro, Apollo, Logus, Pointer e o Polo Classic. Também equiparam alguns veículos da Ford quando da Autolatina: Foram o Del Rey, Belina, Pampa, Escort, Verona, Versailles e Royale.
O GT
O primeiro Gol com características esportivas foi o GT foi lançado em 1984 e em 1987 passou a se chamar GTS. Era a versão esportiva do carro mais vendido no Brasil. Seu motor com 1.781 cm³ e 99 cavalos de potência à 5.400 rpm e torque de 14,9 mkgf à 3.200 rpm. Fazia de 0 a 100 km/h em 11,9 segundos e sua final chegava à 168 km/h. Em 1987 passou e ter a sigla GTS.
Seus concorrentes eram o Chevrolet Kadett GS e o Ford Escort XR3. Atrás do Gol, a direita, havia em letras garrafais o “aviso adesivo” Gol GTS!
1987
Nova frente a partir de 1987 para toda a linha. A grade mais discreta, luzes de setas na cor branca e faróis de milha opcionais. Era a primeira reestilização da geração que foi lançada em 1980.
Toda a linha ganhava frente levemente mais baixa com capô pouco alterado, novos faróis retangulares, nova grade, para choques poliuretano mais largo e maior, novas lanternas dianteiras e traseiras, essas agora com alojamentos para seis lâmpadas em cada lado, mas o Gol GTS (e futuramente o GTi) vinha com cinco lâmpadas em cada lado e as demais versões com apenas três lâmpadas em cada lado
E a Parati para a família, mas também atraiu muitos jovens. Nesta época havia a opção por motor 1.600 ou 1.800.
1991
A segunda mudança de estilo, teve a frente e traseira remodelada para toda a linha em 1991. Apesar do desenho feliz, também com novos para-choques mais envolventes e barras de proteção lateral, os anos já pesavam.
E seu motor AP 1600 continuou a boa fama em toda linha
Em 1993 era lançado o Gol 1000 que iria enfrentar o Chevette Junior, o Chevrolet Corsa, o Uno Mille, o Ford Escort Hobby e coabitaria com a volta do Fusca. A Autolatina fez a conversão do AE 1600 para AE 1000. Assim a linha passava a contar como o Gol CL Devido ao incentivo fiscal para todos os modelos citados,chamados de “populares”, o Gol 1000 com motor AE 1.0 tinha 50 cavalos e era o mais barato da linha GOL. Foi fabricado até o fim de 1996. No final deste ano, o motor AP 1600 voltou a ser disponível para a versão CL.
Abaixo o Voyage modelo duas portas. Dispunha do mesmo motor AP 1600 e 1800.
Voyage e a Parati foram exportados para os Estados Unidos e Canadá. Lá chamou-se Fox (raposa) e receberam mais de 100 modificações.Eram elas catalisador, injeção… mas faltou o cambio automático preferido por 99% dos americanos.
Na Argentina o Voyage também foi exportado e lá ficou conhecido como Gacel (gazela). O Gol foi para vários países da América Latina prontos ou em CKD (Completely Knock-Down ou Complete Knock-Down, em inglês) que é um grande pacote das partes desmontadas que chegam ao país destino e lá são montadas.
O Fox foi exportado apenas na versão quatro portas.
Em 1997, por conta da Autolatina, o Gol na versão CL não usava mais o AP-1600. Debaixo do capô estava 1.6 CHT (Compound High Turbulence) da Ford, que passou a ser chamado de AE-1600 (Alta Economia) Ficou um menos potente, mas com mais torque em baixas rotações, ao mesmo tempo em que alcançava menor consumo, atingindo a marca de 12,5 km/l na estrada no modelo CL. Para a versão GL ficou o motor AP 1.8. para para o Gol, Parati, Saveiro e Voyage. Um Voyage quatro portas com a frente nova com rodas de liga opcionais assim como os vidros verdes.
A Saveiro era destinada à cargas, mas fez enorme sucesso com o público jovem também. As pranchas de surf e motos eram bem vindas!
Vários acessórios eram colocados como a capota marítima
Usou motores 1.000 CHT, 1.600, 1.800 e 2.000 cm³ como no GTI abaixo que também usou a primeira injeção eletrônica num carro nacional.
Impecável Parati GLS 1.8 ano 1995 vinho. Suas concorrentes eram a Fiat Elba e o Chevrolet Ipanema
Esta tem como opcionais de fábrica ar condicionado, direção hidráulica , vidros, travas e retrovisores elétricos, antena elétrica , toca fitas Volksline.
Ainda, ótimos bancos da famosa marca Recaro, sua pintura é original e o interior impecável. Sua mecânica esta revisada e funcionando muito bem.
Acomodava muito bem dois passageiros na frente e três atrás. Era um carro confortável e com ótima visibilidade. Ótimo porta-malas e suportava me também graças ao motor 1.8 cargas mais pesadas sem reclamar.
Esta geração começou em 1991 e o último ano de fabricação deste modelo também conhecido como “quadrado ” foi até 1996. Depois junto com a linha Gol e Saveiro, foi remodelada. Possui nota fiscal de compra e todo histórico desde zero , bem como manual e chave reserva . O Pneu estepe da marca Firestone Firewalk F 660 nunca foi usado.
Deixou saudades e um modelo como este de Conselheiro Lafaiete, Minas Gerais, é muito raro. Parabéns proprietário por conservar parta da nossa história automobilística.
O GTI
No Salão de Automóvel em São Paulo, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em 1988 o Gol GTi era apresentado ao público como primeiro carro nacional equipado com injeção eletrônica da marca Bosch LE-Jetronic. Causou impacto por este tipo de alimentação ser inédita no Brasil. Já chegava bem tarde, pois vários modelos europeus de grande produção, da mesma classe de sedãs e pequenos compactos, já tinham desde meados da década de 60.
Tinha linhas agressivas, mas um ótimo conjunto esportivo. Motor com 1.984 cm³,quatro cilindros, diâmetro x curso dos pistões: 82,5 x 92,8 mm, potência era 120 cavalos à 5.600 rpm e torque de 18,1 mkgf. Sua caixa de marchas tinha cinco velocidades. Este propulsor era o mesmo o motor AP-2000 do sedã o Santana. Usava pneus na medida 185 HR 60. Por dentro bancos esportivos da marca italiana Recaro. Seus freios dianteiros tinham discos ventilados na dianteira
Sua velocidade final era de 185 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h em 10,3 segundos. Em 1989 foram produzidas cerca de 2.000 unidades. Seus concorrentes eram o Kadett GS da GM e o Escort XR3 da Ford. Foi produzido até o ano de 2000.
Detalhe de seu ótimo
O Gol GTI acima é de 1993, cor Amarelo Sunny e combustível Gasolina. Tem como opcionais: Ar condicionado , vidros , travas e retrovisores elétricos, toca fitas Volksline e possui selo de fábrica no para-brisa.
Detalhes
Carroceria era pintada em cores bem atraentes. Algumas discretas como o azul e cinza, ou azul e preto e vermelho,
Uma linha que deixou muitas saudades!
Em 1995 o Gol “quadrado” foi substituído pelo “bolinha”. Em 1996 foi a vez da Parati duas que tinha a opção do ótimo motor 1.0 16 Válvulas. Já em 1997 havia a versão da Parati quatro portas, depois a Saveiro reestilizada e o Voyage não entrou nesta gama.
As Versões: Houve a BX e CL mais simples, S, LS, GL e GLS. Especiais como Star, Copa, GT, GTS, GTi para o Gol , Special, Sport e Los Angeles para o Voyage, Surf e Summer para a Saveiro e Parati ficaram famosas.
Abaixo uma cabine dupla. Empresas como a Sulam, Envemo e Rodão fizeram carrocerias especiais. Algumas receberam motor movido a diesel originário do Volkswagen Kombi e do Passat que era exportado com este motor.
A raridade
O Gol e o Voyage nas Pistas
A Volkswagen do Brasil, na década de 60 dava apoio oficial ou semi-oficial as provas de formula V, Super V e as corridas do fusquinha. Desde o lançamento do Gol, não foi diferente.
Em 1984, nas provas de terra, o Voyage ganhou o disputadíssimo Rali Itaú Nova Friburgo e o Rali de São Paulo.
Nas 12 Horas de Goiânia, a 3ª etapa do brasileiro de marcas, a dupla Jaime Figueiredo e Xandy Negrão venceu a prova. Sessenta carros largaram nesta corrida que contou com participação das 4 grandes fabricas nacionais. Fiat com 21 automóveis , 16 Escort da Ford, 11 Chevettes da GM e 12 Voyage da VW. O primeiro e o quarto lugar ficaram com o Gol três volumes.
Nas 12 Horas de Guaporé , no Rio Grande do Sul, a dupla Armando Balbi e Toni Racha venceram . Em segundo lugar, outro Voyage. A prova durou pouco mais de 5 horas pois foi interrompida devido a forte neblina e reiniciada após 4 horas de paralisação. Muito trabalho e cansaço para pilotos, equipes, carros e público
Para fechar o ano com chave de ouro, a mesma dupla que ganhou em Guaporé ganhou também as 300 Milhas de Goiânia no final do ano. Este Voyage tinha 130 cavalos e o torque máximo chegava a 7500 rpm. Sua velocidade final era de 210 km/h. O tanque de combustível cabia 90 litros que era muito adequado para provas longas. O motor contava com carburador duplo solex . O peso do automóvel era 754 quilos. Pertencia a equipe Kovak e Rodão. Branco com faixas azuis, recebia o numero 70, tinha um aerofólio nada discreto atrás, mas o conjunto era bonito. A VW levou o troféu neste ano.
Em 1985 ganhou a primeira prova de Rali em Minas Gerais, na cidade de Ouro Branco, na categoria regularidade e velocidade. Nesta última, o carro com motor 1,6 litros tirou o 1º ao 7º lugar. Na de regularidade, correram com motor 1,8 litros. Neste ano o campeonato de Rali de Velocidade foi ganho pelos Gol.
No Brasileiro de Marcas, disputado nos principais autódromos do país, a VW ganhou o campeonato também.
O Gol de 1,3 litros, deslocamento volumétrico preparado e adequado para competir com os Escort e Fiat de mesma cilindrada, desenvolvia 115 cavalos e chegava a 205 km/h. Usava pneus Pirelli P7 para competição na medida 175/50 13, pesava 720 quilos
Em 1986, no Rali das Estâncias, no interior de São Paulo, o Gol faturou do primeiro ao sexto lugar. Houve trechos com média de 135 km/h. Isso na terra e lama é altíssimo. E ganhou o campeonato brasileiro e sul americano nas mãos de Silvio Klein e Jorge Fleck. Outro destaque neste ano foi o Voyage da categoria Hot Car. O motor 1,8 litros desenvolvia 170 cavalos. Sua preparação era muito refinada e o regulamento permitia muitas peças importadas. O carro pesava 750 quilos. No campeonato de Marcas, a montadora usou o Passat.
Em 1987 foi campeão paulista de rali. O carro que disputou o rali brasileiro e o Codasur (Sul Americano) desenvolvia 127 cavalos a 6600 rpm. Sua velocidade final era de 175 km/h muito boa para carros que andam predominantemente na terra. Por dentro, muito arco de proteção, pouca forração, bons equipamentos para navegação e bancos especiais para a pilotagem em solo ruim.
Em 1988 tornou a ganhar o paulista de rali e nos autódromos ganhou todas as provas do grupo N no campeonato brasileiro.
No 8º Rally da Argentina realizado em 1988, o VW Gol 1.6 , pilotado pela dupla uruguaia Gustavo Trelles e Pablo Reyno, foi o carro sul americano que teve a melhor performance por mais tempo. Seu motor tinha 140 cavalos.
Neste mesmo ano ganhou o campeonato brasileiro de rali. Ganhou as duas provas de São José dos Campos em São Paulo, e também neste estado, a de São José do Rio Preto e em Ouro Branco, Minas Gerais. Os campeões da temporada 88 foram Reynaldo Varella e Joaquim Cunha. Era um Gol 1.6. Levou também o titulo do Sul Americano nas mãos de Eddio Fuchter e Ricardo Costa.
O piloto Edson Yoshikuma usou muito os Voyage na década de 80. Em todas as categorias e foi muito bem sucedido com ele. Abaixo eu como piloto e o amigo engenheiro Júlio César Dutra Ribeiro como navegador no Rali da Inconfidência em 1988.
Os desenhos acima foram cedidos gentilmente por Ararê Novaes. Veja outros em https://www.facebook.com/ararearteautomotiva/
Em Escala
Este Gol CL é da coleção Carros de Serviço na escala 1/43
Abaixo uma Parati CL Branca e um Gol GTI ambos na escala 1/43 da Coleção Carros Brasileiros
Observe a semelhança do Scirocco com o Gol. Todos na escala 1/43, o azul da marca Polistil italiana e o preto da Solido francesa
Nota: Quis nesta matéria abordar os modelos de 1980 à 1993 já que um carro só é considerado antigo com 30 anos de idade
Impressões: Em 1980 dirigi um Gol BX azul e gostei do carro apesar de achar a potência fraca. Depois foi a vez da Saveiro arrefecida a ar e um Gol Copa, já bem mais dinâmico. Fui proprietário de um Voyage 1500 a álcool ano 1984, um raro 1800 ano 1987 também com combustível etílico, em 1992 de uma Parati 1800 GLS e em 1997 outra Parati 1.0 16 V à gasolina. Ótimos carros!
Texto, fotos e montagem Francis Castaings – Fotos da Parati e do Gol sem o logo Retroauto foram cedidas gentilmente pelo colecionador Willem Mendonça Alves
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