Tarpan Indústria & Comércio de Fiberglass e seu esportivo.

Tarpan Indústria & Comércio de Fiberglass e seu esportivo.

Em 1978 era apresentado o Tarpan. Em princípio este carro seria uma evolução do Bianco, mas suas linhas estavam longe de agradar a todos. No Salão do Automóvel em São Paulo, foi apresentado com mecânica do Passat TS, de 1,6 litro (1.588 cm³), posicionado no entre-eixos traseiro e ótimo desempenho para a época. Foi prometido com quatro freios a disco, para-choques retráteis, um isolamento térmico e acústico feito de poliuretano injetado, etc. Mas na produção em série foi utilizada a mesma mecânica do VW Brasília e, por isso, o desempenho continuou modesto. O nome O tarpã (Equus ferus ferus), também conhecido como cavalo selvagem euroasiático. O ressalto na tampa traseira, seria para abrigar o motor do Passat. Também usava a caixa e transmissão do hatch da Volkswagen. O carro tinha chassi de desenho próprio, em duplo Y,  construído em chapa de aço dobrada. Seu desenho não teve a participação de Toni Bianco.

O estilo agressivo e original foi sempre um destaque do Bianco (Conheça) , mas o desempenho não acompanhava: como inúmeros outros fora de série, utilizava a plataforma e a mecânica VW 1600 “a ar”. A motorização a arrefecida a ar de quatro cilindros opostos (boxer), tração traseira, 1,6 litros com dois carburadores fornecia a potência de 65 cavalos.

Robustez a toda prova.A capacidade do tanque prevista se usasse o motor do TS era de 75 litros. No protótipo do TS, o painel, com desenho bonito, tinha velocímetro, conta-giros, manômetro de óleo, marcador de temperatura da água, indicador de nível de gasolina, relógio de horas a quartzo e luzes sinalizadoras de farol alto. Como opcionais, podia receber ar condicionado de painel e um turbocompressor.

Se o Bianco era muito bonito, quanto ao Tarpan seu desenho já estava ultrapassado. Atrás vinham as mesmas lanternas do irmão, mas na frente os faróis redondos estavam numa posição típica de esportivos da década de 60. A traseira não combinava com o restante do carro, era longa.

Apesar de esforços na vedação, por dentro o motor mostrava sua presença, fazendo muito barulho. A carroceria de fibra era montada em sistema de painéis duplos. Bem maior que o Bianco, media 4,35 metros de comprimento e usava largos pneus 205/70 SR 13. O grande para-brisa, dégradé verde, laminado, e os demais vidros tipo ray-ban verde davam um toque bonito ao carro. Em julho de 1981 a fabrica de Diadema, no ABCD paulista, apresentava o Tarpan TS, enfim com o motor de 1,6 litro e 96 cavalos, arrefecido a água, do VW Passat de mesma versão. Na época eram também produzidos o Bianco S, o Tarpan com motor “a ar” e o conversível. Mais nervoso, o TS oferecia desempenho bem adequado, além de ótima estabilidade.

Alguns defeitos persistiam, como a posição de dirigir que não era das mais agradáveis. Não era barato: custava quase o mesmo que um Opala Diplomata de seis cilindros. E como esportivo, era concorrente do Farus, que trazia a mesma mecânica do TS e desenho de carroceria e soluções mecânicas bem mais modernas. Não foram fabricados muitos modelos do Tarpan. E só foram produzidas poucas unidades de uma versão conversível.

Na década de 70 e 80, pelo fato de a importação de carros ser proibida no país, o número de fabricantes de veículos especiais era muito grande e a concorrência forte. A fábrica do Bianco e do Tarpan, que não era filiada à Anfavea assim como outros pequenos fabricantes, enfrentou problemas financeiros e fechou suas portas em 1983, deixando para trás uma história de maior sucesso nas pistas (Bianco/Fúria) que nas ruas.


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Texto, fotos e Montagem Francis Castaings.                                                                                  

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