XV ITALIANO RADUNO/ENCONTRO ALFA ROMEO CLUB- 19 DE ABRIL DE 2022

XV ITALIANO RADUNO/ENCONTRO ALFA ROMEO CLUB- 19 DE ABRIL DE 2022

Um sábado muito marcante não foi apenas mais um sábado comum, porque o dia amanheceu com a promessa de que teríamos a oportunidade de fazer parte da décima quinta edição de um evento em que o Alfa Romeo Clube coloca toda a sua energia para nos fazer felizes.

E quando digo amanhecer é porque amanheceu mesmo e eu me explico. Apesar de ter passado duas horas na noite anterior lavando o Spider – não confio em nenhum “faz tudo” ou qualquer coisa para limpá-lo – e isso me deixou totalmente exausto, acordei espontaneamente por volta das 4 horas da manhã. A ansiedade antes de cada evento permanece a mesma por anos. Você não podia ver nada pela janela do quarto, tutto Nero (muito escuro),  por isso eu disse que realmente amanheceu.

Em fim, depois da experiência de “vigília do nascer do sol”, voltei a dormir, até que o despertador me acordou às 6h15. Tomei um banho, me vesti e desci para procurar o jornal na porta de casa, abasteci de água e comida para Akila e Vito -os gatos da casa-, procurei os chapéus, deixei os trapos e esponjas da lavagem da noite na lavanderia mais cedo que eles estavam espalhados pelo pátio, e fui procurar o Aranha, meu gato, que dorme na minha garagem no outro quarteirão.

A Aranha não descansa em casa, pois os pets adoram a textura e a temperatura do telhado de lona, ​​mas o teto de lona ele não gosta nem suporta e o pelo do gato causa alergias. Então caminhei os 100 metros que separam a porta da frente da porta da garagem, entrei no Spider e – me entregando aos bons espíritos de Orazio Satta Puliga e Giuseppe Busso – comecei ligar o duplo comando de válvulas (biálbero). Ele começou com sua música maravilhosa, que aumentou a expectativa de que realmente ia ser um dia muito feliz.

Direi que estava de excelente humor, é possível que o sucesso anterior do Pré-Raduno tenha empurrado um pouco nessa direção, mas tudo estava realmente indo de força em força. Até que chegou a hora de esperar pela senhora. E desta vez tivemos que esperar pela verdadeira dama. Já estava à porta há 30 minutos e comecei a preocupar-me com o meu estado de espírito, mas pensei e tomei a firme decisão de que não haveria nenhum obstáculo que me privasse de desfrutar do Encontro. Abaixo um Fiat 1300/1500 foi fabricado na Itália, na Argentina, a Polônia como Zastava entre 1961 e 1967. O desenho é de Mario Buono. Neste ótimo encontro todas as marcas italianas são bem vindas.

E assim foi. Quando a senhora decidiu honrar a nossa máquina com a sua presença, baixei o teto e o cabelo ao vento – o cabelo da senhora, não o meu, obviamente – virei a esquina e fui direto pela Gallo-Áustria até Figueroa Alcorta.

Os cumprimentos habituais do motorista ocasional nos semáforos, como “Que navio mestre!”, animavam o passeio por uma cidade que olhava para o Aranha com muita simpatia, como sempre.

Virando na Rua Salguero, apenas um trecho curto e depois a subida para Rua Cantilo, deslocamento rápido em direção a Província, descida em Avenida Libertador em direção a cidade de Olivos e já na reta final, a reta mais longa. Uma observação: atravessando a província até o Aranha eles a olham da mesma forma, mas são menos comunicativos.

Os quatro quarteirões de paralelepípedos de Roque Sáenz Peña à Catedral são uma provação que enfrentei com o maior estoicismo e a ocasional lágrima que me escapou quando o escapamento raspou em uma elevação do piso.  Os paralelepípedos fazem aquela coisa “artesanal” de San Isidro, eu sei, mas ainda dói.

É claro que a promessa de diversão estava começando a se materializar, então fiquei um pouco nervoso e voltei à minha convicção de que ia desfrutar de um dia feliz. A primeira coisa que vi foi nosso amigo Chasirete, da empresa FotoLandler, que estava esperando agachado na calçada da praça para tirar a primeira foto. E fez! Tenho uma imagem que testemunha e eterniza o momento.

A segunda pessoas que vi foi a de uma policial de trânsito que, com extrema gentileza, me orientou a estacionar em uma vaga de absoluto privilégio (ela me disse que estava reservada para mim), deixando meu gato Aranha à vista do terraço Blossom. Já havia amigos rondando a igreja para nos cumprimentar, então o desembarque atrasou um pouco, mas logo atravessamos e subimos as escadas que nos levavam ao terraço onde íamos tomar o café da manhã. Na Blossom nos serviram um delicioso café da manhã com croissants (que ainda estavam quentinhos na mesa onde me sentei) naquela fantástica esplanada e ali aproveitei para cumprimentar a todos. Quantos amigos! Que bom começar o dia assim!

Resolvi descer e dar uma volta pelo “estacionamento” para ver um pouco o que há de novo e como algumas máquinas amigáveis ​​são preservadas, apreciar a vista dos carros e a conversa com os amigos. E havia “a máquina” do infarto, o assassino, o bestial GTA 147 (abaixo) de Luciano.

É demais, em todos os sentidos; o interior é “una vera machina da corsa” e ao abrir o capô (aqui iria o som de um coro celestial) o motor GTA de 3,2 litros. Mamãe! É tão lindo que dói. Abaixo um Alfa Romeo Giulia Bertone

Havia mais, claro, e lá fomos nós dar a volta por cima. Os rapazes preocupam-se em colocar as suas máquinas nas melhores condições, afinal o encontro termina com um “Concorso d’Eleganza” e todos aspiram a ganhar um prêmio. Linda compra o Alfa Romeo 156 da Dany, o verde Amazonas é uma cor que eu gosto muito e o estofamento é realmente muito bonito e combina muito bem com ela; Junto com a cor do carro, volante, maçaneta e painel de madeira, formam um conjunto muito bonito. Que belo esse 156 ainda! Todas as curvas fazem sentido, fazem o desenho final, com volumes equilibrados e superfícies sensuais. Com essa frente, a original, onde a grade encabeça todo o design do carro. É sem dúvida um dos mais belos designs automotivos modernos.

Alguns amigos já estavam começando a marcha para a província de Los Cardales, então voltei para onde estava meu gato Aranha e quando passei ao lado de Luciano ele me perguntou: Onde está Carolina? Olhei para o terraço e pude ver que minha esposa ainda estava lá, que estava sentada em outra mesa, junto com as outras senhoras que tomaram café da manhã juntas. Pude ver também o banner do Clube, que havia montado para ser o ponto do posto de credenciamento do encontro.

E que esqueci de desinstalar quando desci muito bom não ter perdido. Abaixo outro Alfa Romeo 156.

Recuperado o estandarte e minha senhora, empreendemos a viagem a Los Cardales. O tempo tinha acabado de ficar muito bom, no céu não havia uma única nuvem e a viagem foi uma delícia. A brisa morna a 80km/h no Spider aliviou o calor que começou a subir por volta do meio-dia. Saudações de vez em quando a outros amigos que compartilharam a rota, como o Alfetta vermelho (que mais tarde ganhou um prêmio) que de vez em quando nos alcançava, e chegamos a Los Cardales e descemos a rua até o Hotel Sofitel. Abaixo um Alfa Romeo GTV.

Não sei se me pareceu, mas o procedimento de entrada foi mais fácil do que outras vezes. Passando por aquelas ruelas cheias de verde, chegamos à zona de Italpast e estacionamos na Rua/Calle del Golf, quase na fila porque saímos da cidade de San Isidro entre os últimos. Isso serviu para poder “escanear” todas as máquinas que já estavam estacionadas diante de nós. Que lindas! E quantos! Mais cumprimentos no meio, finalmente chegamos ao restaurante Italpast. Abaixo um Alfa Romeo GTV Coupé Spider lançado em 1995 com desenho da casa Pininfarina.

Desta vez tivemos algumas limitações logísticas, algo que a priori parecia ameaçar o normal desenvolvimento do evento, no entanto devo dizer que tudo funcionou na perfeição e nada foi obstáculo para desfrutar de um encontro fantástico.

A comida do restaurante Italpast é garantia de comer bem, mas desta vez estava muito bom. Primeiro foi a bruschette e pizza, gostei da pizza de mussarela e a minha preferida foi a bruschetta de cogumelos que estava muito saborosa. Depois serviram massas, que é a sua especialidade e a degustação é o seu estilo. Gosto dessa forma de apresentar as massas e o penne rigate com molho vermelho com polpettine ficaram deliciosos; O ravioli alla parisienne não é menos delicioso, mas gosto mais dos molhos vermelhos. No final a sobremesa, um flan caseiro franco e honesto com doce de leite. Abaixo o balcão com os troféus para os colecionadores.

Para deixar o dia mais feliz, o vice preparou um jogo de tabuleiro competitivo em grupos. Era sobre ser o primeiro a montar um quebra-cabeça (com fotos fofas de beldades alfa); competição saudável, mas competição no final, saía fumaça daqueles dedos que iam e vinham. Abaixo um Alfa Romeo 164.

Os vinhos do nosso patrocinador, Bodega La Rural para a linha de vinhos Trumpeter, acompanharam fantasticamente bem o almoço e também serviram, posteriormente, para dar de presente aos presentes nos sorteios que se realizaram no final, juntamente com taças alegóricas Raduno, cortesia de Foto Landler. Abaixo um Alfa Romeo Giulia Tipo (952)

Para o final foi a cerimônia de premiação, que é relatada separadamente. Palavras de agradecimento dos organizadores, um agradecimento a Miguel Beruto, que retribuiu com palavras carregadas de emoção e motivou uma comunicação posterior dele ainda mais emocionada. Uma breve intervenção do nosso amigo Tom Narice, que nos agradeceu por o termos nomeado para o júri do Raduno e reafirmou o sentimento de amizade que nos une ao Clube de Clássicos.

E já que estamos a falar do Tom, não podemos deixar de agradecer a Tom Narice e Hugo Semperena pelo seu desempenho como jurados num processo que não foi fácil, tendo em conta que desta vez foram atribuídos 15 prêmios. Adicionalmente, agradecemos a Hugo Semperena a associação aos nossos sorteios com assinaturas da sua publicação a revista Ruedas Clásicas.

De realçar a muito boa disposição de todos os presentes, parceiros e amigos que partilharam o evento, por terem tido o cuidado de apresentar os carros em perfeitas condições para serem exibidos por eles e usufruídos por todos, como é de louvar a proatividade atitude, o interesse em acompanhar a nossa gestão à frente do Clube, o carinho pela marca e o desejo de associação demonstrado por quem a aborda pela primeira vez. Alfa Romeo Giulia Spider, versão Veloce desenhado pelo estúdio Pininfarina.

Neste sentido, devo salientar que Juani Mártire e Daniel Alegre apresentaram ao público, o novo sócio Juan Manuel Serra, proprietário de um impecável Alfa 146 ti branco, modelo 1998, muito jovem 60.000 quilômetros um  novo visual , para a quem foi entregue o broche que contém o símbolo que identifica o Clube Alfa Romeo da Argentina. Abaixo um Alfa Romeo Giulia TI tipo 103 que comemora 60 anos em 2022

Já estávamos saindo do restaurante, quando ouvi um dos amigos que nos acompanhavam refletir em voz alta: “El Raduno já é um clássico”. Felizmente, é a verdade absoluta, o Raduno Italiano do Alfa Romeo Club é um clássico, pelo qual todos colocamos o necessário para garantir uma experiência feliz, que agrade, que seja digna da marca que nos emociona e que expressa a vitalidade do Clube, que nos une. Abaixo um Alfa Romeo 159.

Não digo até ao próximo Raduno, porque espero que nos voltemos a encontrar numa das atividades que desenvolveremos ao longo do ano, como jantares de confraternização ou algum outro evento especial, como o Alfa Day, com o qual recordamos o Aniversário dos carros Alfa Romeo.

Sempre em alguma data próxima ao dia 24 de junho de cada ano. Até logo! Abaixo um Alfa Romeo Stelvio

Outros muito bons

Um Lancia Delta Integrale. Este foi o carro da dupla argentina vencedora do Rally de Argentina de 1988. Da dupla Jorge Del Buono e Jorge Recalde.

Um Alfa Romeo 155

Em 1994 chegava o modelo 145 (abaixo) que foi fabricado até 2001 com motores 1,4 litros, 1,6 e 1,7 com 16 válvulas. Também o Twin Spark (duas velas por cilindro) 16 Válvulas com 1,4 litros, 1,6, 1,8 e com 2,0 litros sendo que este tinha 155 cavalos.

Momentos do encontro Alfa Romeo Club Argentina

Outros

Ilustram o artigo as Fotos de @italianos.ar y Sergio Moretti. Texto: Roberto Francisco Landler

Nota: Agradeço aos amigos do Alfa Romeo Club Argentina pela cessão de fotos deste ótimo encontro. Muito obrigado, Muchas Gracias!

Montagem Francis Castaings                                                                                       

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