A Lamborghini faz 60 anos em 2023: O modelo Espada. Um Gran Turismo para Quatro
Com um designer muito atraente, um motor V12 e quatro lugares, este esportivo fez bela carreira na empresa de Ferrucio Lamborghini. Tinha muito conforto, luxo e potência. Foi fabricado entre 1968 e 1979. A linha era composta do novo “familiar”, do espetacular Miura, de quem herdou vários componentes, e do Jarama que era o modelo base da linha
O Salão de Genebra, Suíça, em maior de 1967 foi apresentado o conceito Marzal com desenho de Bertone e Marcelo Gandini e sua maior atração era suas portas gaivota e quatro lugares com grande área envidraçada O carro impactou tanto que no Grande Prêmio de Mônaco em 1967 o Príncipe Rainier e a princesa Grace “abriram” a prova a bordo deste carro espetacular.
Em 30 de outubro de 1968 era apresentado o Lamborghini 400 GT Quattroposti (quatro lugares) que logo ganhou o nome de Espada. Não era um esportivo 2+2, pois tinha quatro assentos muito confortáveis para todos a bordo. Ferrucio amava touradas e desta vez deu o nome ao carro com a arma em que o toureiro mata o touro.
O motor do Espada era dianteiro, arrefecido à água, com doze cilindros em “V” , em posição longitudinal, com 3.929 cm³ , com 340 cavalos e em 1970 passava a ser de 350 cavalos a 7.500 rpm. Seu torque era de 49 mkg.f a 5.500 rpm. Sua taxa de compressão era 10,7:1. Tinha duplo comando de válvulas no cabeçote
Seu virabrequim tinha seta mancais e era alimentado por seis carburadores de corpo duplo da marca Weber. Sua tração era traseira se sua caixa tinha cinco marchas. A direção não tinha assistência, mas não era um carro pesado após colocá-lo em movimento. Seus feios eram a disco nas quatro rodas com assistência hidráulica. Tinha belas rodas em liga com cubo rápido, marca Campagnolo de magnésio fundido e calçava pneus Pirellina medida 205/70 VR 15. Apesar do motor ser oriundo do Miura era um esportivo muito civilizado para se rodar/desfilar em ruas e avenidas. Na estrada podia chegar a 250 km/h. O 100 km/h eram vencido em 8 segundos. Tinha quatro freios a disco da marca Girling.
Atrás tinha ótimo compartimento para bagagens e a abertura do vidro traseiro servia de acesso. Atrás era notável seus quatro canos de descarga. Conferia seu aspecto esportivo.
Sua carroceria monobloco era soldada num chassi de aço. Foi desenvolvida pelo engenheiro Gian Paolo Dallara. Suas dimensões eram 4,74 metros de comprimento, 1,86 de largura, 1,18 de altura e 2,65 de entre-eixos. Seu peso era de 1.695 quilos. A boa distribuição de peso 52% à frente, 48% atrás, devido a sua configuração mecânica. A carroceria era em aço estampado.
O painel era muito rico e foi pouco alterado ao longo de sua produção. Os mostradores circulares maiores estavam o velocímetro graduado a 300 km/h e o conta-giros a 10.000 rpm, mas não era aconselhado a passar dos 7.900 giros. Por dentro havia marcador de pressão e temperatura do óleo, nível do tanque de gasolina, temperatura da água e amperímetro. Era um dos GT’s mais bem acabados de sua época.
O interior trazia bancos revestidos em tecido nobre ou couro, apliques e volante de madeira e controle elétrico dos vidros. A quantidade de variações de cores para os bancos era enorme. Sempre com bom gosto.
Sua suspensão era independente nas quatro rodas com trapézios transversais triangulares, molas helicoidais e amortecedores telescópicos. Havia ainda barras estabilizadoras. Em 1968 contava com suspensão traseira opcional “Lancomatic” de alta pressão. Tinha nivelamento automático de altura. Esta sistema opcional Lancomatic de origem alemã da marca Langen, usava conjuntos hidráulicos no lugar de molas e amortecedores. Não mostrou confiabilidade e foi oferecido por pouco tempo.
Entre os concorrentes do modelo estavam os ingleses Aston Martin DB6 e Jensen FF e Interceptor, o suíço Monteverdi 375 L, os italianos Ferrari 365 GT 2+2, Iso Grifo e Maserati Mexico e o Citroën SM.
O capô longo e suas entradas de ar tipo ‘Naca” eram destaque. Passou por três fases sem maiores alterações na carroceira. Mudou pouca coisa no painel. A partir de 1972 tinha rodas convencionais com cinco parafusos e ar condicionado opcional. Em 1974 contava com caixa automática Torque-flite da Chrysler com três velocidades. Era opcional. Em 1976 tinha para-choques em preto fosco para o mercado norte americano. Foram fabricados 1.217 exemplares até 1979. Foi o Lamborghini mais vendido até a chegada do super esportivo Countach.
Texto, fotos e montagem Francis Castaings. Demais fotos de divulgação
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