Maserati Khamsin – Vento quente e forte que vem do Egito
O esportivo desenhado por Marcello Gandini dos Estúdios Bertone, foi produzido entre 1974 e 1982 e 435 exemplares chegaram as ruas. Era muito bonito e unia esportividade e muito luxo. Nesta época a Maserati já pertencia ao Grupo Citroën Automobiles.
O autor do projeto do novo esportivo da casa italiana Maserati foi Marcello Gandini que fez vários belos designers para empresas de renome da Itália, França, Japão e Inglaterra. O sobrenome Khamsin, seguindo a tradição da cada de Modena, na Itália, é um vento forte e quente que vem do deserto no Egito. Nesta época os modelos Bora, Merak não estavam com boas vendas e o Indy, México e Ghibli já estavam fora de linha ou envelhecidos.
Com carroceria moderna e muito atraente, tinha instalado na frente em posição longitudinal, um motor V8 a 90º com bloco e cabeçote em alumínio. Tinha duplo comando de válvulas, quatro carburadores duplo corpo da marca Weber em posição invertida . Foi apresentado no Salão de Torino, Itália, em 1972, com carroceira 2+2. Atrás só crianças de baixa estatura.
Sua potência era de 320 cavalos a 5.500 rpm com torque máximo de 49 m.kg a 4.000 rpm. Era arrefecido a água e seu virabrequim tinha cinco mancais. Sua tração era traseira e a caixa marca ZF tinha cinco velocidades. A caixa automática de três velocidades marca Borg-Warner era opcional. Fazia de 0 a 100 km/h em 5,8 segundos, números muito bons e atuais cobria os 1.000 metros em 25 segundos e sua velocidade máxima era de 280 km/h. E era um carro muito seguro mesmo em alta velocidade. O novo Khamsin sucedia o Maserati Ghibli (abaixo).
Enfrentava bem a concorrência do Lamborghini Espada. Mas custava caro! O mesmo preço deste Lambo, 20% a mais que o irmão Bora, quase o dobro de uma limusine Daimler Double Six e três vezes mais que um Peugeot 504 V6 cupê.
Tinha carroceria monobloco e media 4,40 metros de comprimento, 1,80 de largura, 1, 14 de altura e entre-eixos de 2,55 metros. Pesava 1.680 quilos. A carroceria linhas cuneiformes era muito elegante e com muitas arestas.
Se tratando de um esportivo a visibilidade era ótima.E tinha um ótimo porta-malas. A abertura da tampa traseira era ótima e facilitava muito a colocação de bagagens. Atrás quatro belos canos de descarga anunciava a garra do esportivo.
Sua suspensão era independente nas quatro rodas. Na frente havia trapézios transversais e molas helicoidais, barra estabilizadora e amortecedores telescópicos. Atrás também tinha molas helicoidais e dois amortecedores telescópicos para cada roda. Usava pneus 215/70 VR 15, rodas em liga leve e seus freios ventilados eram a disco nas quatro rodas. Contava com sistema de servo-freio com duplo circuito desenvolvido pela Citroën.
A direção hidráulica tinha um sistema de assistência variável que à medida que a velocidade aumentava, ela endurecia. Na época era um destaque e mostrou-se muito eficaz formando escola. Nada pior que um volante leve em altas velocidades, sem precisão e descontrolado.
Ainda, quando se soltava o volante, mesmo com o carro parado, este colocava as rodas em linha reta (sistema batizado de Diravi). Tinha uma volta de batente a batente e era impossível virá-la se o motor não tivesse em funcionamento. Era adotado no Citroën SM e adaptado pelos engenheiros da Maserati.
Por dentro muito luxo e material de ótima qualidade. Contava com vidros verdes, ar condicionado, rádio-toca fitas marca Pionner, couro em abundância no painel, contorno do mesmo e bancos com desenho esportivo e apoios de cabeça. A instrumentação contava com nível do tanque, conta-giros graduado a 8.000 rpm com zona vermelha começando a 5.500 rpm, pressão do óleo, temperatura da água e velocímetro graduado a 300 km/h.Na parte central, amperímetro, temperatura do óleo e relógio de horas.
Detalhe dos faróis escamoteáveis . Um charme!
Em 1975 a empresa de Alejandro De Tomaso, fabricante de carros de luxo e esportivos, assumia o controle da Maserati e em 1997 a Ferrari comprava 50% da empresa do Tridente. E em 2014 a Ferrari assumiu o controle total. Em 2021 faz parte do Grupo Stellantis que também reúne as marcas italianas Abarth, Alfa Romeo e Lancia.
Sua cotação no mercado de automóveis antigos é alta. Interessante era a entrada de ar sobre o capô que cobria uma parte da lateral esquerda e mais abaixo toda a lateral direita.
Em 1996, também desenhado por Gandini, o esportivo Shamal, sucessor do Maserati Khamsin, era lançado em dezembro. Shamal é o nome de um vento noroeste no golfo pérsico que vai até o Iraque. Provoca violentas tempestades também na Jordânia e na Síria. Um nome muito adequado. Tinha um oito cilindros em “V”, também á 90º com 3.217 cm³, 326 cavalos à 6.000 rpm e torque de 45,6 m.kg. Este míssil fazia de 0 a 100 km/h em 5,3 segundos, os primeiros 1.000 metros eram cobertos em 25,6 segundos e chegava a final de 270 km/h. Era equipado com intercooler para melhorar a refrigeração para a alta potência. Estava na categoria de Super Carros e hoje sua cotação pode chegar a 40.000 Euros.
A produção total foi de 435 exemplares sendo 71 com direção/volante a direita que cruzaram o canal da Mancha para a Inglaterra. Só um modelo do Khamsin foi convertido nos Estados Unidos por uma concessionário local com o teto T Roof semi conversível.
Texto, Fotos e montagem Francis Castaings. Demais fotos de divulgação
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