Plymouth Road Runner: Cadê o Coiote?
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A marca Plymouth, que pertencia a Chrysler, lançou seu primeiro automóvel em 1928
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A marca Plymouth, que pertencia a Chrysler, lançou seu primeiro automóvel em 1928. Como quase todas as indústrias automobilísticas americanas na época, tinha sede em Detroit, no estado de Michigan no norte do país.
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Era um modelo de quatro cilindros em linha e 45 cavalos que fez sucesso e incomodou modelos das grandes Ford e Chevrolet nesta época. A Plymouth era a divisão de automóveis mais simples da corporação, de menores custos, para atingir classes mais baixas da sociedade.
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Na década de 50 já tinha modelos famosos, mais refinados e esportivos como o Fury e o Belvedere (abaixo).
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No começo dos anos 60, o modelo PlymouthValiant, derivado do Lancer da Dodge, também se destacava por ser mais simples e mais barato que este. Era um carro compacto para os padrões norte americanos. Com a escalada dos “Muscle Cars” nos EUA na década de 60, a Plymouth, interessada num segmento que crescia muito, tinha planos de adaptar um modelo seu que preenchesse os requisitos. Foi assim que, em 1968, baseado na carroceria dos irmãos Belvedere e Satellite, nasce o cupê esportivo RoadRunner. O nome teve inspiração na série de desenhos animados em que o pássaro Beep-beep, o papa-léguas, era perseguido pelo coiote. De aparência agressiva, o carrão media 5,15 metros e pesava 1.600 quilos. Tinha porte. Na frente quatro faróis e grade cromada com pequenos retângulos com fundo preto. Sobre o capô duas entradas de ar laterais para ajudar a refrigerar o motorzão e mostrar agressividade.
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A decoração do capô poderia ter estas entradas pintadas em preto fosco, ou só a metade de cada lado ou todo ele. Era um três volumes, duas portas sem coluna, sendo que a traseira tinha uma caída suave. Era um carro bonito, de estilo clássico que fazia presença. As bonitas rodas de cinco raios, que por aqui equiparam o nosso Dodge Charger e os poucos frisos cromados na carroceria, completavam a esportividade. Pouco depois foi lançado também o modelo hard-top.
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Debaixo do capô estava um 383 Magnum, de oito cilindros em “V” com 6.286 cm³, refrigerado a água, taxa de compressão de 10:1 e 335 cavalos a 5.000 rpm. As válvulas no cabeçote eram acionadas por um comando lateral e a alimentação era feita por um carburador de corpo quádruplo da famosa marca Carter. A tração do monstro era traseira. Chegava aos 100 km/h em apenas 7,5 segundos e sua velocidade final era de 190 km/h. Números generosos e consumo idem. Este era o motor básico.Era um frita pneus. Descascava o asfalto. Muito bom de retas e péssimo em curvas. Pra quê? Os americanos o queriam para arrancar nos sinais ou voar nas longas retas das freeways. Um verdadeiro carro de briga. Ótima base para as corridas de Nascar Stock-Cars nos EUA. Para frear a coisa também era séria, pois ele estava equipado com quatro freios a tambor. Mas tinha a opção de serem servo-assistidos.
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Por dentro tinha uma boa quantidade de instrumentos. Contava com velocímetro, conta-giros, amperímetro, marcador de temperatura da água, pressão de óleo e um importantíssimo marcador de nível de tanque de gasolina. Os bancos dianteiros conforme configuração eram inteiriços ou individuais , a alavanca do cambio na coluna ou no assoalho. Neste, a alavanca era imensa, da marca Hurst, quatro velocidades e volante de três raios sendo que um adesivo do famoso personagem do desenho animado da Warner Bros, Bip-Bip estava ao centro no botão da buzina. Detalhe divertido e provocante também presente em para-lamas e entradas de ar do capô. Este automóvel, verdadeiro dragster de rua, era bem mais barato que seus concorrentes. Era despojado de acessórios de luxo como ar condicionado, toca-fitas ou carpete. A direção assistida era opcional. Por isso, na época, o preço inicial era de 2.980 dólares. Além dos jovens compradores outro cliente importante era a polícia. O carro era imbatível nas perseguições.
O motor seguinte era o 440 6bbl conhecido no grupo como “Six pack” devido aos 6 carburadores de corpo duplo. Este V8 já tinha 7.154 cm³ e 375 cavalos a 4.600 rpm. Esta usina de força levava o Plymouth a 100 km/h em 6,5 segundos, a 160 km/h em 15,1 e sua final era de 198 km/h. Ganhava também nova tomada de ar “hood Scoop” sobre o capô. Para segurar a nova cavalaria, os freios dianteiros eram a disco e ventilados e os pneus eram da marca BF Goodrich na medida 7.75 x 14. A caixa de marchas era automática de três velocidades. A suspensão tinha rodas independentes dianteiras e eixo rígido traseiro. Recebia amortecedores telescópicos nas quatro rodas, barras de torção na frente e feixe de molas atrás. Um motor, ainda mais poderoso, o 426 Hemi, que produzia 425 cavalos, era o topo de linha. Pagava-se por este mais 714 dólares. Ao final do ano tinham sido fabricados 44.599 unidades do Road Runner. Abaixo um Super Bee Road Runner que foi premiado na categoria de 1961 à 1970 em Campos do Jordão em 2015
Em 1969, o modelo ganhava o “Motor Trend’s Car of the Year award”, concurso realizado por uma famosa revista do país, por conta de suas qualidades dinâmicas. As únicas mudanças foram feitas na grade dianteira e também ganhava a versão conversível. Ainda tinha a opção de cambio manual de três ou quatro marchas, automática de Três velocidades ou a TorqueFlite mais rápida. A produção aumentou em quase 50 % e seu concorrente mais sério na categoria era o Ford Fairlane 428.
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Em 1971 a carroceria recebia uma grande mudança. Estava com linhas mais curvas, traseira em estilo “Fast-back”. A grade e para-choques formavam uma peça única. Estava mais esportivo e agressivo.
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Por dentro estava mais moderno e a instrumentação com melhor visualização, volante com boa pega e novo console.
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Os motores disponíveis V8 eram o 318 (5, 2 litros), 340 (5,6 litros), 360 (5,9 litros) 383 (6.3 litros), 400 (6,6 litros) 426 (7,0 litros) com cameras hemisféricas como era tradicional na empresa para os mais potentes e o 440 (7,2 litros). Só havia a caixa manual de quatro marchas ou a Torqueflite automática.
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Em 1973 houve nova mudança de carroceria e o motor base era o 318 que produzia 170 cavalos. Apesar de muito robusto era tímido demais se comparado aos anteriores. Mas os motores começaram a perder potência devido as novas leis de emissão de poluentes e a famosa crise do petróleo. O 440 saía de cena e o 383 caía para os 255 cavalos. E neste ano os americanos consideraram que foi o inicio do fim da vida do RoadRunner. Começava a perder potência e a ganhar peso. E sua produção também foi reduzida pela metade.
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Em 1975 chegava à terceira geração (acima). Tinha a mesma carroceria dos irmãos Plymouth Fury, Volare, Dodge Coronet, Dodge Charger e Chrysler Córdoba. O motor básico era o 318 e o 360 era opcional. No ano seguinte o mesmo 360 podia contar com dupla carburação, 160 cavalos e um cano de descarga com saída simples. Para 1978 e 1979 o 360 contava com um carburador de corpo quádruplo, 195 cavalos e duplo cano de descarga. Em 1979 o famoso e robusto motor “Slant 6”, com seis cilindros e 3685 cm³ voltava a equipar a versão mais simples. A 318 era a única opção mais forte.
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O Road Runner deixou de ser fabricado em 1980 e assim com outros famosos carros musculosos foram banidos na metade da década de 70 por causa da crise do petróleo e das tais leis anti-poluentes. A marca Plymouth infelizmente deixou de existir em 2002. Um dos últimos foi o interessantíssimo Prowler.
Em Escala
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O Plymouth Road Runner usava a plataforma B da Chrysler. O Dodge Coronet fabricado entre 1965 e 1976, e o Plymouth GTX entre 1967 e 1971 também. Veja as fotos das miniaturas.
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São das marcas Maisto, Johnny Lightning e Hot Wheels. Os grandes na escala 1/24 (Maisto) e os pequenos (Johnny Lightning e Hot Wheels) na escala 1/64. Destaque para o nº43 azul de Richard Petty, marca Racing Champion, na escala 1/43
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O Papa-Léguas
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O Beep Beep tornou-se conhecido aqui no Brasil, pela TV, desde a década de 60. Era o Papa-Léguas que cortava as estradas do deserto americano entre Canyons sempre muito rápido. Nem tão veloz era o Coiote que tentava sempre sem sucesso alcançá-lo usando todos artifícios possíveis. Não faltava recursos para comprar engenhocas da ACME, uma empresa fictícia que fabricava de tudo e mais alguma coisa para capturá-lo. Sempre chegava para o Coiote alguma encomenda por terra, ar ou mar. Este desenho animado criado por Chuck Jones em 1949 fez enorme sucesso em todo o mundo. Até hoje quando passa na TV faz muito marmanjo parar para dar boas risadas.
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