As Réplicas Brasileiras dos Roadsters da Morris Garage (MG)
Duas réplicas do MG da década de 50 foram feitas no país e muito bem. Os MG TD e TF. A história do MP Lafer no Brasil começou na década de 70 e tomou impulso em 1972 para a fabricação do belo roadster MP que era uma cópia quase fiel do MG TD 1952. O Senhor Percival Lafer, um grande empresário no ramo da construção de móveis, decidiu também fabricar um carro de pequena produção que pudesse atrair saudosos da marca e também aos jovens da época.
Com uma equipe de profissionais muito especializados na construção com plástico reforçado com fibra de vidro, devido a fábrica de móveis do proprietário, a nosso réplica do MG não demoraria para ganhar o sucesso.
Percival decidiu pelo MG TD 1952 , um carro que pertencia a Senhora Ivone, que era a esposa de um funcionário da Lafer chamado João Arnault que tinha presenteado o pequeno esportivo a ela pelo seu aniversário. João Arnault chegava atrasado a empresa e pegava a MG da esposa emprestado com muita frequência.
Com publicidade em inglês ou italiano o MP Lafer foi exportado para a Europa e para os Estados Unidos onde fez muito sucesso graças aos soldados americanos que lutaram na Segunda Grande Guerra e depois levaram o carrinho para lá.
Muito bem acabado seu painel em madeira era completo, o volante tinha o aro do mesmo material e desenho esportivo com raios de metal. E sua instrumentação era completa. O conta-giros e velocímetro eram um pouco otimistas. No centro do painel estavam medidor de combustível, de temperatura, relógio (opcional), indicador de pressão do óleo e voltímetro. O retrovisor interno assim como a tampa do porta-luvas seguia o estilo do modelo original. Era um esportivo muito bem acabado. O espaço interno para motorista e passageiro era muito bom e melhor que o MG original. Os bancos individuais e anatômicos eram muito confortáveis e com grande variação de cores também. O volante da era marca Panther de ótima qualidade, tinha desenho esportivo era aplicado em vários nacionais, tinha ótima pega e era revestido em madeira. Ao centro, como nos MG, havia a identificação MP. A alavanca do câmbio de quatro marchas, origem Volkswagen, estava bem localizada, com fácil alcance da mão.
Foi apresentado no Salão de São Paulo de 1972 e começou a ser vendido em 1974. Sua traseira também seguia o padrão adotado no clássico MG TD inglês de meados dos anos 50. Era quase idêntica assim como sua capota de lona rebatível que podia ser branca, bege ou em tons de marrom. O conjunto era muito agradável. Logicamente várias peças externas eram de modelos nacionais como lanternas traseira e para-choques com novos desenhos. Detalhe muito bonito era a tampa de proteção do pneu estepe. Mas na verdade era a entrada para arrefecimento do motor. Assim como o desenho das rodas raiadas como o logo MP ao centro.
Era equipado com dois faróis ladeando a falsa grade do radiador. A frente destes mais três sendo que o central do maior diâmetro. As lanternas de pisca do Fusca ficavam sobre o para-lama. As entradas de ar ladeando o capô de eram falsas.
Foi sucesso enquanto durou apesar de ser caro. Em 1982 tinha duas versões de acabamento a MP e a TI que se diferenciavam muito pouco. Seus para-lamas eram mais largos para usar pneus 175 SR 14 (bem mais largos que o original) em rodas raiadas de liga leve.
A suspensão dianteira era independente com amortecedores hidráulicos telescópicos, barras de torção e feixes de molas. Atrás também independente com semi-eixos oscilantes e amortecedores telescópicos. O carro pesava cerca de 870 quilos, media 3,91 metros de comprimento e 1,35 de altura com capota. Cópia do MG TD de 1952, seu desempenho era similar ao original inglês. Tinha 1.584 cm³, 68 cavalos à 4.600 rpm e torque máximo de 11,7 mkgf à 3.200 rpm.
Seu pecado? Usar um motor traseiro. Era o bom e robusto VW 1600 a ar, mas não condizia em desempenho, cerca de 134 km/h de velocidade final, além de ser muito barulhento roubando o refinamento da réplica. Os números de velocidade máxima e a aceleração não estavam longe do original.
Mas tinha o porta-malas dianteiro condizente para dois passageiros. Uma diferença em relação ao MG original eram os vidros laterais de vidro, no lugar das cortinas de plástico abotoáveis. Os bancos em couro também eram oferecidos em várias cores.
Em 1976 custava 5% a mais que um Chevrolet Opala SS ou VW Passat TS e quase o mesmo que um Ford Maverick GT.
Foram produzidos 4.200 exemplares durante os 16 anos de sua fabricação entre 1974 e 1990. Sua gama de cores foi muito variada. E até hoje há modelos muito bons rodando.
O TF de Antônio Carlos Avallone
De alta qualidade também era o carro do famoso e competente piloto brasileiro Antônio Carlos Avallone que também produziu carros de competição muito bons nos anos 70.
Em 1977 apresentou a réplica do MG TF que também tinha um ótimo nível de acabamento e preço similar ao Lafer. Tinha também belo painel, ótimo acabamento e instrumentação. Em os mostradores ao centro do painel como o original.
Só que seu carro era mais próximo ao original por usar o motor do Chevrolet Chevette com 1.400 cm³ arrefecido à água na dianteira e com potência de 68 cavalos. Abaixo um premiado em Campos do Jordão em 2015.
Muito charmoso era a correia sobre a parte da frente do capô.
O MG Avallone como era chamado também tinha para-lamas mais largos por usar pneus Pirelli CN 36 185/70 SR 13 em rodas de liga. Seu desempenho era bom levando-se em conta o motor. A velocidade final chegava próximo aos 145 km/h. Chegou também a ser exportado e usar o motor 1.6 também da GM. Ao contrário dos MP Lafer o modelo TF é um carro raro em exposições de antigos.
Visto de trás também muito bonito, mas com estepe aparente.
Nas Telas
No Filme 007 – Contra o Foguete da Morte (Moonraker) de 1979 um exemplar do mesmo ano. Na cidade maravilhosa, Avenida Atlântica. E cortando Copacabana.
Em Escala
A miniatura em escala 1/43 do filme James Bond. É um MP Lafer, porém é notável que foi feita sobre um molde do MG.
Leia a história dos MG ingleses
Texto, fotos e Montagem Francis Castaings
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