Citroën DS Grand Palais: O projeto de um cupê artesanal e muito especial

Citroën DS Grand Palais: O projeto de um cupê artesanal e muito especial

Em 1955, a empresa francesa criada por André Citroën revolucionou o mundo do automóvel om a apresentação do Citroën DS no Salão de Paris. Muitas versões foram lançadas até 1975, diversificando a linha, mas não havia um cupê da casa do Quais de Javel. Mas Gérard Godfroy, francês, é um designer de automóveis. e Christophe Bihr, fizeram um exemplar digno de ser apreciado em qualquer salão ou exposição no mundo! E fizeram bonito!

Gérard Godfroy, francês, é um designer de automóveis. Em 1984 fundou a Venturi e se dispôs a projetar um cupê DS exclusivo que contou com as mãos de Christophe Bihr, (conhecido por personalizar carrocerias na França) em 2012. O projeto transformou um DS clássico em um cupê moderno com vidros acionados por comandos elétrico, um interior luxuoso, preservando o espírito original. O para-brisa era maior e com mais inclinação que o original. Usava o motor do DS 21 e toda parte mecânica era a mesma.

Gérard Godfroy, estilista de profissão (trabalhou na Peugeot, na Heuliez e depois “por conta própria” na Venturi, produzindo carros esportivos MV-S Venturi, com motor PRV, V6 Peugeot, Renault, Volvo, que fundou em 1984 com Claude Poiraud. Teve a ideia, o desejo, a necessidade de criar seu próprio DS, o cupê que faltava. Cada modelo levava 6.000 horas para ficar pronto.

O modelo que a Citroën não encomendou a Flaminio Bertoni, o designer do DS de produção, ao contrário do elegante cupê Traction que ele também criou. Bertoni é o autor do Citroën 7,11 e 15 Six, conhecido como Traction. Também os Citroën 2CV, DS, HY e o seu preferido Ami. Faleceu em fevereiro de  1964 aos 61 anos em Paris. Mas os estilistas posteriores respeitaram seu legado com os belos SM, GS, CX, Xantia, XM… Abaixo o painel e interior muito sofisticado

Existiram dois tipos de cupês baseados no DS. Primeiro, havia os esportivos, protótipos particulares ou de fábrica, alterados para competições, cujas distâncias entre eixos encurtadas sem qualquer consideração pela estética e seus perfis traseiros pouco apreciados.  Mas nos ralis que tiveram sucesso. Depois, havia os cupês luxuosos, Chapron, com traseiras modificadas

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Abaixo outro Chapron

O desejo de Godfroy foi ousar em desenhar um belo cupê que poderia ter sido fabricado e certamente faria muito sucesso. Um ótimo porta malas.

Gérard, Christophe, Olivier… e amigos. Tudo começou com Christophe Bihr, um designer pouco convencional da empresa Technoparc, sediado em Le Mans, que, com sua empresa Automotive, que criou carrocerias para o piloto francês Henri Pescarolo, para os carros de corrida, disputada em Le Mans e no campeonato mundial de marcas com ajuda de Michel Hommell e outros. Abaixo, numa parede, homenageando Bertoni

Em 2012, Bihr considerou construir um DS conversível, e Godfroy inicialmente pensou em projetar um cupê para ele, mas a ideia de um cupê surgiu rapidamente. Godfroy: “O primeiro objetivo era me divertir. Comecei esboçando em uma mesa digitalizadora, especialmente o design azul, do qual gostei particularmente. Disse a Christophe que se eu pudesse trazer para a realidade, seria perfeito.

Isso exigiu um refinamento extenso, diretamente em três dimensões, em um modelo em escala real. Todas as restrições estavam lá: quatro janelas laterais sem moldura, totalmente com acionamento elétrico, como nos carros americanos da época. O teto foi completamente redesenhado e a porta alongada em 10 centímetros. Abaixo a publicidade. Foram construídos três exemplares.

A parte traseira é aerodinâmica, estendendo-se por mais de 1,20 metros de comprimento. Ao contrário da traseira do sedã, ela não é removível para a troca de pneus: na posição levantada, um suporte é simplesmente colocado em cada lado, guardando-se no porta-malas atrás da divisória móvel, que também oferece espaço, por exemplo, para duas bolsas de golfe. Este recurso foi solicitado por Olivier, cliente e patrocinador do projeto. Neste exemplar um painel mais moderno.

A Pedra Fundamental: Como criar um carro com linhas diferentes, ousadas, mantendo a beleza e a classr a partir de um carro usado e desgastado? Bihr pegou um sedã e modificou…muito!  O carro foi desmontado e limpo até o último parafuso.

O robusto chassi de longarinas foi raspado, alinhado e reforçado com suportes laterais e superiores. Após passou por um tratamento anti-corrosivo na Heuliez. O cupê estava  rejuvenescido e o carro mantém o essencial: a longa distância entre eixos do sedã e a largura original da bitola, larga na frente e 20 cm mais estreita na traseira. A versão com teto em outra cor ficou muito bonito

Em seguida, o interior, foi modernizado, ostenta um acabamento elegante: couro natural com detalhes de costura em sela. Chegava então o momento de reviver aquelas memórias únicas de condução de um DS. Cada ação parece especial, desde o momento em que você gira a chave na ignição e empurra a alavanca de câmbio para a esquerda.

O volante de um único raio, tradicional da marca, revela um painel com legibilidade excepcionalmente clara. O carro dá um pequeno solavanco ao engatar a primeira marcha, mas depois desliza sem esforço. Já sentado um pouco alto, você sente a traseira levantar, depois a dianteira. Ficou pronto para decolar. Mas tudo isso é algo que qualquer DS oferece.

No entanto, o Grand Palais exala uma atmosfera verdadeiramente única. O para-brisa mais baixo e inclinado, as janelas laterais longas e estreitas e o acabamento principesco e artesanal criam um ambiente que revive as características originais da Citroën como nunca antes.

Entre a eficiência e a descontração, redescobrimos um luxo automotivo verdadeiramente incomparável. Nos testes aproximando-me de uma curva um pouco rápido demais, percebo que estou sobresterçando; o carro mantém a trajetória, inclina-se majestosamente e sai da curva sem se desviar minimamente da trajetória pretendida. Manuseio datado, mas ainda extremamente competente… Através do seu design, Godfroy capturou o espírito do DS e da época, evocando em nós uma ótima nostalgia que nunca existiu. Conheça o DS


Abaixo o belo esportivo MVS (Manufacture de Voitures de Sport) Venturi produzido por Gérard Godfroy que fez 40 anos em 2025


“O que é escrito sem esforço é lido sem prazer”


Texto, fotos e montagem Francis Castaings. Representante/embaixador no Brasil do Club Vincennes en Anciennes Demais fotos sem o logo Retroauto são do site https://citroenvie.com/

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