Ferrari 250 GT 2+2: Potência, elegância e Luxo. E foi o carro da Squadra Mobile – Pantera Negra Polícia Italiana
A Ferrari 250 GT 2+2 com carroceria assinada pela casa Pininfarina, é um modelo raro por aqui e na Europa também. E é avaliada em quase meio milhão de Euros.
Este modelo foi um grande sucesso da casa de Maranello. Este foi o primeiro Ferrari Grã-Turismo de quatro lugares. Foi usada polícia italiana e era sempre temida nas estradas. Era pilotada pelo oficial Armando Spatafora, um dos policiais mais habilidosos da Squadra Volante, divisão de patrulhamento da polícia civil italiana. Ele foi convidado pelo comendador, após um teste de pista, para ser seu piloto na escuderia Ferrari. Mas Armando declinou e disse que queria seguir carreira na polícia italiana que era muito respeitada.
Foi carro madrinha nas 24 Horas de Le Mans, na França, em 1960 para fazer propaganda da linhagem 250. Desde seu lançamento respondia por 40 % das vendas da linha 250. E permitiu que Enzo Ferrari investisse mais nos seus carros de competição, modernizar a fábrica e aumentar o número de concessionários. Seu lançamento foi no Salão de Paris de 1960. Abaixo um Cabriolet Serie II
Era um luxo esportivo incomparável. Podia levar dois adultos na frente com conforto e atrás o espaço era moderado. Mas seu porta malas era muito bom e podia abrigar malas da famosa marca Lanvin que eram opcionais.Também, ao lado do para-sol e acima do retrovisor interno, havia um estojo para se guardar óculos escuros. Os bancos em couro de ótima qualidade podiam vir na cor preta, azul ou marrom.
Suas medidas eram 4,70 metros de comprimento, 1,34 de altura, entre-eixos de 2,60 e largura de 1,71. Seu peso era de 1.450 quilos. Sua carroceria em aço estampado era apoiada num chassi tubular de aço. Este modelo conhecido também como GTE foi lançado em 1960 e foi fabricado até 1963.
Com raras exceções, na época, os esportivos e todas as Ferrari eram limitadas ao piloto/motorista sentado ao volante e um acompanhante ao seu lado, de preferência feminina. E, apesar da demanda, não havia um modelo para fazer frente a esportivos de quatro lugares, como o francês Facel Vega HK500, e a linha inglesa Aston Martin linha DB e o italiano Maserati 3500 GT
Seu motor V12 Colombo, (motores desenvolvidos por Gioacchino Colombo) com doze cilindros em “V” com inclinação de 60 graus tinha bloco e cabeçote fundidos em liga de alumínio. Sua cilindrada era de 2.953 cm³ (daí o nomenclatura 250, para 250 cm³ para cada cilindro), 240 cavalos a 7.000 rpm, torque de 25,5 mkg.f a 5.500 rpm, taxa de compressão de 9,2:1 duplo comando de válvulas no cabeçote, virabrequim com sete mancais e três carburadores de corpo duplo marca Weber.Foi medida sua aceleração de 0 a 160 km/h em menos de 20 segundos e sua velocidade final era de 230 km/h. Este propulsor era oriundo das competições. Abaixo um modelo 250 GT Coupé
O som do V12 era tão bonito que foi elogiado por Herbert von Karajan, que foi um maestro nascido na Áustria, e um dos maestros de maior destaque do período pós-guerra. Ele passou 35 anos de sua vida à frente da Orquestra Filarmônica de Berlim. Herbert von Karajan era um fanático por Porsche e anos depois, na década de 70, era proprietário de um Porsche 911
Tinha tração era traseira com caixa de quatro marchas e sobremarcha (overdrive) Seus freios eram a disco nas quatro rodas e usava pneus na medida 185 x 15. Em belas rodas de aço da marca Borrani. Tinha direção sem assistência e um belo volante da marca Nardi. Sua suspensão dianteira era independente com braços triangulares em trapézio e amortecedores telescópicos. Atrás tinha eixo rígido com molas semi-elípticas . Na frente molas helicoidais e atrás amortecedores telescópicos da marca Koni. O GTE foi um marco na casa de Maranello. Na década de 70 o mesmo estilo, esportivo com quatro lugares, foi apresentado na Ferrari 400
O Conversível : Ferrari 250 GT Cabriolet (Series 2) – (1959-1962)
Nesta época era comum na casa Ferrari, os conversíveis terem carroceria diferente do cupê. Mas mantinha a elegância e a mesma motorização. Seu painel tinha desenho diferente do GTE, mas a mesma quantidade de instrumentos. Velocímetro graduado a 300 km/h e conta-giros a 8.000 rpm.
Os Sucessores: Ferrari 330 GT
E o 275 GTB
Os especiais 250
Um 250 Testa Rossa
Ferrari 250 GT SWB Berlinetta 1960
Ferrari 250 GT Sperimentale 1961
O 250 GTO (Gran Turismo Omologata)
250 LM 1964
Ferrari 250 Gran Turismo carroceria Boano
Squadra Mobile – Pantera Negra Polícia Italiana
Três policias foram treinados para patrulhar as estradas e ruas. Este GTE era idêntico ao da linha de produção à exceção do giroflex azul acima da capota, do rádio comunicador (intacto até hoje) e das placas com a identificação “Polizia 29444” sendo que a traseira era bem visível. Nos para-lamas dianteiros havia o desenho da Pantera Negra e o número do telefone 555-555 da “Squadra Mobile”. Após sua aposentadoria, depois de grandes serviços prestados, foi utilizado para transportar de bolsas de sangue entre cidades. Um vez entre Roma e Nápoles, cerca de 200 quilômetros, foi feito em 50 minutos! Motor, condutor e ótima estrada. Em 1964, após uma perseguição em Roma, onde a Ferrari desceu as escadas da Praça da Espanha, foi a para Maranello, onde trocou peças de suspensão e a caixa de marchas! Só!
Denominada Pantera Negra, a GTE 2+2 preta de Spatafora garantiu a lei e a ordem nas ruas de Roma de 1962 a 1968. Ambas tornaram-se lendas e eram desafiadas para perseguições, retratadas no filme Poliziotto Sprint estrelado por Maurizio Merli, um ator de cinema italiano e uma estrela de muitos filmes policiais. Infelizmente bons filmes como este, realizado em 1977, não apareceu aqui nas grandes telas.
Em 1972 foi a leilão e em 1997 fez parte das comemorações do cinquentenário da marca Ferrari. Em 1999 na terceira edição do Goodwood Revival foi pilotada por Sir Stirling Moss Em 2004 foi uma das principais atrações do Museu do Automóvel de Polícia de Estado em Roma, na Itália.
Em 2009, Carmem Spatafora, filha de Armando Spatafora , que faleceu aos 60 anos vítima de uma enfermidade, lançou seu livro “Il Poliziotto con La Ferrari” ao lado do famoso carro.
Em 2016 marcou presença no Concurso de Elegância em Pebble Beach realizado em Monterey na Califórnia nos Estados Unidos. Entre 2011 e 2014 passou por uma restauração e foi colocado a venda em 2020 por um preço incomunicável!
Texto, fotos e montagem Francis Castaings. Demais fotos de publicação do site
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