O Citroën H foi o furgão que chegou na hora H

O Citroën H foi o furgão que chegou na hora H

Foi apresentado no Salão do Automóvel em Paris em 1947, mas o projeto já estava na cabeça do engenheiro Pierre-Jules Boulanger em 1936. Queria diversificar a linha Citroën com um utilitário. Ele já tinha um dossiê com fotos, croquis, estatísticas e descrições precisas da utilização do novo utilitário. Era o projeto do TUB (Traction Utilitaire Basse, ou tração utilitário com chassi baixo). Em 12 de maio de 1939. O H era de huitième, pois se tratava do oitavo projeto da empresa do situada Cais de Javel, no coração de Paris, França.

Assim com o modelo popular 2CV ganhou o apelido de abridor de latas. o H ganhou o apelido de Nez de Cochon (nariz de porco) por sua frente protuberante e também de Panier à Salade (cesta de salada) pelas formas angulosas da parte dianteira, que lembrariam uma saladeira. Mas o nome oficial era simplesmente H podendo ser associado a outra letra para formar as designações HX, HZ e HW (em ordem crescente de capacidade de carga), além da mais popular HY. Acima ao lado de um Citroën DS e de um utilitário Méhari também de grande sucesso. Abaixo um dos primeiros protótipos ao lado de um de produção. Era alto medindo 2,6 metros de altura, 1,99 de largura e 4,260 de comprimento podendo chegar a 5,24 de comprimento conforme a plataforma. Pesava de 1.400 a 1.450 quilos conforme o tipo de carroceria.

Versões iniciais, contudo, eram apenas H. O primeiro datava 1947 era chamado de TA (traction avant) do modelo Citroën 7 A lançado no Salão de Paris em abril de 1934 cuja mecânica era utilizada ou 1.200 quilos. Tinha motor, tração e caixa dianteiros e sua velocidade final era de 78 km/h.

Nos 17 primeiros anos de produção o furgão H usava para-brisa bipartido sendo depois substituído por um inteiriço em 1964. A vigia traseira cresceu em 1963. Ficou com mais visibilidade. Tinha quatro cilindros em linha, arrefecido a água 1.911 cm³ e 50 cavalos a 3.800 rpm alimentado por um carburador marca Solex e depois um Zenith. Abaixo o propulsor, caixa e suspensão dianteira separado da carroceria. Manutenção fácil.

O objetivo era ter um grande aplicação para servir em todos os tipos de serviço: micro-ônibus, motor-Homes, correios, carro de bombeiros,   ambulância, guindaste, frigorífico, carro fúnebre, lanchonete móvel, veículo para acampamento, para transporte escolar, de animais, para traslado de turistas entre hotel e aeroporto, picape de cabine dupla para uso misto passageiros. Abaixo uma sorveteria. E sempre bem decoradas e chamativas. Nota-se abaixo o apoio necessário para subir a bordo.

O Tipo H tinha um “focinho” de linhas retas para abrigar o motor, caixa….. À frente, barras formavam o duplo chevron, símbolo da marca, antes da adoção do emblema habitual. Chamavam atenção as chapas corrugadas de grande parte da carroceria, solução que as deixava mais rígidas sem exigir muita espessura — boa medida tanto pela economia quanto pela redução de peso — e permitia o uso de prensas bastante simples. A ideia vinha da aeronáutica, aplicada aos aviões alemães Junkers construídos da Primeira Guerra Mundial até os anos 30.

Um Tipo TUB/TUC ambulância fabricado entre 1939 e 1941. Os primeiros traços do H.

Ao contrário de muitos utilitários do gênero que seriam feitos em outros países, o H usava estrutura monobloco (que a Citroën conhecia bem, tendo usado já nos anos 30 no Traction Avant) em vez de carroceria montada sobre chassi. Um subchassi dianteiro apoiava motor, câmbio, suspensão e direção. A fábrica fazia o utilitário em três versões: fourgon  ou furgão de carga com porta lateral corrediça, plateau  ou picape com caçamba baixa (lançada em 1953) e uma plataforma simples para receber a carroceria em empresas especializadas.

A primeira alteração mecânica ocorreu em 1953 com a versão “Perfo” de Performance. A potência variava entre 46 à 56 podendo ter capacidade de carga de 850 quilos (80 km/h) e 1.200 quilos (75 km/h). Em 1960 o modelo HY podia levar 1.500 quilos na versão C.U. (carga útil). Em 1960 já tinha uma versão a diesel. Era o motor Perkins a diesel de 1.621 cm³ e 42 cavalos; o sistema elétrico passava de seis para 12 volts. Uma opção a gasolina de menor cilindrada (com 1.628 cm³ e 45 cv) vinha em 1963, sendo identificada como HY-72 e HZ-72. A substituição do motor Perkins com quatro cilindros por um Indénor (marca francesa) de 1.816 cm³ e 50 cavalos e em 1961 já tinha as designações HY-IN e HZ-IN.

A posição de dirigir era ótima com grande visibilidade para frente e para a lateral. Seus bancos eram altos, painel simples. Tinha instrumentos da marca Veglia sendo que o velocímetro era graduado até honestos 120 km/h, marcador do nível de combustível a o útil amperímetro. O volante de três raios estava bem posicionado e tinha boa pega. A direção era leve. Vários instrumentos internos e acessórios externos vinham do Citroën 2CV e do modelo Traction. Não tinha luxo, mas os bancos dianteiros eram confortáveis para longas distâncias. Nota -se na foto abaixo que havia também acesso ao motor pelo interior do furgão. Em 1964 ganhava novas cores de fábrica: Azul, branco e Amarelo.

Seus freios eram a tambor nas quatro rodas com comando hidráulico. A partir de 1959 contava com um dispositivo da marca Lockheed que ajudava muito na frenagem. Usava pneus da marca Michelin na medida 19 x 400 e depois 17 x 400. Sua suspensão dianteira e traseira eram independentes. Na frente tinha triângulos superpostos, barra de torção longitudinal e a amortecedores hidráulicos na frente e atrás. De 1947 a 1969 ganhou amortecedores duplos que melhorou muito seus comportamento. A direção não tinha assistência hidráulica .

Em 1968 tinha cilindrada de 1.911 cm³, potência de 56 cavalos a 4.000 rpm e atingia 105 km/h. E um novo Índenor Diesel com 1.946 cm³ e 57 cavalos a 4.000 rpm.

Em 1972, a versão HW foi disponibilizado com suspensão hidropneumática na parte traseira. Equipava um modelo com carroceria de ambulância. A mesma já existia no Citroën DS, SM e no GS. Mais conforto para os pacientes e equipe de médicos e enfermeiros. Era o Citroën 1600 Special Ambulance que recebeu o prêmio pela Sociedade de Medicina de tráfego. Era chamado de VSAB ( Véhicule de Secours aux Asphyxiés et Blessés / Veículo de Socorro para Asfixiados e Machucados). Logicamente tinha chassi longo com 5,24 de comprimento .

Em 1975 ganhava cintos de três pontos. Pequenas mudanças estéticas foram aplicadas até 14 de dezembro de 1981 quando foi encerrada a produção deste sucesso depois de 473. 289 unidades fabricadas. Cerca de 10 mil foram fabricadas na Holanda. Foi também muito utilizado como veículo de apoio em competições automobilísticas para carregar ferramentas leves e pesadas. Até pequenos carros e Karts.

Foi substituído pelo C25 (abaixo)


Em Escala

Modelo Welly 1/24. Foto fornecida gentilmente pelo colecionador André Luiz Tavares do Vale da cidade mineira de Varginha. Muito bem detalhada! Muito obrigado

O atributo alt desta imagem está vazio. O nome do arquivo é Citroen-H-Miniatura.jpg

Outra na escala 1/32 da marca Corgi inglesa


Textos, fotos e montagem Francis Castaings. Demais fotos de Divulgação e Club Citroën Buenos Aires                                                             

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