Lendas de Le Mans: Jaguar D-Type vencedor da prova 24 Horas de Le Mans em 1955, 1956 e 1957

Lendas de Le Mans: Jaguar D-Type vencedor da prova 24 Horas de Le Mans  em 1955, 1956 e 1957

As provas de longa duração sempre foram uma vitrine para as fábricas desde o início das corridas de carros no anos de 1910, 1920 e 1930. Após a Segunda Grande Guerra Mundial, já na década de 50, marcas europeias de destaque como Ferrari, Maserati, Alfa Romeo, Aston Martin e Jaguar sempre estavam presentes em provas de longa duração. Estas provas voltaram a ser realizada em 1949 após o conflito.

Na década de 50, o mais esportivo dos carros britânicos fazia muito sucesso, tanto nas ruas e estradas, quanto nas pistas. Na famosa corrida francesa, as 24 Horas de Le Mans, a equipe inglesa Jaguar venceu em 1951, com o modelo XK-120 C (Competição) derivado do esportivo XK-120, mais conhecido como C-Type (abaixo). Seu motor tinha 3.441cm³, seis Cilindros em linha e duplo comando de válvulas. Dois anos depois, em 1953, voltou a ganhar. O primeiro protótipo chamado de C/D começou a rodar em 1953 com a uma nova carroceria.

Em 1955, 1956 e em 1957, foi a vez do modelo D-Type ganhar. A letra “D” foi escolhida pelos operários da empresa de Coventry, região de West Midlands (sede da Jaguar) por ser o sucessor do modelo “C”. Não existiu modelos A ou B.

E em 1957 fez a festa na pista francesa. A marca britânica tirou o 1º,2º,3º,4º, e 6º lugar com o Jaguar D. O belo bólido tinha motor com seis cilindros em linha, em posição longitudinal, arrefecido a água, inclinado em 8 graus para que o capô ficasse mais baixo. Este ótimo carro de corridas era muito aerodinâmico. Foi projetado por Malcolm Sayer que era um matemático com sólidos conhecimentos em aeronáutica.

Já tinha trabalhado no departamento aeronáutico da Bristol e tinha projetado o C-Type. O novo Jaguar tinha 3.442 cm³, duplo comando de válvulas no cabeçote e lubrificação por carter seco. Era alimentado por três carburadores da marca Weber CDOE. Sua taxa de compressão era de 9:1 e a potência de 250 cavalos a 5.800 rpm. Esta versão era para os “Clientes”. Para a equipe oficial de fábrica foi desenvolvido um novo cabeçote com válvulas maiores que dava 280 cavalos ao carro.

Este ótimo carro de corridas era muito aerodinâmico. Com linhas muito curvas, faróis carenados e uma espécie de “leme” posicionado atrás do posto de pilotagem em algumas versões. Seu motor era um seis cilindros em linha, dianteiro, com 3.442 cm³ e 210 cavalos. Neste, que tinha a pintura verde tradicional dos carros britânicos, foram utilizados pela primeira vez freios a disco que só eram usados até então por aviões. Foram construídos 75 exemplares desta joia revolucionária.

Sua caixa tinha quatro marchas sincronizadas com triplo disco de embreagem da marca Borg & Beck com comando hidráulico. Sua tração era traseira e fazia de 0 a 100 km/h em 5 segundos e sua velocidade máxima ficava entre 240 e 290 km/h conforme as relações de marchas. Tinha ótima performance em retas como a Hunaudiéres.


Dados Históricos sobre Le Mans

A primeira prova foi em 26 e 27 de maio de 1923. Em 1969, a cidade de Le Mans, que fica a 203 quilômetros de Paris e tem 149.000 habitantes, recebeu um público de 300.000 pessoas. Ficam em hotéis e em camping. Vários dormem em seus carros ou traillers. Na reta Hunaudiéres/Mulsanne , os carros chegavam a velocidades superiores a 340 km/h. Dois anos depois, o Porsche 917 atingiu 385 km h e em 1988, um WM Peugeot chegou a incrível marca de 407 km/h. Em 1990 foram então construídas duas chicanes para barrar velocidades finais tão altas. Pela segurança e para barrar os recordes que os homens não cansam de bater.


As medidas do Type-D eram: 3,91 metros de comprimento, 1,65 de largura, 1,12 de altura e 2,99 de entre-eixos. Seu peso era de 864 quilos. Sua carroceria era em alumínio. Era regra no regulamento da época ter dois lugares. Seus pneus na medida 6.50 x 16 eram finos, com rodas raiadas de cubo rápido, adequados para a época e o carro se comportava bem nas curvas. Detalhe interessante: O carro tinha que ter pneu estepe. Nas retas era um trovão!

Sua suspensão era independente na frente com triângulos superpostos, barras de torção e amortecedores hidráulicos telescópicos. Havia um falso chassi que suportava o motor e a suspensão. Atrás tinha eixo rígido suspendo por dois braços arrastados, barra de torção transversal e amortecedores hidráulicos telescópicos. Tinha direção da marca Alford por pinhão e cremalheira. Contava com quatro freios a disco da marca Dunlop com assistência comandada pela transmissão.

Seus concorrentes eram o Ferrari 860 Monza e Ferrari 290 MM, Maserati 300S, Aston Martin DB3S, Porsche 550 Spyder e Porsche 550 RS e Mercedes-Benz 300 SL

É presença constante em corridas de Veículos Históricos de Competição (VHC) principalmente na Europa


O transporte

Ecurie Ecosse (Escuderia Escócia). É um Commer truck transporter. Ficou famosa por transportar os Jaguar C e D-Type.

Descarregando um veloz Jaguar.


A versão civil XKSS

Era uma versão exclusiva para os Estados Unidos que pediram um D-Type de estrada. Eram D-Type que não foram vendidos. Tinha para-brisa maior, para-choques, bagageiro atrás, capota de lona, mais confortável por dentro, com acabamento e forros nas portas e canos de descarga laterais com proteção. Foram produzidos 16 exemplares em 1956. No modelo original, de corridas, os canos passavam ao centro da cabine e por este motivo o carro era bastante agradável na pilotagem nos meses de inverno. Caso não… A versão XKSS era mais civilizada, para as ruas e corridas de fim de semana. Participou de provas na América entre 1957 e 1962. O exemplar acima pertenceu a Steven McQueen e está no Museu Petersen em Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos. Em 2016, a Jaguar decidiu relançar o XKSS para colecionadores. Foram apenas oito exemplares produzidos e custavam um milhão de Euros. A mecânica era similar ao D-Type com motor de seis cilindros em linha e 250 cavalos.


A Réplica do D-Type

Após 60 anos, Jaguar D-type tem produção retomada nas linhas de montagem. O último exemplar saiu da fábrica de Coventry, em 1956. A nova série é limitada a 25 unidades e o primeiro “Jag” foi apresentado no Salão Rétromobile, em Versalhes, região de Paris. Segundo a marca, cada uma das 25 unidades do Jaguar D-type serão produzidas por um processo totalmente artesanal. Os trabalhos são de responsabilidade da divisão Jaguar Land Rover Classic Works, no condado de Warwickshire cuja capital é Warwick e perto da sede da Jaguar em Coventry.


A grande família dos felinos de Coventry: Jaguar C-Type, D-Type, E-Type, XK, e sedãs MKII. Todos “nervosos”


Texto, Fotos e montagem Francis Castaings. Demais fotos de Salão Rétromobile, Jaguar Heritage e Organizações Peter Auto

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