Volvo 122 Amazon: 65 anos de Robustez e Segurança

Volvo 122 Amazon: 65 anos de Robustez e Segurança

A Robustez que veio do frio

A fábrica de automóveis mais antiga da Suécia, inaugurada em 1927 em Göteborg, por Assar Gabrielsson e Gustav Larson, sempre foi famosa por produzir automóveis robustos e seguros. Seus carros sempre foram muito resistentes a corrosão. Num país que neva bastante, isto é fundamental. Para retirar o gelo das estradas com maior facilidade, é usado o sal pelo fato deste ser higroscópico. Sendo assim a carroceria tem que passar por processos de proteção e pintura muito rigorosos. O que é norma na fábrica da Volvo.

O modelo PV444 lançado logo após a 2ª Grande Guerra Mundial fez sucesso na Europa e começou a bem sucedida carreira no continente americano. Este automóvel apesar de suas qualidades, afamado por ser um modelo familiar com características esportivas, envelheceu e no meio da década de 50 já não fazia tanto sucesso. Mas continuava em produção e foi muito eficiente em ralis na década de 50 e 60.

Em 1956, em Estocolmo, Suécia, era apresentado a concessionários o modelo Amazon. No mesmo ano, em Londres, na Inglaterra, foi apresentado num salão. O sedã de três volumes seguia o estilo da época com linhas curvas e suaves. Na frente, seu capô tinha formato em V e a grade de frisos horizontais era grande e bi-partida Tinha quatro portas, lugar para cinco passageiros e apresentava pintura de duas cores na carroceria que fazia muito sucesso na época em todo o mundo. Media 4,45 metros. Pneus faixa branca também não faltavam e cromados discretos na carroceria.

O motor era um quatro cilindros em linha de 66 cavalos a 4.500 rpm. Sua caixa de marchas, com alavanca na coluna, tinha três marchas sendo que a primeira não era sincronizada. A tração traseira.

Dois anos depois, em 1958, no Salão de Genebra, na Suíça, foi apresentado o modelo “Sport”.

Denominado 122 S tinha 85 cavalos, dois carburadores da marca SU e a caixa de marchas agora tinha 4 velocidades, todas elas sincronizadas com alavanca no assoalho. Sua velocidade final era de 160 km/h. Muito boa para um sedã europeu que pesava 1.080 quilos desta década. O objetivo da empresa nórdica era claro: – Um sedã com a esportividade italiana e o rigor de construção alemã! Os motores tinham ótima reputação, pois eram forte, robustos de pouca manutenção.  Neste mesmo ano, todos os modelos da série perderam a denominação Amazon e passaram a se chamar  P121, 122 e 122S.

Mas foi no ano seguinte, em 1959, que um acessório implementado fez história e revolucionou a indústria automobilística: – A instalação de cintos de segurança de três pontos em série nos bancos dianteiros. Foi o primeiro carro a dispor deste equipamento tão importante.

Este chamou a atenção pela sua comprovada eficácia e simplicidade de construção. Ele foi elaborado pelo engenheiro Nils Bohlin, funcionário da empresa. Também neste ano, o modelo P122S fez sua estreia no prestigiado Rali de Monte Carlo.

Em 1961 a linha ganhava novos motores. O modelo básico,121 passa a ter 1.780  cm³ e 75 cavalos. O 122S passava a ter 90 cavalos, novos carburadores e freios a disco dianteiros. De série também bateria de 12 volts, bancos mais envolventes e confortáveis. A pintura da carroceria passava a vir num só tom. Como opcionais os freios podiam ser servo-assistidos e caixa de marchas vir com overdrive.

Os pneus eram na medida 165 x 15. E logo após todos eles tinham  para-barros que lá na Suécia como em toda Europa estava mais para “para-neve”. Um acessório útil e apreciado pelos suecos. Sua suspensão com amortecedores helicoidais trazia boa estabilidade.

A carroceria se inclinava pouco em curvas, saía um pouco de traseira no limite e seu comportamento lembrava carros mais potentes.  Por dentro o painel, na parte mais alta, era acolchoado. Mais segurança! Na parte mais baixa, metal na cor da carroceria.

O velocímetro tinha leitura horizontal e um conta-giros redondo ficava a esquerda dos olhos do motorista. O freio de mão desta lado também, abaixo do banco.

A instrumentação era suficiente e não faltavam alavancas e botões para diversas funções e regulagens. O volante de bom diâmetro, tinha dois raios e aro de metal central para acionamento da buzina. 

Em 1962, a Volvo recebia seu primeiro prêmio de segurança por causa do cintos de três pontos. E não ia parar de receber outros por suas ótimas ideias tanto de segurança ativa quanto passiva.

Ainda esta ano a opção de carrocerias tornava-se mais ampla: – chegava um harmonioso o cupê e a perua de cinco portas. Este por sua vez voltava a ter a pintura em duas cores muito apreciada na Inglaterra onde sua aceitação era muito boa. Pesava um pouco mais: 1.145 quilos apesar do comprimento ser mesmo. Todos eles tinham boa área envidraçada e por isso uma correta visibilidade. 

Em 1964 o modelo 121 ganhava uma opção de caixa automática de três velocidades da marca Borg Warner e todos os modelos recebem um revestimento interno de bancos e portas mais moderno e mais bonito. Todos os assentos, mais anatômicos, receberam medidas baseadas em conselhos de médicos especializados. A preocupação com conforto e  segurança era constante. 

Dois anos depois, sempre procurando evoluir, o motor do 122S chega a ter 100 cavalos a 5.700 rpm. Isto permite que ele chegue aos 100 km/h em 13,5  segundos e sua velocidade final a 165 km/h. O cupê, denominado 123 GT Coach, recebe o motor do modelo esportivo 1800 S (saiba mais) de 115 cavalos a 6.000 rpm. Também ganhou rodas esportivas, volante de três raios e faróis de longo alcance. A caixa overdrive passava a ser de série.

Em 1968 o modelo quatro portas deixava de ser fabricado e um ano depois o cupê recebia o motor B20 de 1.990 cm³ e 118 cavalos. O servofreio passou a ser de série e contava com trava de volante acionado pelo contacto da chave.  

Seus concorrentes na Europa eram o Rover 2000 inglês, os franceses Peugeot 404 e Citroën DS (conheça) e o italiano Lancia Flavia. E em julho 1970 terminou sua produção depois de 670.000 unidades produzidas.

Foi o modelo que deu entrada a era moderna da Volvo sendo praticamente seu primeiro três volumes.

Cedeu lugar à série 140 que aproveitou vários de seus conceitos de segurança.

Atualmente o 122S é figura constante nas categoria VHC (Veículos Históricos de Competição) na Europa. E seu fã clube dentro e fora dos países nórdicos é grande. 


Nas Pistas

Este carro participou do Rali Histórico de Monte Carlo em 2010. Seu proprietário é Luis Cezar e é um modelo Amazon 122S de 1967. Foi o primeiro automóvel de um brasileiro a participar e o fato é uma honra para o piloto, pois a Federação Internacional do Automobilismo (FIA) é muito rigorosa.

Mais de 2000 inscritos e só 341 carros foram autorizados a participar deste rigoroso percurso. O Volvo e outros carros partiram de Barcelona, sendo que os outros saíram de Torino na Itália, Copenhagen na Dinamarca, Reims na França ou Hamburgo na Alemanha. A chegada triunfal se dá em Mônaco. 

Este carro contava com barras de proteção, faróis auxiliares especiais, pneus para asfalto, desenho misto e com pinos para neve.  Também contava com equipamentos de navegação de época como tripmaster e outros.  Uma experiência que deve ter sido inesquecível.


O modelo antecessor PV444

Auto_Clasica_Argentina_2013_San_Isidro_1_dia_084

Um preparado para as provas

Nos encontros

Outro cupê

O sucessor Volvo 164 produzido entre 1968 e 1975


Texto, Fotos e montagem Francis Castaings. Demais fotos de divulgação

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