Utilitários Chevrolet Amazona, Alvorada e Corisco.Trabalho, lazer, disposição e muita Robustez

Utilitários Chevrolet Amazona, Alvorada e Corisco.Trabalho, lazer, disposição e muita Robustez

Na década de 50, uma delas em particular, fez muito sucesso em terras brasileiras. Coincidindo com sua estreia em nosso mercado em 1955, a Chevrolet 3124 ou Cameo 3100, que ficou aqui no Brasil conhecida como Marta Rocha, devido a suas curvas na caçamba “Step Side”, homenageando nossa linda Miss Brasil do ano anterior que ficou mais conhecida ainda pelo seu vice-campeonato mundial no concurso de misses. Ela perdeu por ter algumas polegadas a mais nos quadris!

O modelo furgão desta picape, conhecido nos EUA como Suburban, também viria para cá, serviria principalmente como ambulância ou camburão policial. Estas tinham dimensões avantajadas.

Surgiram então as primeiras Ford e Chevrolet com carrocerias de madeira e depois de aço. Não demorou e outras marcas, neste país como também no resto do mundo, descobrir o enorme filão destes úteis veículos. A linha 3100 Advanced Designer (acima) lançada em 1947, começou a ser montada no Brasil em São Caetano do Sul, São Paulo. Só a caçamba era fabricada aqui. Em 1951 a parte frontal passou a ser produzida no ABC paulista. O chassi, motor, cambio e partes mecânicas vinham dos Estados Unidos.

O caminhão G-600 da Chevrolet que rodou por nossas estradas na década de 50 e 60.

A Chevrolet no Brasil começou a fabricar picapes e furgões em julho de 1958. Tinha 4,70 metros de comprimento por 1,92 de altura.Seu motor seis cilindros, cabeçote e bloco em ferro fundido, arrefecido à água, tinha 3.860 cm³ e potência de 136 cavalos. Seu torque era de 28,21 mkg.f a 2.200 rpm. Era o mesmo motor, importado, seis cilindros da linha Chevrolet Fleetline e Bel Air. O cambio tinha três marchas sendo a primeira e a ré “secas”. Os caminhões usavam o mesmo motor, mas outra transmissão, outro diferencial… e um carburador importado da marca Rochester foi substituído pelo nacional DFV-228.

Sua tração era traseira e tinha o sistema de tração positiva. Não era um autoblocante! Em caso de uma roda girar em falso em piso de terra ou lama, a força era transmitida para a outra facilitando sua saída de um atolamento. O grande mostrador ao centro, em formato triangular, como na versão americana, tinha velocímetro com graduação até 160 km/h e hodômetro total. Acima havia nível do tanque de combustível, temperatura da água, óleo e amperímetro. Para ligar o motor era necessário usar a chave e apertar o pequeno pedal que se vê abaixo ao lado do acelerador.                        

Os primeiros modelos tinham apenas um par de faróis circulares, grade interna pintada na cor do capô, das portas e da caçamba. A maioria dos modelos eram em duas cores sendo os para-lamas diferenciados, teto da capota e para-lamas traseiro idem da caçamba “Step Side”. O carro tinha um estribo, muito útil para a entrada a bordo. Era um veículo alto!

A capacidade de carga era ótima: 735 quilos. A perua Amazona podia carregar 650 quilos e tinha terceiro banco opcional para duas crianças aumentando a capacidade para oito pessoas. As cores das forrações dos bancos, parte do painel das portas e teto eram em vinil e tinham as mesmas cores externas da carroceria. Nota-se abaixo a grande porta para abrir o porta-malas. Pouco ergonômico, mas aos poucos o proprietário se acostumava. Era um ótimo carro para famílias numerosas que podiam ter estatura alta. Sem problemas!

Na frente das picapes ou da Amazona e derivados iam três pessoas, no banco de trás da Alvorada (lançada em 1961) e da Amazona (feminino de cavaleiro) idem. A caçamba podia receber acabamento em madeira no fundo e compartimento para abrigar objetos nas laterais. O pneu sobressalente na picape ficava abaixo da carroceria e preso ao chassi. Na Amazona em posição vertical na lateral esquerda. Tinha medidas 7,10 x 15 sendo que o 15 era diâmetro da roda em polegadas. As medidas externas da Amazona eram : comprimento 5, 13 metros, largura  2, 10, altura 1,96 cm, entre-eixos, 3,05 metros e peso de 1.850 quilos. A carroceria era montada sobre um chassi em longarina. Na picape Brasil tinha o código 3104 e era menor que a Alvorada, código 3114 e a Amazona 3116 com chassi mais longo. Havia o 3105 para o furgão fechado utilizado por ambulâncias e policiais civis e militares. Que ia atrás não ficava feliz! Ainda a 3103 só com a cabine picape para instalação de carroceria/caçamba de madeira, muito usado até a década de 80 e o 3112 (somente chassi e componentes mecânicos). Sua suspensão tinha eixo rígido e molas semi-elípticas na frente e atrás.

Até 1963 eram a picape Brasil (acima), a perua Amazona, a cabine dupla Alvorada (abaixo) e o furgão Corisco.

A maior mudança em 1963 era a nova grade, quatro faróis circulares, grade frontal e novos para-choques cromados em algumas versões. Detalhe interessante da Amazona (abaixo) era duas portas laterais na direita e apenas a do motorista na direita como a cabine dupla Alvorada.

As carrocerias eram feitas pela Brasinca Ferramentas, Carrocerias e Veículos S/A a mesma que fabricou o esportivo Uirapuru, o Karmann-Ghia e o Ford Escort XR-3 Conversível

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A partir de 1958 estava disponível novo motor que ganhou o nome Chevrolet Brasil. Também com seis cilindros, 4.278 cm³, 142 cavalos à 4.000 rpm e torque de 31,8 mkgf. Ficou um pouco mais disposta nas arrancadas e melhorou a velocidade final. Sua velocidade máxima estava por volta de 135 km/h e fazia de 0 a 100 km/h em 21 segundos. O consumo era alto! Na cidade em torno de torno de 5,0 km/l e na estrada não passava dos 7,0 km/l

Seus concorrentes na época eram as picapes Ford série F-100, o Toyota Bandeirante, a Willys Rural, Volkswagen Kombi e Simca Jangada. Não era um veículo barato. Em dezembro de 1963 seu preço só era inferior ao FNM 2000 e aos Simca Rally, Jangada e Prèsidence. Abaixo um furgão Corisco.

Teve uma carreira curta, prestou ótimos serviços nas fazendas, nas cidades para a grandes famílias e para os policiais. E é raro ver bons exemplares em encontros de carros antigos. Exemplares como os das fotos apresentadas estão ótimos, mas é raro ver uma Alvorada ou Corisco em bom estado!

Abaixo um com modificações


Texto, Fotos e montagem Francis Castaings. Demais fotos de publicação

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