Studebaker Starlight e Starliner. O Arrojo de South Bend. Lançados em 1953. Há 70 anos.
Com desenho de Robert E Bourke que pertencia ao estúdio do Designer francês Raymond Loewy, a linha Commander e Champion foram renovadas em 1953. Era um cupê com linhas muito aerodinâmicas e desenho da carroceria muito moderno deixando a concorrência surpresa com a ousadia e originalidade. Já eram ousados desde a década de 1927 com o modelo Erskine que foi o primeiro modelo americano a oferecer um carro fabricado todo em metal. As estrelas de 1953 eram os modelos Starlight e Starliner Hardtop. Ambos eram cupês, mas o Starliner era mais ousado em seu desenho, pois não tinha a coluna B. E sua visibilidade era ótima. Raymond Loewy nascido em 5 de novembro de 1893, em Paris, França, estava na empresa desde 1939 sendo o responsável pelo estilo dos Studebakers na década de 40 e 50. Um dos modelos sob sua batuta era o cupê “Nariz Bala” que foi também uma revolução de estilo. A sede da empresa era em South Bend, no estado da Indiana nos Estados Unidos. A empresa fundada em 1852 decretou falência em 1966. Desde 2005 o prédio abriga um museu com seus principais veículos. Também fabricou ônibus e caminhões sendo grande fornecedor para o exército americano durante a Segunda Grande Guerra Mundial.
A linha de 1953 era formada por um sedã quatro portas, uma perua de três portas chamada de Conestoga e dos dois cupês. A frente com ótimo perfil aerodinâmico era a mesma para todos. E podiam transportar cinco passageiros com conforto. Suas medidas eram 5,140 de comprimento, 1,81 de largura, altura de 1,44 e entre-eixos de 3,07 metros para os cupês. Seu peso era de 1.692 quilos. Ganhou o prêmio Fashion Academy Gold Medal pelo seu belo desenho. A carroceria do Starliner era sempre pintada em dois tons diferentes para o teto e para o restante da carroceria. Era classificado como um “Mid Size”, ou seja, um carro de tamanho médio para os padrões americanos. E as versões Regal do Champion e do Commander eram mais luxuosas.
Na frente tinha faróis circulares sendo que os auxiliares eram inseridos nos protetores do para-choque. Em sua grade dividida em formato de gota, estavam as luzes de pisca. Sua carroceria monobloco em aço estampado estava apoiada num chassi de longarinas. A propaganda anunciava: Carro americano com desenho europeu.
Seu motor dianteiro, arrefecido a água, em posição longitudinal, tinha bloco e cabeçote em ferro fundido. O motor com seis cilindros em linha tinha 169 pol³ ( 2.769 cm³) era alimentado por um carburador de corpo simples da marca Carter e desenvolvia 85 cavalos. Seu cambio tinha três marchas, outro com opção de overdrive e um automático implantado na empresa desde 1950. Sua tração era traseira. Fazia de 0 a 100 km/h em 18 segundos e sua velocidade final era de 135 km/h. Havia a ótima opção do V8 com carburador de corpo duplo, taxa de compressão de 7.8:1 e torque máximo de 25,8 mkgf a 2.500 rpm. Tinha 232 pol³ ( 3.801 cm³) fornecendo 122 cavalos. Sua aceleração de 0 a 100 km/h era coberta em 13 segundos e sua velocidade final era de 155 km/h. Estava de acordo com a concorrência.
Por dentro muito conforto com era praxe da empresa. Detalhe para o apoio de braços nesta versão Starlight. Tinha bancos dianteiros reclináveis.
Seu painel era muito rico e com ótima visibilidade. Da esquerda para a direita o primeiro mostrador circular tinha amperímetro e nível do tanque de gasolina. Após velocímetro com honestos 110 milhas por hora (160 km/h) A direita relógio de horas e na extremidade marcador de pressão do óleo e temperatura da água do radiador.
Sua suspensão dianteira tinha molas helicoidais e amortecedores telescópicos. Atrás feixe de molas, eixo rígido e amortecedores telescópicos. Seus pneus com faixa branca eram na medida 6.40 x 15. Eram montados em rodas de aço estampado e tinha calotas cromadas de desenho simples, mas bonito. Podiam também ter acabamento com calotas raiadas.
Seus freios eram a tambor nas quatro rodas. Sua direção não tinha assistência hidráulica. Visto de trás também era muito bonito. Linhas muito a frente de seu tempo.
A linha completa de 1953 e 1954
Foram fabricados cerca de 185.000 modelos cupês Starlight e Starliner com esta carroceria entre 1953 e 1954. Em 1955 e 1956 houve uma alteração pouco feliz na frente. E em 1957 as linhas já não eram as mesmas. O Starliner 1953/1954 foi um dos mais belos Studebaker.
No Museu MOMA, Museu de Arte Moderna (The Museum of Modern Art) em Nova York, Estados Unidos, ele divide um espaço com outros poucos e belos exemplares do mundo sobre rodas.
Em Escala
Miniatura do Starliner na escala 1/18, marca Maisto. Fotos fornecidas gentilmente pelo colecionador André Luiz Tavares do Vale da cidade mineira de Varginha. Muito bem detalhada! Muito obrigado!
Nas pistas
É frequentador assíduo da competição Carrera Panamericana no México. Na era moderna, que começou em 1988, pois foi interrompida em 1954 por causa de graves acidentes e principalmente após o terrível acidente em Le Mans ocorrido em 1955. Foi uma decisão do Presidente Adolfo Ruiz Cortines.
Ganhou várias vezes também a corrida de estrada Carrera Panamericana realizadas nas estradas do México.Começavam em Tuxtla Gutiérrez, Chiapas no sul do país finalizando na cidade de Juárez, Chihuahua no México perto de El Paso, já na América, no estado do Texas. Entre 1993 e 2016, a exceção de 2002 e 2006 ganhou todas.São carros preparados com mecânica moderna, mas a carroceria se mantém quase original. Tem potentes motores V8 com 350 Pol³ e beiram os 380 cavalos. Sua aerodinâmica é perfeita para as corridas em estradas. Chegavam a ter média de velocidade de 138 km/h e a velocidades de pico em torno dos 280 km/h Em algumas edições corriam sete dias e 3.200 quilômetros. E pé em baixo!
Pintura cedida gentilmente por Humberto Inchausti Artista Visual – Professor de Arte – instagram: @hinchausti
Texto, fotos e montagem Francis Castaings. Demais fotos de divulgação
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