Bora: O vento forte da Maserati

Bora: O vento forte da Maserati

Desenhado Giorgio Giugiaro, que acabara de fundar seu estúdio Italdesign, sua apresentação se deu no Salão de Genebra, Suíça em 1971. Era o primeiro Maserati com motor central traseiro. Uma de suas características principais era o teto escovado em aço inox assim como as colunas dianteiras. O nome Bora na realidade é um vento moderado que vem da costa leste da Itália no mar Adriático. Nesta época, desde 1968 a marca Maserati já pertencia ao fabricante francês Citroën Automobiles. O logotipo do tridente, que identifica os carros Maserati até hoje, foi desenhado por Mario Maserati, o único artista dos quatro irmãos, inspirado na estátua de Netuno de Giambologna, localizada numa das praças mais importantes de Bolonha. Esta empresa de Modena, na Itália, foi fundada pelos irmãos Alfieri, Bindo, Carlo, Ettore, Ernesto e Mario Maserati em 1926. À frente, no comando da empresa ficava Alfieri.

O esportivo tinha linhas modernas, muito bonitas, ótimo para dois ocupante e muito luxo no interior. Seus bancos anatômicos com apoios de cabeças era em couro. Sua carroceria era monobloco e media 4,33 metros de comprimento, 1,73 de largura, 1,13 de altura e 2,60 de entre-eixos. Seu peso era de 1.400 quilos. Tinha capô em cunha, grade cromada com fundo preto e inserida nesta luzes de sinalização que também tinham nos para-lamas dianteiros. Era para confrontar a Ferrari, a Lamborghini e a De Tomaso.

Seu motor em posição central traseira tinha 8 cilindros em “V’ a 90 graus, em posição longitudinal, bloco e cabeçote em liga leve, alumínio, com 4.719 cm³, duplo comando de válvulas no cabeçote e virabrequim com 4 mancais. Era alimentado por quatro carburadores duplos da marca Weber e potência de 310 cavalos a 6.000 rpm. Seu torque era de 47 mkg.f a 4.200 rpm e taxa de compressão de 8,5:1. Fazia de 0 a 100 km/h em 6,7 segundos e sua velocidade final era de 270 km/h. Sua produção começou em 1971 e terminou em 1978 quando o motor já tinha 4.930 cm³ e 330 cavalos podendo chegar a 285 km/h. Sua tração era traseira e o cambio tinha cinco marchas marca alemã ZF (Zahnradfabrik Friedrichshafen). Sua direção não tinha assistência hidráulica.

O volante em couro tinha desenho esportivo com três raios . No painel velocímetro, graduado a 300 km/h e conta-giros graduado a 8.000 rpm com a zona vermelha começando aos 5.500 rpm ficavam ao centro. Entre eles pressão do óleo e a direita, mais cinco mostradores. Os pequenos eram amperímetro, marcador de temperatura do motor, nível de combustível, temperatura do óleo e relógio de horas. De série vinha rádio toca-fitas montado abaixo do painel a esquerda, ar condicionado, vidros elétricos e também controle elétrico dos espelhos retrovisores. E também várias teclas de comando. Atrás do banco do motorista, apoiado na coluna “B”, havia duas alavancas para abertura do capô (uma só peça junto com para-lamas assim como toda parte traseira que abrigava o motor e o pneu sobressalente. Na frente havia um compartimento para pequenas bagagens.

A suspensão era independente nas quatro rodas. Na frente molas helicoidais, amortecedores telescópicos e barra estabilizadora. Atrás tinha braços duplos, quatro molas helicoidais e quatro amortecedores telescópicos. Tinha barra estabilizadora na frente e atrás. Usava rodas de liga leve com pneus 215 VR70 15 e tinha freios a disco nas quatro rodas. A capacidade do tanque era de 100 litros de gasolina.

Seus concorrentes na época eram o Ferrari 512 BB (Berlinetta Boxer), o De Tomaso Pantera e o Lamborghini Miura quando de seu lançamento. Foram fabricados 560 exemplares ente 1971 e 1978. Um dos mais belos carros da década de 70. Em 1975 a empresa de Alejandro De Tomaso, fabricante de carros de luxo e esportivos, assumia o controle da Maserati e em 1997 a Ferrari comprava 50% da empresa do Tridente. E em 2014 a Ferrari assumiu o controle total. Em 2021 faz parte do Grupo Stellantis que também reúne as marcas italianas Abarth, Alfa Romeo e Lancia.


O Irmão menor era o Maserati Merak, lançado em 1973, que usava o mesmo motor V6 do Citroën SM. Era mais acessível que o Bora. A carroceria era a mesma com diferença em detalhes de acabamento interno e externo. Muito bonito também.

A mecânica oferecida era um seis cilindros em “V” a 90º, longitudinal, dianteiro, arrefecido a água.

Tinha duplo comando de válvulas, com bloco e cabeçote em liga leve, 2.670 cm³ e 170 cavalos a 5.500 rpm. Depois para atender a taxas fiscais da Itália teve sua cilindrada reduzida para 2,0 litros e 170 cavalos. Como fez a Ferrari com os modelo 208 GT4 e 208 GTS e 208 GTB derivados do 308 e 328.


Texto, fotos e montagem Francis Castaings. Fotos de divulgação e foto do Merak é do Club Alfa Romeo Argentina                                                       

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