Chevrolet Veraneio – Linha C-1416 – Renovação com novo desenho.
Em 1964 começou a renovação da linha Chevrolet de utilitários. Eram a C-1404 (picape), C-1414 (cabine dupla) , C-1504 picape com caçamba longa e C-1410 ambulância. A C-1416 se tornou a Veraneio em 1967. Foi desenhada pelo americano radicado no Brasil Luther Whitmore Stier e foi inspirada no Chevrolet Suburban americana. E tinha linhas mais modernas que a quinta geração de 1960 e 1966 lá dos Estados Unidos.
Tanto as picapes quanto a Veraneio estavam com linhas mais modernas e mais agradáveis. E eram tão modernas quanto as produzidas pela matriz nos Estados Unidos. A C-1414 com cabine dupla tinha apenas duas portas e a C-1416 quatro com ótimo acesso interno com as quatro portas. Era a primeira perua de porte maior a ter quatro portas. Dentro iam seis adultos com conforto relativo, pois na frente o túnel da transmissão incomodava quem ia ao centro. E tinha ótimo, com muito bom acesso, porta malas para alojar muitas bagagens! Eram 1.603 cm³ ou 3.548 cm³ com os bancos traseiros rebaixados.
Tinha 5,16 metros, 1,97 de largura, altura de 1,73 e peso de 1.870 quilos. E como os modelos 3100 (anterior a linha C), não era nada fácil estacionar uma Veraneio. Se fosse numa vaga de garagem de uma casa ou apartamento, a mesma tinha que ser larga!
As diferenças básicas entre a picape lançada em 1964 e os modelos da década de 70 estavam nos quatro faróis circulares e nervuras no capô nos modelos anos 60. Havia a picape C-14, a C-1416, mas em 1965 já era conhecida como Veraneio.
O motor da Veraneio quanto das picapes tinha seis cilindros em linha, longitudinal, 4.278 cm³, arrefecido à água, 149 cavalos, torque máximo de 32 m.kg a 2.400 rpm, alimentado por um carburador de corpo simples, três marchas com alavanca na coluna, tração traseira e herdava a tração positiva dos utilitários anteriores. Concorria com a Willys Rural,mas era bem mais cara.
Era anunciada como o primeiro carro brasileiro a ter suspensão dianteira independente. Tinha molas helicoidais,braços inferiores triangulares, superiores simples e amortecedores telescópicos. Atrás molas helicoidais, amortecedores telescópicos, eixo rígido e braços tensores longitudinais. Fazia de 0 a 100 km/h em 18 segundos e sua máxima era de 144 km/h. Ótimos números para época ainda mais se tratando de um utilitário! Não era um carro econômico: O consumo médio era de 5,6 km/l de gasolina comum. Seu tanque tinha capacidade para 70,5 litros de gasolina o que não permitia grande autonomia numa viagem pelo nosso grande país. Como opcionais podia receber rádio, cinto de segurança pélvico e limpador elétrico de para-brisa com duas velocidades. O esguicho para levar o para-brisa era de série.
Em 1971 a Veraneio ganhava nova frente, com muitos cromados, e tinha um par de faróis circulares dentro de molduras quadradas. Também: Novo capô sem ranhuras. Calotas e pneus com faixa branca eram opcionais.
E as cores metálicas começavam a fazer parte da linha Chevrolet. No interior de Minas Gerais e de outros estados há ótimos exemplares bem conservados!
Apesar de ser um modelo imponente, trazia também o luxo e espaço para se rodar na cidade grande. Era um carro muito confortável na cidade e no campo. Na frente os bancos tinham divisão 1/3 e 2/3 para com regulagem de encosto e assento. E em 1973 aparecia a ótima opção da direção hidráulica muito bem vinda!
Novo painel com dois mostradores circulares ao centro. Velocímetro graduado até 160 km/h, marcador do nível de tanque de combustível e temperatura do motor. Luzes espia ajudavam e orientavam o motorista.
Em 1976, ela passou a ser oferecida com o motor 2.5 de quatro cilindros do Opala, com 87 cavalos a 4.800 rpm e 17 m.kg a 2.600 rpm e câmbio M20 de quatro marchas com alavanca no assoalho e um diferencial com a relação de 4,78:1
Na versão Luxo ganhava teto de vinil e faixa lateral. Também assoalho acarpetado, revestimento de bancos e portas diferenciado. Os bancos dianteiros avançados e reclinados se juntavam aos de trás tornando uma cama de casal com certo conforto. No painel havia uma parte, de fundo, com plástico imitando madeira.
Dois anos depois, em 1978, chegava a opção com motor diesel Perkins quatro cilindros com 3.867 cm³ com 82 cavalos à 25,6 m.kg. Sua velocidade máxima era de 125 km/h, mas era muito econômica. Seu consumo na cidade era de 8,1 km/l e na estrada 11,2 km/l. Razoável para o peso do carro.
Por dentro volante de grande diâmetro, alavanca na coluna com três marchas, painel simples com velocímetro, marcador de temperatura da água, nível do tanque de combustível de 70 litros e luzes espia. Levava bem três passageiros na frente. No início da década de 70, tinha apenas dois faróis circulares na frente e para-choques cromados com garras na versão luxo.
A grade das picapes era mais simples se comparada à Chevrolet Veraneio. A concorrência com a Ford F-1000 era grande e a General Motors tinha que renovar. A vantagem para a GM era que sua linha tinha muito mais versões de carroceria e motores que a Ford.
Fez muito sucesso na polícia também. Conforto para os policiais e nem tanto para os presos que iam atrás com alguma ventilação. E sentados na “chapa”. A versão ambulância também fez sucesso igualmente a fúnebre para aqueles que partiam.
Linha 1979 e o novo motor em 1981
Novo capô e nova grade em plástico com dez retângulos melhora o visual já antigo. E o motor do Opala seis cilindros substituía o velho motor de 1964. Estava mais rápida nas acelerações quanto na velocidade máxima. Já havia versões movidas a álcool tanto para o motor com quatro cilindros quanto para o seis cilindros identificados pela cor amarela. As versões a diesel e a gasolina continuavam. Eram a A-10, C-10 e D-10.
Tinha melhor acabamento interno. Com motor seis cilindros tinha 4.093 cm³, 122 cavalos na medida ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) enfrentava melhor os obstáculos. Era equipada com pneus 6,5 x 16 com seis lonas. A capacidade do tanque era de 88 litros!
Em 1983 a empresa ENGESA (Engenheiros Especializados S.A.), muito capacitada em vários setores civis e militares fez uma versão da picape D-10 e da Veraneio com tração 4 x 4. Usava rodas de 14 polegadas, quebra-mato na frente da grade dianteira, tubos Santo Antônio atrás do vidro traseiro e sobre eles faróis de longo alcance. Era equipada com pneus Off-Road com rodas de liga, suspensão mais firme e sua altura do solo era de 75 mm a mais que os 320 mm das picapes de série. Se destacava por faixas exclusivas. Observe o esquema abaixo do eixo cardã dianteiro e traseiro e a caixa de transferência entre eles. A mais procurada era a versão diesel, mas tinha a opção com motor quatro ou seis cilindros do Opala à álcool. Enfrentava lama e areia com tranquilidade!
Desde o surgimento do motor quatro cilindros do Opala quanto do seis cilindros, o cambio manual de quatro marchas com alavanca no assoalho estavam disponíveis. A opção de caixa automática não foi proposta e ia agradar bastante a este veículo de porte avantajado. As relações de cambio, transmissão e diferencial eram diferentes do Opala. Com este propulsor de seis canecos aproveitava melhor a potência e a picape ficava muito agradável para dirigir !
Teve sua carreira encerrada em 1993. Veja também a história das picapes da linha C/K e Cheyenne
A sucessora série 10 e 20
A carroceria original foi produzida até 1989, quando foi reestilizada para acompanhar as caminhonetes da Série 10/20. Porém, alguns anos antes, veículos similares à nova geração da Veraneio eram oferecidos no mercado de transformação de picapes, como a Brasinca Mangalarga. Esta geração era muito semelhante a americana fabricada entre 1973 e 1991. A área envidraçada era ótima. E a capacidade do compartimento de bagagens também! Eram 1.240 litros até a altura dos vidros e 2.340 até o teto. A capacidade de carga era de 870 quilos. A Brasinca foi contratada para fazer as novas carrocerias da Veraneio e da Bonanza. A semelhança com a picape americana Cheyenne Super 20 (abaixo) era evidente.
A série 10 era com motor quatro cilindros (motor amarelo) e a 20 com o poderoso seis cilindros do Chevrolet Opala (motor pintado na cor azul. E tinha o motor Perkins diesel com quatro cilindros, 3.871 cm³ e 90 cavalos de potência.
Foi disponibilizada com motores de quatro e seis cilindros em linha, movidos à gasolina, diesel (4 cilindros) ou álcool. Havia as versões Veraneio Custom S e Custom De Luxe que também eram grandes: Tinha 5,34 metros, 1,99 de largura, altura de 1,73 e peso de 2.230 quilos. E como os modelos anteriores, não era nada fácil estacionar! Era mais confortável, seis pessoas a bordo iam bem e tinham como opcionais trava elétrica nas quatro portas, vidros com acionamento elétrico, rádio AM-FM estéreo e um ótimo ar condicionado.
No painel, com desenho e volante bem mais moderno e anatômico, ganhava o útil voltímetro e relógio de horas analógico. Tinha velocímetro graduado a 180 km/h, conta-giros a 6.000 rpm com a faixa vermelha começando em 5.500 rpm, nível do tanque de combustível e temperatura do motor. O volante de três raios com diâmetro mais adequado e pedal para o freio de estacionamento ao lado do pedal da embreagem. Na versão anterior exigia bons músculos no braço esquerdo para puxar a alavanca ! Na parte mecânica como novidade era o diferencial autoblocante Positraction. Abaixo um exemplar da Bonanza.
E a picape derivada também com quatro portas.
Em 1994, diante de modernos utilitários esportivos (SUV’s) importados como Jeep Cherokee, Ford Explorer, Nissan, Toyota entre outros, a Veraneio já se mostrava obsoleta, saindo de linha e tendo como substituto, o Chevrolet Blazer, muito semelhante a Suburban americana (abaixo), que também substituiu a Bonanza.
Em Escala
As duas na escala 1/43 vendidas em bancas. Coleção Carros de Serviço e Carros Brasileiros
Especiais
Um Veraneio com motor bravo e rebaixada.
Outra com modificações
Texto, Fotos e montagem Francis Castaings. Foto Veraneio linha 1989 de publicidade. Foto motor revista Quatro Rodas. Foto do carro de polícia é de autoria de Wellington Pereira companheiro dos encontros de miniaturas. Muito obrigado!
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