Fiat Oggi: O sedã de porte pequeno da linha 147

Fiat Oggi: O sedã de porte pequeno da linha 147

Em março de 1983, numa família já muito variada, chegava o sedã três volumes Oggi (Hoje em italiano) , que usava a mesma base da Panorama. O destaque ficava por conta do porta-malas (440 litros), o maior entre os carros da categoria e superior ao de muitos modelos maiores.

Mas as linhas não chegaram a agradar muito ao público: a traseira alta e retilínea destoava bastante do resto. A Fiat, aliás, nunca conseguiu emplacar bem seus três volumes no Brasil, com seus sucessores Prêmio e Siena obtendo pouco sucesso diante dos hatchbacks Uno e Palio.

No mesmo ano o pioneiro Fiat recebia a frente do Spazio (conservando os para-choques mais estreitos) . O Oggi media 3,97 metros de comprimento, largura de 1,54, altura de 1,35 e entre-eixos de 2,22 metros. Seu peso era de 810 quilos.

No que se refere a tecnologia o sedã Oggi, estreava no Brasil um recurso interessante que ficaria mais conhecido após 1988: O inédito sistema de cut-off, que fechava a borboleta de aceleração por meio de uma válvula eletromagnética, aumentando a economia de combustível nos declives acentuados.

O CSS chamava atenção por ter apenas uma cor: preta, com faixas adesivas vermelhas bem finas, mas o nome em letras bem maiores, na parte inferior das portas e na tampa do porta-malas. Afim de alavancar a linha Oggi e ao mesmo tempo transformá-lo em carro competitivo, em fins de 1984 surgia uma versão limitada a apenas 300 exemplares: a CSS (Comfort Super Sport). Também era equipado com para-choques parrudos, faróis de longo alcance inseridos neste, spoiler dianteiro e aerofólio traseiro. Acima um premiado em Araxá, Minas Gerais, em 2014.

Com rodas de liga leve e piscas dianteiros transparentes, o primeiro Fiat nacional com motor acima de 1,3 litro e era mais potente: com 1.415 cm³ na versão de rua, sua cilindrada chegava a 1.490 cm³ para entrar com vigor nos autódromos. Com cabeçote especial, atingia a potência de 78 cavalos! Mudanças mecânicas constavam no câmbio: com cinco marchas, usava escalonamento mais curto e apresentava engates mais macios e justos, melhorando a esportividade e facilidade de pilotagem.

O Fiat Oggi CCS tinha motor dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, arrefecido a água, comando de válvulas no cabeçote acionado por correia dentada, duas válvulas por cilindro localizadas no cabeçote, alimentado por carburador da marca Weber de corpo duplo. Tinha tanque de combustível em aço com capacidade para 52 Litros. Era movido a álcool. Tinha 78 cavalos de potência a 5.600 rpm e seu torque máximo era de 11,4 mkgf a 3.000 rpm.

Sua suspensão dianteira tinha sistema McPherson com braços transversais, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos telescópicos e barra estabilizadora. Atrás também McPherson com mola parabólica transversa e amortecedores hidráulicos telescópicos. Seus freios dianteiros eram a disco. E sua direção era do tipo pinhão e cremalheira, mecânica, com 3,5 voltas de batente a batente. Usava pneus radiais na medida 165/70 R 13 com rodas de liga leve.

Tinha painel esportivo, com volante especial, ótima pega. Com quatro raios, tinha o mesmo desenho do fora-de-série Dardo, inspirado no Fiat X ¹/9 Bertone. Seu aro era de borracha espumada. Ao centro velocímetro graduado a 180 km/h, e conta-giros a 8.000 rpm. À esquerda havia o manômetro de óleo e o útil voltímetro. Também seus bancos eram mais altos e envolventes. E um ótimo rádio-toca fitas.

O 147 foi nosso primeiro carro a álcool, o primeiro com motor transversal, o primeiro a ter um picape e um furgão derivados. A linha 147 deu inspiração para a geração de toda a linha Uno e para atual linha Palio. Basta observar as três gerações da Fiat para constatar o legado do carrinho com desenho moderno e original e aparente fragilidade, que provocou algumas revoluções na indústria nacional. Foi o Uno que começou a ameaçar o 147. No final de 1984 era lançado no Brasil, com linhas avançadas, espaço interno fabuloso e o mesmo conjunto mecânico do 147, inclusive a suspensão traseira, diferente do modelo italiano. O novo carro começou a fazer sucesso e as vendas do 147 naturalmente caíram. O Oggi sucumbia já em 1985 e a Panorama em 1986, sucedidos pelo Prêmio e a Elba.


Nas pistas

Na 12 Horas de Goiânia de 1984, um Oggi pilotado pela dupla Paulo Gomes e Fabio Sotto Mayor chegou em segundo lugar, atrás de um Volkswagen Voyage. Lutavam contra este modelo, Ford Escort e Chevette, carros de maior cilindrada, embora o regulamento técnico visasse o equilíbrio. A Fiat chegou a desenvolver uma versão de 1.415 cm³ do Oggi, a CSS, apenas para competição.

Os Oggi de pista fizeram bonito chegando em segundo lugar na categoria B das Mil Milhas nas mãos de Átila Sippos e Egon Herzfelt. Perdeu apenas de um 147, mas ficou na frente de todos os Ford Escort que correram a prova.


Outro Oggi Especial

Assim como Pierre Cardan fez designer de estofamentos para Cadillac, Oleg Cassini para carros da American Motors (AMC Hornet e AMC Matador)  e Clodovil Hernandes para o nosso Chevrolet Monza Hatch, Pierre Balmain assinou o Fiat Oggi . Disponível apenas na cor Bege Áureo, com acabamento interno monocromático, interior revestido de veludo marrom , forrações das portas idem, para-choques e plásticos externos na cor marrom, incluindo painel e volante.

O símbolo “PB” de Pierre Balmain da grife francesa identificava a versão nas laterais e painel, vinha com duas elegantes malas com design exclusivo do estilista.

A família na Itália não cresceu como aqui. Na Espanha havia o 127 de duas, quatro ou cinco portas, fabricado pela Seat, que pertencia ao grupo Fiat antes de ser absorvida pelo grupo Volkswagen. Na Argentina recebia o nome de Sevel 127, e era nosso 147 Europa exportado.


Texto, Fotos e montagem Francis Castaings. Demais fotos de publicação

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