Aston Martin DB6: 60 anos em 2025

Aston Martin DB6: 60 anos em 2025

A Aston Martin foi fundada em 1913 por Lionel Martin e Robert Bamford nos arredores de Londres na Inglaterra. Lionel era um apaixonado por automóveis esportivos e montou sobre um chassi Isotta-Fraschini, um motor de 1,5 litro Conventry-Climax e participou da corrida de Aston Clinton , na cidade de Aston. A empresa então passou a se chamar Aston-Martin. E era tradicionalmente conhecida pelos seus carros esportivos. Em 1947 a firma associa-se a outra fábrica de automóveis, a Lagonda de propriedade de Sir David Brown, um industrial de renome na Grã-Bretanha. Este passava a ser o mandante da nova empresa.

E nome oficial torna-se a Aston-Martin Lagonda Ltd. Após a Segunda Guerra Mundial, em 1948, a empresa inglesa lança o Aston Martin DB1 Drop Head Coupe. Tratava-se de um belo automóvel. Com linhas muito curvas era um autêntico esportivo inglês. Seu motor dianteiro longitudinal tinha quatro cilindros em linha, 1.970 cm³ , válvulas laterais , era alimentado por dois carburadores da marca SU e 90 cavalos a 4.750 rpm. Sua velocidade máxima era de 155 km/h.  Muito adequada para a época.

No começo da década de 50 um de seus concorrentes era a Jaguar, com o belo e rápido esportivo  XK120. E logo veio a  resposta e o reconhecimento na Inglaterra e na Europa com o sucesso da novo modelo da série DB, as iniciais do patrão. O modelo DB 2 foi lançado em 1950 e era um cupê 2+2 muito interessante. Media 4,11 metros e sua carroceria era em alumínio.

Seu motor de seis cilindros em linha, com duplo comando de válvulas e logo se mostrou performante. Tinha 2.922 cm³, era arrefecido  à água, dianteiro, dois carburadores da marca SU e desenvolvia 140 cavalos a 5.000 rpm. Fazia de 0 a 100 km/h em 10,5 segundos e sua velocidade final era de 170 km/h. Nada mal para um carro com 1.257 quilos.

A caixa de quatro marchas era manual e era fabricada pela própria empresa com a denominação de caixa David Brown.

Por dentro muito luxo e conforto para dois. Seu painel de madeira de alta qualidade tinha quatro grandes mostradores redondos. Da esquerda para a direita tinha o conta-giros, cujo ponteiro era anti-horário e a graduação ia até 6.000 rpm. Logo depois velocímetro, em milhas até 140, com hodômetro parcial e total. Neste estava incrustado um pequeno relógio de horas. A seguir um mostrador com seis luzes espia e contato da chave de ignição ao meio. Por último quatro pequenos indicadores que eram nível do tanque de gasolina, temperatura do motor, amperímetro e pressão de óleo. O escudo com asas sobre o capô era um distintivo dos Aston DB. Único!

As versão conversível era impecável. Muito elegante trazia capota de lona traseira nas cores preta e marrom clara. O acabamento interno mantinha o mesmo critério do cupê. Em 1958 era lançado o sucessor. Era o DB4 (Abaixo) que chegava nas  versões cupê e conversível e anunciado como o mais perfeito GT inglês. Era o projeto de Harold Beach.

Desbancava a restrita concorrência. Eram o Jaguar XK 140, o Mercedes-Benz 300 SL, o Ferrari 250 GT , Ford Thunderbird e o Chevrolet Corvette.

Sua carroceria foi projetada pela Carrozzeria  Touring de Milão dentro do conceito Superleggera, ou seja, super leve. E já era montada na unidade fabril de Newport Pagnell. Todos eles artesanalmente e por isso a produção era pequena. Mas o acabamento era superior, impecável, feita com muito critério e paixão. Era um carro elegante e ao mesmo tempo de linhas agressivas. O cupê 2+2 media 4,47 metros de comprimento. Um casamento anglo italiano perfeito.

Nos para-lamas havia uma pequena entrada de ar oblonga com um friso metálico cromado cortando esta. Marca de destaque e identificação existente nos Aston até hoje. O potente seis cilindros em linha longitudinal, projetado por Tadek Marek, tinha 3.670  cm³ , dois carburadores da marca SU e duplo comando de válvulas no cabeçote. Ambos eram de alumínio e desenvolvia 240 cavalos a 5.700 rpm. Chegava a 225 km/h. O acabamento interno era primoroso. Os estofamentos dos bancos em couro Connolly, reclináveis e o piso totalmente acarpetado. Tinha detalhes de carroceria interessantes como o bocal do tanque de gasolina escondido numa tampa da coluna traseira acima do porta-malas. Linhas  do painel eram semelhantes a da grade do radiador.

Apesar destes predicados os primeiros modelos tinham problemas de lubrificação, superaquecimento do motor, desgastes de embreagem e caixa de marchas. Esta com quatro velocidades, totalmente sincronizada, recebia também a opção de overdrive (sobre-marcha). A suspensão dianteira era triangular e a traseira com eixo rígido oscilante. Tanto na frente quanto atrás recebia molas helicoidais.As belas rodas raiadas, marca registrada de esportivos ingleses, usavam pneus 6,00 x 16. Estes foram sanados com a adoção de freios a disco servo-assistidos  da marca Dunlop, capacidade de óleo do carter aumentada, embreagem com disco duplo e a adoção de um radiador de óleo. Foram produzidos 1.100 DB4 sendo que 70 eram conversíveis. Com essas melhorias foi lançado um modelo GT, desenhado por Giorgietto Giugiaro, mais leve (1.270 quilos contra 1.346 do original) com 302 cavalos que chegava aos 241 km/h. Tinha o entre-eixos mais curto e seus faróis não eram carenados. Foram produzidos apenas 95 exemplares.

Este sucesso levou ao lançamento de sua evolução, o DB5 em 1963 que foi indiscutivelmente o de maior sucesso devido ao destaque na série dos filmes do agente 007. Tanto que a Aston abandonou as competições por isso.

Também nas versões cupê e conversível sendo que esta última era simplesmente impecável. E muito rara hoje. A carroceria de ambos estava mais moderna mas mantinha a identidade da versão anterior. Media 4,57 metros de comprimento e pesava 1.465 quilos.

Os faróis circulares dianteiros recebiam carenagem e a grade do radiador mantinha desenho muito próximo do DB4. Sobre o capô uma entrada de ar que também faria escola no designer da casa. O motor, mais aperfeiçoado e potente, tinha 3.995 cm³ e desenvolvia 286 cavalos a 5.500 rpm. O torque máximo era de 39,7 mkgf. Como nos anteriores suas válvulas eram no cabeçote e tinha duplo comando. Sua taxa de compressão era de 8,9:1 e era alimentado por três carburadores, em posição horizontal da marca SU (Skinner-Union) . Sua velocidade máxima era de 240 km/h. A suspensão dianteira tinha rodas independentes, amortecedores hidráulicos, molas helicoidais e barra estabilizadora. Atrás tinha eixo rígido, molas helicoidais, amortecedores telescópicos hidráulicos com regulagem elétrica. Seus freios a disco, da marca Girling, tinham duplo circuito e contavam com servo-freio. Garantia boa estabilidade e no limite saia de traseira. As tradicionais rodas raiadas traziam  pneus 6,70 x 15.

Por dentro  era muito luxuoso, mas os vidros elétricos, ar condicionado e transmissão automática Borg-Warner eram opcionais. A caixa de série tinha cinco marchas e sua tração era traseira. O acabamento era um primor com tudo de primeiríssima qualidade. E o painel muito completo. Seus concorrentes eram o Jaguar E-type, o Ferrari 250 GTO e Lusso, o AC Cobra, o Corvette Stingray, O Lamborghini 350 GT e o ISO Grifo.

Em 1964 a versão com motor Vantage trazia três carburadores duplos Weber, comando de válvulas especiais trabalhados e sua potência passava a ser de 314 cavalos a 5.750 rpm. O torque máximo passava a ser de 43,8 mkgf (torque). Chegava a ótimos 248 km/h e o 0  a 100 km/h eram feitos em 6,5 segundos. Performance muito atual. A versão DB6 veio no outono de 1965. Era mais longo em 10 centímetros , tinha um discreto spoiler traseiro, para-brisas menos inclinado e para-choques bipartidos. Os faróis carenados davam destaque na dianteira.

No catálogo de fabrica ele era sempre apresentado como sendo um carro de família para realçar o ganho de espaço interno. Atrás já podia acomodar adultos com mais conforto. Trazia como opcionais o ar condicionado e a direção hidráulica. Não adotava mais o conceito de “Super Leve”. Seu motor tinha 3.995 cm³ e 285 cavalos, fazia de 0 a 100 km/h em 7 segundos e sua final era de 239 km/h. Conservava o belo ronco do motor!

O modelo de 1966 com motor Vantage  tinha mesma cilindrada porém mais potente com  330 cavalos. Era um carro suave em baixas rotações, mas quando exigido mostrava todo o seu vigor. Só na pequena entrada de ar lateral, sobre o friso era que se distinguia esta versão das outras, pois trazia a inscrição da versão.

O interior era muito luxuoso e seus vários mostradores tinham contornos cromados. Seu concorrente direto era o Ferrari 330 GT. Ganhava 6 décimos na aceleração até os 100 e chegava a 250 km/h. Sua caixa de marchas podia ser uma ZF com cinco velocidades manual ou Borg-Warner automática. E contava também com quatro freios a disco. Na versão mais sofisticada, custava 20 % a mais que um Rolls Silver Shadow !Neste ano também a versão Volante do DB5 cede lugar a versão conversível do DB6. Em 1969 aparecia a versão MK II com injeção de combustível opcional e rodas e pneus mais largos. A rodas por  sinal, desde o modelo DB4 eram lindas, raiadas com um parafuso central de três pontas, cubo rápido. O interior também estava mudado, mais moderno.

Em novembro de 1970 a produção era encerrada dando lugar a série DBS (acima e abaixo) lançada dois anos antes que também apareceu, um modelo Volante com motor V8 Vantage, versão MK IV, ano 1985, de forma glamourosa no filme The Living Daylights (007 – Marcado Para A Morte) de 1987, na cor preta e também no último, Sem Tempo para Morrer, nas mãos de Daniel Craig.

Os Aston Martin DB foram considerados os primeiros super carros ingleses da década de 50 e 60. O DB5 foi o que mais fez sucesso. Ele vendeu mais que seus antecessores devido também ao sucesso dos filmes 007 James Bond


“O que é escrito sem esforço é lido sem prazer”


Texto, Fotos e montagem Francis Castaings. Demais fotos de divulgação no site

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