O Esportivo da Revista – Puma GT-4R
A prestigiada revista Quatro Rodas, editada desde o princípio da década de 60, cuja a primeira edição foi em agosto de 1960, fez um protótipo chamado GT 4R baseado no Puma 1600 GT. Foram produzidos apenas três foram modelos. E foram sorteados em 1969 após a finalização do projeto. Três felizardos ganharam este belo esportivo, após terem enviados os cupons. Era mais uma criação de Rino Malzoni com o designer Anísio Campos, ambos criadores do Puma. Rino Malzoni também foi autor do DKW Malzoni, Malzoni-Onça, Puma GT e a versão com motor Opala, o Puma GTB.
Sua carroceria tinha linhas muito bonitas , com alguma inspiração no Puma GT, mas muita originalidade. Era fabricada em plástico reforçado em fibra de vidro e apoiada na plataforma do Karmann-Ghia. Pesava cerca de 800 quilos. Suas medidas eram próximas do Puma com 4,0 metros de comprimento, entre-eixos maior era de 2,25 metros, altura de 1,20 e largura de 1,66 metros.
Como a maioria dos esportivos era baixo, capô longo e traseira curta. Logo abaixo dos vidros traseiros ,havia entradas de ar e também na tampa traseira, para a refrigeração do motor. Visto de frente tinha capô plano, faróis retangulares, carenados e perto do para-brisa entradas de ar tipo Naca (National Advisory Committee for Aeronautics), que não possuem saliências externas, resultam em baixo arrasto aerodinâmico e não exigem reforços estruturais específicos, não acarretando impactos no peso. Ambas estão antes do para-brisa, logo após o capô.
Seu interior era muito luxuoso e seu painel era completo. Tinha velocímetro graduado a 200 km/h , conta-giros até 6.000 rpm e marcador de combustível atrás do volante no painel central com apliques imitando madeira. Havia ainda marcador de temperatura e pressão do óleo acima do console. Tudo em couro de ótima qualidade. O volante esportivo de três raios era da marca Fittipaldi. Desde a década de 60 a prestigiada revista já alertava a indústria nacional a colocar cintos de segurança de três pontos em nossos carros. E no GT 4R eles estavam presentes. Ao lado da alavanca de marchas estava a chave de ignição.
Seu motor era o mesmo 1600 do Puma. Um boxer com quatro cilindros opostos , 1584 cm³, 75 cavalos de potência a 4.700 rpm, alimentado por dois carburadores de corpo simples e podia receber comando de válvulas tipo P2 mais apimentado . Seu cambio tinha quatro marchas e sua tração era traseira. Tinha freios a disco na dianteira e tambor atrás com acionamento hidráulico. Fazia de 0 a 100 km/h em 13 segundos e sua velocidade final era de 150 km/h.
O desenvolvimento dos três protótipos, foram feitos na cidade de Araraquara, estado de São Paulo. A revista mostrava a evolução do modelo nas edições após a divulgação. Em julho chegavam junto com a revista os cupons da promoção. Não foram revelados as formas definitivas da carroceria nem as especificações do motor que equiparia o esportivo. Foi o primeiro carro nacional criado sob encomenda em série limitada. Visto de trás na foto abaixo mostra as lanternas traseiras eram do Volkswagen Variant e do Volkswagen 1600 quatro portas de 1970. Um dos modelos saiu com lanternas traseiras circulares. Na fase de testes, num carro com carroceria em chapas, foram rodados mais de 15.000 quilômetros em várias regiões do Brasil. E passou por rigorosas provas.
Sua suspensão era a mesma do Puma.Era independente na frente, com barras de torção, barra estabilizadora e amortecedores telescópicos. Atrás também independente, com semi-eixos oscilantes, barra de torção, barra compensadora e amortecedores telescópicos. E recebia rodas exclusivas de cubo rápido, em liga leve com aro de 13 polegadas.
Um carro muito exclusivo hoje. E histórico! Foram feitos três exemplares nas cores cobre, azul e verde (visto nas fotos). E todos sorteados pela revista em 1969. Os carros passavam por vários proprietários. Hoje um dos exemplares está na cidade de Petrópolis, estado do Rio de Janeiro, e pertence a uma testemunha da construção dos três carros, Francisco “Kiko” Malzoni, filho do grande Rino Malzoni.
O modelo das fotos foi fotografado por mim em Caxambu, Minas Gerais, no Encontro Blue Cloud em 2008
Texto, fotos Retroauto e montagem Francis Castaings
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