Corcel Bino: Um Ford com motor Renault que Christian Heins não Conheceu

Corcel Bino: Um Ford com motor Renault que Christian Heins não Conheceu

Christian Heins foi um piloto brasileiro que nasceu em São Paulo em janeiro de 1935. Era filho de um alemão com uma italiana. Quando começou a se interessar por carros de corridas seus pais não aprovaram, mas seu avô sim. Após os estudos no Brasil, fez a na Alemanha, a “Technische Hochschule” (Escola Técnica de Nível Superior).

Era chamado de Bambino por ser um dos pilotos mais jovens da época e aos poucos Bino que ficou até quando faleceu num trágico acidente as 24 Horas de Le Mans, em 15 de junho de 1963 a bordo de um Alpine Renault M63 um bólido muito interessante. Aqui no Brasil, antes, correu com um Dauphine, Gordini 1093, que não foi produzido aqui, apenas importado da França e com o Interlagos idêntico ao Alpine A108 francês.

Abaixo com Bino, após com Jean Rédélé piloto e fundador fundador da marca Alpine e Jornalista e publicitário, Mauro Salles grande incentivador e apoiador da indústria automobilística nacional principalmente nos anos 60

A equipe Willys após o sucesso dos três citados, deu impulso a um novo projeto de uma carro muito interessante cuja carroceira levou a assinatura de Toni Bianco, afamado e competente construtor de automóveis e protótipos. O carro de corridas chamado de Bino Mark I pela Willys era pitando de verde amarelo. Os resultados foram muito bons. Os protótipos da equipe conseguiram primeiro e segundo lugar nas Mil Milhas de 1967 em Interlagos, São Paulo, vencendo carros de motores bem mais potentes que os 130 cavalos do motor 1.300 cm³ do Gordini. Este carro chegou a frente do Porsche 911, Alfa Romeo GTA, Malzoni DKW

O chefe da equipe era Luiz Antonio Grecco.

Daí nasceu o interessante protótipo Bino Mark II, protótipo com cabine aberta e seu motor tinha 1.440 cm³ e bons 125 cavalos. O sucesso do Bino Mark II foi enorme principalmente do saudoso e competente Luiz Pereira Bueno.

O Ford Corcel Bino

Ciente de que muitos teriam interesse em um Corcel mais rápido e veloz, Grecco valeu-se de sua experiência com os motores Sierra (O motor chamado Sierra, conhecido também como Motor C ou, ainda, como Cléon-Fonte, foi utilizado também no Renault 12, modelo no qual o Corcel foi baseado. Cléon por ser a fábrica de motores Renault nesta cidade na Normandia, e ‘Fonte’ por significar ferro fundido em francês. O nome composto é para diferenciar de Cléon-Alu, o mesmo motor com bloco de alumínio, lançado em 1966 no Renault 16. para desenvolver o Corcel Bino. O sedã foi homologado pela Ford e oferecido pela rede de concessionários da marca do oval, mantendo a garantia de fábrica – mesmo após a personalização e alterações mecânicas promovidas pela empresa Bino-Samdaco. Abaixo indo para a premiação, em 2018, no Encontro Brasileiro de Automóveis Antigos em Águas de Lindóia, São Paulo;

Visualmente, o Bino diferenciava-se do modelo standard pela decoração externa, composta por uma tomada de ar falsa sobre o capô, com pintura preta fosca, largas rodas de magnésio (com três desenhos diferentes), pneus Pirelli Cinturato ou da marca Maggion, radiais, faróis auxiliares, lanternas.As modificações mais interessantes estavam no motor recebia novos pistões, que elevavam a cilindrada para 1.440 cm³, e um coletor de admissão para dois carburadores Solex 32 (original do Corcel). A tampa de válvulas e cárter eram especiais e fabricados em magnésio e o escapamento original dava espaço para o famoso e esportivo Kadron.. Assim o Corcel Bino ganhava outro comportamento, melhor em dirigibilidade e estabilidade. O tempo de aceleração de 0 a 100 km/h medido era 15,5 segundos sua velocidade máxima estava em torno dos 146 km/h. Muito superior aos carros da mesma categoria que chegariam a parir de 1973

O interior recebia um painel de instrumentos completo. Por trás do volante esportivo estava o velocímetro graduado até 200 km/h), conta-giros para 8.000 rpm, termômetro de água e óleo, manômetro de pressão e marcador de combustível. Ford Corcel.

Até 1972, a empresa Bino-Samdaco oferecia peças especiais como comandos de válvulas, cabeçotes, carburadores Weber duplos, virabrequins de maior curso (capazes de elevar a cilindrada para 1.555 cm³) e sistemas de lubrificação com radiador e bomba de maior vazão. Passava a ter 120 cavalos e foi medido a 185 km/h. Bem próximo ao sedã Renault 12 Gordini francês. Houve também a versão cupê e vários que imitavam seu acabamento externo. E a empresa ofereceu a preparação em Kit’s para outros modelos da linha Corcel até 1974. Oferecia um comando de válvulas Iskenderian de origem americana. O coletor de admissão também era alterado por causa da carburação dupla oferecida opcionalmente. Também a taxa de compressão maior que recebia juntas de cabeçote especiais. Claro que usava a boa e saudosa gasolina azul da época.



Texto, fotos e montagem Francis Castaings. Fotos sem a marca do site são de divulgação

© Copyright – Site https://site.retroauto.com.br – Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução de conteúdo do site sem autorização seja de fotos ou textos.

Volte a página principal do site