Em 2022 os filmes 007 completaram 60 anos nas grandes telas. Ford Ranchero em 007 contra Goldfinger de 1964

Em 2022 os filmes 007 completaram 60 anos nas grandes telas. Ford Ranchero em 007 contra Goldfinger de 1964

A década de 50 foi marcante para a indústria automobilística mundial. Em todo o mundo houve uma mudança radical de estilos de carroceria aparecendo os primeiros modelos com três volumes distintos.

Nos EUA havia um crescimento notável na indústria automobilística. A gigante General Motors brilhava com seu Chevrolet Bel Air no segmento dos compactos e a Ford fazia concorrência com o belo Fairlane. Este produto de Dearborn, estado de Michigan, tinha versões de carroceria sedã 4 portas, conversível, Station Wagon e cupê. Este, na versão Skyliner, tinha o teto fixo que se recolhia no porta malas através de comandos elétricos.

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Nos anos de 1955, 56 e 57 a disputa entre as duas estavam mais acirradas quando a Ford tirou seu grande coelho da cartola. Baseado no Fairlane cupê, lançou o Ford Ranchero. Tratava-se de uma picape deste, ou seja, o primeiro “Car-Truck” americano. A intenção era os grandes e pequenos ricos fazendeiros da prospera sociedade rural dos EUA. Mas também começou a fazer sucesso nas cidades.

Como toda a linha, visto de lado, era um carro de dimensões generosas, pára-brisas curvo, bem panorâmico, janelas laterais amplas e enorme caçamba. Tinha 5,23 metros de comprimento. Não passava desapercebido pelo fato também de ser novidade. 

Sua frente tinha 4 faróis redondos, capô curvo e abaixo deste uma grade com cromados vistosos e parrudos pára-choques. Atrás, nas extremidades, tímidos rabos de peixe realçavam a caçamba e enormes faroletes redondos. 

A motorização começava por um recatado seis cilindros em linha e o primeiro com oito cilindros em “V” dianteiro, refrigerado a água, tinha 3.916 cm³, virabrequim com 5 mancais, válvulas no cabeçote, comando lateral, carburador Holley de corpo duplo e desenvolvia 130 cavalos a 4.200 rpm.

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Mas um dos mais potentes era o V8 que vinha do irmão esportivo, o Ford Thunderbird. Era o motor 292 (4.785 cm³) que tinha 200 cavalos a 4.400 rpm. Também o carburador era da marca Holley só que de corpo quádruplo. A transmissão era automática e, como quase todos os carros americanos da época, sua tração era traseira. Fazia com que a picape chegasse a 170 km/h. Nada mal para um utilitário. Seu interior nesta versão era muito luxuoso tornando-o um automóvel de status.                                                               

Em 1959 veio a resposta da GM. Lançava também uma picape baseada no Chevrolet Impala cujo nome era El Camino, também de origem espanhola. 

Em 1959 era lançada a linha Falcon pela Ford. Tratava-se de um modelo compacto de 4,86 metros de comprimento. Um ano depois, o Ranchero deixava a carroceria do Fairlane e adotava a do Falcon. Só que nesta mudança, a picape ficou estranha e o estilo de gosto duvidoso. Os estilistas não foram felizes.

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Quatro anos depois o compacto Falcon teve suas linhas alteradas e tornou-se mais moderno. Ficaram mais retilíneas. E a picape Ranchero também acompanhou as mudanças. Não estava ainda atraente como a de 1957, mas melhorou o estilo. A motorização estava mais moderna com o novo seis cilindros Big Six com 150 cavalos e um V8 de 4.783 cm³ com 200 cavalos.

Em 1966 todos os Falcon recebiam a terceira geração de carrocerias. A picape estava bem mais simpática e o público americano aprovou. As linhas estavam mais suaves e bonitas. Sua frente tinha uma grade simples cromada e dois faróis redondos. Visto de lado era equipada com calotas idênticas a do nosso Galaxie e seu perfil agradava muito. As versões luxo, que tinham dois tons na carroceria, recebia o V8 289 (4.735 cm³).

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Em 1967 volta a ter a mesma carroceria dos Fairlane. Só que este estava bem mais moderno. E a picape também muito atraente. Media 5,01 metros e pesava 1.350 quilos. Tinha 4 faróis dianteiros redondos em posição vertical e bonita grade dividida em oito retângulos com fundo preto e frisos cromados. A parte debaixo era levemente inclinada para trás contrariando os princípios aerodinâmicos. Também não tinha mais o quebra-vento tornando-o mais atualizado.

A motorização variava de um seis cilindros em linha com 3.277 cm³ e 122 até potentes V8. Estes começavam por um 4.736 cm³ de 203 cavalos, depois vinha um 6.391 cm³ com 269 cavalos, outro de idêntica cilindrada porém com 319 cavalos e por último o superior com 340 cavalos. A transmissão era automática e a velocidade final variava de 145 km/h a 200 km/h dependendo do que estivesse debaixo do capô. Impossível não agradar! 

Em 1968 o Fairlane mudava de carroceria e toda a linha incluindo o “utilitário”. Ganhava uma versão GT que tinha uma agressiva entrada de ar sobre o capô. 

Em 1970 outro divorcio de carrocerias. Passava a ser a mesma do Torino. Estava maior e agora media 5, 27 centímetros de comprimento, sendo considerado pelos norte americanos como um “medium sized”. Também engordava pesando agora 1.550 quilos. A versão mais brava recebia o motor 428 (7.013 cm³) Cobra com 335 cavalos. Sem peso na caçamba e usando muito o acelerador nas arrancadas os pneus F78 x 14 não duravam muito. E era um carro muito agressivo e de linhas elegantes.

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Em 1972 as linhas modificadas estavam mais curvas e recebia o apelido de boca de peixe devido ao formato da grade. Podia receber as caixas automáticas C6 ou FMX ou a poderosa e apreciada mecânica de quatro velocidades da marca Hurst. Recebia belas rodas cromadas que aqui no Brasil a chamavam de “Palito”. Este talvez seja o modelo mais interessante de todos os Ranchero. 

Em 1977 tornava a trocar de carroceria. Era a mesma da linha Thunderbird/LTD. A mudança não foi muito feliz e a picape estava enorme com 5,69 metros de comprimento. Não era mais um carro que agradava ao publico jovem.

Devido a crise de gasolina os motores V8 perderam potência. O básico de 5.769 cm³ tinha 155 cavalos e o mais potente 7.536 cm³ tinha 202 cavalos. Estava longe de ser um carro econômico e tinha um tanque para 92 litros de gasolina. A suspensão dianteira e traseira tinha molas helicoidais e o eixo traseiro era rígido. Os freios a disco na dianteira e tambor na traseira.

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Em 1979 terminava a fabricação após 508.355 unidades do Ranchero produzidas. Foi um marco na indústria americana.

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Em 1986, baseado na linha Fairmont era lançada a picape Durango. Não fez sucesso e logo foi descontinuada.


Na Argentina.

O mesmo modelo foi fabricado lá durante anos e pode ser vista nas ruas com frequência prestando ainda bons serviços. Foi baseada no Ford Falcon.

E sua versão perua muito atraente O Ford Falcon fez grande carreira na Argentina. Quase meio milhão de unidades e 30 anos em produção. Esta foi lançada em 1968 e foi produzida até 1991. Era a Falcon Futura Rural com motor seis cilindros, 3.064 cm³ e 116 cavalos. A versão picape Ranchero foi lançada em 1973


Em Escala

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A miniatura do filme é muito bem feita. Exibe o cenário do filme na cena onde o Falcon Ranchero está no ferro velho.

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Na caçamba do Falcon Ranchero o “pacote” é o Lincoln Continental.

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Vários Hotwheels foram para as estantes. Abaixo vários que são da série de 2013, 2014 e um Teasures Hunt verde na caixa.

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Este laranja e preto, ano 1972, é da série especial Larry’s Garage. O outro é um modelo 1965 como o da série Bond.

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O modelo, ano 1957, abaixo, na escala 1/43, é da Road Signature.

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Nas Telas.

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Ford Ranchero em 007 Contra Goldfinger

Em 1964 estreava o terceiro filme da série James Bond com ótimo ator escocês Sean Connery. Era 007 contra Goldfinger de 1964 que tem quase toda a locação nos Estados Unidos e muitos carros do grupo Ford. Na Europa, nos Alpes suíços o Aston Martin DB5 estréia nas mãos de Bond numa perseguição leve contra um Ford Mustang.

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Depois várias cenas em Forte Knox no estado de Kentucky onde há muito ouro guardado. Auric Goldfinger, James Bond, Oddjob e Honor Blackman(Gert Fröbe, Sean Connery, Harold Sakata e Pussy Galore estão diante da mansão do haras de Goldfinger ao lado de um Lincoln Continental 1964 quatro portas. Este é carregado com algumas barras de ouro como pagamento de um cúmplice. O carro é infelizmente prensado, junto com o cúmplice, até virar um pacote. E esta carga vai para a caçamba do Ford Ranchero Azul da empresa do vilão. Ótimas cenas, ótimo filme.

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Thomas Sean Connery foi um ator escocês. Ficou mundialmente conhecido como o primeiro e mais célebre ator a interpretar James Bond, agente secreto do MI6 britânico, no cinema, protagonizando 6 filmes entre 1962 e 1971. E em 1983 – Never Say Never Again (007 – Nunca Mais Outra Vez)


Nos Encontros.

 Ford Ranchero 1958

 Mesma frente do Ford Fairlane

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Também Águas de Lindóia o mesmo visto de trás. Caçamba assaz generosa.

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Um modelo 1965 à venda também em Águas de Lindóia.

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Também em Águas de Lindóia

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Em Araxá, Minas Gerais

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Bela dupla

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Texto, fotos e montagem Francis Castaings. Demais fotos de publicação

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