Concorde: Uma Réplica de Respeito

Concorde: Uma Réplica de Respeito

O Concorde era uma réplica brasileira fabricada pela empresa de João Storani, a Concorde Indústria de Automóveis Especiais  que utilizava o chassi ( com 3, 40 metros de comprmento era exclusivo, construído em longarinas de aço, com reforço em X) e motor do grande Ford Nacional. O Senhor João Storani foi um dos primeiros colecionadores a preservar carros antigos no Brasil, um precursor em meio a colecionadores como o famoso Roberto Lee, o grande Og Pozzoli e do Doutor Julio Samuel Marx. O Concorde foi lançado em 1976, no X Salão do Automóvel em São Paulo, capital.

O senhor Storani tinha paixão por americanos clássicos da década de 1930 como Duesenberg, Cord e Pierce-Arrow. Dai nasceu o imponente Concorde um fora de série com nome do avião supersônico. O Concorde foi um avião comercial supersônico de passageiros, que foi produzido entre abril de 1965 e o final de 1978, pelo consórcio formado pela britânica British Aircraft Corporation e a francesa Aérospatiale.

Ele era um empresário bem-sucedido e começou seu projeto em  1974 com os filhos João Antônio e Cesar Augusto. O Concorde usou a mecânica do Ford Galaxie – motor, câmbio, suspensão dianteira e traseira. Abaixo painel com ótimo acabamento, volante de madeira e farta instrumentação central.Tinha velocímetro graduado a 220 km/h, nível do tanque de combustível, temperatura, amperímetro e conta-giros graduado a 8.000 rpm

Neste modelo tinha cambio manual da marca Clark de quatro velocidades oriundo do Maverick GT. A suspensão dianteira era independente com molas helicoidais, barras estabilizadoras e amortecedores de dupla ação. Como é comum nos Estados Unidos o carro atrás tinha eixo rígido, molas helicoidais, barras estabilizadoras e amortecedores telescópicos também de dupla ação. Seus pneus com enormes faixas brancas eram na medida 6.50 x 16

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O motor inicial tinha 4.786 cm³ (292 polegadas cúbicas) equipava de série o Ford LTD e desenvolvia 190 cavalos a 4.400 rpm. Seu torque máximo era de 36,0 mkg.f a 2.200 rpm. Não o deixavam muito mais veloz. Fazia de 0 a 100 km/h em 18 segundos e sua velocidade final era de 165 km/h.Como nos grandes Ford sua tração era traseira, motor em posição longitudinal dianteira e arrefecido a água. A direção hidráulica era de série. Havia a opção de um carburador americano da marca Holley que melhorava muito a performance, gerando em torno de 215 cavalos de potência. Nunca foi feito um teste de velocidade final, mas foi estimada com este carburador, que seria por volta de 200 km/h. Relação peso/potência !

Depois adotou a mecânica do Maverick 302 . Este o motor também com oito cilindros “V” tinha 302 polegadas cúbicas, ou seja, 4.950 cm³ e 197 cavalos brutos a 5.400 rpm e torque de 39,8 mkg. f . Forte e muito possante era um propulsor usado em quase toda linha Ford americana desde 1962 em carros como o Fairlane, Falcon, Galaxie, Mustang e Thunderbird. Só que era importado, vinha de Ontário no Canadá ou de Dearborn nos EUA e por isso suas peças de reposição mais caras. Abaixo uma versão com cambio automático e interior ainda mais luxuoso. A combinação de cores neste era ideal. O estofamento e forrações eram em couro.

Sua dimensões eram 5,20 metros de comprimento, largura de 1,80 metros, altura de 1,40 metros e entre-eixos de 3,50 metros. Seu  peso estava por volta de 1.500 quilos. Graças ao refinamento da construção da carroceria em plástico reforçado em fibra de vidro com com reforço em aço na cabine. Tinha uma qualidade de construção muito acima da média.

Foi produzido de forma artesanal, não passou de vinte unidades e existem poucos sobreviventes. Era caro e por isso muito exclusivo. Custava o dobro de um Ford Galaxie! Cada Concorde levava cerca de seis meses para ser produzido, seguindo sempre a especificação de cada cliente. Os faróis, para-choques, decoração interior, saídas/entradas e os falsos tubos de exaustão de ar do V8 eram diferentes. O mesmo para o mascote sobre o capô e para-brisa com divisão ou não. E faróis auxiliares e chapas cobrindo os pneus externos também. Observe neste abaixo aletas laterais no capô em aço inoxidável aos invés dos tubos de exaustão. Basta observar nestas fotos apresentadas neste artigo.

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Com capota e muito charme.Notável era os dois pneus sobressalente apoiados nos para-lamas dianteiros. Seu porta-malas era ótimo e em alguns poderia vir com o bagageiro.

Foi premiado em Campos do Jordão em 2105. Os falsos tubos de exaustão nas laterais eram um charme

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Foi produzido de 1978 a 1985. No XII Salão do Automóvel foi apresentada uma versão com cinco lugares, chamada C5 Phaeton e foi exportada para os Estados unidos sem motor e cambio, pois a legislação de lá tinha regras rígidas. As versões apresentada aqui eram chamadas de C2.

Os carros foram fabricados em Jundiaí e Vinhedo, no interior de São Paulo. Três exemplares chegaram a ser exportados para os Estados Unidos. O Senhor João Storani faleceu em 1996, aos 72 anos.

Foi uma das melhores réplicas feitas no país e com motor adequado ao porte do carro. Tão refinadas quanto o Excalibur (saiba mais).



Texto, fotos e montagem Francis Castaings.

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